quarta-feira, 30 de novembro de 2011
6. Análise crítica e semântica do Decreto-Lei n.º 98/2011, de 21 de Setembro
terça-feira, 29 de novembro de 2011
5. Análise crítica e semântica do Decreto-Lei n.º 98/2011, de 21 de Setembro
- Associações Juvenis de âmbito local, regional e nacional;
- Conselho Nacional da Juventude (CNJ);
- Federação Nacional de Associações Juvenis (FNAJ);
- Instituto Português da Juventude (IPJ, I.P.);
- Juventudes Partidárias, dos partidos políticos com assento na Assembleia da República;
- Associações de Estudantes do Ensino Secundário e Superior;
- Associação Nacional de Municípios Portugueses;
- Comissão Interministerial de Juventude com todos os sectores políticos de áreas transversais à Juventude: Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT), Ministério da Educação e Ciência (MEC), Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), Turismo de Portugal.»
- Secretaria de Estado do Desporto e Juventude
- Instituto Português da Juventude, I.P.
- 1 Representante do CNJ;
- 1 Representante da FNAJ;
- 1 Representante das Associações de Estudantes do Superior;
- 1 Representante das Associações de Estudantes do Secundário.
PRIMAVERA
- Março e Abril 2012 - Organização de 5 Seminários/workshops Regionais, deslocados geograficamente pelo país – em cada uma das 5 regiões-plano (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve)
- Maio 2012 - Evento Nacional de Apresentação das Conclusões dos Seminários Regionais
- Junho 2012 – Entrega de Relatório Final à Assembleia da República e ao Senhor Presidente da República, contendo as principais propostas, aberto a um processo de consulta sobretudo aos Jovens, motivando o debate e obtendo o maior número possível de informação, a apresenta.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
A Cultura não brinca em serviço: O Desporto brinca! O Desporto saberá o que faz?
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Os partidos actuais e o anterior parecem ter um problema comum que prejudica gravemente o desporto
Há a necessidade quando se cometem erros que eles sejam analisados para evitar a sua repetição.
Estão a acontecer erros em documentos de política desportiva com relativa frequência e isso é péssimo para o desporto.
Vejamos
II
Foi escrita uma frase que é incorrecta.
Houve uma equipa que a escreveu e não teve ninguém no seu seio que chamasse a atenção que a frase era incorrecta, antes de a meter cá fora.
- Porque é possível escrever uma frase assim?
- Quais as consequências desta incapacidade?
- Isto benefícia o desporto 'porque ninguém lê' e é uma obrigação fazer ou pelo contrário prejudica gravemente o desporto?
- Se 'ninguém lê' porque é que a Assembleia da República não gostou do atraso da entrega das GOP2012? Porque é que sectores como a Cultura fazem diferente e bem feito?
- Não era melhor fazer um excelente texto e servir de exemplo para outros sectores?
- Actualmente no desporto há capacidade para escrever textos excelentes ou já está demonstrado que não há capacidade instalada?
- É melhor não discutir e debater este erro e todos os que se vão acumulando?
- A quem beneficia não discutir este erro e todos os que se vão acumulando?
III
A frase é:
' O Governo pretende, também, o estabelecimento de uma política de desporto com todos e para todos, recordando, designadamente, que tudo começa na fase infanto-juvenil e que as mulheres e a população sénior não podem ser descuradas. Para o efeito há duas prioridades imediatas neste sector: a criação de um Museu/Casa do Património do Desporto e a implementação de um Plano Nacional para a Ética no desporto.'
Depois fala-se da medida da fusão do IDP e do IPJ e generalidades várias, sem se ser específico.
IV
Observe-se outro sector nas GOP2012, por exemplo, a Cultura:
1. Objectivos
a. Património cultural
b. Livro, leitura e uma política da língua
c. Libertar as artes da tutela do Estado
d. Crescimento das indústrias criativas em ambiente digital
e. Uma educação para a cultura e para a arte
f. Paisagem e cultura
2. Medidas
a. Fusão e extinção de organismos
b. Alteração do modelo de gestão do sector empresarial do estado
c. Redução efectivos administração central
d. Reorganização e racionalização instalações
e. Centralização de compras
f. Custo benefício e viabilidade das fundações e dos apoios
g. Política de preços dos museus e património cultural
h. Acompanhamento e monitorização da execução económica e financeira
Dois pontos estruturados: no primeiro os objectivos da Cultura e no segundo as medidas no sentido do Memorando de Entendimento da Troika.
V
Salta à vista que existe uma contradição entre os objectivos e as medidas. Estas parecem contradizer os objectivos e torná-los impossíveis.
Mas a política é assim mesmo, é a decisão política perante uma realidade contraditória e a Cultura assumiu essas contradições e demonstram conhecer bem a produção e o produto cultural.
VI
Repita-se a pergunta de outra forma: a equipa que está a trabalhar o Desporto conhece o trabalho que tem de fazer, quer do ponto de vista desportivo, quer do ponto de vista das medidas económicas propostas pelo Ministério das Finanças/Troika?
Se a resposta é positiva, porque é que os erros se acumulam?
Quanto aos objectivos desportivos
Onde está o conhecimento do produto e da produção desportiva, por parte de quem governa nos documentos que fez até agora?
Ou o importante são os discursos?
Mas a Cultura tem, nas GOP, 6 objectivos bem redigidos em português
Quanto às medidas
Quais vão ser as medidas do Ministério das Finanças fruto do Memorando de Entendimento da Troika que vão ser aplicadas no Desporto?
Porque é que a Cultura diz quais são as medidas?
Outros documentos têm sido publicados e há diferenças de tratamento, como os aqui verificados com a Cultura, prejudicando pela indefinição ou por palavras erradas o Desporto.
VI
Há um problema comum dos partidos actuais como aconteceu no passado:
O problema das equipas quando se sentam na cadeira é que não ouvem.
Chegam a 'matar', 'estragam' em nome do partido, do partido deles, e que afinal o que fazem é prejudicarem o país, o desporto e não acreditam mas o partido afinal vai à falência como o país e o desporto.
É isso que acontece hoje.
No partido do passado
Por um lado, é possível conversar com os elementos que 'lá' estiveram porque não têm 'a cabeça quente' da cadeira e a distância fragiliza-os e 'humaniza-os'
Por outro, houve prejuízos pela sua actuação que não são ressarcidos.
Nos partidos actuais
É impossível conversar porque se fecham na sua importância e acumulam erros que como se pode observar são gravíssimos
Quando se chama a atenção dos erros garantem que a equipa é do mais alto gabarito e depois no dia seguinte fazem mais erros de igual e pior gravidade.
Trabalham sem ligar aos sinais de cautela e cuidado, sempre a acelerar.
Os próximos documentos irão demonstrar se a actual equipa vai continuar a cometer erros, como os do passado, se tem controlo sobre aquilo que faz em termos de Desporto e em termos de Memorando de Entendimento.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
A lei dos retornos decrescentes
No primeiro investimento o output é de 10
No segundo investimento o output é de 14, ou seja mais 4 (e não mais 10)
No terceiro investimento o output é de 16, apenas mais 2
No quarto investimento o output é de 15, regredindo de menos 1
O produto aumentou até 16 mas o retorno obtido foi em cada novo investimento cada vez menor até num quarto momento se tornar negativo.
Esta lei é bem conhecida das pessoas de desporto: por cada dez segundos adicionais à máxima velocidade o atleta cobre uma distância cada vez menor até cair extenuado se não tiver parado entretanto.
A lei dos retornos decrescentes pode aplicar-se a imensas situações no desporto português que não tem respeitado esta lei tão simples.
Terá sido o que aconteceu a Horta Osório na sua prestação no Lloyds?
O líder privado do desporto português deve proteger as federações e o desporto todo
- o principal líder não pode embarcar ou protagonizar loucuras do género dos Jogos Olímpicos de Lisboa mesmo que existam muitos agentes privados do turismo, obras públicas, cartórios e escritórios disto e daquilo a garantir que vai ser bem bom.
- o líder das federações deve andar com o nome dos presidentes, atletas, clubes, treinadores de sucesso na boca cada vez que a abre para a comunicação social e perante os responsáveis públicos.
- as federações devem reconhecer no seu líder nacional, que se lhes acontecer algo de complicado não só este os protegerá como será o primeiro a encontrar soluções estruturais e profundas para que o desafio seja resolvido positivamente para a modalidade e para todo o desporto a partir da lição aprendida.
- a sociedade e a economia nacional reconhecem o líder dos líderes desportivos como um activo nacional de elevado gabarito, que é reconhecido pelos debates públicos para onde é convidado a estar presente, para além de ter a capacidade de construir uma imagem mediática como o Sr. Desporto Português.
- etc.
A liderança a que se assistiu empobreceu-os, obrigou-os a prejudicar atletas e clubes que abandonaram o desporto e faliram.
Deveria haver condições para os presidentes das federações falarem dos seus desafios para que a sociedade portuguesa viesse a apoiar o futuro do Desporto como acontece actualmente com a Cultura.
Se o Desporto a prazo não conseguir a mesma visibilidade e acutilância da Cultura que desperdício de oportunidades e ineficácia tremenda.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
De que desporto fala o principal líder desportivo nacional?
Não se lhe conhece a descrição com assertividade do objecto da sua missão futura ou que tenha falado da do passado para além da sede que construiu.
Não se viu o seu trabalho explicado quanto às medalhas e aos campeões portugueses que foram conseguidos e aqueles que se perderam e porque razão.
Não faz nenhum balanço desportivo. Está a falar de que sector da actividade?
Não referencia nenhum campeão ou nenhuma campeã desportiva.
Não fala de um líder desportivo actual que com ele trabalhe ou que a ele se oponha.
Não se compreende quais os desafios dos atletas portugueses e dos treinadores e dos dirigentes.
Quem são os seus atletas de eleição? Qual o historial dos atletas portugueses de alto rendimento? Quais os que vêem de meios humildes e são exemplos extrordinários de querer, perseverança, fair-play, espírito olímpico?
Quem são as esperanças para Rio de Janeiro e para o futuro? Quais os projectos que os vão acompanhar para fazer diferente?
Não se vislumbra como pensa maximizar o importante investimento feito no país em Centros de Alto Rendimento e se são ou não são importantes ou decisivos para o futuro do desporto e quais são os projectos a desenvolver neste domínio.
Quais as suas instalações de eleição para as medalhas olímpicas?
Para além do seu estado físico e espiritual que garante serem óptimos, o que oferece afinal?
Face à crise nacional não fez um apelo à sociedade ou à economia, não fez uma síntese dos desafios e da estratégia e da táctica a articular com as autoridades públicas.
Não enaltece ou cativa os agentes privados e os patrocinadores.
Trata mal partidos da oposição, não fala de parcerias consensuais com a confederação, nem com o futebol ou com o atletismo, ou com qualquer das federações médias ou micro.
De que desporto fala?
Para onde vai o desporto português com um perfil de líder equivalente ao do principal líder privado português?
terça-feira, 22 de novembro de 2011
4. Análise crítica e semântica do Decreto-Lei n.º 98/2011, de 21 de Setembro
Para se entender a dificuldade em concretizar as teorias que se tecem apaixonadamente, no papel, sobre a Juventude, atente-se na multiplicação de temas que a Secretaria de Estado do Desporto e Juventude, se propõe abordar, com a colaboração da sociedade civil, para o que indica o sítio, a saber Portal da Juventude, pronto a acolher as ideias que caibam nesta amálgama de itens onde não figura “a fome e a miséria”, como no Programa das Nações Unidas, o que induz destinar-se às classes favorecidas:
vii- Saúde, prevenção dos comportamentos de risco (combate à obesidade, álcool e toxicodependência);
Independentemente de já existir um “Livro Branco da Juventude”, da Comissão Europeia, dos oito títulos sobre a mesma temática encomendados por Couto dos Santos, no tempo que sobraçou a Secretaria de Estado da Juventude, em 1987, nos X e XI Governos do PSD , editados pelo Instituto de Portugal da Juventude, sobram ainda os Livros Verdes e Livros Brancos, o que redunda em pura perda de tempo, o tentar reproduzir o reproduzido, a menos que o novíssimo Livro Branco da Juventude pretenda ocupar o tempo livre dos jovens, e até da sociedade civil, e de instituições, para esquecer as agruras do desemprego e da crise. O que prova uma vez mais a paixão pela burocracia weberiana, e alguma desorientação sobre programas e prioridades. Para já a escolha incidiu nos Jovens, como o PS que escolheu “primeiro as pessoas”.
A ambiguidade dos temas oferecidos aos mais variados intervenientes, provoca luta, resistência, antagonismo e exige alguma complementaridade para vencer as transversalidades de que fala a lei orgânica da Secretaria de Estado do Desporto e Juventude, porque esta complexidade organizacional tolera a desordem e torna-se desestruturante e ineficaz, a menos que alguma dose de solidariedade se harmonize entre os diversos intervenientes na elaboração dos 16 temas, que vai ocupar 9 meses (de Outubro a Junho, dá 1,7 temas por mês) do precioso tempo, na banal e repetida temática que se toma como uma crença salvífica da Juventude, com um final de pompa, definido nestes termos vagos e indefinidos, como se o Relatório Final não passasse de uma mera relação de sugestões, necessitada de mais 9 meses para arquitectar a estratégia da aplicação das propostas:
“- Junho 2012 – Entrega de Relatório Final à Assembleia da República e ao Senhor Presidente da República, contendo as principais propostas, aberto a um processo de consulta sobretudo aos Jovens, motivando o debate e obtendo o maior número possível de informação, a apresentar.”
Mas os portugueses são pródigos em perder tempo com coisas banais, reduzidas à expressão mais simples, porque as que mais importam, são as que mais trabalhos exigem pela obrigação do seu cumprimento. Isto para dizer que a fonte das Nações Unidas já explorou e forneceu o material necessário, com vectores similares, no seu World Programme of Action for Youth, inseridos em três clusters, arrumados por temas, em vez da amálgama nacional que se esqueceu do vector “pobreza e fome” – o 1.º a figurar no WPAY - o que faz pressupor que o Livro Branco se destina aos não necessitados, evidenciando a sua inutilidade:
Acresce ainda outra agravante, a de, as Nações Unidas, terem instituído, em 18.12.2009, o International Year of Youth, que decorreu entre 12 de Agosto de 2010 e 11 de Agosto 2011.
Isto é, mal acabaram os trabalhos do International Year of Youth, cumpridos pelo XVIII Governo, até 21 de Junho fim do seu mandato, e certamente concluídos pelo XIX Governo Constitucional, de 21 de Junho, início do seu mandato, até 11 de Agosto de 2011, final do Ano Internacional da Juventude marcado pelas Nações Unidas, a Secretaria de Estado da Juventude, entendeu, ou que era insuficiente, ou porque não concordou ter sido o seu organismo a ficar com os restos da Ano Internacional da Juventude, e ter encerrado um processo que não acompanhou desde o início, optou por fazer um Programa diferente, para o realizar totalmente, como se não houvesse nada mais importante para fazer, ao longo de 9 meses. Posto o que, elaborar documentos sobre a Juventude em cima de um Programa das Nações Unidas, encerrado pelo actual Governo, afigura-se uma opção política desatempada e destituída de qualquer racionalidade.
Não se entende o culto do desnecessário, em tempo de outras necessidades prementes. Enquanto o Primeiro Ministro transmite que lhe falta tempo para cumprir as tarefas que se propôs, as necessárias e as urgentes, o Secretariado de Estado do Desporto e Juventude, como lhe sobra tempo, opta pela elaboração de um trabalho pessoal, o Livro Branco da Juventude, em vez de o aproveitar para se debruçar sobre os documentos já elaborados sobre a matéria, pelo PSD, pela Comissão Europeia e pelas Nações Unidas. Dispor de 9 meses para queimar tempo, não será um desnorte político ?
domingo, 20 de novembro de 2011
By the book
Ver aqui a entrevista do líder da liga de clubes holandesa Frank Rutten.
sábado, 19 de novembro de 2011
O Museu do Desporto não morreu!
Agora estamos no Outono e sabemos que vamos entrar no Inverno
Como foi a mesma massa crítica do Desporto que obrigou o Estado a criar, passados 10 anos, mais precisamente, em 05.09.1942, a Direcção-Geral da Educação Física, Desportos e Saúde Escolar, e um ano depois, em 03.08.1943, a regulamentá-la."
I
Esta frase de João Boaventura num comentário no Colectividade Desportiva lança inúmeras hipóteses sobre a diferença do associativismo na Europa e em Portugal.
Enquanto em Portugal o regime andava a contragosto e divorciado do desporto e da população, na Europa o movimento associativo é reconhecido social e culturalmente e quando o Estado decide apoiar financeiramente o associativismo, este nega o apoio e exige a manutenção da independência, apesar de compreenderem que o que o Estado quereria era incrementar a prática de desporto. Isto acontecia ainda na década de oitenta como contava e escrevia o sociólogo dinamarquês Soren Riiskjaer em reuniões do Conselho da Europa.
Nestas reuniões quando os economistas falavam na possibilidade de a prazo surgirem em maior número organizações com finalidade lucrativa os sociólogos viam essa hipótese mais distante e incompreensível.
Na teoria económica hoje é cientificamente indiscutível que o associativismo desportivo está na base do sucesso desportivo europeu e da acumulação exemplar de massa crítica desportiva, social e cultural que levou à explosão na Europa dos consumidores de desporto dos anos noventa e início de dois mil. Hoje há autores como o britânico Stefan Szymanski que advogam o assumir do modelo americano na Europa como consequência lógica de um desenvolvimento consequente do mercado do desporto.
II
É possível avançar mais algumas ideias sobre a situação desportiva portuguesa:
- o IDP foi à falência e por isso o PSD e o CDS decidiram o seu desaparecimento.
- a falência do IDP está no seu processo de trabalho que leva à produção de medidas de política que são a causa da difícil situação em que se encontram muitas federações, ligas e clubes e outras organizações como o COP, a CDP e organizações profissionais como as mulheres, os professores, os gestores, entre outras.
A máquina nova será vazia de sentido se tiver os mesmos oficiais do passado e novos que percebem de desporto o que as palavras, as entrevistas e as imagens poderão demonstrar.
A criação do novo desporto e cultura para o bem-estar dos portugueses é uma exteriorização de empenhamento e querer direccionado para um tecido cultural, associativo e económico muito mais rico e contraditório do que o liderado pelo PS de Laurentino Dias.
O trabalho do PS na área do desporto respondeu eventualmente às necessidades da sua afirmação legislativa e nisso Laurentino Dias teve sucesso pleno porque liderou com firmeza durante todo o período.
Demonstrar que houve sucesso na destruição do IDP é criar a alternativa sob pena de repetir outras mortes do passado da agência técnica do desporto que não trouxeram sustentabilidade do desenvolvimento de longo prazo.
A crise nacional não pode ser desculpa para a ausência de desporto como fez o PS no Congresso exteriorizando uma mão-cheia de fragilidades que entreteve e paralizou o desporto para a legislatura.
Recorde-se que foi com a ascensão do PS que foram calados e despedidos um conjunto de elementos na comunicação social e no associativismo que eram incómodos.
Isto pode estar em vias de acontecer com as exigências da Troika em diminuir os quadros da administração pública.
Para manter um modelo equivalente ao do PS é necessário que os elementos que demonstraram capacidade crítica sejam afastados.
III
Este périplo pretende mostrar que a construção da democracia desportiva passa pelo conhecimento, pela cultura da população e que os instrumentos do poder são fortes e são eles que decidem o que destruir e construir quando em todos os tempos se ligam a atletas de excepção que o acaso da sorte fez crescerem em Portugal.
De política e de desporto agora estamos no Outono e sabemos que vamos entrar no Inverno.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Revista Intercontinental de Gestão Desportiva
Dois registos a propósito dos anónimos
AnonymousProject Free Speech: Global Protest in November
Football Talks Portugal 2012
Nos últimos anos as conferências sobre o desporto pretendendo ter uma dimensão nacional são menos que poucas, para não dizer inexistentes.
Apenas pude assistir à intervenção de Dan Jones da empresa Deloite e tomei nota de dois aspectos:
- a referência à polarização do futebol protuguês em três clubes que é a mais forte economiacamente na Europa e do que a da Escócia.
- a pergunta alternativa colocada à Liga de Clubes e que se poderia colocar a muitas outras instituições desportivas nacionais: A liderança é da Liga ou é a liderança dos parceiros principais.
A pergunta é pertinente porque a racionalização da decisão do presidente de uma Liga de clubes é distinta da racionalidade de cada um dos Presidentes dos clubes e parceiros seus constituintes.
O futuro dirá se a questão irá cair em saco roto.
A conferência teve sucesso porque pela comunicação social haverá uma mão cheia de questões que deveria ser analisada e considerada para bem do futebol profissional nacional.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Novos autores do blogue
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
3. Análise crítica e semântica do Decreto-Lei n.º 98/2011, de 21 de Setembro.
A abordagem tem implicações com matéria que está contida no normativo indicado no título, e se prolonga nos artigo do Secretário de Estado do Desporto e Juventude, “Pelo futuro da juventude portuguesa” (in Público, 09.11.2011), e mais recentemente, “Jovens: citius, altius, fortius” (in Expresso, 12.11.2011), pautados pela banalidade, sem a força da comunicação que é a marca da liderança.
O primeiro artigo apoia-se na metodologia da Comissão Europeia, autora de muitos Livros Brancos, e que serve de pretexto para lhe seguir as pisadas e elaborar igualmente um “Livro Branco para a Juventude” que, no quadro social actual de incerteza, deterioração política, económica e comunitária, é o que a Juventude menos necessita.
O segundo artigo reincide na força do “Livro Branco da Juventude”, e porque carece de argumentação que dê consistência à sua formulação, socorreu-se do glossário olímpico que é a marca do desporto, o velho lema “citius, altius, fortius”, criado pelo Padre Henri Martin, que sugeriu a sua incrustação numa lápide, por cima da porta de entrada do Albert Le Grand School, adoptado por Coubertin para o COI, e tornado extensivo aos profissionais olímpicos por Samaranch.
Para lhe dar a força que não tem inculca o ideário no GOP: “Governo espoletou um Livro Branco da Juventude, num processo envolvendo o contributo de todos os agentes e destinatários das políticas de juventude em Portugal.”
No Decreto-lei n.º 98/2011, de 21 de Setembro, para justificar a coligação da juventude com o desporto, o preâmbulo cola-se aos instrumentos jurídicos da União Europeia, e às Cartas do Conselho da Europa, e da UNESCO, e finalmente do Comité Internacional Olímpico que, para o efeito, não têm nem apresentam qualquer relevância justificativa para enfatizar a união ou ligação de ambos signos, porque o relevo dado a tão parca questão apaga o essencial das realizações que se desejam para o Desporto e para a Juventude, separados, juntos, acoplados ou geminados, que importa isso ?
Mas vamos à génese dos Livros Brancos e Verdes em que a Comissão Europeia é pródiga, e averiguemos das suas utilidades.
No portal da União Europeia, enquanto a Europa se vai afundando com os problemas que levantou debaixo dos pés, e não os consegue resolver, poderemos assistir, paradoxalmente, à publicação de inúmeras bíblias, desde 1985 até hoje, designadas por Livros Brancos, que se debruçam sobre todos os problemas que atormentam a humanidade e se destinam a ocupar o tempo de ócio dos eurodeputados, para os redigir, divulgar e arquivar, para memória futura.
Não se pretende especificar os temas abordados, porque estão aí para quem os quiser consultar, mas reavivar a memória para os produzidos em 2007:
Desta trilogia destaca-se que na saúde e na nutrição se inscreveu o ontológico cuidado “estratégico”, mas no Desporto foi omitido porque já toda a gente reconhece, ou que o estratégico faz parte do corpus desportivo, ou porque chegaram à conclusão de que afinal o Desporto vem fazendo o seu caminho, mesmo com Livros em Branco, ou sem Livros Brancos. E não será difícil entender agora como nos curricula dos programas das Faculdades do Desporto, começou a entrar a disciplina “Saúde”, sob o pretexto de combater a “Obesidade”, tema que mereceu de John Evans, da Universidade Loughborough (UK), no artigo «Physical Education and health: a polemic or ‘let them eat cake’», o seguinte resumo:
“Este artigo analisa criticamente a "pesquisa obesidade", oferece uma maneira de lê-lo e sugere que muitas das suas afirmações, no melhor dos casos, são as mais exageradas, e na pior das hipóteses infundadas e, ironicamente, se traduzidas acriticamente, possa lesar, nas escolas, os interesses educativos, e de saúde, das crianças e dos jovens.”(in European Physical Education Review, vol. 9 (1):87-81 – Sage Publications, London. 2003)
Em 2001 a EU lembrou-se do tema juventude e deu à luz o Livro Branco, titulado Um novo impulso à juventude europeia. Noutro sítio é considerado como o Livro Branco da Juventude.
Para dar um pouco de luz à génese dos Livros Brancos o próprio Glossário da CE esclarece que:
“Os Livros Brancos publicados pela Comissão são documentos que contêm propostas de acção comunitária em domínios específicos. Surgem, por vezes, na sequência de Livros Verdes, cuja finalidade consiste em lançar um processo de consulta a nível europeu. Quando o Conselho dispensa acolhimento favorável a um Livro Branco, este pode dar origem a um programa de acção da União Europeia no domínio em causa.”
Repare-se como se decide na Comissão Europeia ao referir, na última linha, que “um Livro Branco… pode dar origem a um programa de acção da União Europeia”, donde se subentende que também pode dar origem a nada, mesmo depois de”acolhimento favorável”. São os destinos dos Livros Brancos.
E, relativamente aos Livros Verdes redigidos desde 1984, informa o mesmo Glossário:
“Um Livro Verde é um documento consultivo publicado pela Comissão, consagrado a um determinado tema e que se destina a recolher as opiniões dos meios interessados sobre um determinado número de questões. O Livro Verde visa permitir à Comissão determinar melhor as orientações futuras da sua política sobre o tema em questão.”
Em Julho de 2009, aparece um Livro Verde - entre os publicados desde 1984 - que opta pela Promoção da Mobilidade dos Jovens para fins de Mobilidade, e esgota-se a Juventude.
Esta obsessão pelos Livros Brancos, ou coloridos, é manifesto na lei orgânica da Secretaria de Estado do Desporto e Juventude, e serve de talismã para calar a sociedade civil que constantemente aponta o dedo aos Governos de nada fazerem, e estes vêem-se na obrigação de abrir um Livro Branco. E depois de publicado, a sociedade civil cala-se, fica na expectativa, para ver no terreno a sua realização, mas o tempo de espera esgota-se e a sociedade civil acaba por se esquecer, e o documenta arquiva-se para que o futuro indague se aquilo teve pernas para andar ou se ficou pela impressão e divulgação.
Desperdiçamos o nosso trabalho e o nosso tempo, apesar de considerarmos que a vida é curta e que o tempo é dinheiro. Com a agravante de ter que se falar do desperdício, em obediência ao dito de Camus: "As pessoas que não gostam de futebol obrigam-me a falar dele".