domingo, 30 de outubro de 2011

A entrevista de Francisco José Viegas ao Público

A entrevista desenrola-se nas páginas 14 a 16 do caderno principal do Público.

É um discurso marcado pela actualidade da crise e com raciocínios e frontalidade respondendo às perguntas da Alexandra Prado Coelho e da Vanessa Rato.

É um diálogo entre pessoas que conhecem o sector e procuram obter e transmitir informação.

Nota-se o capital da cultura perante a sua estrutura económica de produção.

Surge a complexidade económica alcançada pela cultura após a sua constituição em ministério.


A questão que parece não perguntada e não respondida relaciona-se com a estrutura de produção cultural de base.
Talvez a crise não permita compreender melhor outras variáveis e a sustentabilidade da produção e do consumo cultural que creio já terá sido abordada pelo secretário de Estado noutras intervenções.

Algumas questões surgem com interesse:
  • um trabalho de manter as organizações em funcionamento
  • a necessidade de melhores processos de gestão
  • a racionalidade das organizações públicas na situação de crise
  • a inexistência de meios financeiros da administração pública
  • a hipótese de negociar e melhorar a proposta do orçamento para 2012
  • a necessidade de Portugal modificar e aprender como vivemos, economizamos, a maneira como gastamos e como investimos naquilo que é fundamental
  • vai mexer na lei do cinema até ao fim do ano
  • a possibilidade de não perder fundos estruturais
  • a necessidade de investimento e não de legislação
  • o desejo de minimizar impactos negativos de política fiscal e ainda haver tempo para o fazer
  • o apoio escrupuloso do prometido
  • não usar na cultura medidas de encher o olho e de fazer festas de lançamento das medidas
  • a realização de estudos económicos, financeiros e de consumo 
  • a justificação económica das medidas de política cultural
  • a indicação de que existem aspectos na cultura que não funcionam e indicando quais
  • actuar sobre essas falhas económicas com políticas baseadas em estudos
  • a reavaliação do valor económico de activos problemáticos para decidir na defesa do bem público
  • o agravamento de situações sociais que urge defender enquanto bem público
  • valorização do capital humano das organizações desportivas públicas e privadas
  • a libertação da cultura da tutela do Estado
  • a afirmação de que a cultura não é um ornamento
Um bom trabalho de todos os intervenientes.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Sejamos sérios e frontais sobre as medalhas e os Jogos Olímpicos

Tenho encontrado com frequência crescente a afirmação da inferior relevância das medalhas como resultado desportivo aferidor da viabilidade de um sistema desportivo em particular do português.

As causas destas afirmações estão na queda intelectual e de conhecimento que acompanha a falência do desporto português.

As críticas que se fizeram a partir de 2008 relacionaram-se com a falência nacional e dada a inexistência de líderes consistentes e de visão de futuro o discurso mingua e os funcionários menores tendem a reproduzir aquilo que os seus superiores lhes transmitem e ouvem dizer.

O fracasso do desporto português levou a que desde antes de 2008, nomeadamente a partir do Euro2004 não houvesse o enaltecimento do desporto e em particular de cada um dos seus produtos.

Destruir a visibilidade das medalhas perante a opinião pública é um crime e uma desfaçatez que se deve aos níveis absolutos de iliteracia desportiva.

Os jornalistas são (?) industriados e/ou são ignorantes da matéria e perante as afirmações afoitas e negligentes não colocam o seu autor contra a evidência mundial.

Todos os países do mundo se batem por medalhas, os Comités Olímpicos e as federações de todo o mundo batem-se por medalhas havendo uma bibliografia e um historial abundante o que afinal parece não incomodar as pessoas que mentem e dizem que Portugal pode estar sozinho porque está muito bem.

Dizem que Portugal ganhas medalhas mundiais o que é verdade mas quando falam de outros sectores que o não fazem estão deliberadamente a misturar alhos e bugalhos.

As comparações fazem-se com coisas iguais.

O desporto produz medalhas mundiais e isso não é um objecto social de outros sectores, portanto não se pode comparar.

Já se deve comparar é dentro do desporto o que fazem todos os países e aí temos bibliografia científica que quando pega em Portugal o coloca no fim do mundo.

Não é ético e não é sério dizer mentiras sobre as medalhas e será compreensível para pessoas que perderam o sentido às coisas ou talvez nunca o tenham tido.



A história do COI e a literatura científica sobre mega-eventos e sobre Jogos Olímpicos diz que Portugal está em último lugar na Europa.

Este é o foco da nossa atenção para transformarmos o país rumo a outro futuro.

Sócrates condescendeu com o que não devia e isso permite actualmente aproveitamentos que continuam a ineficiência nacional.

Meus senhores, sejamos sérios e exijamos ética e seriedade à pessoas com quem debatemos o futuro do desporto português!

Lídia Praça é a presidente do IPDJ

O processo de fusão do IPD e do IPJ decorrerá sob a responsabilidade da Presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P., Dra. Lídia Garcia Praça, nomeada com efeitos a 25 de Outubro de 2011, com a colaboração do Presidente do Instituto do Desporto de Portugal, I.P. Mestre Augusto Fontes Baganha, e da Presidente do Instituto Português da Juventude, I.P., Dra. Helena Alves.

As seis aplicações fundamentais da prosperidade

Uma sessão TED.


Onde se fala de convergência do bem-estar.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Cada um por si!

A queda do financiamento público justifica-se se se considerar que existem meios alternativos para suprir as falhas da fonte pública que se retira em 18,8%.

Ora, havendo uma quebra esperada da generalidade das fontes de financiamento do desporto por via do impacto dos impostos e das medidas restritivas sobre o rendimento das famílias e das empresas, a busca de alternativas parece não existir.

Nos últimos anos o crescimento do produto desportivo cresceu menos por via do apoio público mas terá crescido por via do aumento do rendimento das famílias.

A situação é contraditória, complexa e perigosa para a estrutura de produção privada.

A destruição das federações e das suas estruturas será uma realidade a considerar quer por via do impacto da crise em termos gerais quer na ausência de fundos de origem pública qualificadores.

Se o Estado corta 18,8% esse exemplo vai repercutir-se nas autarquias e minguará condições que antes já eram exíguas.

Há longos anos sem medidas de política visando o desenvolvimento as organizações desportivas estão sem orientação qualificada e as afirmações actuais de alguns líderes privados apontam para becos sem saída e contrárias às soluções que os países mais desenvolvidos do mundo usaram para promover o seu desporto.

Ou seja, os líderes privadas falam de quimeras.

O desporto português mantém uma trajectória sem estratégia sem quantificação ou qualificação de objectivos e de resultados das políticas implementadas.

O produto desportivo nacional exige milagres que não existem e as acções são contrárias as princípios de boa política.

Há dinossauros que estão a ser ressuscitados e o silêncio é imenso comparando a situação do desporto e dos outros sectores.

É pouco provável que outros sectores aceitassem ser empurrados para a gravidade da situação do desporto.

Segundo se diz, caso ainda haja desporto espera-se que depois de 2012 haja planos para o desporto.

Será que esta realidade quer dizer que até lá é: Cada um por si?

Worten versus FNAC

Fui às duas lojas e na segunda os funcionários diziam que procurasse lá adiante nas prateleiras A e B

Na primeira os jovens perguntavam se me importava que eles me acompanhassem

Perguntavam que tipo de produto desejava e começando por indicar os de preço mais baixo acabavam no melhor produto que por acaso tinha o preço mais elevado mas que segundo diziam era mais do que justificado

Deixe-me ir e paguei mais uns cobres ao pobre do eng. belmiro

O que acontece é que há muito que não via e sentia uma actuação de venda tão bem feita e fabricada

Os agentes desportivos desportivos para ultrapassarem a crise deveriam ter em consideração a qualidade da oferta dos seus produtos

Isto é uma coisa que não pode ser espontânea e necessita de ser fabricada e concebida de acordo com o produto que se tem para oferecer e o consumidor

Para o OE2012 o Desporto é uma gordura

Andou-se durante toda a campanha eleitoral a falar do abatimento das gorduras da administração central.

Ser cortado em 18,8% da receita não aconteceu em nenhum outro ministério pelo que a hipótese do desporto ser uma gordura é a hipótese real.

Quanto à razão da baixa de receita da 'Santa Casa' para baixar a receita do desporto isso é uma treta.

Todo o sector da actividade económica e social é financiado pelo Estado de acordo com os fracassos de mercado detectados e com os objectivos de política para esse mesmo sector.

O desporto não depende da 'Santa Casa' para se financiar.

O Estado é que usa a fonte dos jogos de fortuna e azar para financiar a sua despesa de regulação de todos os mercados.

O desporto não depende pois dos humores apostadores dos consumidores de jogos de fortuna e azar para ser financiado pelo Estado.

Como oportunamente se alertou o desporto precisa de uma economia eficiente e de decisores capazes de lhe introduzirem competitividade e capacidade acrescida de trabalhar com a sociedade e não precisa de  financeiros cujo único papel parece ser afinal gerir uma política que não visa o desporto mas outros objectivos não confessados.

O desafio para o Estado será afinar a máquina do desporto à mentira da baixa da receita das apostas mútuas e para isso é que precisa de financeiros.

Mais uma vez se demonstra como o desporto está dependente de uma má economia.

Obviamente os líderes privados comem desta comida porque têm muito medo de comer da outra se não estiverem calados como manda a cartilha habitual.

Há outros sectores da actividade que não se acobardam de dizer o que pensam na praça pública.

O desporto perdeu centenas de milhões de euros com este comportamento medroso e recebe em troca a brutalidade de medidas de agentes sem cultura desportiva europeia.

Calando é a população, os praticantes e a sociedade que é prejudicada já que as rendas pagas ajudam a calar e a pagar o silêncio.

É apenas uma questão de ética de uns e de outros.

Não a ética contra a violência, dopagem e corrupção.

É a ética da governance e da liderança visando o bem-estar da média europeia.

Enquanto não chegamos lá o Desporto é uma gordura, nos factos o desporto é a gordura para salvar o país das medidas da Troika.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Prémio Professor Albino Maria

Para os interessados está aberto o concurso ao Prémio de Investigação e Desenvolvimento em Gestão do Desporto professor Albino Maria.

O prazo de entrega das candidaturas termina a 15 de Novembro de 2011.

Ver aqui.

O prémio é uma iniciativa conjunta da Escola Superior de Desporto de Rio Maior (ESDRM)/ Instituto Politécnico de Santarém, Câmara Municipal de Rio Maior (CMRM) e Câmara Municipal de Santarém (CMS) e da família do professor Albino Maria.

Desporto e Economia

Estas duas frases são para concordar em discordar do poste de José Pinto Correia no Colectividade Desportiva de  21 de Outubro:
  1. Durante as legislaturas passadas houve estudos e análises económicas e houve pensamentos económicos por parte dos decisores de política desportiva. 
  2. Há e houve actos económicos mas faltou o qualificativo da eficiência económica. 

O que diz a teoria económica:
  1. A economia aceita e propõe que o agente é soberano na sua actuação no mercado actuando com eficiência o que beneficia o seu próprio interesse, desde Adam Smith.
  2. Mas a economia também diz que os agentes privados que actuam no mercado falham decisões e são irracionais e que para isso devem existir políticas públicas para as corrigir, segundo Pigou.
  3. Num terceiro momento, Coase refere que os decisores e as políticas públicas também falham e que há possibilidades de racionalidade que o Estado deve deixar ao mercado resolver, definindo bem os direitos de propriedade.

Discussão:
  1. A afirmação de José Pinto Correia de que não existe uma economia do desporto compreende-se mas o que efectivamente acontece é que a economia sempre existiu no desporto português apesar dos seus erros e fracassos.
  2. São estes erros e fracassos privados e públicos em que se fundamenta José Pinto Correia para a sua afirmação.

Catedrais no deserto:
  1. O caso particular do atletismo comentado por anónimos no mesmo poste é um caso típico da teoria económica tipificado pelo investimento em "catedrais no deserto" as quais após o momento inicial geram impactos nulos no desenvolvimento das regiões e das populações.
  2. O decisor de política desportiva português aceita enterrar milhões de euros em infra-estruturas cuja fundamentação é o curto prazo e o benefício eleitoral de decisores públicos centrais e locais.

A realidade económica é mais complexa do que a mera afirmação de que não existe economia deixa antever:
  1. Muitos investimentos em desporto são sustentados por estudos económicos que nem sempre acertam bem nas propostas de eficiência que fazem.
  2. As causas podem ser muitas, desde a carência de estudos e informação anterior com qualidade, as quais podem induzir em erros de decisão pública e privada.
  3. Outros problemas relacionam-se com a captura dos economistas que se predispõem a satisfazer o interesse do decisor, não lhes sendo garantida a independência para realizar um estudo ou análise competente.

A culpa dos economistas e dos engenheiros:
  1. Estes problemas sugerem que no passado os erros poderão ter existido por parte dos decisores e também por parte dos economistas, eles próprios capazes de cometer erros.
  2. Estas dificuldades são patentes na situação do país.
  3. Ontem, Marcelo Rebelo de Sousa falava da culpa dos economistas e dos engenheiros.
  4. Tudo bem se não se pensar que entre a profissão e o exercício da função de político vai uma distância grande que, por exemplo, os exemplos de inúmeros juristas com grandes contas na Justiça ou de incompetência nos cargos assumidos lança a dúvida sobre os princípios que regem a profissão. 
  5. Estamos no último lugar desportivo europeu porque a economia e o direito e outras matérias do conhecimento que se fazem no desporto são de fraca qualidade. 
  6. E todas essas matérias existem no desporto português mesmo que os seus melhores profissionais sejam afastados da decisão de política desportiva.

A West Coast of Europe é aqui tão perto

O sucesso dos supertudos de Peniche no artigo de Pedro Bidarra aqui.