sábado, 29 de setembro de 2012

O combate simulado à portuguesa foi o que permitiu o sucesso de lídere improváveis

Será escusado indicar nomes, todos conhecerão os líderes que não o deveriam ser e aqueles que inquestionavelmente o são e deixam a desejar porque não produzem resultados que se vejam.

O combate à portuguesa é simulado porque baseia-se na ameaça de democracia que nunca é democracia.

Mais tarde um líder vence e o derrotado diz que não está a cumprir o que as pessoas não compreendem e são incapazes de corporizar o massacre de desporto e as consequências reais do debate simulado.

O perdedor cala-se ou fala sozinho e o desporto afunda.

O debate simulado e os resultados que falham são peças da mesma máquina.

O COP não compreende a relevância do debate sobre o desporto e os protagonistas pensam beneficiar do não-debate.

O que faz a Champions League a melhor competição é a qualidade das disputas não é o presidente Platini.

No desporto português foge-se ao debate e as competições que existem são encenadas.

Por isso não há espectadores nas competições profissionais nacionais nem a população portuguesa consome o mesmo desporto que os outros consomem.

As competições não são apenas entre atletas, são também entre os líderes para apurar os melhores.

A competição é para medir quem é o melhor.

A competição deve começar pela afirmação das matérias e da audição dos melhores que na sociedade e nas universidades têm um contributo  objectivamente positivo e a partir do qual os candidatos a líder podem distinguir-se pela qualidade das sínteses e da definição de objectivos que a sociedade assume como seus para o prazo de vigência da liderança.


sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O combate dos chefes é sobre o quê?

O debate é para definir a bússola que nos orientará no futuro.

Uma hipótese é nunca ter discutido o futuro e navegar conforme o vento, parecendo com isso que melhor se caminha para norte.

Este é o caminho tradicional.

A consequência deste comportamento é não ir para lado nenhum ou perder-mo-nos do norte e caminharmos para sul como tem acontecido.

O combate dos chefes é um acto reflexivo colectivo que deixará uns satisfeitos e outros preocupados mas permite discutir soluções e pensar que existem alternativas.

Há questões éticas, por exemplo.

Porém criar um projecto de ética pode ser uma nulidade se se assumir a ética como uma utilidade descartável em vez de a assumir como aferidora e exigente de rigor.

Outra menoridade da ética é deixá-la ser instrumentalizada por inocentes ou impunes.

Apenas aqueles que assumem a ética como instrumento de vida e de morte a valorizam e esse saber não é percepcionável em ambientes corrosivos e degradados da indiferença perante os resultados desportivos.

A ética podendo ser um tema do combate está para além do debate e deve elevar-se das acções que o enformam.

Mais concreto pode ser o debate sobre se o caminhar para a média europeia é um objectivo central da liderança do chefe dos chefes ou bastará liquefazer esse norte no deixa andar e no desnorte tradicional das últimas décadas.

O que fazer durante e enquanto durar a crise orçamental e económica nacional depende do norte escolhido.

Ou será que os candidatos a chefe preferirão não definir nada e deixar passar as coisas?

Várias pessoas deveriam ser chamadas a deixar algumas ideias sobre o futuro do desporto português e as consequências dessas ideias.

Sem um líder do desporto português e uma equipa capaz desportivamente os erros, alguns crassos, e as malfeitorias que actualmente se cometem fazem o seu caminho.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O poder da razão

Ontem Adriano Moreira na sua última lição e agraciado pelo Primeiro-Ministro falava de ter chegado o tempo de uzar o poder da razão mesmo que contra a razão do poder. Por estas ou por outras palavras.

Passos Coelho parecia que falava noutro país.

Ao contrário de Adriano Moreira, Maria Teresa Horta recusou receber o prémio das mãos do PM.

Terá feito mal na sua recusa por ter a oportunidade de usar a palavra que afinal é, segundo o prémio que lhe é dado, exímia em utilizar.

Perdeu a oportunidade de usar o poder da sua razão, que usou na sua escusa, e que AM incentiva o uso no actual momento.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O Combate dos Chefes é um processo necessariamente complexo

Uma sociedade democrática usa múltiplos canais para debater ideias.

A União Europeia é uma instituição que usa mecanismos complexos para gerar os melhores resultados para o desporto português.

A construção de estruturas de díálogo tem sido feita no desporto português e não é por resultar em produtos menores que deve ser abandonada.

Os Congressos do Desporto foram usados no passado muito distante e mais próximo. Os autores do Congresso mais recente não falam dele porque lhes faltou arte para o liderar e projectar nele o desporto português.

Os Congressos metem medo e há quem advogue que Congresso nenhum é melhor do que iniciativas incontroláveis apesar de serem os próprios condicionadores da realização a serem incapazes de os produzir bem.

Actualmente com a eleição do Presidente do COP o objecto é outro e dele vai depender a eleição do líder que coordenará o futuro do desporto português para o longo prazo do século XXI.

O Governo perdeu essa oportunidade até agora e era útil não esmagar a iniciativa privada das federações, como tantos governos fizeram à iniciativa privada das federações desportivas no passado.

Até às eleições do COP que será, creio, no fim do primeiro trimestre, há tempo para debates temáticos sobre matérias centrais das crises desportiva, social, económica, legislativa, orçamental e sobre as questões fulcrais do desenvolvimento desportivo sustentado para o século XXI.

As matérias e as perspectivas são infinitas e compreende-se o receio do debate sem fronteiras e de difícil delimitação de objectivos e metas por líderes inseguros ou sem traquejo.

Esta uma limitação brutal do modelo de governança portuguesa que é incapaz de debater bem as ideias e é indefeso perante projectos que são errados e inviáveis.

O modelo nacional é incapaz de distinguir o mau e de o desincentivar assim como incapaz de apurar o bom e o sensato.

Daí a relevância de procurar delimitar matérias e criar debates que envolvam especialistas como actualmente faz a União Europeia.

Como noutra eleição democrática os debates abertos dariam aos potenciais candidatos e aos votantes elementos para uma melhor distinção das posições possíveis e das soluções para um novo futuro.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Na manifestação cantou-se o Acordai! E no desporto?


Fernando Lopes Graça : Acordai

Música: Fernando Lopes Graça
Letra: José Gomes Ferreira
A. Guimarães
Acordai
acordai
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raíz

Acordai
acordai
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões
vinde incendiar
de astros e canções
as pedras do mar
o mundo e os corações

Acordai
acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis
e acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!

A música está aqui pelo coro Ricercare. 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A DOENÇA LUSITANA DA REGULAÇÃO DOS FERIADOS - 2

Após a chamada de atenção de A Doença Lusitana da Regulação dos feriados, de pesquisa em pesquisa, é natural a correcção da periodicidade desta doença para o intervalo de um século, ou muito próximo, ora para menos, ora para mais.

Afinal os Republicanos mimetizaram a Monarquia Constitucional, encurtando para quase um século a distância, porque segundo se lê no fac-simile do


o que demonstra a febre por coisas pequenas.

Apesar de tudo já há uma distância maior entre o republicanismo de 1910 e o neo-liberalismo de 2012 que, desejando melhorar o seu profundo trabalho de pesquisa, se irá debruçar sobre o corte nos feriados de 73 festas móveis dos municípios, já que não consegue cortar o défice, ou para esquecer a dificuldade de o fazer.

 

O decisivo combate dos Chefes

O combate dos chefes vai eleger o líder dos líderes das federações nacionais.

É o projecto mais relevante dos últimos 30 anos porque ele corporiza a transformação sobre o passado que esse passado não conseguiu realizar.

Também é relevante porque apenas um comportamento distinto poderá trazer novidades e esperança no futuro.

Há factores parados no tempo e não me cabe agora identificá-los.

O combate dos chefes é a nossa maior esperança.

Está nas nossas mãos contribuir para que seja eleito o melhor chefe dos chefes.

Pela minha parte tentarei discutir ideias e contribuir com propostas variadas.

Como já referi anteriormente o debate democrático é o activo mais relevante.

O COP não fará o debate se não vir utilidade.

Cabe à sociedade civil do desporto propor sugestões viáveis e de bom senso.

O debate democrático já começou com posições de clara oposição ao debate democrático.

Essa posição é tão válida democraticamente como a sua oposta.

São ambas propostas e opiniões realizadas com intenções de realizar o óptimo para o desporto. Uma posição pretende a discussão de ideias, a outra posição dirá que tudo ficará melhor se todos se calarem.

O combate dos Chefes é decisivo e se não fosse assim, porque não deixar estar quem já lá está e nada acrescentar?

Há um debate em curso com inúmeros pretendentes a posicionarem-se o que demonstra  a predisposição para assumir o lugar de chefe dos chefes por mais de um protagonista.

O relevante contudo é assumir que o chefe a eleger é o chefe dos chefes.

Eleger mais um chefe para cumprir calendário é um acto vazio de sentido.

O lugar a exercer é dos mais prestigiosos que o desporto português já teve.

Em regra há modalidades que desdenham este lugar.

Essa repulsa figurada ou real não corresponde à utilidade e ao potencial que o lugar não tem tido.

Esta é a minha proposta que tenho afirmado e reafirmado: o próximo presidente do COP será o presidente de todos os presidentes do desporto português.

Um cargo que nunca existiu em Portugal e a que faltou conteúdo real e dimensão potencialmente europeia.

O Sporting tem razão em meter-se na vida do Benfica

E deve aceitar que todos os outros clubes amadores e profissionais, nacionais e internacionais, se metam nas suas contas. Ver aqui a notícia do Jornal i.

Nos outros sectores da economia espera-se que a empresa lucre com a falência da concorrência.

No desporto, por ser diferente, as contas devem ser transparentes e equitativas para que a capacidade desportiva obtida no terreno de jogo, nacional e internacional, seja cristalina.

O Sporting faz bem em alertar que o Benfica tem o maior défice alguma vez alcançado no desporto português e que a situação de falência técnica do Benfica se deve à gestão perdulária e irresponsável de sucessivas direcções do clube encarnado assim como ao silêncio e concordância das instituições privadas e públicas nacionais e internacionais que regulam o futebol português.

Quando a bolha do Benfica rebentar se verá que vai ser chamado a pagar e se nessa altura vai haver crédito para outros clubes nas mesmas situações chamem-se Sporting ou qualquer outro nome.

Há uma coisa que é chata à brava que é a tendência das bolhas rebentarem e também de até esse momento haver a incapacidade dos próprios agentes se autoregenerarem.

Esperemos pois pelo rebentamento da bolha do futebol profissional português.

A DOENÇA LUSITANA DA REGULAÇÃO DOS FERIADOS


Ainda sobre a regulação dos feriados nacionais civis, patrióticos e religiosos, reduzidos a meia dúzia, trata-se indubitavelmente de uma virose epidémica exclusiva do domínio lusitano, personalizado e fechado dentro das suas fronteiras.

E para o ridículo não morrer de vergonha, além da regulação deste governo com ideias fixas, aferradas e írritas, de que da meia dúzia de feriados mandados hibernar sairíamos incólumes desta crise espalhada, disseminada e colada a todos os lusitanos, chegou-se à já vergonhosa conclusão de que, dos feriados enviados para férias, a crise afinal tem crescido paulatinamente, esquecida dos poderes mágicos da expulsão dos referidos feriados.

O Dr. Ribeiro e Castro já pode reclamar o seu 1.º de Dezembro com a alegação de que os feriados eliminados estão a lançar bruxedos para que a crise cresça, e concluir que está a ser a causa desse desenvolvimento já com aspecto cancerígeno. Ou a crise cresce porque não se podem escolher causas aleatoriamente? como este governo anda - de operação em operação, de adivinha em adivinha - a bispar onde estará a génese dela !!!??? 

A emigração em massa que se vem operando e diminuindo a mão-de-obra lusitana não assusta o governo, mas assustou os míseros feriados que aferravam os seus dentes nas finanças e na economia. Depois viu-se que permitiu aumentar a crise e as dívidas.

Finalmente, falta provar cientificamente (?) por que razões ou por quais fundamentos, se prova que esta virose é tipicamente lusitana. Se remontarmos aos tempos da Monarquia Constitucional, o que é que observamos ? Esta preciosa pérola lusitana 100%, e que vale a pena mostrarmos aos nossos filhos e netos, e para que também a posteridade saiba, como trabalha a brilhante elite lusitana desde o tempo do vintismo:

Decreto de 04.09.1821 - Considerando que o grande número de feriados nas Relações causa grande embaraço na Administração da Justiça, e expedientes dos Negócios, ficam abolidos nas Relações de Lisboa, e Porto todos os feriados, exceptuadas somente as férias ordinárias, os Domingos, e Dias Santos de guarda, os Aniversários de Suas Majestades, e os faustos dias de 24 de Agosto, 15 de Setembro, 1.º de Outubro, 26 de Janeiro, 26 de Fevereiro, e 4 de Julho, em comemoração dos gloriosos acontecimentos que neles tiveram lugar. (DG n.º 223, 20.09.1821).

Falta saber - mas aí falham as nossas pesquisas - quais foram de facto os efeitos benéficos que resultaram do direito, se aplicado. Ou se o "embaraço na Administração da Justiça, e os expedientes dos Negócios" não terão piorado.

Previsão não científica - esta virose reaparece de dois em dois séculos. Mas se ela reaparecer em 2212, já é uma aproximação quase-cientificada.



O combate dos chefes vem aí

Um deles vai ganhar o posto de Presidente dos presidentes.

Era bom que o outro não fosse colocado na posição de humilhado.

Há muito por / para fazer e outras instituições e projectos aliciantes para demonstrar a capacidade de concretizar com eficiência no desporto português!

Seven Weels: um conceito diferente

Ver no Público aqui

Project by Noca

O alfaiate de bicicletas de Ílhavo é apresentado pelo Público aqui

domingo, 23 de setembro de 2012

O desporto e a crise da T'ZU

A crise da T'ZU passa ao lado do desporto ou o desporto vive à margem de tudo inclusive das transformações profundas que o país passa.

Os erros são patentes com o desporto já não pela primeira vez, ou seja, pela enésima vez a andar em contra-ciclo com o todo nacional.

Queria só dizer isto.

E acrescentar mais o seguinte:

Os carros topo de gama é uma realidade que me constrange.

Pessoas que nunca pagariam do seu bolso tais objectos, mantêm a ostentação com a crise nas ruas.

Há falta de bom senso.

No 25 de Abril chamar-se-iam fascistas a pessoas com estes comportamentos, apesar de nesse tempo as viaturas terem sido instantaneamente guardadas a recato.

Haverá um relacionamento entre a ostentação de alguns e a cegueira ou estado invisual que se vive no desporto?

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Palavras de Obama que se aplicarão ao desporto português

 “O facto de não termos mudado o tom em Washington é decepcionante.” Obama 2012 reflectiu sobre Obama 2008: “Aprendi algumas lições. A mais importante é que não se pode mudar Washington a partir do interior. Só se pode mudar estando de fora.”

Ver público aqui

Está por demonstrar que o desporto português se reforma por dentro.

Aliás o próprio país não o faz, porque faria o desporto a reforma a partir dos seus líderes e instituições?

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O Rio de Janeiro 2016 vem aí

Eis uma das formas dos brasileiros começarem a formalizarem os Seus Jogos.

Recentemente Stefan Szymanski um economista britânico referiu que era a população britânica que pagava o espectáculo dos Jogos Olímpicos para benefício da população mundial.

Esta uma visão irrepreensível do economista mas que os políticos de muitos países dirão que a sua população está disposta a pagar.

É caro e excessivo mas eles fazem-nos com gosto.

Isto acontece há mais de cem anos e no passado de 3 mil anos também o faziam.

Os Jogos Olímpicos serem excessivos é uma constante que as populações de sempre estão dispostas a pagar.

domingo, 16 de setembro de 2012

Meio Milhão na Rua

Mais concretamente 669 mil diz o Expresso.

A dignidade anónima e a presença de pessoas que duvidosamente votariam à esquerda dá uma genuinidade às reivindicações de ontem que demonstram o que por palavras e expressões indirectas procurámos caracterizar o que se passava no Desporto.

Não estamos na estaca zero porque recuámos e divergimos do que toda a Europa faz.

O estilo gémeo dos dois últimos primeiros-ministros eleitos e o modo de funcionamento dos partidos e dos seus lugares-tenente mostra-nos como quem governa vive soluções umbilicais num só sentido de benefícios para uns e prejuízo para outros que num caso e no outro têm sido sempre os mesmos.

Não tenho soluções neste sentido senão acompanhar o afundamento nacional e procurar pensar sugerindo soluções e acompanhando o que social e democraticamente se vai colocando.

Mais uma vez observei que a entrega aos detentores do poder de propostas de soluções tem resultados perversos e contrários à racionalidade e ao óptimo face ao autismo e ao 'bem da nação' peculiar que assumem, não tendo a capacidade de socialmente criarem e elegerem um modelo inovador para o país.

Os resultados materiais são claros e é por eles que nos devemos orientar para criar um futuro diferente.

A crise do desporto é sistémica e o desporto de Portugal é diferente do desporto do resto da Europa.

Ontem perdemos em hóquei o título europeu com a Espanha a 6 segundos do fim.

A transformação dos comportamentos e o poder de passar a ganhar é aquilo que temos de procurar em todas as modalidades.

Há quem diga que temos de escolher.

Talvez a questão não seja a escolha de quem recebe.

A questão estará em que cada um deverá receber segundo as suas capacidades de realização e não cheques em branco para coisas que se sabe que a estrutura criada não tem unhas para tocar.

Mas esta não é senão uma ínfima parte do que há para fazer.

sábado, 15 de setembro de 2012

Há complexidades que importa reter do desporto moderno

Acompanho algumas características do comportamento de instituições do desporto europeu e mundial por dentro como sócio e como consultor de fóruns de especialistas.

Não me quero gabar, sou-o há muitos anos e o renovar dos contactos e a abertura de fronteiras sugere que é possível haver coisas a correrem bem apesar de tudo.

Alguns dados mostram certezas que importa reter e vir a debater para encontrar soluções.

A procura de soluções se as coisas não correm bem é uma preocupação fundamental.

O principal líder desportivo nacional, sem ser um dos presidentes do futebol, nesta altura diz que faltou dinheiro ao projecto olímpico. Ele está ligeiramente equivocado. O dinheiro não faltou porque o dinheiro que foi dado foi o pedido. Onde estão os documentos em que foram pedidos 30 milhões de euros, sou eu a especular, e onde está a resposta ou as respostas a negarem essa pretensão? O desporto tem de ter líderes capazes de colocar no papel o que pretendem fazer e assumir as suas palavras. os 14 milhões pedidos foram dados e os resultados estão produzidos. Era bom que as instituições que convidam determinadas personalidades para falarem do desporto tivessem o mínimo de interesse em convidar pessoas que baralham o panorama do desporto português.

A falência da Escolinha do Manchester United em Portugal é um exemplo da ausência de estudos económicos mínimos que nem a AGAP, o futebol, o associativismo desportivo fazem. As autarquias avançam para estes projectos e depois ficam entaladas porque o liberalismo de querer lucrar fácil e ter benefícios de rendas públicas é um conceito que apenas existe em Portugal. A situação das escolinhas privadas está a par da colocação dos grandes clubes portugueses em bolsa, ideia que pululou nos anos 90 pelas secretarias de estado a fora e regabofe dos 'históricos' dos grandes clubes. Há outros exemplos deste tipo de comportamentos liberais e cujo resultado é a situação actual do desporto português.

A talhe de foice está a questão da 'bolha do direito do desporto'. Eu comecei por dizê-lo a algumas pessoas e a ideia era discutir, aprofundar para encontrar soluções. O desporto português para passar de 1,4 mil milhões de euros para o dobro, três mil milhões de euros, necessita de tudo e todos e o valor alcança-se com a mudança de procedimentos, a racionalização dos critérios e a inserção de competitividade e democracia. Quando sou despedido da faculdade, sem uma explicação olhos nos olhos, compreendi como há pessoas que estão encurraladas e aterrorizadas usarão métodos de trabalho anquilosados. Mas mais, não existe uma convicção social ampla e interiorizada entre os agentes do desporto de que é possível fazer mais, muito mais.

Isto são algumas notas e para dizer que há quem ande a meter água abundantemente e perdoe-se-me o desbragar faz mal ao nosso desporto, ao partido e à profissão deles, ao nosso país e à nossa população.


Nem tudo são más notícias.
Em Novembro conto ir a Loulé falar sobre a situação actual do desporto português por convite para o seminário organizado pela respectiva Câmara Municipal, onde vão estar também o Augusto Baganha, Abel Santos, Amadeu Portilha, Gastão Sousa, Joaquim Viegas, Seruca Emídio.
Uma boa sessão de trabalho em perspectiva nos mares do sul, em Novembro.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

As palavras de Manuela Ferreira Leite

Estão aqui.

Ou tomamos 'o touro pelos cornos' ou continuamos de mal a pior

Não podemos actuar como se o problema real não existisse.

Mas é isso que se faz em Portugal.

Quem pega pela cauda diz que é um burro, quem percebe a tromba concebe um dinossauro, a perna sugere um hipopótamo e falta a compreensão do animal por inteiro que poderá ser um soberbo elefante.

Face a esta observação parcelar a decisão varia com o eminência sendo na sua essência legislativa parcelar e perniciosa.

Sendo um elefante não percepcionado que especialistas contratar?

Esta parece ser a impreparação absoluta dos partidos do poder ao longo das legislaturas em Portugal.

A incapacidade de eleição de um líder associativo consensualmente reconhecido facultou a permanência de inimputabilidades que destroem o todo, o futuro e garantem a genes perniciosos contaminarem novas gerações ou aniquilando estas últimas pela eternização das não valências de modernidade.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Fui despedido e nem sequer houve o chá de uma justificação olhos nos olhos

Isto está difícil para todos e perante situações semelhantes há um diálogo e há uma ausência de 'chá'.

Depois quando começamos a fazer contas verificamos que dissemos que havia 'uma bolha do direito do desporto' e as coisas fazem sentido.

As soluções não são consensuais e a profundidade das abordagens é curta.

Pesca-se à linha e não havendo 'cão' caça-se com uma 'gataria' abundante.

Isto são erros acumulados porque não havendo a capacidade do diálogo e da capacidade do maior investimento sobre o melhor desporto a consequência é que há agentes mais activos cujo cartão de visita está à melhor mão de semear e 'aqui vai disto' uma e outra vez.

O resultado é conhecido 3,2,1 nos olímpicos e nos paralímpicos 14,7,3 sem tugir nem mugir porque o desporto não tem uma voz.

Gustavo Pires chegou ao paradoxo do Basquetebol a mais intelectual das modalidades desportivas nacionais e que nunca se 'pôs' na Europa ou no mundo. O artigo do Gustavo Pires está no Primeiro de Janeiro de 11SET12.

O caso do Basquetebol é um, como o Andebol outro, ou a Natação, há sessenta casos, e a questão que se coloca é conseguir fazer estudos e análises perseguindo resultados.

Fiz análises no Andebol mas o problema é que não chegou a haver um diálogo com outros técnicos e eventualmente havia outras áreas para estudar paralelamente. Depois não se tiraram conclusões das análises.

A questão mais simples é que o desporto português está em queda livre e as pessoas estão sem capacidade de diálogo com excepção dos 'líderes de sempre' que já sabem tudo e não necessitam de estudos e análises.

São os primeiros a gastarem dezenas de milhares de euros numa multinacional que no dia seguinte ao receberem 'qualquer coisa' dizem-se conhecedoras do 'desporto português'.

Entretanto cada um na sua faculdadezinha mantém as coisas a funcionar e ficamos todos contentes.

A situação actual mói e as pessoas não compreendem as críticas e a necessidade de um sentido a partir do zero absoluto se necessário for.

Não tenho tido muita vontade de desabafar mas o pior não é a situação em si, mas antes a falta de capacidade de criar e construir que o passado e o presente criam.

Estamos sozinhos cada um a criar futuro nenhum.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Pergunta-se na comunicação social sobre o desporto

"Um retrocesso? Uma resposta a alguma forma de pressão? Um fechar de portas aos jovens que saem das escolas superiores? Porventura de tudo um pouco."

Parece haver ignorância de onde menos se espera.

Porventura o desconhecimento de como se está a mexer o mercado europeu e que condições estão verdadeiramente a falhar.

Que solução para este tipo de conflitos e lacunas?

Compreender a complexidade do desporto moderno, estabelecer comportamentos adequados, abrir as catedrais dos saberes que se pensam únicas e dar-lhes competitividade, democracia e o oxigénio das ideias que se querem livres e rigorosas para o realização da média europeia.

Coisa de menos a relevância do diálogo

Os vários actores do desporto português trabalham sozinhos e pouco ou nada dialogam.

Entretanto a falta de diálogo e de transparência dos conteúdos e dos propósitos faz o seu caminho corroendo por vezes actos que sendo correctos não deixam de ser afectados pelo enclausuramento do modelo de comportamento.

Falo por exemplo da complexificação dos graus profissionais dos técnicos de desporto e da tentativa de acompanhamento dessa realidade europeia pelo IPDJ.

Como e onde há falta de diálogo neste caso?

Este processo de formalização da formação é feito em Portugal por pessoas ligadas à formação de técnicos de desporto os quais trabalham sozinhos e entregam o produto do seu trabalho aos juristas para fazerem as leis.

Os juristas a quem eles entregam o seu trabalho também trabalham sozinhos e as leis e outros desenvolvimentos legislativos aparecem como se feitos pelo espírito santo legislativo e há outros legisladores e juristas que se sentem afectados e protestam na comunicação social a sua indignação por estes processos de trabalho sem sequer compreenderem o que se passou em primeiro lugar.

Tendo-me apercebido como economista de alguns elementos, que seria útil acompanhar com a economia, dei conta dessas minhas preocupações tendo sido tomado como metediço, complicado e enviesado estar a meter a economia e ser pessoalmente inoportuno para uma coisa que estava absolutamente correcta na perspectiva dos deuses.

A ignorância que nos levou a uma medalha em Londres não é de hoje, nem tem um único protagonista e é feita de muitas teimosias individuais e colectivas, profissionais e de cátedra.

Aliás as pinceladas de laranja ou rosa poderão ser justificadas porque o tempo passa e passa.

Passar de 3 medalhas em Atenas para 1 medalha em Londres são 12 anos completos e não nos apercebemos e o tempo corre justificando alguma adequação que a técnica justifica e a realidade obriga.

O problema está para além das pinceladas.

Nós somos uns artistas em justificar o rodriguinho e a finta pequena capaz de sentar o Ronaldo que é o melhor do mundo e somos incapazes, profundamente incapazes de conceber o ouro e marcar o trilho até lá chegar, assumindo a responsabilidade pela sua realização e pelo seu fracasso caso este sobrevenha.

Compreende-se como o poder político no desporto usa o direito do desporto e tem medo das suas consequências.