sábado, 10 de dezembro de 2011

A liderança no desporto

O desporto português tem um problema quando um professor catedrático de 'desporto e saúde' (chamemos-lhe assim) depois de passar 5 anos (?) na presidência de um instituto público do desporto não indica um único programa que tenha desenvolvido na matéria.

Haverá duas hipóteses: ou a questão não é relevante e por isso nada foi feito ou falta uma explicação muito forte do interesse de ter estado à frente da instituição e nada ter feito que o leve hoje a afirmar tê-lo realizado nessa instituição. Caso não seja relevante seria interessante que alguém explicasse a razão para a colocação de tal currículo à frente da instituição.

Nada me motiva pessoalmente sobre ex-presidentes ou líderes públicos ou privados do desporto nacional. O problema das instituições e do desporto é que há necessidade de líderes que sirvam objectivos sociais amplamente geradores de benefícios para o desporto o que não acontece há anos.

Ainda agora mais uma entrevista, desta vez de Gilberto Madail no Expresso Madail congratula-se com "evolução" do futebol português, após 16 anos de mandato fala de si próprio. O presidente da FPF fala da alta competição e diz que teve todo o poder que quis. A pequena peça sugere como falta ao desporto uma cultura de liderança e de afirmação do que deve ser a liderança do desporto português.

O exercício do poder tem uma aprendizagem dos momentos e dos anos iniciais que no desporto e nas suas instituições e organizações demasiadas vezes falham.

José Constantino e a sua equipa estavam a aprender quando saíram e esse é o outro problema que obriga a mudanças de liderança prematuras por razões de determinação política, ou porque as equipas constituídas tomarem direcções opostas da liderança e do seu seio e a saída teve de ser feita. Acontece que mesmo nas condições de destruição interna de condições de trabalho no desporto português assiste-se à existência de colectivos que se mantêm.

Actualmente também se observa este comportamento de se falar sobre si que é fácil de observar nos inúmeros momentos televisivos, jornalísticos e de entrevistas, enquanto não se consegue subir acima da floresta e ter a visão de conjunto.

Esta semana um jornalista perguntava a um dos candidatos o que ia fazer com os 18 milhões de euros que a FPF tinha a prazo e mais alguns à ordem. Talvez a pergunta devesse ter sido feita a Gilberto Madail como foi possível acumular tanto dinheiro a prazo e às associações e aos outros parceiros que expliquem qual o seu conceito de Missão do Federação Portuguesa de Futebol.

2 comentários:

  1. Caro Fernando

    Não esquecer que Madail é um economista, e Fernando Gomes um gestor.

    Se um juntou tanto dinheiro, o outro também.

    Não serão as mesmas directrizes futuras?

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  2. Caro João

    A pergunta é pertinente.

    Diria que são gerações distintas e qualitativamente FG fez um estudo pela Deloitte e a Faculdade de Economia da Católica do Porto.

    GM é mais como Vicente Moura. Um e o outro do ponto de vista desportivo não conseguiram resultados desportivos sustentados como faz, por exemplo, Fernando Mota.

    FG terá pelo menos a fulgurante escola desportiva do FCP.

    Os princípios serão diferentes.

    Há que esperar um pouco para ver mais 'jogo'.

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