O desporto português tem uma oportunidade de começar um amanhã novo no prazo de um mês após as eleições do COP para a eleição de um novo presidente e uma nova direcção.
Até lá houve namoros vários e depois de escolhido o cavaleiro campeão e do casamento vai iniciar-se uma Lua-de-mel mais ou menos curta dependendo do Estado em que a casa for encontrada e da vontade de a remodelar.
As coisas depois do casamento vão ser diferentes.
Há federações em dificuldades como sugerem as notícias vindas a público e há coisas que ninguém fala, que existem e noutro país exigiriam um tratamento há muito tempo, o que nunca aconteceu.
Nunca aconteceu por interesse das federações que preferiram trabalhar em condições infra desportivas até à aniquilação como se observa no esmagamento olímpico de 2004 a 2012, 8 anos, e da actual queda para o 85.º lugar segundo o estudo da empresa Havas.
Materialmente, sem uma transformação corajosa, duvido absolutamente que os técnicos e os praticantes portugueses possam fazer melhor do que já fazem.
Quero dizer que não percebo nada de aspectos técnicos da prática desportiva, mas tenho as maiores reservas à performance desportiva com as condições de trabalho e a estrutura de liderança e governança actuais.
Com é que vai ser?
É um território novo, aquele onde se vai aventurar e que vai encontrar o novo líder do COP.
O aspecto determinante é a imagem que têm do candidato em quem vão votar dos líderes desportivos do colégio eleitoral do COP.
Essa imagem está condicionada por aquilo que esperam para o seu futuro e para os benefícios que a sua modalidade obtenha de aspectos mais gerais de reforma do desporto nacional.
Consoante a sua escolha o eleito vai actuar com coerência aos seus princípios e face aos desafios, aos problemas, às contrariedades, aos erros pequenos e grandes. ao sucesso momentâneo que vão naturalmente aparecer, cada um actuará de forma própria.
A escolha dos votantes é vital porque a liderança escolhida pode durar muito tempo, como duram as coisas em Portugal.
A presença do Estado numa ou noutra candidatura pode ser um elemento a considerar ou a fugir.
Por tradição o Estado envolveu-se sempre profundamente em todos os projectos desportivos com os resultados que se observam.
Votar no candidato do Estado ou fugir dele também pode ser um factor de decisão.
Outro factor de decisão é a idade.
O trabalho do COP não é para um ciclo olímpico e também não é para encher o ego do candidato como aconteceu no passado.
No passado quando o presidente quis ser líder nos cem anos do COP não olhou para o interesse dos atletas, treinadores e federações como chegamos agora a Londres e a razia de marcas e medalhas demonstra o vazio do acto.
A responsabilização que deve ser exigida ao novo presidente do COP é a criação de um projecto de vários ciclos olímpicos e sem temor, com coragem como fazem os atletas nas corridas e jogos diariamente.
Isto para dizer que não será de esperar pelo corte do melão para saber o que está dentro, o que também acontecerá com os casamentos.
Sem dúvida que existem dúvidas e imponderáveis mas existem boas e más colheitas, bons e maus agricultores e nisto as notas curriculares e as características do lugar ajudam a retirar as margens das dúvidas.
A responsabilidade é muito grande para quem vai votar, tão grande quanto a responsabilidade que vão atribuir ao responsável eleito.