terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Segundo o espírito da estação, sai uma Grandolada pelo nosso desporto

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade

O fim do Blogue Desporto e Economia

Por perseguição política, improvável numa democracia real este blogue sobre o desporto português e uns pós de economia e bem fazer, termina aqui.

Havia outras questões para partilhar mas sem democracia política em todas as questões, a começar nas mais pequenas, aqui, já não há espaço para mais.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

O desporto está em cacos,assim nos diz o Caso Boavista

José Manuel Meirim, no Público de hoje, sugere que se estude direito para perceber o caso.

Por ter más leis, pelas boas não serem bem aplicadas, pela aplicação das más, 'casos boavista' estão sempre a acontecer no país e o desporto não lhe foge.

No Expresso dizia-se depois do Europeu 2012: 'Não se mexa no futebol'.

Agora sugere-se estudar direito!

O que diz Ferro Rodrigues poderá adequar-se ao desporto?

O desporto tem perdido espaço e capacidade de actuação na sociedade portuguesa com o aquartelamento de posições inamovíveis nas organizações sem conseguir e sem partilhar o reconhecimento de um líder capaz de definir um objectivo, metas e uma estratégia única.

Elege-se quem o poder indica e ouve-se toda a gente dividindo o fraco pecúlio por todos, respeitando as preponderâncias.

Ferro Rodrigues que já foi secretário-geral do PS já sugeriu algumas coisas a António Costa e José Seguro e algumas das suas palavras para o PS no Jornal Sol são:

  1. "Os partidos são formados por pessoas, têm também que ver com os gostos, com a afectividade. O que vejo como negativo é que se esgrima como argumento político argumentos que são da ordem das lealdades e deslealdades. Todos os secretários-gerais do PS, de Mário Soares a António Guterres, tiveram pela frente internamente oposições muito fortes, muito organizadas, e com uma expressão no Parlamento. E o que fizeram ao fim de certo tempo foi enquadrar essas tendências e essas pessoas, pelo trabalho e pela participação activa. Espera que seja isso que vai acontecer. 
  2. ... Para se partir para uma viagem política tão importante como é a de dar ao país esperança, com um governo amplo e que não seja meramente de partido, a unidade interna do PS com base em ideias concretas é indispensável. E o trabalho conjunto de toda a gente é indispensável. O ‘como’ depende sobretudo do secretário-geral."

Estas palavras são para o PS e podendo ser tomadas com distanciamento, também poderão servir ao desporto.

O trabalho de Fernando Mota poderá ter pecado por não se abrir suficientemente à sociedade, se bem que o calendário curto das eleições levasse à captura da insatisfação latente, face ao sucesso do atletismo e à repartição do bolo que se teria de fazer. Fernando Mota foi vítima de um modelo que criminaliza os outsiders e remunera a captura de benefícios, entre outras limitações. Não terá bastado criar alternativas institucionais como a criação de um grupo de presidentes que pensam a realidade desportiva que conhecem tão bem. Se os presidentes das federações é que 'sabem' eles não se aperceberam que a diferença para o caos estava aos seus pés. Se soubessem teriam assumido outras posições e defendido melhor as suas damas, pelo menos alguns desses presidentes. A abertura à sociedade é importante para ter uma pluralidade de posições que fortaleçam a decisão. Dá a ideia que ter formado o grupo de trabalho deveria ter ido mais longe, equacionando uma nova realidade do desporto nacional. O grupo de trabalho foi identificado com o seu promotor e menorizado não conseguindo subir a um patamar superior de questionamento e equacionamento do todo de uma realidade desportiva complexa. Falhado o grupo essa realidade poderá voltar a acontecer com cores diferentes dado que o peso do passado é muito grande.

Olhando o futuro os argumentos esgrimidos são importantes, as opiniões e posições divergentes também, e a viagem que agora se inicia no desporto é a de dar uma esperança, com uma liderança que não seja meramente de um partido ou grupo e o assumir a competência de trabalho de toda a gente é indispensável.

Ferro Rodrigues refere o seguinte: "O ‘como’ depende sobretudo do secretário-geral."

Parafraseando Ferro Rodrigues podemos dizer: O ‘como’ depende sobretudo do presidente do COP.

Eleger o bom presidente do COP está na mão das federações.

Bom domingo!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Congresso Desporto no Feminino - As Mulheres e o Desporto nos séculos XIX e XX


Instituto de História Contemporânea – FCSH, UNL
 20 e 21 Junho de 2013
Call for papers
O acesso da mulher à prática desportiva e à educação física é uma história feita de avanços e recuos, pontuada por discriminações, mudanças de mentalidades e conquistas sociais. Na verdade até ao final de 1800 a participação das mulheres em eventos desportivos era encarada do ponto de vista do entretenimento, dando-se particular atenção à postura facial e corporal, à beleza feminina e remetendo-se para segundo plano a força física, a agilidade e a destreza das atletas. Os Jogos Olímpicos de Verão ilustram bem este percurso.
As mulheres começaram a participar em competições desportivas em 1770, nos Jogos Ingleses, contudo só nos Jogos Olímpicos de Londres, realizados em 2012, é que se fizeram representar em todas as modalidades do programa olímpico.   
O Congresso “As Mulheres e o Desporto nos Séculos XIX e XX” pretende analisar, de forma crítica e integrada, a história deste percurso, observando as suas múltiplas dimensões e abordagens, sociais, económicas, políticas, culturais, jurídicas, éticas, organizativas, mediáticas, médicas e de género. O encontro pretende constituir um espaço de partilha e de debate, procurando estimular e aprofundar o desenvolvimento de estudos na área da História do Desporto, em particular no domínio da História do Desporto Feminino.
O Encontro reúne intervenções proferidas por conferencistas convidados e a apresentação de comunicações submetidas através de call for papers. Convidam-se todos os investigadores a participar neste Encontro, apresentando propostas de comunicação subordinadas aos seguintes temas:
·        A natureza e a evolução das práticas desportivas;
·        O desporto e a educação física como instrumentos de emancipação social e cultural da mulher;
·        A posição e o papel do Estado;
·        Os discursos, as ideologias e as políticas, ou a sua ausência, que enquadram o desporto feminino;
·        O papel dos clubes, das associações e da prática do desporto em ambiente escolar;
·        As modalidades de construção/edificação de uma memória do desporto feminino.
Data limite de submissão de propostas: 26 de Abril

Data de comunicação do resultado da submissão: 13 de Maio

Divulgação final do programa: 10 de Junho

Enviar: Formulário (somente em word) no qual consta o título da comunicação, o resumo (máximo de 500 palavras) e um breve CV (máximo de 150 palavras) até ao dia 26 Abril de 2013 para o endereço: desportofeminino.ihc@gmail.com

Línguas do congresso: Português, Espanhol e Inglês

Inscrição
25 euros e 10 euros (estudantes) até 31 de Maio
35 euros e 20 euros (estudantes) após 31 de Maio

Comissão Organizadora
Maria Fernanda Rollo (IHC- FCSH)
Fátima Mariano (IHC-FCSH)
Rita Nunes (IHC-FCSH e AOP)
Yvette Santos (IHC-FCSH)
Para mais informações, consultar www.ihc.fcsh.unl.pt ou

O inquérito à natação do olimpismo australiano

O jornal i tem um desenvolvimento das análises aos problemas da equipa de natação australiana afirmando haver um segundo estudo para além do indicado aqui, pelo Público.

No desporto português é preciso fazer o que deve ser feito.

Não tenho milagres ou propostas acabadas.

O próximo líder do desporto português deve assumir o cargo por inteiro e estruturar um objectivo de longo prazo.

A dimensão da queda mundial do desporto português estimada no 85.º lugar pelo estudo da Havas, que referi aqui, é grande e vai obrigar a começar a estruturação do desporto profundamente.

Isto no caso de um líder e uma equipa olímpica capazes de estruturar um discurso coerente a partir daquilo que disserem.

Continua a ser corrente ouvir no desporto português promessas grandiloquentes e mesmo afirmações menos ambiciosas seguidas de actos irrisórios ou pontuados por inverdades.

Já aqui o tenho referido que a questão não é ir atrás de ninguém, temos de avançar para o futuro e isso passa por saber o caminho que temos de fazer e aquele que trilhámos sem desculpas ou falsos melindres ou deixar de ouvir A ou B porque fez isto ou aquilo ou já lá não está.

O lugar de presidente do COP é singular e o trabalho 'de tricotar' relações e afectividades num horizonte de exigência é a função de um grande líder que as federações desportivas nacionais têm de eleger.

Haverá várias questões que ajudarão a observar o caminho que vão trilhar os eleitos de Março, a avaliação do nosso percurso olímpico é uma delas.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Os estudos sobre o desporto australiano

O alto rendimento português tem dificuldades e devia atentar o que fazem os países que se classificam em primeiro lugar.

A Austália fez agora um estudo sobre a sua participação na Natação e chegou aos resultados indicados no artigo do Público, aqui.

Deixo a sugesstão ao novo inquilino do COP olhar para o que fazem os países com maior sucesso desportivo para copiar os seus bons hábitos de governança do sector.

A CM Lisboa e a Volvo Ocean Race

Tinha focado, aqui, a relevância da corrida de vela para o cabaz de megaeventos da cidade de Lisboa.

Agora em diferentes jornais, nomeadamente aqui, noticia-se que a CM Lisboa alterou a sua posição através de uma eventual mudança de opinião do PSD.

Não estou a favor ou contra.

Como economista observo que existe uma oportunidade para a capital mas preciso de mais dados antes de poder estruturar um juízo.

No último ano assisti a algumas conferências ou seminários onde alguns colegas universitários mostravam números entusiasmantes acerca do sucesso económico de inúmeros eventos e mega-eventos desportivos.

Fiquei alerta na primeira ocasião e nas outras confirmei a opinião de que o entusiasmo podendo ser legítimo face aos resultados apresentados era infundado devido a dificuldades metodológicas dos estudos.

Aliás estará à disposição de quem quiser estudos sobre eventos desportivos feitos em Portugal e é fácil verificar a unanimidade do optimismo e dos magníficos resultados dos eventos desportivos realizados entre nós.

Há vários problemas com procedimentos deste género:
  1. A população e os investidores ficam chateados com razão se depois lhes demonstram que a realidade não é tão proveitosa, nem ao olharem para os seus benefícios face aos investimentos feitos compreendem o optimismo da investigação feita.
  2. Isto aconteceu no Euro2004 e continua a acontecer.
  3. Mesmo que tenha um lucro pequeno ou mesmo um prejuízo, a verdade sobre o que se ganha e se perde é a melhor estratégia.
Isto no caso de haver uma estratégia.

A da CM Lisboa parece vir a ter Lisboa como porto de partida da regate a longo prazo.

À distância a que se está e pelo que se passou em edições anteriores já devia haver mais material sobre os custos e os benefícios para Lisboa e para a área metropolitana de Lisboa.

A população está farta de projectos-maravilha que enchem os bolsos a quem se paga para montar a festa e isso é uma despesa não é um investimento, saindo do Estado com ou sem CM.

Poderá ser investimento se a receita for uma aplicação vinda do exterior e se o valor acrescentado gerado não retirar benefícios locais a outros agentes económicos.

Isto são aspectos técnicos mas são eles que dão credibilidade à decisão de política desportiva seja autárquica ou de outra entidade.

Pelos vistos ainda há tempo e se os estudos não estão feitos era bom dar-lhes início porque eles também são parte do bom investimento.

Noutra dimensão que ainda não vi expresso nos jornais é que é importante envolver a base da prática da Vela e porque também não o projecto olímpico e o alto rendimento nacionais?

Como?

Seria um bom início de trabalho ter um projecto estrutural para a Vela nacional.

Agora que tanto se fala do Mar e com o alto patrocínio do Presidente da República e de tantas instituições era bom haver um projecto com cabeça, tronco e membros e não se estar unicamente pelas cerimónias públicas e a atirar dinheiro para cima dos desafios que syrgem da moda.

Como trabalhador no Concelho de Lisboa gostava que a CM de Lisboa explicasse melhor o projecto da Volvo Ocean Race muito para além do que vai conseguindo na Assembleia Municipal onde parece as ideias variarem bastante.

Começar de 'novo' em 2013

O desporto português tem uma oportunidade de começar um amanhã novo no prazo de um mês após as eleições do COP para a eleição de um novo presidente e uma nova direcção.

Até lá houve namoros vários e depois de escolhido o cavaleiro campeão e do casamento vai iniciar-se uma Lua-de-mel mais ou menos curta dependendo do Estado em que a casa for encontrada e da vontade de a remodelar.

As coisas depois do casamento vão ser diferentes.

Há federações em dificuldades como sugerem as notícias vindas a público e há coisas que ninguém fala, que existem e noutro país exigiriam um tratamento há muito tempo, o que nunca aconteceu.

Nunca aconteceu por interesse das federações que preferiram trabalhar em condições infra desportivas até à aniquilação como se observa no esmagamento olímpico de 2004 a 2012, 8 anos, e da actual queda para o 85.º lugar segundo o estudo da empresa Havas.

Materialmente, sem uma transformação corajosa, duvido absolutamente que os técnicos e os praticantes portugueses possam fazer melhor do que já fazem.

Quero dizer que não percebo nada de aspectos técnicos da prática desportiva, mas tenho as maiores reservas à performance desportiva com as condições de trabalho e a estrutura de liderança e governança actuais.

Com é que vai ser?

É um território novo, aquele onde se vai aventurar e que vai encontrar o novo líder do COP.

O aspecto determinante é a imagem que têm do candidato em quem vão votar dos líderes desportivos do colégio eleitoral do COP.

Essa imagem está condicionada por aquilo que esperam para o seu futuro e para os benefícios que a sua modalidade obtenha de aspectos mais gerais de reforma do desporto nacional.

Consoante a sua escolha o eleito vai actuar com coerência aos seus princípios e face aos desafios, aos problemas, às contrariedades, aos erros pequenos e grandes. ao sucesso momentâneo que vão naturalmente aparecer, cada um actuará de forma própria.

A escolha dos votantes é vital porque a liderança escolhida pode durar muito tempo, como duram as coisas em Portugal.

A presença do Estado numa ou noutra candidatura pode ser um elemento a considerar ou a fugir.

Por tradição o Estado envolveu-se sempre profundamente em todos os projectos desportivos com os resultados que se observam.

Votar no candidato do Estado ou fugir dele também pode ser um factor de decisão.

Outro factor de decisão é a idade.

O trabalho do COP não é para um ciclo olímpico e também não é para encher o ego do candidato como aconteceu no passado.

No passado quando o presidente quis ser líder nos cem anos do COP não olhou para o interesse dos atletas, treinadores e federações como chegamos agora a Londres e a razia de marcas e medalhas demonstra o vazio do acto.

A responsabilização que deve ser exigida ao novo presidente do COP é a criação de um projecto de vários ciclos olímpicos e sem temor, com coragem como fazem os atletas nas corridas e jogos diariamente.

Isto para dizer que não será de esperar pelo corte do melão para saber o que está dentro, o que também acontecerá com os casamentos.

Sem dúvida que existem dúvidas e imponderáveis mas existem boas e más colheitas, bons e maus agricultores e nisto as notas curriculares e as características do lugar ajudam a retirar as margens das dúvidas.

A responsabilidade é muito grande para quem vai votar, tão grande quanto a responsabilidade que vão atribuir ao responsável eleito.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Ainda os prémios do Estado aos campeões desportivos

I
Os prémios dados aos campeões não são do IPDJ.

Alguma comunicação social diz que são os prémios do IPDJ e não são.

Os prémios são atribuídos pelo Estado e representam o reconhecimento da população portuguesa, da nacionalidade, pelo exemplo de excelência protagonizado pelos campeões desportivos.

Não sei qual outro nome mais adequado, apenas o nome IPDJ parece-me inadequado.

Um jurista esclarecerá este desiderato.


II
Os prémios deveriam ser entregues mal acabam os Jogos Olímpicos.

O desporto tem de capitalizar ao máximo os seus feitos e o reconhecimento de Portugal aos feitos dos jovens campeões são um momento que é maximizado 'no dia seguinte ao encerramento dos jogos olímpicos'.

Meio ano depois é demasiado tempo e o COP, mesmo que não dependa dele, deveria estar atento a estes pormenores.


III
Eu não quero falar, agora, sobre a problemática económica do alto rendimento.

Uma das dificuldades do alto rendimento português é o esmagamento dos benefícios dos atletas que não se resolve com exposições nos órgãos de comunicação social.

A matéria é vasta e de efeitos por vezes contraditórios como se observa em múltiplas ineficiências nacionais.

Eu não tenho dados que me permitam dizer que a dupla da Canoagem esteja a receber o preço justo.

Até me parece que não é isso que está em causa.

O que me pareceu que estava em causa era receber o bolo todo por atleta e não o equacionar de uma estrutura de percepção para a remuneração de actos de excepção praticados por atletas extraordinários.

Outra situação ainda é a aferição dessa remuneração simultaneamente simbólica, extraordinária e bastante segundo padrões de singularidade, justeza e equidade bem definidos.


IV
É uma matéria aliciante e deixaria aqui um apelo ao Emanuel Silva e ao Fernando Pimenta para que contribuam para um desporto português mais estimulante e justo para os que como eles dão tudo de todo o seu ser.

O que vocês sentem como uma injustiça poderá ser melhorado e com o Vosso alerta vocês tornaram-se agentes de melhoria.

A Associação dos Atletas Olímpicos deveriam ter actuado e chamado à atenção para a Vossa interpretação há muito tempo e com a actuação da Vossa federação e de outras federações talvez se pudesse ter dado passos positivos com resultados distintos dos actuais.

Pareceu tardia a Vossa actuação.

Mas foi muito importante o que fizeram, porque foi por vocês aberta a hipótese de ir mais longe ainda na concepção de um melhor modelo para o alto rendimento nacional.

Ronaldo-1 e Messi-0

Ver notícia no DN sobre a relação dos ídolos com as crianças.

Ronaldo sai muito bem na fotografia.

Messi certamente irá ajustar a sua actuação no futuro.

Entretanto, Ronaldo 'ganha a taça'.

O estudo da Havas

A informação é um conceito europeu e mundial que os países mais desenvolvidos do mundo prosseguem, produzindo informação necessária ao funcionamento das organizações a custo zero para permitir decisões oportunas e boas dos agentes nos mercados.

Com informação atempadamente produzida deixa de haver sustos como o agora  sentido com o estudo da Havas.

Entre nós as estatísticas, poucas que há, estão descredibilizadas e não são usadas no discurso político desportivo.

Coloquei em muitos artigos quadros com informação e os jornais também não estão interessados em usar quadros.

Adicionalmente há o crime de não se fazerem estudos fundamentais e de deixar passar anos e décadas no desconhecimento real do que se passa.

Fico-me por aqui.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O choque por uma notícia esperada, ver o jornal a Bola de 15FEV2013, pg.s 20 e 21

Estando ciente das críticas que se faziam aos meus resultados estatísticos, em que eu afirmava os frágeis resultados olímpicos como equivalentes aos do resto do desporto português, cheguei a propor a um presidente de uma federação um estudo do género da agência Havas o qual agora coloca Portugal na 85ª posição mundial em 115 países.

Como de outras vezes não houve condições de trabalho, o trabalho ainda arrancou mas parou a seguir com uma pequena conclusão.

A agência Havas ao classificar Portugal em 85.º lugar na avaliação de 53 modalidades mostra que não há limites quando se cai desamparado como aqueles velhos que ficam com a cara toda marcada porque não tiveram a mínima capacidade de autoprotecção.

Portugal estava a cair há muito e em 2012 sem nervo e lucidez desce sem travões ao 85.º lugar mundial.

Outra coisa que fiz durante anos foi alertar para o abrandamento da actividade desportiva e de múltiplos indicadores regressivos do desporto nacional.

Este não é o primeiro estudo internacional outros existem, que ao longo dos anos alertaram quem quis ser alertado.

O problema hoje não é subir nos rankings mas ir às causas profundas.

Sem ir às causas profundas e vitais o desporto português até pode subir e sube manco, sem coerência, sem ética.

Há factores profundos que não são referidos e não se pensa, nem se actua, não se propõe.

Não estou a fazer caixinha porque para chegar a consensos sólidos e sérios há necessidade de mais do que uma pessoa falar sozinha no seu blogue.

Há sectores no desporto português que vivem da miséria alheia, dando a importância que não têm e nem a arte para lá chegar conseguem convencer.

Creio que não estou a ofender ninguém, não o quero fazer, mas não posso calar a situação má que afecta o país e a sua população através do desporto.

Há quem a coragem dita para ficar calado ou falar de inverosimilhanças.

Tomo nota dessas posições e tento compreender causas e outras condições de trabalho possíveis.

Como tenho repisado os desafios são tremendos para o desporto português e a notícia da Havas era esperada.

Enquanto se continuar a cometer erros e não ter a coragem para os emendar nem haver capacidade nacional de chamar a atenção para o que vai correndo mal, o desporto português vive uma mentira e não tem como sair da dificuldade em que está metido.

Ninguém acredita no desporto, por isso a mentira não tem eco, nem repúdio e não mobiliza para a correcção porque o ente não existe.

Felicito a Bola pelo trabalho de divulgação do estudo da Havas.

O estudo da Havas é uma pedrada de uma verdade que se escondeu durante décadas retirando ao desporto possíbilidades mínimas de evoluir através das suas estatísticas, através de um espelho para onde olhasse e se reconhecesse ou pretendesse melhorar.

Apesar de tudo, creio que copiar o mau passado vai ser mais difícil de sustentar no futuro do desporto português.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

À atenção da liderança do COP

https://educast.fccn.pt/vod/clips/6cxruvwos/flash.html

Ouvir a terceira intervenção de António Almeida Henriques sobre o QREN 2014-2020.

Sociedades de Advogados dedicadas ao direito do desporto em 2013, segundo o Anuário


  1. A. M. Pereira, Sáragga Leal, Oliveira Martins, Júdice & Associados
  2. ABPD - Amaral Blanco, Portela Duarte & Associados
  3. Abreu & Associados
  4. Aguiar Branco & Associados
  5. António Frutuoso de Melo & Associados
  6. CCA Advogados
  7. Correia, Seara, Caldas, Simões & Associados
  8. CRBA - Capitão, Rodrigues Bastos, Areia & Associados
  9. CTSU - Campilho, Ribeiro Telles, Schiappa Cabral, Ulrich & Associados
  10. Cuatrecasa, Gonçalves Pereira
  11. Gama Lobo Xavier, Luís Teixeira e Melo & Associados
  12. Garrigues
  13. Gómez - Acebo & Pombo
  14. José Maceirinha, Pedro Maceirinha & Associados
  15. Miranda Correia Amendoeira & Associados
  16. Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silv & Associados
  17. Pares Advogados
  18. Raposo Bernardo & Associados
  19. Serra Lopes, Cortes Martins & Associados
  20. Sousa Guedes. Oliveira Couto & Associados
A leitura económica é que o segmento de mercado do direito do desporto tem pelo menos 20 empresas privadas em Portugal, segundo o Anuário das Sociedades de Advogados.

Não acompanhei edições anteriores do Anuário mas partirei do princípio que há empresas a entrarem no mercado como foi o caso anunciado há algumas semanas de um conhecido jurista do desporto ter sido convidado para uma sociedade de advogados.

Economicamente a livre entrada de empresas significa que existe um lucro económico no mercado e que a entrada de novas sociedades existirá enquanto a perspectiva do lucro se mantiver e se concretizar na realidade.

O desporto que lava mais branco

A cena da expulsão dos vendilhões do templo por parte de Jesus Cristo é o paradigma dos purismos doutrinários.

Estes paradigmas improváveis são comuns no desporto português onde se produzem assiduamente.

As portas de um debate profícuo e desempoeirado não se chegaram a abrir no combate dos chefes e agora estão de novo aferrolhadas.

Nova expulsão dos infiéis do templo acabou de acontecer sobrepondo-se a outras que acontecem com tal frequência que se tornam costumeiras.

Mantenho esperanças que o ciclo olímpico que estamos a viver 2013-2016 será diferente.

Há vários elementos centrais que darão o sentido da diferença e a evolução em direcção ao futuro.

As minhas esperanças estão em factos não surgidos e de que não gostaria de fazer futurologia superior a vagas esperanças.

As coisas poderão agudizar-se e poderão também ser indiferentes sem alma e sem vida.

Como diz o poeta tu comes-me como cogumelo mas eu estou a olhar para ti.

Isto não é pessoal porque é um acto feito por A, por B, por C...

Entre a sacralização visando a purificação doutrinária e a apropriação do valor acrescentado mantêm-se processos que são arcaicos e impedem os valores da governança europeia.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Sobre a violência no futebol em Braga

Na Bola de hoje, 16fev2013.

Mário Figueiredo: "Temo que haja uma desgraça num campo de futebol".

APAF: lamentou, em comunicado, a falta de policiamento nos jogos e criticou a FPF, demonstrando "estranheza perante as punições residuais atribuídas pelo Conselho de Disciplina da FPF"

São duas posições éticas bem distintas: 
  • A primeira deita as mãos à cabeça.
  • A segunda deita as mãos à obra.

Obama no discurso de estado da União

"A redução do défice não é um plano económico"

Adriano Moreira dixit

Pergunta-lhe o jornalista do Jornal de Negócios, 15Fev2013: Porque é que o seu discurso está muito mais esquerdista do que imaginaria?

Adriano Moreira responde: Porque você tem uma imaginação pequena. Vamos lá a ver. Nasci numa família muito pobre. Sei muito bem como é que vivem os pobres. Descrevi isso num livro de memórias que publiquei. Éramos felizes - engraçado. Havia uma solidariedade. O que fiz (politicamente) não obedece à esquerda nem à direita. Obedece à escala de valores que aprendi em criança. Uso muitas vezes a expressão: os valores são o eixo da roda. A roda corre todas as paisagens. O eixo acompanha a roda, mas não anda. Quando fui presidente do CDS, disse: "Este partido tem de assumir a obrigação em relação aos pobres". Parece-lhe muito de direita?

O tiro no pé!

É preciso maturidade e cabeça-fria.

Face a um acontecimento, desta semana que passou, perguntaram-me: então agora vai ser assim?

As federações têm dificuldades grandes e têm de ter níveis de diálogo e procedimentos para benefício mútuo com os parceiros institucionais.

Há que antecipar acontecimentos e esgotar o diálogo antes de passar ao murro na mesa.

Ou antes de passar ao que o outro pensa ser um murro, não na mesa, mas entre os olhos!

Segundo a Harvard Business Review, de Fevereiro de 2013, antes a emoção estava ausente da teoria para alcançar acordos construtivos.

A revista apresenta vários exemplos de emoções fortes e de diferentes desfechos para além de apresentar medidas preparatórias das reuniões de negociação.

A realidade desportiva actual, de profundas crises e o futuro para o desenvolvimento do desporto português, sugere que as federações possuam órgãos de análise de desafios e problemas e de especialistas capazes de analisar essas situações, de as sistematizar e propor soluções, para além da estrutura de direcção dever ter um certo poder de encaixe que lhe permita colocar os dossiers na forma e no momento que é melhor para o todo e não segundo a pressão criada por uma dor súbita nos calos.

O tiro no pé dá uma má imagem de quem dá o tiro no próprio pé e propaga-se aos acompanhantes.

O tiro no pé estraga o dito pé e sugere que quem o fez não está bem.

Com algum trabalho é possível criar condições para evitar os tiros nos pés.

Com algum trabalho.

Há vontade e condições de o fazer? 

De os evitar?

Bom fim-de-semana!

Semper fidelis

Como contigo aqui fica a costela espanhola de Luigi Boccherini: La Musica Notturna delle Strade di Madrid - Op. 30 n. 6 (G. 324) por Jordi Savall.

Os prémios do alto rendimento

A dimensão económica do alto rendimento está insuficientemente trabalhada em Portugal.

Acresce a 'facilidade' de certa ineficácia das leis que demasiadas vezes surge, quer por via das interpretações da lei, quer por lacunas da feitura da lei.

O desporto sempre preferiu resolver as questões casuisticamente e à míngua de resultados de topo chega-se a 2013 com a dúvida se determinado prémio é para o lugar ou por atleta.

Este não é certamente o único problema neste domínio como se observa na frágil colheita de resultados desportivos variados.

Abundam pequenos problemas aqui e ali que sempre tolhem a actuação dos atletas e das suas organizações.

As queixas da canoagem sugerem que os prémios são a retribuição para o esforço de uma vida.

Naturalmente que estes prémios são comuns desde a antiguidade clássica e são o reconhecimento público do feito conseguido.

Há um valor que o desporto cumpre, mesmo quando o atleta ou a equipa nada ganham relacionado com toda a metodologia de trabalho, o brio no cumprimento das exigentes funções do alto rendimento e que parece estar a ser insuficientemente considerado pelo associativismo.

O tratamento da matéria da economia do desporto no passado não foi feliz sendo que a tristeza da situação se relaciona com uma equação desequilibrada face a outros comportamentos europeus que os atletas tantas vezes reconhecem nos seus contactos mundiais.

Sendo relevante o esclarecimento solicitado por Mário Santos seria útil escalpelizar o alto rendimento português mais profundamente.

Sendo que ambos são relevantes, será um trabalho que parece estar para além do actual esclarecimento solicitado pela canoagem.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A fome não é um dever constitucional

Artigo de Adriano Moreira no Jornal de Negócios, ver aqui.



Vamos introduzir uma pequena nuance desportiva:

Mesmo que ninguém fale dela, a fome desportiva também não é um dever constitucional.

Diz um anónimo no Público

"Abdicações papais, relâmpagos no vaticano, meteoritos na Sibéria. Só falta o termos um governo constituído por pessoas honestas e começo a acreditar em milagres."

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

À consideração do novo presidente do COP

Procurei no site do COP uma referência aos programas dos candidatos Marques da Silva e José Constantino e não encontrei nenhum documento das candidaturas.

A questão relevante é se os textos produzidos e apresentados publicamente à comunicação social deveriam ter cabimento no site do COP.

Estes documentos serão úteis ao colégio eleitoral mas a possibilidade de os divulgar é um requisito de democracia e de acesso fácil a informação que é pública.

Este serviço público deveria ter sido assegurado desde início há muito tempo, com lugares no site para cada um dos candidatos, colocarem o que entendessem, com regras mínimas de civilidade. Outra hipótese era haver um local de debate público no site do COP.

Quando falei no Combate dos Chefes esgrimia hipóteses relacionadas com um comportamento arbitral idónio exemplar e uma liberdade de actuação plena e responsável.

São estas pequenas coisas que mostram a necessidade de uma transformação no comportamento do associativismo.

Este fim-de-semana ouvi um líder federativo na televisão e compreendi que ele estava um pouco perdido e o seu discurso era confuso.

Notei também que o jornalista fez perguntas mais elaboradas do que a sua classe faz, o que é uma coisa boa.

No blogue Colectividade Desportiva a Professora Maria José Carvalho, referia a existência de mulheres numa das listas de candidatura ao contrário da outra.

Aliás a própria Maria José Carvalho seria um activo valioso em qualquer das listas apresentadas e não pertence.

O desporto português tem nuances que se notam e são importantes como é o caso da valorização jornalistica, do capital das mulheres e da significativa acumulação de valor científico e técnico que necessita da correcta acendalha para brilhar no firmamento desportivo e olímpico.

Há muitas coisas, pequenas e grandes coisas, a fazer e uma delas é usar o site do COP como difusor do futuro desportivo nacional.

Ora o futuro desportivo nacional e do seu olimpismo passa pelos documentos de candidatura e o COP actualmente ao não veicular estas propostas de futuro está a ir contra o interesse do desporto e contra o esforço dos melhores líderes nacionais que se candidatam à liderança do desporto nacional.

É óbvio que não falo de qualquer (bovina, perdoe-se-me a expressão) e tradicional listagem de feitos sem nexo, sem fio, nem pavio (para enganar os tolos?) mas de contributos nacionais e internacionais sobre a realidade do desporto moderno.

Isto dá trabalho, é complexo (não estou a dizer complicado) exige tolerância e liderança em direcção a um Norte.

Deixo esta pequena nota para que as eleições de 2016, que já começaram de forma imperceptível (é um feeling) sejam diferentes.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O PSD e o PCP Lisboa não terão percebido a importância da Volvo Ocean Race para a capital. Terá o PS?

Ver a notícia, no Expresso de sábado, da recusa de financiar a corrida pelos vereadores do PSD e do PCP.

Lisboa tem de criar um cabaz de actividades culturais e desportivas para ser competitiva ao nível das cidades que com ela competem como destino turístico mundial e europeu.

Não tem de o ter a qualquer preço e aqui é o PS que não saberá fazer dossiers bons a defender as suas propostas de política.

Em Portugal acontece aos melhores e depois o que pareciam favas contadas, como a organização de eventos desportivos que são uma maravilha e o melhor do mundo para tudo e mais alguma coisa, começa a não lavar tão branco em tempos de crise e a cidade de Lisboa fica amputada de uma possibilidade de crescer externamente.

Por outro lado, o que acontece com os eventos que lavam mais branco é que aparecem caídos do céu, chupam o dinheiro todo ao seu alcance e as actividades desportivas menos visíveis murcham exauridas dos capitais que fluem para os eventos extraordinários.

Pelos vistos as dúvidas no PSD e no PCP não se colocando pelos melhores motivos deixam algumas questões que mereceriam ser tratadas.

Será António Costa capaz de dar uma volta ao texto como diz a sua fama?

Porque é importante a Volvo Ocean Race?

E se o novo presidente do COP quiser uma candidatura aos Jogos Olímpicos em 2024 para Lisboa como é que vai ser?

Money...Money

Sem ofensa e aproveitando o período do Carnaval, aqui fica um contributo mais prosaico, mais chão, para responder à questão colocada por João Boaventura "O QUE FAZ CORRER OS COPianos ?"

Money makes the world go around
...the world go around
...the world go around.
Money makes the world go around
It makes the world go 'round.

A mark, a yen, a buck or a pound
...a buck or a pound
...a buck or a pound.
Is all that makes the world go around
That clinking, clanking sound...
Can make the world go 'round

Money money money money
Money money money money
Money money money...

If you happen to rich
And you feel like a night's entertainment
You can pay for a gay escapade.
If you happen to be rich and alone
And you need a companion
You can ring (ting-a-ling) for the maid.
If you happen to be rich
And you find you are left by your lover,
And you moan and you groan quite a lot
You can take it on the chin,
Call a cab and begin to recover
On your 14-karat yacht! WHAT!?

Money makes the world go around
...the world go around
...the world go around.
Money makes the world go aroung
Of that we both are sure...
*rasberry sound* on being poor!

Money money money money
Money money money money
Money money money...

When you haven't any coal in the stove
And you freeze in the winter
And you curse to the wind at your fate.
When you haven't any shoes on your feet,
Your coat's thin as paper,
And you look 30 pounds underweight
When you go to get a word of advice
From the fat little pastor,
He will tell you to love evermore.
But when hunger comes to rap,
rat-a-tat rat-a-tat at the window
*knock knock* (at the window)
Who's there? (hunger) oh, hunger!!
See how love flies out the door...

For, money makes the world go around
...the world go around
...the world go around.
Money makes the world go 'round
The clinking, clanking sound of...
Money money money money
Money money money money...
Get a little, get a little
Money money money money...
Mark, a yen, a buck or a pound,
That clinking, clanking, clunking sound,
Is all that makes the world go 'round,
It makes the world go 'round!

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Vamos pensar que Portugal vai ganhar medalhas olímpicas no Rio de Janeiro!

As pessoas que decidiram tudo nas últimas décadas dizem que não há medalhas para Portugal em 2016.

Não desmerecendo da justeza das suas palavras há a alternativa de actuar de outra forma e trabalhar arduamente para ganhar medalhas.

Ganhar medalhas é um objectivo fulcral para trabalhar o desporto todo.

As sociedades mundiais salivam com medalhas olímpicas,

Devemos falar de medalhas olímpicas para podermos começar a trabalhar o desporto todo.

Estudando os projectos olímpicos de outros países europeus em profundidade há alternativas que não foram usadas, nunca, por Portugal.

Alguns projectos europeus feitos em Portugal foram mal feitos.

O investimento em infraestruturas é o paradigma em toda a sua dimensão desde a concepção, à gestão do activo edificado.

Veja-se em particular o caso do CAR do Atlletismo.

Num sector que por definição visa a perfeição e a excelência, fazer pela metade, é, tem sido, fatal.

Este paradigma de comportamento de ser e de estar no desporto urge ser profundamente corrigido.

O comboio está em andamento e é responsabilidade do desporto dizer quais são as condições para o apanhar.

Com uma nova liderança há que actuar em profundidade, compreender a complexidade e a dimensão do desafio, definir bem uma estratégia nacional, definir metas porventura difíceis, definir processos de salvaguarda dos princípios definidos, definir instrumentos de alerta e de correcção do trajecto, aprender que os erros são para serem corrigidos com rapidez, assumir que a correcção de alguns erros poderá doer, assumir um diálogo com a sociedade para conseguir trilhar a par e em consenso a expectativa de sucesso olímpico no Rio de Janeiro.

Há escolhos e dificuldades de grande monta.

Para já não é preciso quantificar medalhas.

Há que pensar processos de trabalho tanto horizontais como verticais, na sociedade, na administração pública, no associativismo.

Compreender bastante melhor os três motores do desporto moderno: o associativismo, as empresas e o Estado.

Ganhar a confiança da sociedade é fulcral e dizer-lhe e convencê-la de que se trata do futuro, dos filhos e dos netos do país, da envolvência de todos os adultos, e que não há país sem desporto e sem medalhas olímpicas...

Dizer-lhes que nós somos capazes porque os outros países europeus foram capazes.

Nós temos de ser capazes de avançar e dar a mão aos países africanos de expressão portuguesa.

Os laços a ligar gerações de atletas trarão retornos sem par no futuro.

Temos de começar por dar passos correctos em Portugal.

Esta ética civilizacional tem sido esparsa e delgada quanto aos comprometimentos e quanto às realizações, tal como, o desporto português.

Assegurar à sociedade que os erros cometidos têm de ser corrigidos e que só em conjunto será possível corrigir os do passado e evitar os do futuro.

Não há que ter medo de falar de medalhas.

Há que trabalhar duramente, com coragem, criatividade e ousadia antes de falar de medalhas com terceiros, na política, na sociedade e na economia.

Portugal tem de deixar de ter medo de falar de medalhas olímpicas.

As medalhas vão quantificar-se lá mais para a frente.

O tempo de falar de tudo sobre o desporto, o olimpismo e as medalhas é hoje, é da actual geração de líderes desportivos.

A sua responsabilidade maior é o de perseguir a sociedade a envolver-se e a comungar do desígnio das medalhas olímpicas, do nosso futuro como Povo e como Nação.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

As medalhas olímpicas são para ser ponderadas, não negadas e não negociadas com ligeireza

Antes de 2004 publiquei artigos na imprensa a referir a hipótese de criar metas de medalhas olímpicas como faziam outros países.

Creio que as cinco medalhas eram o objectivo proposto.

O padrão de competição nos ciclos olímpicos de Portugal são apostar nos primeiros anos do ciclo para depois assegurar o financiamento até ao fim.

Os outros países possuem outra filosofia de actuação estruturando a capacidade de vencer a medalha final depois de uma candidatura limpa e pacífica ao alcance dos seus melhores atletas.

Há razões mais profundas que levam as federações a preferirem o comportamento de 'entradas de leão e saídas de sendeiro'. 

Vamos deixar essas razões profundas para outra ocasião.

No ciclo começado em 2005 havia uma certa euforia com as medalhas e campeões europeus e mundiais criados e avança-se formalmente com as 5 medalhas em contrato-programa.

Dizer nesta altura que não vai haver medalhas é o mesmo que defender a conquista de um determinado número de medalhas.

Mas é à definição de um número que a opinião pública e os líderes federados estão presos.

Há uma questão:
  • O desporto português necessita de uma avaliação profunda e não é o facto de alguns líderes andarem à volta de si mesmos que vai trazer o sossego, o conhecimento e a ponderação necessários para pensar o que vai ser o futuro.

Levantar 'o mal e a caramunha' nesta fase pode ser relevante para quem esteja aflito por alguma coisa que se comprometeu ou da imagem que quer manter, ou desejar apresentar trabalho, ou pretender dizer que o outro é incompetente.

Há dados que estão lançados e outros por lançar e não há que colocar o baraço ao pescoço do desporto português e do olimpismo português tratando com ligeireza uma questão de ética desportiva e olímpica como são as medalhas e as relações com os seus patrocinadores públicos e privados.

Há que saber tratar bem do olimpismo e há a história que nos diz que há pessoas que não o souberam fazer no passado ou não possuem bagagem objectiva para trabalhar essa responsabilidade.

Pode parecer arrogante o que digo, a realidade é que no desporto português nem sempre se conseguiu ser frontal. 

Pintar o futuro de negro é uma defesa individual que tira às federações e aos seus líderes actuais a capacidade de olhar e conceber um futuro alternativo, tornando-o equivalente ao passado e salvando a face que parece que se quer salvar.

Marques da Silva vai dizendo que não acredita do seu futuro



  • "Marques da Silva, candidato à presidência do Comité Olímpico de Portugal (COP), quer fazer do organismo “o centro nevrálgico do movimento associativo e do desporto nacional”, mas refreia as expectativas para os Jogos do Rio de Janeiro, em 2016.
  • “Os problemas que hoje existem são os mesmos que existirão daqui a um ano ou dois. Não vamos a tempo de, em 2016, termos feito todo o trabalho e sabemos que as condições financeiras não serão brilhantes”"

Tenho consideração por Marques da Silva mas as suas palavras confirmam os meus receios já apresentados por inúmeras vezes de que vive na órbita do passado.

Aliás tenho a certeza que para o chá das cinco apresenta credenciais, que José Constantino não chega, como da própria Rainha de Inglaterra e de Zeus, que a terá enviado do Olimpo.

Creio que em 2008 fui convidado pela Academia Olímpica para uma das suas sessões anuais e referi que o COP deveria assumir a liderança do desporto português.

Marques da Silva deveria explicar porque é que se levam 4 anos a decidir coisas como quem é quem ou o quê no desporto português. 

Quadro anos perdidos.

Mas a situação parece coerente porque para o futuro promete-se não se fazer nada como no passado.

O estar a dizer que "os problemas de hoje são os mesmos que existirão daqui a um ano ou dois" é a confissão da nulidade dos votos que lhe serão ou estão confiados.

Para ser consequente Marques da Silva deveria desistir de ir a votos em respeito dos atletas e dos líderes que lhe confiam votos e não sendo ele confessadamente capaz de transformar as coisas em dois anos então é melhor que não faça as federações e o associativismo perder mais tempo ou dispersar-se em opções inexistentes.

Há sempre a hipótese do maldito jornalista do Público ter percebido mal!

A questão é que também o actual presidente de Marques da Silva, Vicente Moura, disse o mesmo eventualmente por outras palavras e noutro jornal no Diário de Notícias, e passamos a ter mais do que um jornalista canhestro a dizer coisas que os actuais líderes do COP não disseram nunca.

A desistência de Marques da Silva teria outras vantagens de criação de uma determinada imagem do desporto e que passaria para a sociedade, mas fico por aqui para não dar a desculpa de avançar com ideias que depois não se podem aplicar nos 4 anos seguintes.

Quem está assim tão acompanhado certamente que não se perde

Ver o artigo do Público aqui.


Voltando a palavras de Fernando Mota

Fernando Mota das poucas coisas que disse, em relação a outras pessoas que se fartam de falar para a comunicação social, é ter a expectativa que Jorge Vieira ultrapasse os resultados que o atletismo conseguiu durante o seu período de liderança.

Pode o atletismo, com Jorge Vieira, na liderança vir a ultrapassar os resultados por si já alcançados no passado?

Com certeza que sim e a questão é que se o desporto português entrasse numa via de maior progresso, com um bom líder no COP, com a junção do COP e CDP, e com tantos outros projectos auspiciosos, esses resultados seriam garantidos.

Fernando Mota terá assumido a expectativa positiva de todos, aspirando o melhor para a sua modalidade e sem segundos sentidos.

Estas palavras são distintas daquelas que dizem que Rio de Janeiro vai ser um desastre.

E há quem não se intimide e diga horrores não alcançando os limites daquilo que afirma e demonstrando o seu afastamento da realidade actual pelo menos desde Pequim.

Estas palavras são o 'algodão que não mente' sobre quem está apto para liderar e para representar o desporto nacional hoje e quem parece não estar nada preparado mas que se candidata e assume lugar atrás de lugar.

Há uma geração de líderes nacionais que não compreendeu os seus limites e há outra geração mais nova que não sabe 'separar o trigo do joio' e convida uma e outra vez pessoas que atingiram 'os seus limites de Peter' como as suas palavras vão demonstrando.

Infelizmente estas pessoas vão protagonizar actos de política para federações e para instituições públicas e estes sim são os actos que vão torpedear e encher de ruído as melhores expectativas das novas lideranças nacionais.

Apesar de tudo, este será um peso negativo que há que contar e não se deixar que venham a constituir posições impossíveis.

A realidade sendo complexa também conta com activos dinâmicos que deverão ser dinamizados.

Bom fim-de-semana,

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O QUE FAZ CORRER OS COPianos ?


Aproveito esta ocasião para pedir, com o maior empenho, a V. Ex.ª sr. Ministro, uma providência que reputo fundamental: um inquérito às condições de desenvolvimento físico da nossa juventude. Parece que não faltam indícios de que não são as melhores.
Senhor Ministro, conhece V. Ex.ª o verdadeiro estado da educação física e dos nossos desportos – o número insignificante de praticantes do desporto particular e os cuidados de que precisa a educação física escolar. O que mais aflige o Comité Olímpico não é, propriamente, a dificuldade de se colherem os loiros olímpicos, mas a falta de um impulso sério e convicto a favor da Escola: tempos livres para a prática obrigatória dos exercício, provas de aproveitamento em certos escalões, melhoria de instalações, aumento de quadro do pessoal do ensino,

                                                                                 Nobre Guedes (1893-1969)
                                                                                    Pres. do COP (1957-1968)


Pedidos, lamúrias, queixas, e ranger de dentes deste teor, leio, ouço e vejo desde a adolescência. Portanto, uma vez mais Vicente Moura é o porta-voz do CIO, e o CIO é um organizador de espectáculos à escala mundial quadrienal.

Traduzido em português seco e directo, o CIO deseja muitos atletas fora de série para encher os palcos, e aumentar a bilheteira, pelo que tem todos as embaixadas com a designação de Comités Nacionais Olímpicos. O sonho de Coubertin de levar a prática desportiva à juventude, sob o falso chapéu do amadorismo, transformou-se em pesadelo, e a teoria do caos, a imprevisibilidade, veio à tona de água. Como ?

Quando o desporto despontou, muitos jovens jogavam e não havia assistência. Depois, com a visibilidade de fenómenos fora de série, inverteu-se o sistema: poucos jovens jogavam e a assistência aumentou. Aumentando a assistência, aumentou a capacidade dos estádios. Metaforicamente cavalo passou do passo para o trote, e do trote para o galope. E, quem diz aumento da capacidade dos estádios, está a induzir mais bilheteiras, mais dinheiro, mais lucro.

A partir daqui os JO deixaram de ser Desporto, para se transformar num Espectáculo Desportivo Quadrienal. Deixou de ser o Desporto de Muitos (sem assistência, mas muita gente a praticar) para passar a ser o Desporto de Alguns (muita assistência, mas pouca gente a praticar).

 É assim que os valores tradicionais, como atributos do desporto, se transformaram em máquinas de incentivos financeiros, o que seria contrário aos ideais olímpicos. E na verdade era contrário aos ideais olímpicos apenas para os atletas que teriam de ser amadores e não profissionais; mas já não era contrário aos ideias olímpicos para o CIO que enchia os cofres à custa de amadores.

A propaganda agressiva desencadeada pelo CIO para manter o amadorismo entre os atletas olímpicos era uma forma de evitar a compensação monetária dos atletas, arrecadando a totalidade do produto resultante dos Jogos Olímpicos.

Os atletas olímpicos começaram a ver que entrava muito dinheiro para as elites do CIO, e tudo à custa do esforço exigido nos treinos. Então o CIO autorizou, muito contrariado, que as federações oferecessem o “prize money”, para compensar os atletas das despesas de preparação. O CIO ficava à margem, limitando-se a conceder esse favor.

Este golpe do CIO alterou todo o sistema desportivo mundial, arrastando as Federações Internacionais, e consequentemente as federações nacionais, a aceitar as regras iníquas do amadorismo. Porquê iníquas ?

Coubertin seguiu a linha inglesa concebida para o significado de amadores que eram os homens da classes média e alta, responsáveis pela organização e codificação do desporto. Uma das medidas foi a de segregar os da classe baixa pela imposição de um amadorismo rígido. Sociologicamente o amadorismo  aplicava-se apenas às classes superiores, enquanto o profissionalismo abarcava as classes baixas, urbanas e operárias.

Fotografia dos atletas amadores, ora membros do CIO, em regime de benevolato, 
presentes nos primeiros Jogos de Atenas.
Sentados da esq. para a dir.: o Barão P. de Coubertin, secretário (França): D. Vikelas, presidente do CIO (Grécia); o General A. de Boutovsky (Rússia).
De pé da esq. para a dir.: Sr. W. Gebbardt (Alemanha); Jiri Guth-Jarkosky (Checoslováquia); François  Kemany (Hungria); o General Viktor Balek (Suécia)
Fonte: Otto Mayer, À travers les anneaux olympiques
ed. PierreCailler, Genève, 1960

Dito de uma forma clara, expedita e directa, o desporto só seria praticado pelos amadores das camadas superiores dado usarem diariamente as suas etiquetas de fair play, modéstia na vitória e dignidade na derrota. Jane Austen, a autora de “Orgulho e preconceito” apresenta este delicioso diálogo entre dois personagens, à passagem de um aristocrata a cavalo:

- Quem é aquele homem ?
- É o Darcy…
- E o que é que ele faz ?
- Nada.
- Ah! Então é um gentleman…

Portanto, o amador é o que não faz nada, o que não trabalha, o que vive dos rendimentos, o gentleman, e tem tempo para a prática desportiva. Ora esta concepção não cabia no carácter do profissional que era primitivo, perigoso, aberto à fraude, ao suborno, à corrupção.

O que traduzido significava que os dignitários não se juntavam à classe dos trabalhadores manuais e braçais, porque tinham uma profissão, logo, eram profissionais. Mas não do desporto

Estas filosofias para uso de determinada classe social, abriu brechas nas Federações Internacionais porque se desentendiam sobre os malabarismos da semântica, e os atletas começaram a reclamar, nos Campeonatos Mundiais e Internacionais qualquer coisa mais do que simples medalhas. O tempo dedicado ao treino e o esforço desgastante mereciam algo mais do que encher os cofres das Federações. A Associação Internacional de Representantes de Atletas enfrentou a IAAF para abrir a bolsa ou os atletas deixavam de participar, colocando a IAAF numa posição delicada perante o CIO.

A campeã olímpica argelina dos 1500 metros, Hassiba Boulmerka, disse aos organizadores do Edinburgh’s Princess Street Mile que, ou pagavam mais ou não participava, e saiu. O CIO perguntou a um tenista, pela vida de ostentação que levava, onde ganhava tanto dinheiro, levando como resposta: “A jogar às cartas com o meu treinador, e ele perde sempre”. Mas os exemplos não se esgotam aqui. Nos países do leste os atletas eram convocados para o serviço militar, para poderem treinar o tempo todo, e batotas deste jaez foram proporcionadas pelo CIO. Um cavaleiro sueco, sargento do exército, foi promovido a oficial para poder participar, porque sargento, na concepção olímpica, era profissional, enquanto um oficial era amador.

O CIO avisou que as Federações Internacionais podem fazer as regras que entenderem sobre esta situação, com a certeza de que não seriam aceites pelo próprio CIO, ponderando que se corre o risco de pôr em perigo a universalidade.

Mas a culpa maior cabe ao orgulho dos países que participam nos Jogos Olímpicos porque consideram o evento como uma competição pela pátria, o que constituía para o CIO a garantia de que os Jogos são para durar.

Portanto, os países que não tenham mais nada que fazer, devem trabalhar afanosamente para encher os cofres do CIO, e a juventude que espere pelo dia em que os governos se preocupem  mais com os jovens do que com as medalhas olímpicas.