domingo, 13 de novembro de 2011

Bater forte com o nariz na porta

O desporto necessita de discutir Desporto.

Quando a outra senhora tomou e geriu o poder não debateu o desporto e prometeu o Congresso.

Durante quase dois anos esperou-se o Congresso.

Queimou-se dois anos de tempo legislativo.

Tudo calado.

Houve pessoas que diziam: Que maravilha de estratégia de política desportiva!

O Congresso passou e tudo se aquietou por muitos anos.

Ouvir as pessoas, os agentes privados as suas preocupações para maximizarem os seus interesses, é uma parte da política em todos os sectores.

Ouvir as pessoas não é trabalhar os seus sectores nos factores determinantes do seu sucesso e dos seus desafios. Pode até acontecer que para fazer a boa política desportiva se tenha de convencer os agentes privados que não têm razão e deviam mudar de vida.

O acesso à informação privilegiada é um processo político que tem custos e está acessível áqueles que possuem capacidade de colocar e 'comprar e vender' informação nomeadamente aquela que mais interessa ao seu promotor ou ao seu parceiro.

A outra senhora blindou o CND onde calou os líderes desportivos nomeados enquanto o desporto soçobrava.

Tinha um conjunto de agentes pagos com dinheiros públicos que eram as claques que agiam como as do Bobby e o Tareco.

Essas claques Bobby e Tareco acusavam quem queria discutir o Desporto de não ser ético e investiam na violência verbal, na denúncia como se fazia antes de 74, e criavam o barulho e a trepidação com notável aumento de decibéis nos momentos eleitorais e de aflição política.

É também claro que o mau direito e certo envolvimento jurisdicional tem sido a base da destruição da Política Desportiva portuguesa retirando aos agentes privados a possibilidade de melhor conhecerem a sua situação.

Há uma confusão muito grande nos parceiros privados onde se fala muito das gafes olímpicas e confederadas mas que outras organizações como as corporações profissionais têm dificuldade em acompanhar a resposta qualificada aos desafios do desporto português.

O desporto irá compreender mais tarde ou mais cedo que há uma mão cheia de nada.

O medo que o leva a aquietar-se não lhe permitiu reagir ao Euro2004 desde a sua decisão em 1997 e depois as coisas deterioraram-se contraditória e lentamente e hoje não notam nada.

A iliteracia e os mecanismos de iliteracia como o discurso e o saber fazer jurisdicional são estruturas enraizadas que vão levar os parceiros do desporto que agem privadamente a 'baterem forte com o nariz na porta' e compreenderem o quão errado estiveram.

É provável que algumas federações e ginásios venham a falir.

Poderia ser diferente?

Não creio, conhecendo tudo o que se tem passado.

Por um lado, a história repete-se, por outro, apresenta inovações para o pior.

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