sábado, 30 de junho de 2012

JOGOS OLÍMPICOS DE LONDRES


Uma visão panorâmica da organização dos Jogos Olímpicos de Londres, a 28 dias do seu começo, em 27 de julho



Duas ou três questões sobre o TAD

Agradeço ao anónimo que me enviou a sua opinião e aqui lhe deixo a minha.

O TAD não pode ser tornado um órgão do Estado como a Fundação do Desporto, o Conselho Nacional do Desporto, o Instituto Português do Desporto e da Juventude.

Enchê-lo de pessoas do direito também parece excessivo.

Há um problema maior é que a solução para o TAD só surgirá depois de resolvida a realidade actual Comité Olímpico de Portugal e Confederação do Desporto de Portugal.

Há um desafio institucional cuja solução não se vê como se pode resolver porque já passou um ano do novo governo e vê-se que este tempo cria ferrugem.

O Jamor não estava assim há 12 meses e o tempo que passou levou a uma degradação que se acentuou.

O mesmo se passa institucionalmente com as federações a conversarem para um lado, o COP e CDP sem representatividade para o outro e o governo com grupos de trabalho que trabalham com materiais antigos, e sem princípios para a legislatura.

O Governo já deixou de ser novo.

Numa palavra o TAD do PS parece pesado corporativamente da parte do direito, institucionalmente público e sem uma ideia de valorização dos agentes privados. O modelo parece ser mais Estado para o Estado.


A proposta de lei do PS para a criação do Tribunal Arbitral do Desporto

Com o devido agradecimento retirei do blogue 'Re(flectir) sobre o direito e desporto'.

O texto do PS tem 31 páginas e pode ser encontrado aqui em word.

Educação Física E Matrizes Curriculares – Tomada De Posição De Professores Catedráticos




Exmo Senhor
Ministro da Educação Prof. Doutor Nuno Crato
Excelência

A publicação do documento “Matrizes Curriculares dos Ensinos Básico e Secundário” suscita-nos a maior perplexidade, no que à disciplina de Educação Física diz respeito, dadas as suas implicações na formação e desenvolvimento harmonioso dos alunos e nas consequências que necessariamente terá na sociedade portuguesa.

Não se vislumbram razões de ordem pedagógica e científica nas medidas adoptadas. Pelo contrário, são decisões que contrariam não só recomendações de instituições internacionais credíveis (Comissão Europeia, Parlamento Europeu, Organização Mundial de Saúde, para citar apenas algumas), mas também a própria evidência científica.

Refira-se um exemplo:
Childhood is an important period to instil a preference for healthy behaviours, and to learn the life skills necessary to maintain a healthy lifestyle. Schools clearly play a crucial role in this respect. This is also an area where there is already firm evidence of the effectiveness of intervention: studies show that locally focussed actions, with very wide ownership, targeting 0-12 year olds will be effective in changing behaviour in the long run. Work should focus onnutrition education, and on physical activity. Health education and physical education areamong priority themes in the new Lifelong Learning Programme (2007-2013)(In, White Paper “A Strategy for Europe on Nutrition, Overweight and Obesity related health issues”, 2007,Commission of the European Communities, 2007, pag. 8).

As chamadas de atenção da parte da Comissão Europeia foram feitas considerando que:

1) Estão muito bem documentados os benefícios para a saúde da prática das actividades físicas e desportivas na infância, na adolescência e na idade adulta.

2) É muito preocupante a percentagem de crianças e jovens que apresenta baixos níveis de actividade física. A situação apresenta-se particularmente grave nas raparigas, nas crianças e jovens portadores de deficiência, e nos alunos oriundos de famílias com fracos recursos económicos.

3) É cada vez maior o número de crianças e jovens com excesso de peso e obesidade, como resultado de uma dieta inadequada, ou pouco variada, e reduzida actividade física.

4) As crianças e jovens sedentários estão mais predispostos a converterem-se em adultos inactivos.

5) Reconhece-se não ser possível resolver o problema do sedentarismo e da obesidade nas crianças e jovens sem o contributo da Escola e da Educação Física.

Acontece que, infelizmente, Portugal está entre os Países com taxas mais elevadas de sedentarismo e obesidade entre a população infantil e juvenil. Assim, torna-se totalmente incompreensível a decisão de reduzir a carga horária da disciplina de Educação Física no 3º ciclo e no ensino secundário, ou deixá-la à decisão última das Escolas.

Procurar solucionar o fraco rendimento escolar dos estudantes portugueses, em algumas áreas disciplinares, à custa da redução do tempo lectivo atribuído à Educação Física, é um preconceito que não tem qualquer sustentação científica, e que terá necessariamente efeitos perversos no desenvolvimento harmonioso da população escolar e agravará os custos do país com a saúde pública.

A decisão do Ministério da Educação e Ciência de reduzir a carga horária da Educação Física ocorre, paradoxalmente, quando um número crescente de estudos tem vindo a demonstrar que:

1) A prática estruturada da actividade física e do desporto, na Escola, exerce uma influência positiva no comportamento, na atenção, na aprendizagem e no rendimento escolar dos alunos.

2) O rendimento escolar é mantido, e algumas vezes aumentado, quando existe um incremento dos níveis de actividade física formal na Escola, situação que se verifica mesmo nos casos em que há uma redução do tempo curricular ou do tempo livre dedicado ao estudo de conteúdos predominantemente cognitivos.

Reduzir a carga horária da Educação Física não tem como consequência apenas privar a população escolar de uma parte da actividade física a que tem direito e necessita para o seu pleno desenvolvimento. É limitar significativamente a oportunidade de todas as crianças e adolescentes adquirirem os conhecimentos e desenvolverem as atitudes e competências necessárias para uma participação emancipada, satisfatória, consciente e prolongada na cultura do movimento ao longo de toda a vida. Significa ainda desvalorizar, perante a sociedade em geral, a importância de uma prática regular das actividades físicas e desportivas e a responsabilidade de cada cidadão assumir um estilo vida activo e saudável.

As reformas educativas (e curriculares) só ganham verdadeiro significado pedagógico e social quando contribuem para melhorar a formação daqueles que frequentam o sistema educativo, beneficiando a sociedade no seu conjunto. Não se conseguem apreender os benefícios que resultarão para os alunos e o país da concretização das medidas constantes no documento “Matrizes Curriculares dos Ensinos Básico e Secundário”.

Se por hipótese, com a publicação do documento “Matrizes Curriculares dos Ensinos Básico e Secundário”, o Ministério da Educação e Ciência pretende alcançar objectivos que nada têm a ver com a formação da população escolar, então V. Exª tem o dever ético de os dar a conhecer à população portuguesa.

Nem a actual situação de crise financeira e económica justificam tal medida; há já algum tempo que estudos de organismos internacionais concluíram que o investimento em Educação Física e Desporto representa a melhor poupança nos gastos com a saúde.

Na expectativa de que não deixará de reconsiderar a decisão tomada, colocamo-nos à disposição de V. Exª, e do Ministério da Educação e Ciência, para os esclarecimentos que possa entender úteis.

Com os melhores cumprimentos,
  1. António Manuel Fonseca, Prof. Catedrático, Universidade do Porto afonseca@fade.up.pt
  2. António Marques, Prof. Catedrático, Universidade do Porto amarques@reit.up.pt
  3. António Rosado, Prof. Catedrático, Universidade Técnica de Lisboa arosado@fmh.utl.pt
  4. António Veloso ,Prof. Catedrático, Universidade Técnica de Lisboa apveloso@fmh.utl.pt
  5. Carlos Ferreira Neto, Prof. Catedrático, Universidade Técnica de Lisboa cneto@fmh.utl.pt
  6. Francisco Bessone Alves, Prof. Catedrático, Universidade Técnica de Lisboa falves@fmh.utl.pt
  7. Francisco Carreiro da Costa, Prof. Catedrático, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologiasfcarreiro.costa@gmail.com
  8. Francisco Sobral Leal, Prof. Catedrático, Instituto Superior Dom Afonso III fjsobral@gmail.com
  9. João Abrantes, Prof. Catedrático, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologiasjoao.mcs.abrantes@ulusofona.pt
  10. João Barreiros, Prof. Catedrático, Universidade Técnica de Lisboa jbarreiros@fmh.utl.pt
  11. João Paulo Vilas-Boas, Prof. Catedrático, Universidade do Porto jpvb@fade.up.pt
  12. Jorge Bento, Prof. Catedrático, Universidade do Porto jbento@fade.up.pt
  13. Jorge Ferreira Crespo, Prof. Catedrático, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
  14. Jorge Mota, Prof. Catedrático, Universidade do Porto jmota@fade.up.pt
  15. Jorge Proença Martins, Prof. Catedrático, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias defdl@ulusofona.pt
  16. José Alberto Ramos Duarte, Prof. Catedrático, Universidade do Porto jarduarte@fade.up.pt
  17. José Alves Diniz, Prof. Catedrático, Universidade Técnica de Lisboa JADiniz@fmh.utl.pt
  18. José Gomes Pereira, Prof. Catedrático, Universidade Técnica de Lisboa jgpereira@fmh.utl.pt
  19. José Maia, Prof. Catedrático, Universidade do Porto jmaia@fade.up.pt
  20. José Soares, Prof. Catedrático, Universidade do Porto jmsoares@fade.up.pt
  21. Leonor Moniz Pereira, Profª. Catedrática, Universidade Técnica de Lisboa lmpereira@fmh.utl.pt
  22. Luís Bettencourt Sardinha, Prof. Catedrático, Universidade Técnica de Lisboa lsardinha@fmh.utl.pt
  23. Pedro Cordeiro Sarmento, Prof. Catedrático, Universidade Lusíada pacsarmento@hotmail.com
  24. Pedro Teixeira, Prof. Catedrático, Universidade Técnica de Lisboa pteixeira@fmh.utl.pt
  25. Rui Proença Garcia, Prof. Catedrático, Universidade do Porto rgarcia@fade.up.pt
  26. Sidónio Serpa, Prof. Catedrático, Universidade Técnica de Lisboa sserpa@fmh.utl.pt

Tribunal Arbitral do Desporto o contributo de um anónimo

Enviado por um anónimo aqui fica o poste sobre o TAD:


'Aqui vai, então, um pequeno contributo para saciar a sede de saber de FERNANDO TENREIRO e procurar contribuir para que ele, no futuro, consiga não andar a escrever sobre assuntos de que nada percebe e textos que, confessadamente, não leu:

A Assembleia da República, hoje, dia 29 de Junho de 2012, aprovou na generalidade o Projecto de Lei apresentado pelo Partido Socialista que cria o Tribunal Arbitral do Desporto.

A aprovação em causa não teve votos contra - o PSD e o CDS, nomeadamente, abstiveram-se.

É, pois, este o momento de solicitar a TENREIRO que, depois de fazer o inaudito esforço de ler tal Projecto de Lei (disponível no site do Parlamento) e com a habitual argúcia que o caracteriza, tente descortinar a razão pela qual:

a) só existe no Parlamento o Projecto de Lei do PS;

b) o Governo ainda não apresentou no Parlamento qualquer anteprojecto de Tribunal Arbitral, não obstante ter (alegadamente…) aprovado em Conselho de Ministros um anteprojecto para discussão pública no dia 3 de Maio de 2012 sobre esta matéria;

c) esta aprovação do projecto do PS não teve qualquer voto contra;

d) este Projecto de Lei do PS coloca o TAD fora da alçada do COP, pela razão - que certamente TENREIRO considerará especiosa e algo exotérica - de que o TAD não pode ser ums espécie de conselho de justiça do COP e não se deve permitir ao COP interferências sobre um Tribunal que, no futuro, poderá vir a ter que decidir um litígio de que seja parte o próprio COP.'

Campeonatos da Europa de Atletismo de 2012



Também o Atletismo marca resultados na Europa.

Patrícia Mamona ganha medalha de prata no triplo salto.

Marco Fortes ficou em quinto no peso.

Sara Moreira ganhou bronze nos 5000 metros.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

O Presidente da arbitragem da FPF, Vítor Pereira, está de parabéns

I

Artigo do Público refere que Pedro Proença foi nomeado para a final da Liga dos Campeões e para a final do Campeonatop da Europa de selecções.

O sucesso de Pedro Proença não caiu dos céus inesperadamente.

Vítor Pereira, o actual dirigente da arbitragem da federação Portugesa de Futebol, demonstra que não só soube ser o melhor árbitro de futebol da sua geração como também soube formar árbitros do mais alto gaberito enquanto líder da arbitragem da Liga de Clubes e agora da federação.

Quando José Cordovil foi Vice-Presidente de José Constantino, no Centro de Estudos e Formação Desportiva, sedeado no Complexo Desportivo da Lapa, havia debates intensos entre os técnicos e onde trabalhava Vítor Pereira.

Em determinada altura VP foi para a Liga de Clubes e pouco depois soube-se que ia apresentar um modelo para a arbitragem profissional suportado por um estudo económico.

Esse modelo foi apresentado e o poder político da altura preferiu diminuir o projecto que tinha sido proposto por Hermínio Loureiro e coordenado por VP.

Se o modelo era um conjunto de propósitos do melhor árbitro português e profundamente conhecedor da arbitragem europeia e mundial e respeitado pela UEFA, FIFA e pelos melhores companheiros de profissão, a nomeação e reconhecimento da excelência de Pedro Proença é a demonstração do sucesso do modelo e da continuada performance de excelência de Vítor Pereira.

Não será curial separar a nomeação de PP, do momento da selecção, de José Mourinho e de Cristiano Ronaldo. Tudo isto pode estar relacionado e a diminuição de um grau de um deles teria impactos consequentes em todos os outros. Por isso não haja dúvida que todos são importantes e que as performances estão todas ao nível da excelência europeia e mundial.

Sem dúvida que Vítor Pereira levará a arbitragem do futebol aos níveis mais elevados que a sua forma de actuar for capaz e nos habituou.


II
Importa fazer a leitura política do que aconteceu.

Houve um primeiro erro de percepção de política desportiva, o qual contrariou um projecto sério e meritório de HL e VP e que prejudicou o desporto e o futebol.

Houve um segundo precalço relacionado com a formação do Grupo de Trabalho da Arbitragem em 2011. Hoje é possível dizer que houve duas lacunas de política desportiva: quando à definição política do objecto; e quanto à nomeação de algumas pessoas.

Se a liderança do GT foi correcta por parte de Leal Amado negando a tendência jurisdicional do direito e da política desportiva portuguesa, concluindo não haver espaço para desenvolvimentos legislativos, já a definição de política exclusiva para o futebol e a constituição do GT impediu uma avaliação mais profunda dos desafios da arbitragem nacional.

O sucesso da arbitragem funda-se no trabalho com os jovens, com os escalões amadores e com os profissionais não só do futebol mas de todas as modalidades. Esta perspectiva teria permitido criar um GT incluindo árbitros e líderes de inúmeras modalidades individuais e colectivas e agregando os contributos de VP e os de outros árbitros e dirigentes de outras modalidades como, por exemplo, ligando a experiência e o trabalho de VP ao projecto desenvolvido por Jorge Salcedo na Federação Portuguesa de Atletismo e na Federação Mundial de Atletismo, IAAF. Existem outros exemplos como no Ténis.


III
O erro político cometido nos dois momentos relaciona-se com a dificuldade tradicional das equipas políticas conseguirem dialogar e estabelecer equipas plurais com capacidade de distinção do nível técnico, do político.

Ao transformarem toda a realidade desportiva em pseudo políticas servidos por um instrumental jurisdicional, os decisores governamentais abrem fossos abissais de compreensão da produção desportiva mesmo que definidas segundo os interesses e a perspectiva particular dos principais dirigentes desportivos privados e do futebol.

Está por demonstrar que a desmesurada atenção ao futebol e aos principais parceiros desportivos, visando a utilidade política de curto prazo, tenha os melhores resultados de política desportiva.

Aliás, cabe perguntar quanto mais interessantes seriam os resultados desportivos nacionais caso as políticas desportivas beneficiassem de outras formulações distintas das praticadas?

Competição, recreação e actividade física

Vários comentários no blogue Colectividade Desportiva ao discutir o conceito de desporto, competição e actividade física, sugerem a oportunidade de compreender o que os economistas chamam as 'peculiaridades' do bem desportivo.

A ideia do desporto ser peculiar significa que ele é distinto de outros bens o que condiciona a sua economia.

Um comentário de FdoE refere:
A incompreensão que L.Leite mostra relativamente à «competição» é comum (sem ofensa). É essa incompreensão que está na base de diferenças de opinião, que, não têm razão se ser. Apenas peço para se darem à possibilidade de pensarem que não há apenas um «tipo» («espécie») de competição. Que há várias espécies de competição, e que a que corresponde ao Desporto é apenas uma das do espectro «antropológico». Foi isso que foi inovador em 776 a.C. relativamente aos outros tipos de competição que existiam. Foi essa invenção cultural, de um novo tipo de competição, que marcou a génese daquilo que, depois, se viria a chamar «desporto». Se fizerem essa distinção entre «tipos de competição» a discussão ganha outra clareza, e deixa de ficar presa ás questões absolutamente laterais e secundárias da «recreação», «atividade física», etc.


 Luís Leite disse...
Concordo, por uma vez, com o (tal) homem da Função Pública.
A competição é uma característica humana e está presente em todas as áreas de atividade.
Menos em certas "caminhadas" politicamente corretas, em que não existe sequer qualquer motivação de auto-superação.
Mas de uma forma geral, o dia-a-dia das pessoas é feito de competição (a diferentes níveis), embora algumas pouco se preocupem com isso.
Mas no Desporto, mesmo no informal ou de recreação, há sempre competição.
Senão houver, não é Desporto.
29 de Junho de 2012 09:26
Blogger 
 
Eu inclui o seguinte comentário:
O Guiness também é uma competição e o circo outra, assim como, quando estamos a correr sozinhos competimos contra algo, nós próprios ou o relógio.

A questão da normalização das actividades e das competições implica uma aceitação de regras vasta por um conjunto largo de indivíduos dispostos a praticar esse tipo de actividade/competição e também dispostos a observar outros a praticá-la.

A normalização e a estrutura de regras são instrumentos fundamentais quando a produção e o consumo se estende a milhões de indivíduos, organizações e instituições à volta do mundo.

Há ainda um factor relevante que é o direito de propriedade que é atribuído a apenas uma instituição. O direito de propriedade é reconhecido nacional e internacionalmente e caso ele não existisse seria impossível o maior nível técnico e tecnológico alcançado pelas federações.

É o direito de propriedade privado que assegura o desenvolvimento tecnológico de Ronaldo e Messi, Barcelona e Real Madrid, e das selecções mais vencedoras em geral. Havendo mais de uma federação de futebol o produto desportivo e o económico são mais baixos, como por exemplo acontece com as artes marciais orientais.

Estamos a falar no seio de uma determinada federação à especialização que cria os mísseis à Ronaldo e as fintas à Messi que não servem para absolutamente mais nada que não seja a perspectiva de resultar aleatória dos jogos em que participem.

Foi desta forma, FdoE, que desenvolvi a relação entre a competição desportiva e a sua utilidade económica para a estrutura de produção das federações desportivas.

Como acima sugiro a recreação e a actividade física são fundamentais para a competição. Quanto maior é a massa dos aprendizes da actividade desportiva que se ficam pelo recreio e pelo lazer, maior é o consumo directo e indirecto, presencial ou tecnológico, da competição profissional.

Se do ponto de vista da competição em si, a recreação e a actividade física são laterais, elas são fundamentais para a percepção óptima da competição e dos seus protagonismos, os quais dependem do respectivo consumo por consumidores conhecedores e exigentes quanto à qualidade e técnica do produto competitivo oferecido.

A essência da minha tese é a afirmação de que a pirâmide de uma determinada actividade desportiva tem três níveis de produção interligados: o informal e o formal, dividindo-se este último em recreação e alto rendimento.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Petição em defesa da Educação Física

Assine a petição neste link

Para:Presidente da Assembleia da República Portuguesa

A Sociedade Portuguesa está a assistir a um ataque concertado e generalizado à formação no âmbito das atividades físicas e desportivas das crianças e jovens em idade escolar, consubstanciado no conjunto de decisões anunciadas pela tutela:

- na redução da carga horária de Educação Física (EF), apresentada na proposta de matriz curricular dos ensinos básicos e secundários, contrariando todas as recomendações nacionais e internacionais que enquadram a promoção de estilos de vida ativos e o desenvolvimento dos jovens;

- na redução da carga horária destinada a atividades de complemento curricular no âmbito das atividades físicas e desportivas – Desporto Escolar, reduzindo as oportunidades de formação desportiva dos jovens e a ocupação de tempos livres em atividades físicas e desportivas, especialmente dos que não encontram alternativas no sistema desportivo;

- na discriminação negativa da disciplina de EF, no que respeita ao seu estatuto avaliativo, relegando-a para uma posição de menoridade comparativamente com as demais disciplinas. Esta medida, pedagogicamente injustificada, tem inevitáveis repercussões negativas no investimento dos alunos na superação das suas dificuldades, no seu aperfeiçoamento e no seu desenvolvimento pessoal e social.

Considerando que a EF é uma área ímpar no currículo do nosso sistema educativo, na promoção de estilos de vida saudáveis, na educação para a cidadania, no desenvolvimento integral e multilateral de todas as crianças e jovens, os signatários, não querendo assistir à degradação da educação dos jovens desta geração, repudiam e pedem a suspensão imediata das medidas propostas. 

Os signatários

No pormenor é que se entendem os treinadores

Vicente del Bosque o treinador espanhol deixou de fora Torres, enquanto o treinado português Paulo Bento usou e manteve Meireles e Nani.

Estes dois últimos estiveram abaixo do seu habitual.

Caso Nani e Meireles tivessem conseguido o nível anterior Ronaldo teria tido outras hipóteses?

Terá VdB compreendido que o estilo de jogo inglês não era o mais adequado para levar Portugal de vencida?

Sendo a manta curta, o que terá pensado PB?

António Costa anuncia a posse do Complexo Desportivo da Lapa para a Câmara Municipal de Lisboa

Segundo o Público o CDL passará a ser gerido pelo Instituto Superior de Economia e Gestão e será aberto à comunidade.

Esta é sem dúvida uma boa notícia para o desporto, para a cidade de Lisboa e para o Bairro da Lapa.

A venda à Estamo, empresa do Estado, pelo Governo de José Sócrates tinha na sua base financiar o orçamento do ex-Instituto do Desporto de Portugal, o que foi feito tendo o ex-IDP beneficiado da ilegalidade desportiva de venda de património desportivo consolidado para especulação imobiliária.

Desde princípio a CML opôs-se a este acto da política desportiva de Laurentino Dias à altura Secretário de Estado do Desporto.

Realçaria quatro aspectos que interessa analisar para este complexo desportivo:
  1. A prática desportiva da população local e em particular nos jovens em idade escolar de todo o bairro.
  2. A pluralidade de funções desportivas, culturais e de voluntariado do interesse da população do bairro.
  3. A necessidade de obras de modernização tendo em consideração os dois primeiros pontos.
  4. A obrigação de definir um modelo de desenvolvimento sustentado ligado às forças vivas públicas e privadas e aos parceiros com as características contraditórias que a Lapa como área de embaixadas, de residência de 'grandes' famílias, de hoteis de 5 estrelas e de uma população alfacinha oferece.
Obviamente não é de deixar passar grandes felicitações à mão esquerda do PS, aquilo que a mão direita nunca percebeu de política desportiva nacional.

O Governo PSD também está de parabéns pela decisão e era bom que lhe servisse de inspiração em relação a outros actos que os governos tendem a praticar com fraco entendimento dos impactos sociais e desportivos nacionais ou locais.

Terá faltado eficácia nas substituições e capacidade de chutar dentro dos postes

Paulo Bento não resolveu a lacuna de finalização e pontaria desta geração e não acertou com o timing das substituições.

Se a primeira condição estivesse resolvida com o encostar da Espanha às cordas a segunda seria diferente ou indiferente.

Esta geração é campeã em perder bolas.

Como refere Abel Xavier às televisões Portugal perde gerações de talentos no futebol não ganhando quando a França e a Espanha potenciam as suas gerações ao ponto de ganharem campeonatos da Europa e do mundo.

Outra situação é a inexistência de equipas nacionais que tenham os jogadores da selecção. os alemães fazem a selecção a partir do Bayern e os espanhóis do Barcelona e Real Madrid. Nenhum clube Benfica, Sporting e Porto tem até agora esta filosofia, nem se vê como é que a poderão ter caso houver novas estrelas mundiais no futebol português.
Sem políticas no desporto as falhas finais devem-se à falhas a montante.

Possivelmente este foi o canto de cisne da geração de Cristiano Ronaldo.

Sem políticas apenas o acaso que terá de ser de muito mais sorte do que no passado.

As actuais políticas de austeridade ainda estão a fazer o seu caminho e no futuro as vitórias de Portugal serão mais complexas e raras.

Este é um vaticínio que preferiria não ter feito.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Porque é que ...?

Se assiste à nova bancarrota de um clube da primeira liga como o Leiria e o Sporting que anda a fazer promessas de igual grandeza?

Até A Bola constata a ferrugem avançada no Estádio Nacional?

A Educação Física acorda estremunhada para as maldades do ministro da Educação, está tudo bem?

Agora que Portugal quer ganhar o Euro2012, tudo está bem?

O COP e a CDP, sem liderança e sem concentrar o debate das federações vão bem, e lideram outras coisas sem a legitimidade das suas constituintes?

Agora que existem tantos pareceres jurídicos sobre a legalidade, a sua margem e a margem da margem da legalidade jurídica no desporto e das possibilidades legais e regulamentares, o desporto português respira saúde?

Onde encontrar respostas?

Como encontrar respostas?

Ninguém vê nenhum resultado mas haverá reuniões desportivas de horas e horas. O que fará ou falará tanta gente?

Não quero ser desrespeitoso mas os sinais são contraditórios e existe um grande peso da tradição e outros imobilismos ou desconversas.

Era bom fazer boas perguntas e bons debates para ter boas respostas.

Mas isso é insuficiente não havendo líderes capazes de liderar sob pressão e não temerosos do risco daquilo que assumiram e juraram trabalhar.

Faltará muito dirão uns, faltará tudo dirão outros.

Diria que falta pormo-nos ao caminho com gente capaz de caminhar afoitamente e de cabeça levantada.

terça-feira, 26 de junho de 2012

CNAPEF e SPEF Congresso Nacional Extraordinário

Junto se transcreve a Carta de Apresentação do
CONGRESSO NACIONAL EXTRAORDINÁRIO
“NÃO HÁ EDUCAÇÃO SEM EDUCAÇÃO FÍSICA”
Pavilhão Multiusos de Odivelas
12 de julho de 2012

Caros Colegas,

Mais uma vez a sociedade portuguesa assiste a um ataque concertado e generalizado à formação no âmbito das atividades físicas e desportivas das crianças e jovens em idade escolar, expressa nas decisões anunciadas pelo Ministério da Educação, nomeadamente, no que se refere:

- à redução da carga horária de Educação Física, apresentada na proposta de matriz curricular dos ensinos básicos e secundários, contrariando todas as recomendações nacionais e internacionais que enquadram a promoção de estilos de vida ativos e o desenvolvimento dos jovens;

- à redução da carga horária destinada a atividades de complemento curricular no âmbito das atividades físicas e desportivas – Desporto Escolar, reduzindo as oportunidades de formação desportiva dos jovens e a ocupação de tempos livres em atividades físicas e desportivas, especialmente dos que não encontram alternativas no sistema desportivo;

- à discriminação negativa da disciplina de EF, no que diz respeito ao seu estatuto avaliativo, no acesso ao ensino superior, relegando-a para uma posição de menoridade comparativamente com as demais disciplinas. Esta medida, pedagogicamente injustificada, tem inevitáveis repercussões negativas no investimento dos alunos na superação de dificuldades e/ou no seu aperfeiçoamento e desenvolvimento pessoal e social.

Mais uma vez, também, os professores de Educação Física reagiram, por todo o país, a estas injustificadas medidas do Ministério da Educação com a convicção e dignidade profissional que os caracteriza, firmes na luta contra a desvalorização social e educativa da nossa área disciplinar, plenamente conscientes da gravidade que estas medidas representam para a educação e formação dos nossos alunos.

Apoiados por este movimento de indignação e sentindo a solidariedade profissional dos nossos colegas, o CNAPEF e a SPEF tem desenvolvido múltiplas ações de divulgação e esclarecimento, junto de diferentes instituições e individualidades direta e indiretamente ligadas à nossa área, com o objetivo de promover a justeza das nossas razões e de aprofundar e ampliar o protesto contra tão inexplicáveis decisões do Ministério da Educação (consultar os sítios do CNAPEF e da SPEF).

É no sentido de fortalecer a nossa luta que convocamos o CONGRESSO NACIONAL extraordinário. Pretendemos com este congresso refletir sobre os graves problemas que, neste momento, afetam a qualidade da nossa intervenção profissional procurando encontrar as melhores soluções para os resolver, chamando ao debate outras instituições, entidades e individualidades que permitam alargar a influência social da nossa luta.
Desta forma, convidamos cada um dos colegas a participar ativamente no Congresso Nacional e solicitamos, igualmente, que nos ajudem na melhoria da sua preparação, fazendo a sua divulgação junto de todos os colegas nas escolas, nos ginásios, nos clubes, nas autarquias, em todos os locais onde se exerça a nossa atividade profissional.

Juntos seremos mais fortes na defesa do nosso lema:

NÃO HÁ EDUCAÇÃO SEM EDUCAÇÃO FÍSICA

Com as melhores saudações,
O Presidente do CNAPEF João Lourenço
O Presidente da SPEF Marcos Onofre

Crise do Jamor - artigo de A Bola

O artigo de A Bola de dia 24 de Junho

A parte final da segunda folha sai truncada. Pelo facto que não consigo resolver as minhas desculpas.

Imagens paradigmáticas da Bola sobre o Jamor

(texto actualizado)

O artigo pgs 24 e 25 de 24 de Junho é um exemplo do que se passa em inúmeros sectores do desporto português.

A herança para Alexandre Mestre é significativa o que eleva a níveis superiores a exigência de fazer bem, corrigindo ou cortando com o passado.

Quando critiquei no Colectividade Desportiva, aqui neste blogue, e em artigos no Expresso e no Público a degradação sustentada do modelo e das instituições do desporto nacional referia-me, e tantos outros também o fizeram, ao que se apercebia e agora se vê.

Institucionalmente há imenso que fazer.

O artigo de A Bola é um instantâneo.

Outra situação é a vacuidade das posições de política e que é uma tradição quanto à busca e actuação sobre as causas.

Realço aquilo que parece a afirmação de um dirigente associativo referido pelo jornal: 'Mas a situação é delicada e afrontar o Estado em tempo de contenção é opção a evitar'.


Esta afirmação é toda ela um tratado de impotência e incapacidade de política desportiva.


Tenho-a ouvido em diferentes registos a líderes e amigos que prezo.

A limitação e auto-limitação de diálogo de política desportiva é o mais fundo dos constrangimentos da política desportiva nacional.

O próprio jornal A Bola não vai atrás da caça.

Tenho dois gatos em casa: o primeiro mata e come qualquer pássaro que passe num raio esférico de menos de 75 centímetros; o segundo já teve um pássaro quase pousado na cabeça e não compreendia o que tinha à sua frente.

A reportagem de A Bola está a meio caminho entre os dois gatos: deu com o pássaro mas não sabe dar-lhe caça.

Parece que A Bola interiorizou a afirmação do dirigente associativo e não consegue perguntar como é que é afrontar o Governo dialogar politicamente sobre a necessidade de 'intervenção urgente' no Complexo do Jamor.

domingo, 24 de junho de 2012

A destruição da economia do desporto português: o caso da bolha do direito do desporto português

Há vários casos paradigmáticos de como se destrói produto desportivo em Portugal, sejam no caso as actividades, sejam áreas a montante e a jusante que engrandecem e contribuem com substância para um mercado, seja desportivo, seja outro qualquer.

O caso da Liga de Clubes de Mário Figueiredo: Hermínio Loureiro fez um estudo económico sobre a arbitragem. Laurentino Dias na apresentação do estudo criticou o estudo implicitamente e mostrou aquilo que fez durante as legislaturas que foi não trabalhar a economia do desporto. Fernando Gomes faz um estudo económico e vem Mário Figueiredo e, para além do departamento jurídico que possui, contrata um especialista, José Manuel Meirim no caso, para demonstrar que juridicamente podia aumentar o número de clubes. O desafio da dimensão do campeonato é desportivo, de gestão, económico e social antes de ser jurídico. Os homens do direito do desporto em Portugal não o sabem, ou sabem e não querem fazer bem feito.

O sinal de investimento no direito para além do comportamento de décadas do PS vem do governo PSD/CDS que forma vários grupos de trabalho cuja liderança é de direito.

O direito não tem respostas económicas, nem sociais, nem de gestão e ainda por cima a situação é gravosa porque o desporto português não estuda, nem investiga para resolver os desafios colocados e muitos investigadores estão fechados nas suas universidades sem conhecer a realidade da produção desportiva. Os grupos de trabalho não são a solução única para os desafios como está a ser feito.

Pode afirmar-se existir uma bolha de direito do desporto que leva a que a cada parecer a decisão relativiza-se, surge novo novo parecer num processo sem limites e sem princípios de produção e de governance fundamentais do desporto. A resposta de José Manuel Meirim a outro jurista que não se identificou no comentário acerca do Tribunal Arbitral de Desporto no blogue Colectividade Desportiva é claramente a perda de sentido sobre o que é o óptimo para o bem-estar e o bem comum do desporto e da população portuguesa, no caso sobre o TAD.

Esta bolha faz mal ao desporto e aos seus protagonistas. Criar grupos de trabalho do governo nomeando líderes divorciados dos seus constituintes como é o caso do COP e da CDP menoriza a liderança desses grupos, por catedráticos que sejam, e trabalham com a matéria colectada e conhecida e são incapazes de avançar com profundidade visando a média de produção desportiva europeia.

Outro caso ainda da forma de engrandecer a bolha é usar a economia para sustentar o que se quer fazer. Esse é o caso de dizer que Lisboa se poderia candidatar a Jogos Olímpicos porque existem estudos económicos que o demonstrariam. Os economistas são almas iguais a todas as outras e a bolha financeira demonstrou como eles também erram e erram em grande, levando à ruína populações, empresas, países e mercados continentais. Esta argumentação do COP tem segundas intenções e é inaceitável. O COP defende-a há décadas e a bancarrota portuguesa e a falência dos estádios de futebol do Euro2004 deveria dizer a estas instituições que há processos e projectos que são simplesmente inaceitáveis.

Estamos portanto perante juristas do direito do desporto de altíssimo perfil que se anulam mutuamente, ocupam os mais altos lugares da magistratura desportiva e arredores, usam os gestores de desporto e outras profissões para assegurarem o cumprimento dos despachos, das leis e dos artigos da lei do desporto.

Como economista observei no último ano a evolução do PSD de Alexandre Mestre e tenho dúvidas que esteja a obter o melhor do desporto para o seu PSD. O processo sendo distinto do de Laurentino Dias do PS não terá resultados contrastantes.

Mesmo que ganhemos o Euro2012, falta desporto ao nosso desporto.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Portugal nas meias com a presença de 'tutti quanti' 'in situ'

O desporto segue dentro de momentos.

A forma de seguir é a questão.

O país político está colocado estrategicamente nas bancadas dos estádios e na colocação das felicitações.

É uma alegria muito grande ver a equipa de futebol ter sucesso internacional.

A qualidade dos actos políticos poderiam ser melhores é um ponto que nunca será demais realçar.

Alguma coerência ética exigiria a estreita correlação entre os festejos e o 'venha a mim' com decisões de politica desportiva adequadas aos desafios do desporto moderno.

A palavra e a coerência a quem vai festejar de tão alto tudo o que se passar com a selecção de CR7.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Quando a inutilidade de um regulador coloca em causa o sistema democrático

A decisão da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) coloca em causa o actual modelo institucional em que os partidos dividem os lugares institucionais em vez de nomear pessoas que curricularmente e no plano dos princípios tenham perfis adequados ao funcionamento superior dos órgãos democráticos.

Deixou de estar em causa, o objecto do comunicado em julgamento, e passou a haver a dúvida sobre a instituição democrática.

Isto passa-se 'diariamente' no desporto onde para além para as presenças partidárias outros elementos são relevantes para corporações que modernamente necessitariam de competir e assumir o rismo das suas missões fundamentais mas que nomeadas segundo o paradigma actual são meros agentes à procura de rendas que o erário pública até vai minguando cada vez mais para o desporto dada a ineficácia de produção desportiva patente.

É o paradigma de democracia que passa a estar em julgamento.

Como refere Bagão Félix no poste anterior sobre a 'Indigência moral' os desafios do futuro estão em nós próprios e não em entes externos como a Troika.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Indigência moral


Artigo de António Bagão Félix saído no Público de 17 de Junho de 2012, na página 55, que se agradece a disponibilidade  para a publicação no blogue.

A ética da convicção e a ética da responsabilidade não são contraditórias.
Completam-se uma à outra e constituem no seu conjunto a expressão do “homem autêntico”
(Raymond Aron)
“ A olhar a mentira dos salões esquecemos a verdade das celas”
(Miguel Torga)

Desde 2008, o mundo vive em crise económica e social. Mas sobretudo e endemicamente em indigência moral. Portugal, também. 


A regra de ouro no plano ético tem sido frequentemente violada: para alguns, os fins justificam sempre qualquer tipo de meio. Para tal, “inventou-se” um novo arquétipo moral entre os actos bons e os maus: os actos indiferentes, uma espécie de silenciosa amiba onde se acolhem as maiores perversidades.

A ética da primeira pessoa (a auto-exigência) deveria ser sempre a primeira condição para a ética da terceira pessoa (ser-se exigente com os outros). Infelizmente todos os dias se observam distorções deste contrato moral. E parece cada vez menos considerado o imperativo kantiano: Age unicamente segundo a máxima que te leve a querer ao mesmo tempo que ela se torne uma lei de tal modo que, se os papéis fossem invertidos, as partes em questão estariam sempre de acordo.

As pessoas simples não entendem e indignam-se legitimamente. As elites exemplares escasseiam, a procura do bem comum dilui-se, ao mesmo tempo que brotam como cogumelos as falsas elites feitas de arrivismo e calculismo. O respeito pelas regras legais ou comportamentais tem sido menosprezado por certos grupos e grupúsculos de interesses partidarizados, particularistas ou secretistas que, não raro, ousam capturar o interesse público.

Permita-se-me a imagem caricatural: parar no semáforo vermelho é quase um sinal de inadaptação social nos tempos que correm.

De há muito, assiste-se a formas iníquas de promiscuidade e de disfarce de interesses privados e públicos, ao sôfrego domínio de certas instituições fundamentais por pessoas impreparadas, sem currículo e que as usam despudoradamente em benefício próprio. Já lá vai o tempo em que para se ocupar um lugar de alta responsabilidade política, institucional ou empresarial eram sempre necessárias provas de vida, de experiência e de responsabilidade efectiva. A exigência que Roland Barthes exprimiu dizendo que “um responsável nota dez: dois pontos de esforço, três pontos de talento e cinco pontos de carácter” já não é o critério essencial.

Órgãos decisivos como o Tribunal Constitucional ou a Provedoria de Justiça têm vindo a ser sujeitos à mais descarada descaracterização pela via afuniladamente partidária.

A indigência moral alimenta-se da falta de memória corroída pela primazia do presentismo, da impunidade de que, no fim, nada acontece, do escrutínio para “inglês ver” onde os sem-poder são penalizados e se desculpa quem viola as mais elementares regras éticas. Uma pequena irregularidade pode ser fatal, uma grande fraude perde-se na neblina processual. Os indefesos, os últimos, os sem voz são vistos crescentemente como uma quantidade, ao mesmo tempo que há todo o tipo de salamaleques e toda a panóplia de consideração hipócrita para pessoas ou entidades não recomendáveis.

A aliança entre o fardo da burocracia e a exaltação da tecnocracia desumaniza as instituições, coisifica as pessoas e gera tentações corruptivas. Em muitas instâncias de diferentes naturezas, reforça-se o primado dos objectivos monetarizados, mas esfumam-se as referências, os princípios e os ideais. Mais do que nunca, parece valer-se não pelo que se é, mas pelo que se tem ou se insinua ter.

A verdadeira liderança vem do exemplo, não do poder formal e efémero. Há na governação, nas instituições, nas empresas, na sociedade, notáveis exemplos de rectidão, serviço público e hombridade. No entanto, a perspectiva axiológica do uso do poder como poder-dever é cada vez mais a excepção. No frenesim de micro, pequenas e médias éticas, a sociedade vem-se tornando mais amnésica e dilui-se a fronteira entre o útil, o inútil e o fútil.

O direito ao erro e a pedagogia da persistência perante a dificuldade são, muitas vezes, substituídos pela ilusão do facilitismo, da permissividade e da “troca” em circuito-fechado.

Não devemos confundir o erro, inerente à nossa condição humana, com a irresponsabilidade, a ganância, a cupidez. Erro não implica culpa, mas culpa tenta justificar-se pela (falsa) inocência de um erro inventado.

Não são os cargos que fazem as pessoas, são as pessoas que fazem os cargos. Mas está na moda separar a pessoa da função e a função da pessoa, como se o carácter fosse divisível.

O incentivo ao mérito e a ética da sabedoria integral e do esforço honesto são, não raro, abafados pela defesa da mediocridade e de igualitarismos bacocos que afastam os melhores, mas são esplendorosamente retributivos para toda a espécie de “boyismos”.

Há quem diga que a ética é tão-só o cumprimento escrupuloso da lei. Acontece que o conjunto das normas jurídicas e o conjunto das normas éticas jamais coincidem. Há muitas regras de conduta ética que não estão juridicamente plasmadas. A ética não se estrutura na dicotomia legal / ilegal, mas radica na consciência. O conjunto do que é moralmente aceitável (o legítimo) é mais restrito do que é juridicamente aceitável (o legal). Nem tudo o que a lei permite se nos deve impor, e há coisas que a lei não impõe mas que se nos devem impor. Nenhuma lei proíbe em absoluto a mentira, a desonestidade, a deslealdade, a malvadez, o ódio, o desprezo, a vilanagem… Como nenhuma lei só por si assegura a decência, a verdade, a generosidade, a temperança, a prudência, a exemplaridade, a integridade, a autenticidade, a honradez, a coerência ou a sensatez. Recente estudo europeu sobre práticas corruptivas refere que “ a corrupção se materializa, por vezes, em práticas legais mas anti-éticas que resultam de regras de lóbi opacas, tráfico de influências e portas giratórias entre o sector público e privado”.

A pessoa tem mais deveres éticos do que o cidadão. A consciência de uma pessoa honesta é mais exigente do que o produto de um legislador porque a lei é o limite inferior da ética.

Também a linguagem tem sido sujeita a uma anestesia ou mudez moral que favorece o relativismo ético. Hoje o mentiroso não mente. Diz inverdades. Certas fraudes já não o são.

Foram promovidas tecnocraticamente a imparidades. Um conflito de interesses até pode não o ser. Diz-se, então, que cria sinergias. A batota depende do batoteiro. A ética do esforço conta menos. Vale mais a esperteza arrivista. O valor da exactidão esvazia-se. O que conta é o calculismo da inexactidão. A flexibilidade é palavra de ordem para tudo, até mesmo para o carácter e conduta moral. A iconografia do sucesso, mesmo que aparente substitui a iconografia dos valores, mesmo que imprescindíveis.

A ética pura, dura e intensiva vem-se relativizando pela abordagem quantitativa e pelo contexto condicional ou adversativo. Por onde escapam e até têm sucesso os menos escrupulosos. O carácter e a decência passaram a andar de mãos dadas com um qualquer “se”, “mas”, “talvez”, “quase sempre”, “salvo se” ou “mais ou menos”. Em ética não há o meiotermo, lugar geométrico da indiferença onde tudo vale por nada valer.

Em suma, não há remédios técnicos para males éticos. Esta é a mais séria e profunda reforma estrutural e geracional que urge concretizar na sociedade portuguesa. Sem ela, não há troika que nos valha…

António Bagão Félix
Público, Junho de 2012

Howard Webb arbitra o República Checa Portugal

O considerado melhor árbitro inglês esteve em Portugal a convite de Vítor Pereira quando este lançou na Alfandega do Porto o modelo da arbitragem profissional da liga de Hermínio Loureiro.

Dizia ele na altura que por vezes se esquecia de que estava a arbitrar para ver o jovem Cristiano Ronaldo a jogar.

Teria sido melhor que Howard Webb tivesse sido nomeado para o jogo seguinte de Portugal com a Espanha ou a França.

Esperemos que não falhe como é seu hábito deixando nas mãos/pés dos nossos jogadores a vitória em campo.

O Euro 2012 de Ronaldo

Este poderá ser o Euro do Ronaldo.

Há dois factores a ter em conta:
  1. A equipa de Portugal continua a jogar bem e há a abertura de infinitésimos graus nas defesas adversárias, o mínimo necessário para Ronaldo fugir às marcações cerradas e marcar.
  2. A arbitragem internacional tendencialmente não enxerga as faltas dos defesas das equipas dos cinco grandes e é muito atenta e rigorosa sobre qualquer coisa dos jogadores das equipas dos países mais pequenos.
Se o primeiro factor é relevante no próximo jogo e a balança da arbitragem até pode estar na defesa da qualidade do jogo, o segundo factor já será mais relevante se Portugal ultrapassar a República Checa face a um jogo com a Espanha ou com a França, o país do presidente da UEFA.

terça-feira, 19 de junho de 2012

do chat da Cultura e Futuro

HelenaSC: correcção: "a Cultura não está preparado para o Futuro..."

A Cultura 'ataca' de novo

Carta 'Cultura e Futuro'.

E o Desporto?

Pois, pois, o Desporto!

A Espanha, a arbitragem e Platini

Dizem que a filha do Platini trabalha na área do Barcelona... será verdade?

Com dois penaltis que favoreceram a Espanha e o árbitro não enxergou, o que dirão os Croatas?

Se tudo correr bem vamos a ver o que acontece quando outro pequeno país, Portugal, jogar com a Espanha.

Alguém se lembra de um outro francês, árbitro, chamado Bata? (não tenho a certeza de ser este o nome)

Notícia do Correio da Manhã sobre a educação física

A notícia diz que as normas são transitórias ...

A posição de Gustavo Pires* sobre a situação da Educação Física


A Mente Sã do Ministro da Educação

Como referia o jornal Público o Ministro da Educação e Ciência enterrou a velha máxima do poeta romano Juvenal “mens sana in corpore sano” que há mais de um século anima os prosélitos da Educação Física (EF) que não se conseguiram libertar do modelo de ginástica de Ling instituído no século XIX.

Mais vale tarde do que nunca porque a questão que o Ministro resolveu tem as suas raízes no 1º Congresso Olímpico realizado na cidade de Le Havre em França decorria o ano de 1897. Ao tempo, travou-se uma disputa de morte entre o pedagogo desportista de seu nome Pierre de Coubertin e o médico sanitário suecofílico de seu nome Philippe Tissié. Ora, a referida luta adentrou-se pelo século XX e, de tal maneira que, ainda hoje, provoca enormes prejuízos em muitos sistemas educativos e desportivos por esse mundo fora, incluindo Portugal.

O Ministro esteve bem. Tomou uma decisão de bom senso porque é possível apresentar inúmeros casos de jovens portugueses que caram privados de entrar no curso superior que desejavam por terem tido uma nota menos boa na disciplina de EF. Por exemplo, uma aluna que sendo atleta de natação com participação nos campeonatos nacionais da modalidade, não entrou em medicina por uma décima porque teve uma nota fraca à disciplina de EF.

É também uma questão de conceção da superestrutura ideológica da disciplina de EF. Na realidade, o modelo atual não permite a viabilização de um sistema de avaliação com alguma utilidade social. Hoje, o nome, os fundamentos e a substância da disciplina respondem muito mais a interesses corporativos do que aos interesses dos alunos, dos pais e do País.


Coubertin sabia que, com os sanitaristas suecofílicos, o Movimento Desportivo estava condenado. E, em 1911, escrevia-o: “le mens sana in corpore sano est excellemment hygiénique et nullement athlétique”. E, a m de os combater, propôs uma nova divisa com uma compleição eminentemente desportiva: “mens fervida in corpore lacertoso”, quer dizer, “um espírito ardente num corpo treinado”.

Contudo, Coubertin não conseguiu fazer passar a nova divisa. Os sanitaristas, representados pelos médicos, pelos militares e pelos professores de ginástica, estavam bem firmes na defesa dos seus interesses.

Depois, Coubertin só vira a conseguir que o Comité Olímpico Internacional adotasse o célebre “citius, altius, fortius” em 1923.


Para já, Nuno Crato revelou ter mente sã. O problema é que “uma andorinha não faz a primavera”. A primavera de uma verdadeira educação desportiva.


*Professor na FMH/UTL

publicado no Primeiro de Janeiro de 19/06/2012

domingo, 17 de junho de 2012

A Ciência e o Desporto

De como a ciência física ajuda a impulsionar a triviela.


Tirado do blog De Rerum Natura, com a devida vénia.


A educação física andava a pedi-las

Para não ir mais longe e dar o exemplo do direito do desporto há duas associações de direito do desporto que fazem sessões anuais no mesmo dia em locais distintos.

No blogue Colectividade Desportiva é comum ver as posições inamovíveis das duas.

Na educação física existem outras duas organizaçoes:
  • A primeira é a Sociedade dos Professores de Educação Física - SPEF
  • A segunda é o Conselho Nacional das Associações de Professores de Educação Física - CNAPEF que congrega rodas as Associações de Professores de Educação Física do País.

A SPEF e a CNAPEF agora queixam-se de Nuno Crato cortar as pernas à disciplina mas estas associações profissionais nunca responderam às críticas dos pais e dos alunos que foram prejudicados pelos seus profissionais em nome da sua deontologia, profissionalismo e ética.

Ambas fazem reuniões anuais distintas no mesmo dia.

A educação física movimenta uma percentagem pequena de jovens em idade escolar e não parece que estas organizações tenham algum sobressalto de consciência ou de movimentação da sociedade para corrigir a situação.

Esta fragmentação do querer desportivo é fatal o que as pessoas colocadas nas direcções destas instituições corporativas não quiseram resolver ao longo de décadas.

O seu trabalho é inútil porque o direito desportivo, a educação física e o desporto escolar nada conseguem de positivo.

A ausência dos resultados desportivo está aí.

Até quando?

O Fórum da Associação de Patinagem de Lisboa

Luís Nascimento foi a alma do fórum que contou com intervenções de Paulo Rodrigues, vice-presidente da federação, Fernando Tenreiro, Jorge Lopes, director técnico da patinagem, Luís Paulo Relógio e Diogo Guia.

A patinagem degladia-se com os mesmos problemas de todas as federações nacionais e tem a coragem de procurar uma resposta tanto técnica, financeira e económica como jurídica.

Há dificuldades nacionais grandes as quais foram indicadas articulando-se as características da modalidade com a experiência dos diferentes oradores.

Foi inesperado o convite que se deve à actividade dos alunos da licenciatura de gestão da Universidade Autónoma de Lisboa.

Em 2008 pensei que se podia levar o desporto português a um debate profundo sobre a sua situação.

foram cometidos alguns erros as alcatruzes da nora levaram uma volta e cabe a outros não desperdiçar mais tempo.

Mas o tempo é demasiado pesado nas suas imposições e dificultador de transformações e que nos projectem para o futuro.

Temo que este belo acto de Luís Nascimento e da Patinagem seja sufocado pelas nossas imperfeições tradicionais.

Portugal ganha se marcar golos com ou sem Ronaldo

Os resultados das outras equipas têm sido pouco volumosos

Portugal marcou 3 e sofreu 1 da alemanha e 2 da dinamarca a quem ganhou

As contas que os jornais fazem da possibilidade da não classificação apesar da vitória acontece com vitórias magras

Portugal tem de marcar golos

No jogo com a dinamarca a equipa marcou golos de três jogadores diferentes e Ronaldo ficou com a baliza escancarada

Se a equipa marcar Ronaldo solta-se e é soltado pelos adversários

A força da equipa portuguesa tem de ser a equipa

Os piques de Ronaldo vão aparecer

Com a dinamarca ronaldo foi o jogador que mais correu a seguir a moutinho e mais do que pepe

O jogo está nas mãos de Paulo Bento, o treinador

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Os líderes desportivos são pobres diabos? O paternalismo do Estado

A bolha do direito do desporto leva os dirigentes públicos a voltarem-se para a inépcia e a corrupção dos dirigentes desportivos que havendo, como a realidade vai demonstrando, não justifica a causa do afastamento do desporto português da média europeia.

Os fundamentos da falha do mercado do desporto deve-se às más leis e regulamentos e à ausência de qualidade da actuação pública.

Estas são as causas do desperdício de potencial e do aproveitamento singular dos afloramentos de génio sem o devido investimento na massa  de valor humano e social nacional.

Junto com a bolha do direito são servidos maus actos de decisão de produção desportiva tanto do lado privado como do lado público.

O que vejo em Espanha é um mercado do desporto competitivo servido por parceiros científicos que possuem mercados onde competem os produtores de conhecimento desportivo individuais e colectivos, escolas e empresas, federações, ligas e clubes, organismos públicos como o Conselho Superior de Desporto e o monopólio das apostas.

Numa das realizações foram convidados especialistas europeus e americanos.

Estamos a falar de um processo de trabalho que tem décadas e que se verificou em inúmeros sectores do conhecimento.

Também os congressos do direito do desporto de Espanha são conhecidos dos juristas nacionais e reza a história que a actuação dos portugueses tem usado esses congressos para desancar na realidade nacional.

Portugal tem menos persistência, ética e método. Financia abaixo do custo rata as condições de produção segundo critérios de qualidade e eficácia e é vingativo. Acontece recentemente em que se se nomeia abaixo do óptimo nacional segundo 'decisões superiores' que é coisa como antes se determinava quem servia a 'bem da nação'.

O que se passa connosco é de muito mau gosto e faz-nos mal em todos os sentidos deixando-nos na cauda da Europa e sem o proveito monetário que outros conseguem.

As federações não aceitam o namoro entre Estado e COP e reúnem-se fora da alçada do COP e da CDP procurando alternativas de política desportiva.

Não existe um quadro institucional eficiente que ajuste o querer da direcção associativa com o querer dos seus parceiros constituintes.

As federações trabalham tal como os profissionais do direito fechadas sobre si mesmas há décadas actuando o Estado na procura de soluções de visibilidade que a medalha a Jorge Mendes demonstra.

O Estado não tem ilusões sobre a qualidade do trabalho actual das federações nem a sua procura de resultados vai mais longe que a espuma espúria da onda que  passa.

Não seremos todos pobres diabos tolhidos pelas nossas limitações comuns e incapacidade de dar a volta ao que fazemos há décadas da mesma forma e com resultados menores europeiamente sem lhe conseguirmos dar uma volta?

quinta-feira, 14 de junho de 2012

FUTEBOL E LETRAS

   Biblioteca Nacional de Portugal
       MOSTRA | 8 - 30 Junho |
  Sala de Referência | Entrada livre


A BNP organizou em 2004, por ocasião do campeonato europeu de futebol que teve lugar nesse ano em Portugal, uma  exposição bibliográfica intitulada "Desportos e Letras".

Oito anos depois, apresentamos uma pequena mostra, Futebol e Letras, na qual podem ser vistas algumas das espécies contidas no catálogo  então elaborado, bem como outras publicadas nestes últimos anos - uma espécie de actualização da bibliografia no que apenas diz respeito ao pedibola.


Continuo à espera da contribuição dos digníssimos juristas do desporto

As diatribes entre juristas do desporto são tão comuns e o mercado do direito do desporto está tão habituado ao seu modo de operação que nada lhes estranha mesmo quando se atiram uns aos outros.

A questão principal é que o direito é parte da crise do desporto e pouco lhe importa a parte da solução.

O direito vigente atira-se aos desafios do desporto de olhos fechados e com isso destrói produto desportivo nacional.

O direito do desporto português sofre de uma bolha de imensos e grandes homens do direito desportivo sem aspas que naturalmente são capazes de justificar o improvável e a sua contrária.

Quando se lhes pede que expliquem o que estão a discutir não se dão à despesa.

Obviamente há muito que tenho tentado explicar-lhes que me parece que esta posição que têm é errada mas sou dado como perigoso extremista que acusa o direito do desporto português de ser ineficiente e ineficaz e, por isso, politicamente incapaz.

Da sua economia não vive o desporto português mas vive de um direito que está só e feliz nessa condição.

Obviamente que os profissionais do direito do desporto são bons e como genericamente são bons e estão habituados a discutir técnica e cientificamente a arte do direito do desporto são capazes dos feitos mais elevados sem compreender que a sua discussão é tão útil como a dos economistas que regulam os sistemas bancários nacionais e mundiais, com os resultados que se conhecem.

Chegados aqui é útil compreender que a razão da incapacidade material do direito que destrói produto desportivo está nas instituições que são incapazes de distinguir o mau direito e equacionar um direito escorreito e potenciador do produto desportivo português.

A democracia do debate cruzado entre ciências seria uma alternativa caso Suas Excelências conseguissem baixar do seu pedestal e debater com o comum dos mortais segundo regras simples e eficazes a razão das suas opções tendo o objectivo de materialmente conseguir um melhor output desportivo.

É dramático que o oficial, que disse muito bem que eu não tinha lido os documentos, não se dê ao trabalho de cruzar os seus argumentos não apenas com José Manuel Meirim mas de uma forma aberta como eu propus esta manhã.

A situação existe há décadas: se forem as diatribes entre iguais tudo está bem, mesmo apoucando-se mutuamente e conhecendo-se por inteiro. Rodam nas secretarias, nos institutos e nas organizações desportivas e seguem as cartilhas dos 'manipanços' da profissão.

É pena que os oficiais do direito se comportem com esta soberba(?).

Há mais blogues e outros poderiam ser criados para conversar sobre o que nos tolhe e impossibilita de crescermos como fizeram outros países, outros sectores e outras profissões.

As regras como funciona a comunicação social é muito fechada preferindo algum conservadorismo e cuidando de rendas directas e indirectas numa tradição velha para o desporto.

Espero que alguém avance com novos dados sobre o TAD.

Tanto mais que o debate público poderia avançar com argumentos que beneficiariam este importante instrumento de descentralização da boa burocracia de funcionamento do desporto nacional.


Devo acrescentar as seguintes notas:

  1. o jurista anónimo tem razão quando diz que eu não li
  2. naturalmente ele não fala dos meus dois argumentos de base
  3. não fala da correcção da colocação do TAD no COP
  4. não fala de uma instituição constituída por pessoas desportiva e socialmente reconhecidas como profundamente conhecedoras da produção desportiva e da eficiência da sua produção
  5. e nesse sentido da hipótese de não ter uma maioria de jurisconsultos da mais alta estirpe
De facto eu não li mas posso suportar cientificamente os pontos que refiro como fundamentais para a eficiência que todos desejamos para o TAD nacional.

Foram estes pontos considerados por algum dos grupos criados?

Murdoch quer ir à boleia da UEFA comendo os lucros do desenvolvimento desportivo


Real Madrid já recusou
Rupert Murdoch quer criar uma nova competição europeia
DN por João Ruela

O magnata da comunicação quer juntar Real Madrid, Barcelona, Chelsea, Manchester United, Bayern Munique e companhia numa só competição, mas sem ligação à UEFA.

Rupert Murdoch, dono da News Corporation e um dos homens mais influentes nos media norte americanos, quer criar uma competição que conte apenas com os maiores clubes do futebol europeu e que não tenha qualquer ligação à UEFA.

O magnata australiano já esteve reunidos com representantes de alguns dos principais clubes europeus, mas já teve pelo menos uma resposta negativa, nomeadamente do Real Madrid, segundo adianta o jornal espanhol "El Confidencial".

O clube treinado por José Mourinho, diz a publicação, não se quer envolver com Murdoch devido aos vários escândalos que envolvem a News Corporation e o empresário, que está sob investigação e é alvo de vários processos, devido a alegados subornos e corrupção, bem como a escutas ilegais a celebridades.

Na reunião, que decorreu na cidade italiana de Milão, Barcelona (representado pelo presidente Sandro Rosell), Bayern Munique (Franz Beckenbauer), Inter Milão (Massimo Moratti), Chelsea, Juventus, Milan, Manchester United e Arsenal estiveram presentes. Não há espaço para clubes portugueses, sem capacidade para competirem com o poderio financeiro dos "colossos europeus", embora com palmarés bem superior a alguns.

Murdoch promete maiores receitas financeiras aos clubes do que aquelas que auferem na UEFA, bem como uma maior percentagem dos direitos televisivos e maiores proveitos provenientes dos sítios na internet.

O debate sobre a bolha do direito do desporto português

O mercado da economia do desporto está falido há alguns anos agravando progressivamente as condições de produção de desporto em Portugal.

Esta realidade alertou-me para procurar respostas simples para as causas profundas do que acontece.

A economia é uma ciência com instrumentos bastantes para responder às questões e às perplexidades desde que eu consiga fazer boas perguntas e procure com diligência as respostas da ciência.

Não me queixo de todo desta minha decisão e creio compreender melhor porque se tem atrasado e porque se destrói tanto produto desportivo em Portugal.


O anónimo aqui acusa-me de não ter lido os documentos do TAD e eu confesso que ele tem toda a razão.

Há uma bolha do direito desportivo português que os seus profissionais tratam com desvelo e que confesso não tenho tempo para acompanhar os meandros e rodriguinhos.

Aqui se observa como os profissionais do direito se degladiam não deixando espaço para a entrada no debate de terceiros. Ver o poste e também os comentários.

Convido um anónimo qualquer, ou um profissional do direito a apresentar aqui no desporto e economia ou noutro sítio que dê conhecimento um documento simples com a explicação, para não especialistas do direito desportivo, do que se passa com o TAD.

Só os aspectos fulcrais e se possível as vantagens e inconvenientes de cada um.

A publicitação deste documento em mais do que um blogue por exemplo abriria um espaço de debate que seria útil para o nosso desporto.

Caso chegue ao blogue este documento publicarei imediatamente como poste.

O desafio está lançado.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Fórum da Patinagem, sábado 16 de Junho


Os tribunais arbitrais são do desporto privado

A hipótese sugerida por José Manuel Meirim, há 15 dias no colectividade desportiva, de um erro na atribuição pelo actual governo do TAD ao COP e federações está insuficientemente fundamentado.

Segundo inúmeras fontes há vantagens na atribuição da responsabilidade de julgar litígios pelos agentes privados envolvidos, porque estes têm o melhor conhecimento sobre a realidade da ocorrência e ajuda o Estado a não gastar dinheiro público numa matéria que é do seu desconhecimento.

Demonstra-se que a produção de desporto é privada e desta matéria o Estado não sabe e é do interesse privado e público mantê-lo fora da equação.

Trata-se de uma questão de eficácia, relacionada com o melhor conhecimento e capacidade de decidir melhor, e de uma questão de eficiência conseguindo resultados com custos mais baixos, não onerando a conhecida burocracia e jurisdicionalização da realidade nacional.

Neste caso o governo anterior estava a legislar mal ao atribuir o TAD ao Ministério da Justiça, e o actual estará a actuar com correcção, caso coloque num COP com a dimensão COP+CDP, o julgamento do que ao desporto é de direito e de conhecimento possuir.

A questão principal é que cabe ao Estado assegurar a boa formalidade, eficácia e eficiência dos actos, o que aqui José Manuel Meirim teria toda a razão em chamar à responsabilidade do Governo, mas não chega lá.

terça-feira, 12 de junho de 2012

O Ronaldo é um puto porreiro

O Ronaldo ser malcriado é um dado do problema que não deve ser imputado pessoal e definitivamente.

Teve de crescer muito depressa para se tornar no melhor do mundo e as pessoas que o acompanham são mais imputáveis do que o próprio Ronaldo.

Esta questão é possível observar-se em José Mourinho muito mais velho e que possui um comportamento de risco que choca muitos dos seus colegas de profissão. Contudo, trata-se de estilos de afirmação pessoal.

Mais importante seria a preocupação de formar bem os jovens desde os seus primeiros passos no desporto para que actos como os do Ronaldo, cuspir, agressões, etc, fossem combatidos desde pequeninos mas que ao crescer haver a certeza de chamar a atenção com medidas de grau superior.

A matéria é, sem dúvida, importante e parece que nos falta alguma coisa a melhorar ainda.

Alguém está a pensar numa ética...