sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Parece que altos responsáveis do país estão mal informados e mal acompanhados, como se dizia no tempo da outra senhora

Nem todos vamos sair vivos da crise.

Aqui, há miúdos a chegarem ao Hospital de Santa Maria porque têm fome!!!!

As Maria Raparigas do Futsal


A Isabel Cruz faz o seguinte apelo

É já nos dias 3 a 9 de Dezembro. Portugal recebe o III Torneio Mundial Feminino de Futsal que reúne as melhores jogadoras do Mundo em Oliveira de Azeméis.

A RTP transmitiu em directo (e várias vezes em diferido) todos os jogos da selecção nacional masculina que há 2 semanas disputou o Campeonato do Mundo, realizado na Tailândia.

A selecção nacional feminina disputa este Torneio, de importância idêntica ao CM, e tem direito ao mesmo reconhecimento público e visibilidade da selecção nacional masculina.  

A RTP está obrigada a transmitir em directo os jogos da selecção nacional feminina.

A não transmissão em directo dos jogos da equipa nacional constitui uma manifesta discriminação contra as mulheres.

Passem a palavra – subscrevam a petição - http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2012N32712

As nossas Maria Raparigas do Futsal agradecem. 

Onde estão os porta-vozes para o desporto dos partidos do Parlamento português

Nestes momentos, ver aqui, era importante ter porta-vozes para compreender que a sociedade compreende o que se passa no desporto e tem uma atitude de posse e de querer ser ouvida.

Que fazer deste Desporto?

Deixei esta questão num Workshop organizado pela Universidade Lusíada de Lisboa esperando o lançamento do debate e sugestões e respostas dos companheiros de mesa.

Contudo, as sugestões e as respostas não surgiram. Admito que talvez seja uma perspectiva errada esta minha conclusão.

Falou-se de muita coisa sem a capacidade de focar o ponto principal de uma reflexão sobre o nosso desporto.

Este é um problema central de um desporto que não se dá bem com a modernidade.

As pessoas não estão predispostas a estruturar as situações, perseguir respostas e a debatê-las publicamente e consensual com os parceiros das diferentes áreas.

Quando está em curso o processo de eleição para presidente da principal organização desportiva o COP esta vacuidade é preenchida por egos ofendidos de um debate em decibéis de vozes alteradas na comunicação social.

Se procurarmos contribuir para a elevação do debate com elementos positivos uma pergunta relevante é saber porque é que o COP se tornou importante ao longo dos anos? O sucesso do COP ter-se-á devido às vitórias, sustentadas no tempo, do Atletismo de Fernando Mota, da loucura bem-sucedida mediaticamente do Euro 2004 de José Sócrates, e do acto de governo de desporto de José Manuel Constantino de colocar no início do ciclo olímpico de 2005-2008 o financiamento público para as actividades olímpicas no COP.

Este instrumento foi aceite por Laurentino Dias. Depois substituiu José Manuel Constantino de presidente do ex-IDP e não se apercebeu que o desporto português estava a morrer.

As vitórias de Fernando Mota conseguidas foram capitalizadas no COP o qual conseguiu reunir fundos e assim construir uma sede com dignidade que o poder político acompanhou.

São os actos que fazem a diferença que importa reter e promover como exemplares para conseguir marcar o futuro.

Repetir o passado investindo acriticamente em actos que tiveram sucesso no passado torna-se errado, embora seja relevante compreender o que se fez e as razões do seu sucesso absoluto, relativo ou não-sucesso.

Actualmente há sinais que mostram o aceleramento do processo desportivo em curso em direcção ao abismo. Definitivamente este trajecto foi definido há mais de dez anos. A diferença em cada nova legislatura é o carregar no acelerador.

Parece que as características profundas do Modelo Português de Desporto estão a levar a melhor e tarda a mais vaga luz ao fundo do túnel.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O lugar de presidente do COP não é um prémio de carreira

O lugar de presidente do COP é para suar e dar o máximo pelo país e pelos portugueses que necessitam de desporto, que se identificam com o esforço e dedicação incondicionais dos atletas de alto rendimento e é para respeitar o trabalho e o emprego daqueles que nas suas profissões necessitam de condições para fazerem valer a sua valia em conhecimentos e em experiência de vida.

Conheço minimamente o trabalho de Fernando Mota e de Manuel Brito para afirmar que sendo eleitos darão um contributo relevante para o desporto.

Ambos estão ligados aos resultados bons e menos bons do desporto português como todos aqueles que se empenham e procuram transformar cometendo erros por vezes e lutando pela coerência das suas actuações.

Concordem ou não por inteiro com esta afirmação atiro que não aceitarão o prolongamento de mandatos presidenciais e tantos outros mandatos vazios de sentido muitas vezes desde o seu momento inicial e que esbulham o desporto da produção eficiente e de resultados que nos coloquem bem dentro das metas europeias.

O desporto português necessita dos dois e o confronto em que se envolveram honra-os e o COP engrandece-se nesse combate.

O confronto deve ser transparente e objectivo nos seus inúmeros vectores e determinantes e para isso os dados e as linhas do debate devem equacionar o futuro face a um passado recheado de resultados positivos e de contradições que é relevante debater e procurar estabelecer melhores soluções para o futuro.

Nenhuma das candidaturas parece ter um blogue e nenhum candidato parece ter um site onde disponibilize os documentos com os seus princípios de actuação e as suas expectativas que apresentam à população e à sociedade.

Apesar de eleitos por presidentes de federações os candidatos à presidência do COP são candidatos que se apresentam perante a população, o desporto e a sociedade e esta realidade deveria levá-los a actuarem de forma diferente do acontecido no passado, fechando-se nos círculos federados.

Para este fim, o próprio COP poderia ter equacionado um espaço cibernauta de apresentação de argumentos e documentos dos candidatos.

Ambos os candidatos poderão ter criado ao longo dos seus longos percursos alguns anticorpos que agora fazem contracorrente às suas candidaturas.

Seria útil numa perspectiva de utilidade cada decisor ter bem ciente que a candidatura vencedora dependerá da resposta a dois factores, entre outros:
  1. O capital desportivo acumulado curricularmente ao longo das décadas;
  2. A garantia de comportamentos futuros face a princípios de ética, de governo da coisa olímpica, de maximização de vários produtos desportivos coincidentes e ou complementares.
Estes dois pontos explicam-se pela necessidade de escolher aquele que acumulou determinados resultados ideais e também das condições futuras que permitirão a quem elege não ficar refém de um líder déspota ou incapaz que a partir de dada altura terá impactos negativos acumulados e crescentes.

Fundamentalmente há que considerar que o lugar de Presidente do COP é o maior cargo desportivo nacional e que essa tremenda responsabilidade deve ser assumida em plenitude por todos os que directa e os que indirectamente vivem deste desporto.

Seria um desperdício muito grande que a eleição do presidente do COP fosse tolhida por factores menores como aqueles que nos têm tornado cada vez mais pequenos à medida que os outros crescem com maior velocidade e determinação.

Estas são mais algumas coisas que queria aqui deixar.

O Combate dos Chefes - pequena nota

Um amigo deu-me nota da complexidade da formação das candidaturas, esperando-se uma forte polarização depois de possíveis desistências de candidaturas que não consigam o número suficiente de federações apoiantes ou da desistência de algum candidato actual por pressão partidária.

As alterações que têm existido nalgumas federações com saída dos antigos presidentes e aparecimento de novos presidentes também é um factor de imponderabilidade dos jogos que estão a ser feitos.

Parece certo que o PSD não tem um candidato de raiz social-democrata indo apoiar algum dos candidatos já existentes.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Reflexões sobre o Desporto na Universidade Lusíada de Lisboa

Realiza-se um Workshop na 5.ª feira a começar às 9,30 horas, durando a parte da manhã.
São oradores convidados:

  1. Gustavo Pires, FMH
  2. José Manuel Constantino, OeirasViva
  3. Fernando Tenreiro, Universidade Lusíada
  4. Alcides Vieira, Universidade Lusíada
Preside ao Workshop Pedro Sarmento,  Universidade Lusíada

A entrada é gratuita e não há necessidade de inscrição prévia

O Combate dos Chefes

O Público noticia aqui a candidatura de Fernando Mota por indicação do grupo de 17 federações.

O Expresso noticia aqui.

Dado que cada candidatura deve ter o apoio de um quarto das 30 federações do COP as candidaturas por agora estarão fechadas.

O combate dos chefes entra numa nova fase onde se espera se comecem a conhecer os argumentos dos candidatos.

A lista de cada candidato deverá ser apresentada até Fevereiro.

Segundo os jornais a actual lista de candidatos será:

  1. Marques da Silva
  2. Carlos Cardoso
  3. Manuel Brito
  4. Fernando Mota

domingo, 25 de novembro de 2012

O xadrez da liderança desportiva

Quando Luís Santos saiu da Confederação do Desporto de Portugal, José Manuel Constantino foi eleito presidente da CDP e fez então um trabalho digno de louvor o que terá contribuído para a sua nomeação para Presidente do ex-IDP pelo PSD.

Hoje pode considerar-se que tal foi um erro por parte das instituições desportivas porque se perdeu um bom presidente da CDP que deixou a instituição e todo o desporto à deriva até hoje havendo uma sangria de soluções de política e de despesas que deviam há muito ter tido outro tipo de soluções de eficiência económica. Perde-se dinheiro desportivo sem valor acrescentado.

Actualmente parece que o PS está a cair num caso semelhante com a nomeação para o COP.

Tendo o PS um excelente nome para ministro ou secretário de Estado para o desporto está a encaminhá-lo para presidente do COP o que parece um erro com possibilidades de ser agravado caso o PS venha a tomar o poder e nomeia o 'seu' presidente do COP para cargos públicos.

O PS deveria estabelecer uma estratégia clara nomeando o seu melhor homem para porta-voz do partido, não necessariamente expondo-o exageradamente, mas quanto baste para marcar a actualidade da luta partidária com intervenções superlativas e criação de uma imagem nacional para o desporto e para o partido.

Não parece que o PS esteja a fazer isto. Parece ainda haver a excessiva presença de políticos que estiveram em legislaturas anteriores e que quando o partido ganha, se sentam na cadeira do desporto e são quase que 'sobas' cujo trabalho acaba por se ver ser inferior ao ideal e servir de exemplo para quem faz o mesmo no partido da cadeira do lado. A reforma dos antigos governantes certamente 'ficar-lhes-ia' muito bem.

Este deixar fazer das partidos políticos entre si apenas acontece no desporto e os seus resultados são medíocres.

Noutros sectores económicos há uma oposição efectiva e um delinear de políticas muito mais amplo e socialmente útil.

Uma geração esmagada pelos mais velhos que têm o cartão no partido

A recente nomeação do presidente da Fundação do Desporto é um contrassenso pelo impedimento que constitui a continuada nomeação para cargos públicos de pessoas dos partidos que retiram o lugar a gerações de líderes desportivos mais novos.

Estamos a falar de pessoas que em geral têm cartão partidário efectivo, que terão marcado determinado do passado mas que pela situação de fracasso do desporto português se demonstra que estão desactualizadas porque a crise actual tem a sua origem nos fracassos do passado em que essas pessoas estavam activas e tantas não saíam apesar da clareza das suas limitações.

A escolha destas pessoas deve-se a critérios de interesse partidário não apresentado publicamente, não contestável e contestado pela oposição desportiva, política ou parlamentar.

Em si esta nomeação é mais um elemento a demonstrar a falência do Modelo Português de Desporto que está inalterado e se vão aprofundando as limitações.

Há toda uma geração de líderes entre os cinquenta e tais e os sessenta e tais que poderiam estar em lugares de liderança e que estão afastados por personalidades partidários que actuam com protecção aos actos de ineficiência e ineficácia que impõem ao desporto.

Falta uma melhor definição de funções, de perfis de liderança e de missões públicas e privadas no desporto português.

Depois aparecem os especialistas contratados quer pelo Estado, quer por outras instituições desportivas que são especialistas de coisa pouca no âmbito do desporto e que distorcem no âmbito do seu conhecimento não-desportivo as possibilidades de modernização do modelo.

As universidades e faculdades de desporto aceitam o desiderato e face a esta impossibilidade das universidades e das faculdades afirmam-se quer os especialistas quer a contratação de empresas que podendo acertar pontualmente algumas ideias, no geral dos seus contributos são caras e os resultados são mínimos.

Assisti a inúmeras intervenções ultimamente que contêm erros de teoria económica que necessitam de um diálogo continuado para no médio prazo se resolverem e ir melhorando o conteúdo e a qualidade das intervenções.

Trata-se de um processo complexo e de muito longo prazo que se forma e necessita de condições de funcionamento modernas.

O padrão do actual Governo PSD/CDS é claro e o PS, o PCP e o BE aceita-o com o respectivo silêncio mediático e no Parlamento.

A medalha e prémios a empresários do desporto, assim como, a contratação de empresários para a apresentação de soluções como do olimpismo, para além da nomeação sistemática de pessoas dos partidos com perto de oitenta anos, acompanhados da destruição institucional e dos favores cirurgicamente colocados, é um erro que cava as limitações do desporto português resolver com sucesso as inúmeras crises que defronta.

Não tenho nenhuma posição contra as pessoas mais velhas e com algumas delas desenvolvi projectos. As pessoas que são objecto deste texto não estão na miséria se não forem nomeadas. Muitas falam habitualmente do carinho pelos netos e respectiva família e do sacrifício dos lugares que ocupam e altamente remunerados, nunca a título benévolo. Alguns são embaixadores da ética ou tem afirmações sobre princípios de ética e de comportamento éticos.

Há que definir bem o que se quer deste desporto e mobilizar para ele as forças máximas sob pena de pessoas que estão confundidas manterem a contaminação de todo o modelo.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Duas notas e outros pontos sobre o que se passa com o COP e com o desporto todo

Por um lado, a eleição é para o líder desportivo que vai ter a maior visibilidade no futuro do desporto.

Por outro, é natural o posicionalmento estratégico de tanta gente que trabalhando no desporto português compreende como é decisivo nesse futuro a eleição de A e não de B.

Quando aqui falei do 'combate dos chefes' para as eleições do presidente do COP e das condições que esse acto acarretaria referi a necessidade de reformas profundas que naturalmente esse líder deverá ser o primeiro dos protagonistas.

A eleição do gestor do ano demonstrou como é possível, mesmo que inadvertidamente, agir sem ética ou fazer fretes por quem por natureza tem prejudicado o desporto português de forma continuada.

Ou seja, a eleição do gestor do ano foi contaminada de uma forma indelével prejudicando a imagem de terceiros e dando a jovens gestores de desporto uma imagem mentirosa.

As eleições são um risco e não é por isso que elas deixarão de ser um instrumento de democracia e de melhoria do nosso futuro.

O estudo da PWC sugere que é possível encomendar estudos e obter resultados que podem ser intuitivamente úteis ou de maior complexidade e suscitando um maior debate público.

O estudo da PWC também não é a última palavra necessitando de um debate cuidadoso para não 'sair o tiro pela culatra'.

O estudo tem aspectos interessantes e é de lamentar que se esteja a fazer a eleição do líder no meio de múltiplos debates e actos legislativos quando as datas dos diferentes actos da legislatura e da governança das federações são conhecidos há muito tempo.

O 'meu' candidato ao COP com condições

I
Gustavo Pires face às personalidades que se candidatarão ao COP e do G-17, o grupo de federações que se reúne há alguns meses a esta parte, propõe hoje no Jornal de Notícias outra personalidade que até agora não se tinha falado.

Para além do mérito relativo de cada personalidade face ao passado e às suas perspectivas de futuro é relevante identificar critérios de decisão que melhor sirvam face a realidade desportiva concreta.

Podemos estar a discutir perfis de presidentes que se desenquadrem da realidade.

Aliás isso acaba de acontecer mais uma vez e que é recorrente no desporto português a eleição de dignas personalidades, apontadas pelos mais insignes príncipes deste país, que se revelam demasiado longe da expectativa gerada e da utilidade material do lugar que passam a ocupar.

O debate tem de ser feito a partir da governança corrente.

Há resultados desportivos no passado e há a necessidade de um outro quadro institucional cuja fulanização precoce pode ser contraditória:
  1. o desporto português é mediocre porque produziu 25 medalhas em 116 anos de olimpismo, o mesmo da Irlanda outro país periférico e católico e um quarto do país europeu mais próximo
  2. seria útil identificar a personalidade que liderou equipas e ganhou mais medalhas de ouro, prata e bronze
  3. é possível encontrar outros indicadores desportivos e eles poderão entrar na discussão do objecto do combate dos chefes
  4. há que relativizar resultados desportivos que sejam pontuais e não tenham a substância que o tempo acumula
  5. uma das limitações do desporto português é a rotação geracional em que há líderes que se eternizam enquanto as novas gerações não têm a oportunidade de cometer erros, experimentarem soluções novas e velhas com alguma diferença, e fazer o desporto beneficiar de quadros estruturais inovadores
  6. a articulação do ponto 2 deve relacionar-se com o ponto 4 no sentido de que a eleição da personalidade que em determinado momento surge como mais experiente, seja acompanhada de uma nova estrutura institucional que logo que essa personalidade falhe haja a possibilidade de discutir o que se passou, incluindo na melhor solução a substituição oportuna do substituto de Vicente Moura
  7. o compromisso pessoal do candidato e o modelo de princípios e de actuação que propõe é um instrumento público que deve ser superior a outros factores que existiram no passado e têm valorizado o 'business as usual'.
A definição de critérios surge como elemento diferenciador e que seria importante fazer neste combate dos chefes.


II
Continuo a considerar que os partidos políticos, todos e particularmente os que estão fora do arco governamental, deveriam ter um porta-voz para o desporto.

A vantagem deste porta-voz é a experimentação de políticas, programas, ideias de desporto, pessoas e equipas.

No passado os secretários de Estado acabaram por ser pessoas sem relevância social para a população sendo especialistas da máquina partidária e parlamentar mas incapazes de uma actuação social aberta e competitiva com outros agentes e outros sectores. Esta frase pode parecer forte mas a realidade desportiva demonstra que a relevância de tantas personalidades foi relativa face ao poder que tiveram de deixar uma marca no desporto e no país.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O Relatório da PWC é uma oportunidade de debate

O COP, a APOGESD, a SPEF e a CNAPEF, a APMD e outras instituições deveriam abrir uma sessão de debate sobre o relatório de 3 ciclos olímpicos da PWC.

Esses debates levantarão questões que possibilitarão aos diferentes parceiros federações, governo, associações profissionais etc contributos que ajudarão a melhor estruturar as suas respostas ao Governo.

Os debates tem razão de se estender aos órgãos de comunicação social.

O desporto e a população certamente ganhariam com este sair da casca e projectar em seu benefício este passo do Governo PSD/CDS.

Como devia funcionar o Conselho Nacional do Desporto

Olhemos para o site do Conselho Económico e Social e observemos possíveis soluções de uma instituição com outras funções, aqui.

A estrutura do site é a seguinte:
  1. CES
    1. o que é o CES
    2. presidente
    3. plenário
    4. comissões
  2. concertação social
    1. atribuições
    2. composição
    3. acordos
    4. enquadramento legal
  3. actividade
    1. pareceres
    2. relatórios e planos
    3. newsletter
    4. outras publicações
    5. eventos
    6. internacional
    7. media
  4. arbitragem
    1. caracterização
    2. serviços mínimos
    3. convenções colectivas
    4. árbitros
    5. enquadramento legal
Esta estrutura de site é o exemplo daquilo que o CND não tem e devia e podia ter.

A pasta que me merece atenção é a da actividade onde tudo o que o CES faz é disponibilizado.

É insuportável do ponto de vista democrático que exista uma organização pública como o CND que trabalhe em autarcia e secretismo.

É inaceitável que tenha acontecido e que passada meia legislatura tudo continue na mesma.

A ética não é para os jornais e coisas dos outros é para assumirmos nos actos mais corriqueiros.

Pressupõe-se que os Conselhos nacionais sejam superlativos.

No do Desporto talvez se possa dizer com propriedade que quem lá está desconhecerá o que deveria fazer porque há pessoas que estão lá há imenso tempo a funcionar da mesma maneira sem site e sem prestar para o desporto e a sociedade a mínima informação sobre o que faz.

Há um conceito estranho que parece gerir o CND e que é ele aconselhar ou assessorar o Governo.

Este parece que trata os conselheiros como propriedade pessoal e estes conselheiros reverenciais e obrigados mantém uma prestação agradecida.

O Desporto necessita de líderes que tenham como obrigação o serviço do bem comum e de fazer bem feito aquilo que é benéfico para a população portuguesa.

Quando este fazer bem feito é esquecido ou nunca foi conhecido o resultado é a iniquidade do Modelo Português de Desporto.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O menino que Gaspar não conhece

Ler aqui a história do menino contada pelo Nicolau Santos.

Temos de reformar o Estado Social para o suportar

Esta tirada é do Gaspar aqui no Dinheiro Vivo.

Que tal começar pelos partidos políticos?

Outra hipótese é reformar a ética da nomeação dos cargos públicos, mas será próprio começar por reformar os líderes e os seus comportamentos?

Adivinha-se para onde se dirigirá o lápis azul do Gaspar ou seja para os funcionários que não estão inscritos em nenhum partido político português.

Ontem o administrador da Siemens atirava com 200.000 desempregados para acertar as contas na Administração Pública porque ele na Siemens trabalha com 300.000.

Já o administrador da Autoeuropa dizia que era fácil desempregar mas que a empresa alemã não iria por aí.

A leitura destas posições distintas de administradores portugueses de empresas alemãs vai no sentido de considerar que na Autoeuropa há investimento na formação dos funcionários para montarem um produto complexo como um automóvel, enquanto o administrador da Siemens está aqui como poderia estar na Conchinchina a produzir circuitos com analfabetos explorados a tostão.

E essa é uma pequena diferença que não se vê Gaspar a fazer a diferença e dando a imagem que prefere a Siemens e os cortes sugeridos pelo respectivo administrador português.

Com portugueses deste calibre porque havemos nós de falar do FMI, por exemplo, ou das melhores tiradas da Sra. Merkel?

Mãe hoje não almocei todo o meu almoço

- Porquê filha?
- Ao meu lado estava uma colega que não tinha comido o pequeno-almoço e eu dei-lhe metade do meu almoço!
- Eu ainda tinha o lanche e ela não tinha comido nada!

Esta é uma história entre muitas que se vão ouvindo.

Face à situação das famílias em desagregação a escola e o clube de bairro são as instituições capazes de
suspender o efeito socialmente destruidor da austeridade.

O relato de quem fugiu ao FMI dos anos 80 e não pensa regressar

No semanário Sol aqui.

Assim se prova que uma parte dos emigrantes perdem-se para o país.

Alguém fez / faz contas?

Da leviandade das afirmações políticas em desporto

O FMI veio afirmar que a recuperação das medidas de austeridade, a levarem o seu tempo, contribuirão para a saída da geração mais qualificada de sempre e isso será uma questão de difícil correcção por Portugal que poderá perder essa geração de jovens.

Há um ano o país assistia governantes a dizerem que era bestial a juventude emigrar e que depois voltaria para Portugal.

Ora o que o FMI vem dizer é que essa volta não está automaticamente assegurada.

Em que ficamos na afirmação dos governantes ou na posição do FMI instituição internacional com quem o governo trabalha assiduamente?

Estamos em crer que a razão estará do lado daqueles que sempre alertaram para a iniquidade da emigração dos jovens.

No desporto existem muitas afirmações deste género.

Ontem um jornal do desporto afiançava que o estudo encomendado pelo Governo a uma empresa dizia que iam fechar modalidades desportivas.

Ninguém me pediu que fizesse esta declaração, faço-a a título individual. Estive envolvido no estudo no âmbito das minhas funções, tenho uma posição sobre o mesmo, que não avançarei aqui.

Posso afirmar que a afirmação do fecho das modalidades não está nas recomendações do estudo.

Outro exemplo, é discutível que alguns prémios dados no desporto com relevância mediática correspondam claramente ao mérito e à ética que esses actos devem alcançar.

Seria útil que as instituições promotoras de prémios apresentassem com prontidão os regulamentos desses prémios e os factos em que se baseiam para atribuírem determinado prémio a determinada pessoa.

Esta fraqueza levou a que pessoas elogiassem quem não merecia para gáudio da audiência e dos comentários que rapidamente se espalharam pelo país corroendo a imagem quer do promotor do prémio quer de quem elogiava acerbamente.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O PS, PCP e BE deveriam ter um porta-voz para o Desporto

Um dos limites do Modelo Português de Desporto é a largueza de procedimentos que a oposição política deixa os partidos do arco governamental sobre política desportiva.

Os resultados são visíveis na actuação livre de críticas que os secretários de Estado e ministros do Desporto gozam com a falência dos resultados desportivos e das instituições desportivas para além do impacto como o desemprego dos agentes desportivos técnicos vários, treinadores, gestores e investigadores.

A oposição politica também é responsável pela falência do Modelo Português de Desporto com o seu silêncio no que à política desportiva nacional diz respeito.

Ao longo dos anos muitas afirmações políticas foram proferidas pelos governantes sem o contraditório pronto e incisivo da oposição.

Isto é fatal para o desporto português.

A oposição política eficaz e uma actuação competente no Parlamento são instrumentos de diálogo e de progresso da política desportiva que entre nós simplesmente não existe.

Ou seja, o facto dos partidos deixarem o máximo de liberdade ao governo é um acto que prejudica o desporto e a população portuguesa e é praticado por partidos como o PS, PCP e BE que desde início da legislatura nunca ninguém os ouviu uma palavra sobre a maximização do bem-estar da população através do desporto.

Sugeriria que este comportamento é no mínimo criminoso face a uma população fortemente lesada pelas políticas dos partidos políticos e que retiram aos carenciados o conforto físico e psíquico que uma actividade física regular e intensa lhes poderia oferecer.

Alargando o leque dos intervenientes confesso que 'não vi' e ninguém me falou da presença de representantes de partidos políticos no Congresso da APOGESD. Não sei se deveriam estar presentes e aqui deixo a minha inquietação.

Afinal o problema do Desporto português somos nós

Dei com uma pessoa que em termos agrestes e mesmo azedos contestava as estatísticas, a sua aplicação ao desporto, quem tinha feito um estudo, e 'tudo' porque o desporto era 'diferente'.

A crítica era feita sem um conhecimento mínimo do trabalho e baseava-se no ouvir dizer e na comunicação social que aliás estava errada o que eu tentei demonstrar.

Pouco argumentei em contrário porque era interrompido com argumentos metralhados em voz alta e logo outra pessoa reafirmava que as estatísticas eram o diabo e a cruz, pelo que atirei ao primeiro que 'como vês o XPTO concorda contigo', saindo apressadamente de costas pela porta mais baixa e com um sorriso de orelha a orelha.

Num espaço de dias esta argumentação por pessoas por sinal com mais de sessenta anos, a minha idade, mostra o seu envelhecimento precoce e a sua impreparação para o diálogo e o debate das coisas e da utilidade relativa daquilo que surge de bom e de menos bom no desporto português.

Sou levado a sugerir que este posicionamento duro perante o diálogo e a novidade de um estudo feito por terceiros é um dado estrutural do Modelo Português de Desporto.

Aliás estas são as mesmas pessoas que quando há outras pessoas a fazer estudos sobre o desporto, se calam e se lhes perguntam se o leram dão respostas evasivas.

Se não temos paciência para os estudos sobre o desporto português feitos por terceiros, como podemos esperar que outros tenham abertura com os nossos ou que os líderes baseiem as suas decisões de política desportiva em estudos e investigação mesmo que feita por outros.

Este posicionamento agreste tem consequências, por um lado, pode cortar prematuramente soluções úteis e, por outro, impedirão a hipótese de melhoria das propostas realizadas.

Deixo aqui o apelo que se analisem os dados que vão aparecendo mesmo que mal fundamentados procurando compreender a utilidade marginal para resolução das dificuldades que o Modelo Português de Desporto tem há muito.

Os alemães da Siemens têm um português como administrador que é um ignorante

Propõe aqui que o Estado português deve diminuir 100 a 200 mil funcionários.

Obviamente o Sr. é um ignorante porque não sabe ou não quer saber que a produtividade do Estado não se compara à de uma multinacional que maximiza o lucro enquanto o Estado maximiza o bem-estar social.

Há funções do Estado que têm o que se chama em economia a doença dos custos. Uma equipa de futebol joga com 11 elementos e não é credível que no futuro para os clubes terem maior rentabilidade alguma jogue com 10 ou 9 jogadores.

Há sectores em que a produtividade tem níveis de crescimento por funcionário elevadíssimos e esses sectores são procurados pelos sectores com finalidade lucrativa para maximizarem os seus lucros. A Siemens trabalha num desses sectores, o sector eléctrico.

Comparar a produtividade da Siemens com a do Estado português mostra que o Sr. Carlos Melo Ribeiro ou é um ignorante ou está a provocar ou está a falar para uma audiência e jornais que aceitam este tipo de asneiras crassas sem questionar o Sr. em que qualidade é que as afirmações são feitas.

Esperemos que ninguém no desporto se enamore deste Sr. e deste tipo de afirmações sob pena de a prazo o vermos a propor novas regras para melhorar as modalidades desportivas nacionais à imagem da sua Siemens.

O Vítor Gaspar do Desporto como se chamará?

O Seminário de Loulé deu a imagem de uma autarquia ou de autarquias de uma região que procuram uma solução para os seus desafios desportivos e que para isso organizam um debate aberto a terceiros a quem pedem intervenções específicas e bem articuladas e dão tempo de exposição e debate.

Já o congresso da APOGESD deu outra imagem distinta de uma instituição que gere o seu sucesso com preocupações nacionais e que pelo menos necessitaria de uma acutilância e clarificação de conceitos.

Corro o risco de desagradar mas o debate democrático não se faz de palavras gentis ou de inverdades ou de verdades escondidas.

Gostei do respirar do Congresso da APOGESD o que me permitiu ver o que me parecem facturas e desafios.

Da conversa com o Abel Figueiredo, creio, conversámos sobre o indivíduo que tem uma constipação e que para não piorar para uma pneumonia necessita de se curar e identificar a constipação e estar dispostos a tratá-la e fazê-lo com eficácia.

Esconder que o desporto tem um corpo ou um modelo de funcionamento e recusar ver a falência são desafios do desporto português.

Inviabilizar uma teoria económica dizendo que o problema é da educação física e não olhar para os da gestão é um comportamento que foi suscitado no congresso.

Ora a SPEF e a CNAPEF reuniram-se em congresso e procuram encontrar uma solução face às reformas actuais e isso quer dizer que a educação física se mexe e isso é positivo.

Quando apresento uma teoria económica isso significa que fiz uma proposta para debate.

Se o desporto não a discute há várias hipóteses: desde a teoria não serve até aos interlocutores que não querem ouvir e participar em tal discussão.

Quando o investigador de gestão desportiva acena com a direita que a educação física está mal e com a esquerda diz que a economia não é relevante enquanto a direita não fizer o que está mal há 100 anos estamos num beco sem saída.

A questão para a gestão é talvez que ela talvez não saiba o que fazer e então procura parar o mundo e as suas voltas.

Obviamente que este resultado do debate foi permitido pelo facto da APOGESD ter feito o congresso e isso é um facto positivo e por tal deve ser incentivada a continuar nesse processo.

Os meus parabéns à equipa liderada pelo Amadeu Portilha.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O Modelo Português de Desporto faliu

Este foi o tema da minha intervenção em Coimbra no excelente XIII Congresso da APOGESD.

Tal como diria o José Mourinho fiz a melhor intervenção do XIII Congresso chamando a atenção para o momento que se vive de profunda conflitualidade entre aquilo que seria o óptimo para o desporto português e actos extraordinários que muitos se questionam sobre o seu significado real.

De entre os factos extraordinários está a eleição do Gestor Desportivo do Ano e que deixou perplexos muitos dos que assistiam à cerimónia assim como o discurso de altos dirigentes desportivos enfatizando a justeza do impropério assim como a indicação de que tal exemplo deveria ser o futuro presidente do comité olímpico.

Também foi anunciado o futuro presidente da fundação do desporto que fez recuar a memória e a concepção do desporto à última e gloriosa década final do século XX.

Muito mais haveria de trazer à colação mas estes elementos sugerem uma imagem material do estado da saúde ética, científica e institucional do Modelo Português de Desporto.

A minha intervenção teve 6 pontos para explicar mais detalhadamente:
  1. dirigir-me aos jovens gestores de desporto constatando uma de 3 situações possíveis: a sua situação de emprego firme ou precário; uma outra situação possível de desemprego necessitando de uma mudança de organização ou procurando-a fora do desporto; a terceira tendo como hipótese a emigração eventualmente para a Europa ou para o Brasil.
  2. saber a situação da Europa do desporto no mundo sugere a sua primazia sobre os demais continentes desportivos América, Ásia e África.
  3. conhecer Portugal no todo europeu e constatar que se encontra no último lugar.
  4. desenvolver um modelo teórico para ajudar a encontrar uma saída para as crises, relacionado com a linha tese que apresenta uma Economia das Federações Desportivas.
  5. concluir que existe uma saída direccionada para a base da pirâmide do Modelo Europeu de Desporto  ao contrário do Modelo Português que apenas se preocupa e erradamente com o topo da pirâmide.
  6. uma vez que os meus companheiros de debate eram Luís Silva do FCPorto e Paulo Faria da Lagos Sport afiancei-lhes que os seus negócios teriam muito mais a ganhar com um modelo europeu do que com o vigente em Portugal.
Um importante cientista do desporto português não terá gostado mesmo nada da minha intervenção e sugeriu que tudo o que eu tinha dito não valia nada porque o problema do desporto português era a educação física que estava mal há 100 anos.

Respondi que as minhas lentes são as económicas e que o modelo económico que proponho tem vantagens sobre o modelo vigente e que como o modelo apenas se defronta com princípios de eficiência e racionalidade a questão de como se comportam os professores de educação física desde há cem anos será uma coisa que será interessante analisar mas que a racionalidade económica precisa de ser trabalhada.

Na verdade a questão dos desafios da educação física a ser exacta e bem fundamentada cientificamente o facto dela se manter durante 100 anos sugere a urgência de a analisar de facto e com competência, resolvendo-a, porque a afirmação do importante professor sugere a cabal incompetência dos profissionais e cientistas da educação física em acompanhar a modernidade europeia.

Voltando aos jovens gestores de desporto estes querem produzir desporto moderno e para eles é um prejuízo os intelectuais e os líderes desportivos não acertarem conceitos que segundo as palavras do investigador são impossíveis e segundo ele nada mais poderão os gestores de desporto fazer enquanto os intelectuais e líderes de desporto não resolverem o problema da educação física.

Eu acho este argumento da educação física física interessante, parecendo que ele obriga os gestores de desporto à ineficiência produtiva, à falência, ao emprego precário numa das situações, ao desemprego ou à emigração, enquanto não se resolve o problema da educação física.

E acabo por onde comecei, há inúmeros sinais que demonstram como o Modelo Português de Desporto é constituído e que essas características faliram a produção de desporto atirando-nos para o sopé do desporto europeu e prejudicam não só a população portuguesa, como os técnicos e gestores e as organizações que deveriam funcionar e lucrar de acordo com os critérios e potencial europeu que Portugal pontualmente vem demonstrando saber produzir.

Como referi no final da minha intervenção Portugal tem uma população maravilhosa, líderes desportivos que fazem milagres, assim como técnicos, árbitros, treinadores e atletas que dão pelo desporto o que a maior parte de nós nunca alcançou e que por eles há que encontrar uma forma de começarmos a produzir o melhor desporto que não conseguimos fazer até hoje de forma sustentada.

[5] CONTRIBUTOS DOS TRÊS LIBERAIS, G. CENTAZZI, COR. AMORÓS, E D. PEDRO IV PARA A GINÁSTICA NA CASA PIA

Publicado no De Rerum Natura, dia 16.11.2012 



Para o efeito importa referir que os alunos da Casa Pia, à data da sua criação, em 1780, pelo corregedor Pina Manique, ficaram instalados no Castelo de S. Jorge. Com Lisboa ainda em ruínas, rescaldo ainda do terramoto, com vadios e gatunos, jovens e adolescentes, muitos deles órfãos, tornou-se obrigatória a recolha de todos, para benefício da cidade e dos carenciados de atenções em cama, mesa, roupa e educação. Homens e mulheres que vagueavam pela cidade, desocupados, foram igualmente conduzidos para o Castelo de S. Jorge, onde se abriu uma loja, e muitas oficinas, com a vinda de mestres do estrangeiro para a fabricação de lonas, brins e tecidos de malha, fiação, tecelagem de seda e algodão, cordoaria, serralharia, carpintaria [29]. O ensino não foi descurado: matemática, química, artilharia e fortificação, óptica, alemão, francês, latim, inglês, anatomia, cirurgia, obstetrícia, desenho, música. A ginástica ou a educação física não figuravam no currículo.

Pina Manique queria mais, desejava actualização, e enviou os melhores alunos para o estrangeiro para estudarem ciências e artes, Londres, Copenhague, Edimburgo, Roma, e também Universidade de Coimbra, o que levou Latino Coelho a considerar a Casa Pia como a Universidade dos Pobres.
Até que as tropas da primeira invasão francesa, em 1807, o ocuparam para se aquartelarem, o que implicou o descalabro da obra de Pina Manique, e a distribuição dos casapianos por outros destinos: asilos, paróquias e conventos. Com o fim da 1.ª invasão a Casa Pia reorganizou-se, em Julho de 1811, no Convento dos Bernardos, mais conhecido como o Convento do Desterro, nele se reagrupando todos os casapianos distribuídos algures, mas, para o efeito, dada a sua responsabilidade na matéria, o Desembargador e Intendente Geral da Polícia, Filipe F. de Araújo e Castro, resolveu, em 31.10.1820 requerer à Academia Real das Ciências a nomeação de uma comissão para estudar e propor as reformas necessárias ao engrandecimento e prosperidade da Casa Pia do Desterro [30]. A Academia acedeu logo a este desejo, tendo a Comissão elaborado a respectiva Memória, subscrita por três académicos mas, sem data, abordando, na “Secção I – Cap. III (educação física e moral), a pp 396-399, mas o tema é o recreio e as actividades físicas associadas aos diferentes ofícios braçais e manuais (funileiro, sapateiro, tecelão, ferreiro,  carpinteiro); na “Secção II – Cap II (Melhoramentos na educação física, e moral / Quanto à educação física no estado de saúde)”, a pp 404-408, e mais, considera que, di-lo a pp 404-405:


Convém regular de uma forma sistemática, da qualidade dos exercícios e recreios em que devam entreter-se os Órfãos, e melhorar suas disposições físicas, sendo muito para recomendar, que na ordem dos exercícios se guarde alguma semelhança com os da forma militar; não só porque utilizam ao vigor da constituição; mas até porque dão mais airosidade ao corpo; além das vantagens que resultam da formação de uma espécie de Escola Militar, sempre útil a qualquer Nação, ainda nos empregos civis.



Casa Pia no Castelo de S. Jorge (1780-1807)          

      Depois da revolução de 1822, a Casa Pia do Convento do Desterro (1811-1833)  
     (Actualmente Hospital de Arroios) 
 chegou a mudar o nome para Colégio Constitucional dos Artistas [31]
       


No Cap IV, da mesma Secção II – Melhoramentos da Administração, expende as funções adequadas ao Director da Educação Física e Moral (pp 412-415), considerando que um hábil Médico de probidade e acreditados estudos seria o mais próprio para o desempenhar, sem dúvida um higienista assente no aforismo de que a higiene é a clínica do homem são, posto que aborda os preceitos da Polícia sanitária, tanto nos dormitórios como nas enfermarias, além de tratar das moléstias dos internados. Daqui se deduz que o conceito de educação física igualava ou se assemelhava ao de higiene, e não propriamente ao conceito de ginástica ou de movimento [32]. Portanto, quando Morais Rocha e Fernando Barreto aludem que a parte final apresentada pela Academia foi no sentido de se ensaiar, na Casa Pia do Desterro, uma Escola Nacional de Educação Física[33], tal sugestão não se define apesar de, na Síntese Cronológica, os autores reincidirem na referida Escola, com o senão de que a Memória da Academia não figura na bibliografia, pelo que se fica na incerteza sobre a fonte que permite a asserção..

A única referência que aparece na Memória, de 36 páginas, diz respeito à formação de uma espécie de Escola Militar, incluída na 20.ª página do relatório, e não no final, e é muito provável que a sugestão dos académicos se tenha reflectido na orientação futura dos casapianos, como mais tarde se verificará [34], porque, atingida a idade de serviço militar, a maioria dos internados preencherá o quadro de recrutas, dará um bom contingente de cabos e sargentos, e alguns oficiais que frequentaram a universidade. Mas a Escola Militar nunca terá a Casa Pia como sede.

D. Pedro IV, pelo decreto de 28 de Dezembro de 1833[35], expedido da Secretaria de Estado dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça, ordenou a transferência da Casa Pia para o Mosteiro dos Jerónimos, o que poderá denunciar ter visitado a instituição do Desterro, antes de 28 de Dezembro de 1833, como se deduz nos três primeiros artigos:


Decreto de 28.12.1833



(In Crónica Constitucional de Lisboa, n.º 135, 31.12.1833)



   A sede da nova Casa Pia foi instalada nos claustros do Mosteiro dos Jerónimos por decisão de
D. Pedro IV



Dois dias depois de ter oficializado a transferência da Casa Pia para o Mosteiro dos Jerónimos, terá visitado algumas instituições de acolhimento, dando assim uma atenção muito especial aos órfãos e desvalidos, e motivando a solidariedade, conforme se lê na notícia do Paço das Necessidades, de 30.12.1833:


(In Crónica Constitucional de Lisboa, n.º 135, 31.12.1833)


Onde se nota o ausentismo pela questões ginásticas ou da educação física, apesar de referenciais para a tese de Paris e para o manuscrito oferecido à Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa (SCML), está patente na assunção concordante do Parecer da Comissão de Higiene da SCML, aprovado pela mesma Sociedade, acerca deste escrito,  onde se conclui que é por conseguinte a Comissão de parecer, que se deve aprovar o escrito, e intenção do Sr. Centazzi, 1.º por ser o primeiro escrito que trate especialmente desta matéria em nossa língua, 2.º porque ele preenche o fim a que é destinado, e 3.º por ser de suma utilidade para o nosso País. (…). Em 17 de Março de 1836.

Parece um pouco tardio o aparecimento da obra de Centazzi para ser o primeiro escrito sobre a matéria, se não houvesse outras do mesmo âmbito, antes de 1836. Para não criar distâncias maiores era do conhecimento geral que a imprensa se debruçava sobre a matéria. A contribuição dos periódicos da época merece especial destaque, como se pode verificar, entre outros:


A Gazeta de Lisboa, n.º 136, de 9.6.1827, informava que um periódico de Bruxelas publicara um longo artigo onde se demonstrava que “uma boa educação física nas classes inferiores produz em primeiro lugar a importante vantagem de prevenir muitas enfermidades, dando ao mesmo tempo maior aptidão para o trabalho”.

 O Interessante, Jornal Instrução e Recreio, n.º IX, de 1835, que, num artigo intitulado “Da ginástica, ou exercício das forças do corpo” (pp 898 a 900) louva as vantagens da prática da “ginástica, da luta, da carreira, do jogar a barra, e a bola”, e faz ainda alusão ao médico francês Tissot com louvor ao seu trabalho Ginástica Médica, publicado em 1780. Esta referência permitiu a M.J. Henriques de Paiva a sua tradução imediata para português, com notas pessoais, com o título Aviso ao povo acerca da sua saúde ou tratado das enfermidades mais frequentes, tanto internas, como externas, de que não tratou Monsieur Tissot no seu Aviso ao Povo o que significa que o título da obra de Tissot era Avis au peuple sur sa santé, e não Ginástica Médica como referiu o jornal

M. J. Henriques de Paiva (1752-1829), entre as inúmeras obras publicadas, alude igualmente ao exercício físico no Aviso ao Povo ou Sumário dos Preceitos mais importantes, concernentes às diferentes profissões e ofícios, aos alimentos e bebidas, ao ar, ao exercício, ao sono, aos vestidos, às intemperanças, à limpeza, ao contágio, às paixões, (Offic. Morazziana, Lisboa, 1787). Com o título de Aviso ao povo ou Summario dos preceitos mais importantes, concernentes á criação das Crianças, estipula, no Artigo V, dedicado ao exercício, que “os homens não podem gozar de perfeita saúde sem exercício”; era higienista quando asseverava que “cumpre que as crianças andem sempre limpas”, porque era voz corrente que a higiene era a clínica da saúde; também era pedagogo quando aconselhava que “não se confranjam as crianças a estarem assentada”,  E acrescentava que “o exercício é o primeiro mantimento da saúde, e o bom ar o segundo”, e era normativista quando estabeleceu em seis parágrafos, como num decreto, os itens necessários para que do exercício se colham os resultados que a saúde exige. E concluía queo exercício é o primeiro mantimento da saúde, e o bom ar o segundo”. 


O seu autor é nada mais que o insigne professor  da Casa Pia, Director da Farmácia da Real Casa Pia do Castelo e seu Professor de Química. Depois da 1.ª Invasão Francesa, por ser considerado um afrancesado devido às relações que manteve com os franceses em 1808 ou 1809 (?), foi preso e degredado para a Baía, naturalizando-se brasileiro em 1822 [36]. O pai, António Ribeiro Paiva, era sobrinho de António Nunes Ribeiro Sanches (1699-1782). 


Martinho de Mendonça de Pina e Proença (1693-1743), formado na Escola de Artes de Coimbra, redigiu, em 1734, um volume de 355 páginas com o título de Apontamentos para a educação de um menino nobre, que para seu uso particular fazia, (Na Oficina de Joseph António da Sylva, Impressor da Academia Real), que parece quase cópia da obra de Jokn Locke (1632-1704) publicada em 1693 (ler a este propósito pé de página 36). Nele se aconselha a dançar, a esgrimir, e montar a cavalo, fazendo gosto de se aplicar a estes exercícios. E, a páginas 311 e sgts acrescenta:



O gosto de conduzir  um principiante para o delicioso campo das ciências, nos ia fazendo esquecer dos exercícios do corpo, não menos úteis, e agradáveis, e mais salutíferos, que os do espírito. A arte ginástica foi algum dia parte da Medicina; e ainda hoje Sydenham, e outros Médicos aconselham a equitação, como remédio universal de insuperáveis achaques nos primeiros anos: basta, que aos meninos, se lhe permita liberdade, e alguma largueza,, que a inclinação natural os encaminhará aos exercícios do corpo, correndo, e saltando: mas se algum for de génio tão preguiçoso, e pesado, que o não faça; se deve provocar, e obrigar a que ande, e corra, ou jogue a péla, exercício cómodo, e que aconselham antigos, e modernos. (…)/ O exercício da espada é utilíssimo à saúde, e vigor do corpo, costumando a estar de pé, e de passos com firmeza, e fortificando os braços, de sorte que não é inútil à profissão de Soldado; (…) nenhum homem sisudo julgará mal empregada  uma hora cada dia aplicada ao exercício mais conveniente, para adquirir uma compleição robusta entre todos os que se podem executar dentro de casa; (---) A dança, que além de dar vigor ao corpo, lhe comunica bom ar, e graça, está hoje entre as nações da Europa como divertimento


Ribeiro Sanches (1699-1783), a quem a imperatriz Catarina a Grande deu um brasão de armas com o mote Acreditava ter nascido para ser útil, não a si próprio, mas ao Mundo todo, em 1760 escreveu as Cartas sobre a Educação da Mocidade, onde se aconselha os exercícios e as práticas desportivas da época, e elaborou o Tratado da Conservação da Saúde dos Povos, explicando a necessidade das actividades físicas no capítulo XXV - Do ócio e do exercício dos Soldados considerados para a Conservação da Saúde.

O bacharel Luiz Carlos Moniz Barreto traduziu a obra francesa de Ambroise Riballier, publicada em 1785, com o título, fiel ao original, Tratado da educação física, e moral das crianças de ambos os sexos, com 358 páginas, e editada dois anos depois, em 1787, pela Oficina. da Academia das Ciências, mas muitas eram as referências médicas fazendo apelo ao movimento, desde o Antigo Regime.


Almeida Garrett (1797-1867), na sua obra, publicada em 1829, Da Educação (ed. Em Casa de Sustenance e Stretch, Londres, 1829)aconselhava: “Os dois breves, simples e excelentes tratados dos D.D. Mello-Franco e F.J. d’Almeida devem andar nas mãos de todos os pais e educadores” (1829: II, 3.ª). Os volumes em referência tinham o mesmo título, aprovados e editados pela Academia Real das Ciências de Lisboa, Tratado da Educação Física dos meninos, para uso da nação portuguesa, o de Francisco de Mello-Franco [37] (1757-1823), em 1790, e o de Francisco José de Almeida [38] (1755-1844), em 1791.

Garret, na introdução do seu trabalho evidenciava que, “exceptuando algumas memórias sobre educação física, não sei que tenhamos nada escrito nem de educação pública nem da particular” (ix), acrescentando que “na educação do corpo ou física, compilei e simplifiquei as regras gerais da boa higiene e da ginástica” (xiv), para opinar ainda que a dança, a equitação e a esgrima eram artes, não profissões, considerando-as “como gentil ornato da educação nobre ou necessário elemento (...) de toda a educação” (xv), e condenando a profissionalização, nestes termos: “Toda a Europa ri dos gentlemens ingleses que degeneram de cavaleiros em picadores; e não conheço nada tão ridículo como um cavalheiro n’um salão de baile fazendo passos e dificuldades de dançarino da ópera” (I, I, 45).

E acrescentava ainda: “não me canso de repetir que a educação física, a moral e a intelectual são conexas e inseparáveis”, mas “a primeira coisa de que devemos tratar é de formar um bom corpo robusto e sadio, e firmar n’esta educação a base sólida, que só ela pode ser, das outras duas” (xvi, xvii). Na educação do corpo ou física, compilei e simplifiquei as regras gerais da boa higiene e da ginástica. ( I, I, 1.ª, 14).



De Centazzi, que nunca indicou nenhuma bibliografia, nem na tese, nem no trabalho oferecido à Academia das Ciências, natural terá sido considerar que o seu trabalho era o primeiro no género a ser publicado em Portugal. O mais grave é a própria Academia confirmá-lo, ignorando os trabalhos já existentes sobre a matéria, quando, muitos deles foram editados pela mesma Academia.

Ainda tentou introduzir em Portugal a prática da ginástica de medicina preventiva, mas as suas intenções esbarraram na incompreensão da época dessa actividade física considerada pouco masculina.

Fique ao menos a glória de ter sido o primeiro escritor português a merecer a primeira tradução para alemão, em 1840, do seu primeiro romance moderno português “O estudante de Coimbra”. A Câmara Municipal de Faro, muito justamente, homenageou-o dando a uma das ruas o seu nome.




O nome do Dr. Centazzi faz parte da toponímia farense desde fevereiro de 1987
(Fonte: blog "Marafado")




 


[29] “Real Casa Pia de Lisboa” in “Branco e Negro. Semanário Ilustrado”, n.º 1, 04.04.1897, Lisboa, p. 2
[30] O relatório pode ser lido a pp. 386 a 453 na “Memória da Comissão encarregada de visitar o Estabelecimento da
   Casa Pia”, in  História e Memórias da Academia Real das Ciências de Lisboa, (Tomo VII, Na Tipografia da mesma Academia, Lisboa, 1821).  A Memória da Comissão ocupa as pp 386-421, com 29 Documentos apensos desde a p.423 até à p.504,.
[31]  In  História da Formação Profissional e da Educação em Portugal , de Carlos Fontes
[32] Quando perguntaram a Herman Boerhaave (1668-1738), famoso médico holandês conhecido mundialmente (um cientista chinês escreveu-lhe uma carta com este endereço : Ao ilustríssimo Boerhaave, médico na Europa.), e considerado o fundador da clínica médica. Como se dizia que a ginástica era a parte da higiene que trata dos efeitos dos diferentes exercícios sobre a economia animal, perguntaram-lhe o que era, para ele, a ginástica, respondeu que era gesta, acta, que em latim significa movimentos, isto é, a ginástica não era mais que movimentos. O médico português Januário Peres Furtado Galvão, no seu Curso elementar de Higiene, de 278 pp, publicado em 1845, apreendeu esta interpretação de Boerhaave, porque no índice pode ler-se Título III-Gesta, e no Cap.I –Ginástica – a arte de conservar uma harmonia salutar entre todas as funções da economia animal e as do sistema locomotor diz-se ginástica. Deduziu daqui que os gesta=movimentos equivaleriam aos gesta=sistema locomotor, já que é neste que se geram os movimentos. Quem estudou com o grande Boerhaave, foi Ribeiro Sanches, chegado à Holanda, em 1730, para fugir da Inquisição, e que, pelo seu valor, em 1731, foi recomendado por Boerhaave à corte imperial da Rússia, onde exerceu durante dezasseis anos altas funções nos exércitos dos czares. E fê-lo porque Boerhaave  já tinha convites para a montagem de clínicas em Edimburgo, Londres, Oxford, Cambridge, Dublin, disseminando Institutos Clínicos em toda a Europa.
[33] Opus cit., pp 25-26
[34] Em 1897, a Real Casa Pia já tinha um corpo militarizado, a imitar o melhor possível o Real Colégio Militar, quer na organização quer na disciplina, quer na farda. Mais tarde, estes normativos: Decreto de 29.09.1903 - Criando um curso de instrução militar na Real Casa Pia de Lisboa. (DG n.º 259, 07.09.1903) (M.Guerra).; e o Decreto de 02.05.1904 - Aprovando o regulamento da Real Casa Pia de Lisboa . (DG n.º100, 06,05,1904) (M.Reino) haverá ginástica e exercícios militares e “o curso de instrução militar é regido por dois professores oficiais do exército, nomeados pelo Ministério da Guerra, sob proposta da provedoria. Além destes professores haverá um segundo sargento para cada 20 alunos.” (Art.º 95.º)
[35]  In .Crónica Constituccional de Lisboa, n.º 135, de 31.12.1833</a>, p. 748.
[36] Apud “Carlos Maria Eugénio de Almeida “Relatório da Administração da Real Casa Pia de Lisboa; relativo ao ano de 1889-1890.
[37] Uma nova edição do Tratado seria produzida muitos anos depois, por José Martinho da Rocha, em Nosso Primeiro Puericultor, Rio de Janeiro, Livraria Agir Editora (1946). Verifica-se nos escritos de F.M.Franco alguma influência do trabalho de John Locke, influência já patente aliás na obra, editada em 1790, com o título de Tratado da educação  física dos meninos, para uso da nação portuguesa. Mas já anteriormente, Martinho de Mendonça, da Academia Real da História, tinha publicado, em 1734, a  Educação de um menino nobre, que, segundo Gomes (1964: 132), seria um decalque da obra de de John Locke (1632-1704), publicada em 1693, sobre a educação, o que reflectia a forte influência do pensador inglês. Ao abrigo da Lei de 02.04.1768 (Por Direito Natural e Divino pertence aos Soberanos proibir a introdução, venda, e publicação de todos os livros e papeis, que contém  prejuízo da Monarquia, e dos vassalos dela) a Real Mesa Censória proibiu a circulação da obra de Locke, quer na língua original quer traduzida.
[38]  Doutor em Medicina pela Universidade de Leyden (Holanda), depois de ter estudado em Coimbra. Segundo Inocêncio Silva, ln Dicionário Bibliográfico (1859, II, 400-401) “Este medico, conhecido geralmente em Lisboa pelo diminutivo de  Almeidinha, em razão da sua exígua estatura, pois era tão pequeno em corpo como grande na sciencia, foi durante muitos annos havido por maçon  (...)”