sábado, 24 de março de 2012

Centenário Olímpico - 1912-2012

A Revue Olympique n.º 73, de Janeiro de 1912, anunciava a realização dos Jogos Olímpicos de Estocolmo, de 29 de junho a 22 de julho, através deste anúncio que foi incluído em todos os Boletins Oficiais do CIO, de Janeiro a Julho de 1912.

                                                                               

O futebol demonstra aos partidos políticos que a realidade desportiva pode trazer dissabores

I
A crise do futebol cujos problemas surgem de múltiplos vertentes deveriam sugerir aos partidos duas questões bem distintas:
  1. a necessidade de uma política alternativa ao passado desportivo e que parece continuar-se a mimetizar com ligeiras diferenças.
  2. a ineficácia de políticas acabadas de lançar como a da ética e a oportunidade que deixa à oposição de marcar diferenças propondo projectos bem concebidos e estruturalmente relevantes para o desenvolvimento desportivo nacional.
II
É patente que a crise tradicional do futebol se agravou nos últimos meses e importaria conhecer devido a que causas:
  1. consequência natural da crise de contexto político, económico e social do país
  2. razão directa das suas próprias dificuldades que se agravam 'naturalmente'
  3. se pela ineficácia das medidas de política que afectam tradicionalmente o sector
  4. se pela carência de novas medidas e eficácia política 
Os problemas do futebol com a força e urgência que são colocados, prejudicam o restante sistema desportivo por exigirem uma constante atenção da sociedade que, temerosa, não tem tempo nem olhos para o restante desporto.

Os conceitos insuficientes surgem como por exemplo:
Mas a realidade é dinâmica, plural, complexa e o programa da ética nada diz ou faz sobre o que surge debaixo dos seus pés:

III
No desporto os partidos têm um enorme espaço de actuação política, em particular actuando onde os programas governamentais são uma montra de figuras políticas e carecem de substância política.

Novos posicionamentos políticos já deveriam ter dito que a ética não se decreta e que se pratica.

Em termos de eficácia política os maiores responsáveis pela violência e marginalidade estão fora do programa e dir-se-ia, pela tradição, que são inimputáveis.

No desporto a violência e o hooliganismo, das palavras e dos actos, têm custos directos e indirectos onerando os recursos desportivos escassos que são retirados à prática desportiva para alimentar os prevaricadores sejam os clubes com claques ou as corporações como as policiais e as do aparelho judiciário.

Desconhece-se se os partidos políticos acham que os custos indirectos da falta de ética são benéficos ou se achando que são cancros, que alastram na sociedade e cujas consequências são invisíveis e imprevisíveis, quais as medidas que defendem para a sua resolução.

Por tradição em Portugal a política desportiva faz uma leitura ligeira da ética, contenta-se com a montagem de cenas políticas para a comunicação social e contenta-se consigo própria, vejam-se as fotografias tradicionais das ocasiões políticas nos sites e na comunicação social.

Em concreto, se o programa da ética é substantivo, os partidos deveriam responder:
  • o que tem o programa a dizer sobre as medidas necessárias para combater os actos de violência mais graves comuns no futebol da I liga?
  • quem beneficia e quem paga as despesas da violência nos jogos, das claques e dos árbitros?
  • face à ineficácia do programa vai criar-se um grupo de trabalho para lidar com a violência no futebol?
  • ...
IV
Os partidos deveriam atentar que o espaço de intervenção político se mantém amplo no desporto português.

É tão amplo quanto as políticas dos governos nacionais apresentam ineficiências usuais e são incapazes de resolver os desafios colocados pela produção desportiva do século XXI.

Seria lamentável que os partidos se contentassem uma vez mais em mimetizar o goveno. Seria eticamente incongruente que agora os partidos se calassem às contradições e insuficiências e sejam incapazes de uma perspectiva nova face à actual dificuldade de criar um novo desporto.

Os partidos poderão também fazer o que fizeram inúmeras vezes em décadas passadas que é voltar a tocar a mesma música com o mesmo chefe da banda do passado.

Caso seja este o objectivo que materialmente está a ser construído por algum dos protagonistas então é definitivamente melhor pensar alternativas porque o filme da incapacidade política já passou mais do que uma vez e a realidade nacional e europeia definitivamente não se coaduna com modelos das décadas passadas.

Não será ético passar a mesma música e eleger o chefe da banda do passado, mesmo que as rendas que se ganharam com estes procedimentos tenham parecido satisfatórias aos olhos dos líderes políticos nacionais do passado.

Também não parece aceitável algum partido ficar contente com o resvalar de eficácia política que os tempos trazem e mostram a dificuldade de atinar outro futuro para o desporto.

Nestes meses todos que passam o futebol é o teste do algodão para a política desportiva nacional e o futebol demonstra como o algodão não está limpo.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Assembleia da República, audição ao SEDJ

A 28 de Março de 2012 haverá uma audição do Secretário de Estado do Desporto e Juventude às 10 horas, sobre política geral da Secretaria de Estado.

Tabela dos atletas para Londres 2012

No site do COP é possível analisar a tabela dos atletas e das suas características no ciclo 2009-2012.

Os nossos campeões olímpicos para Londres 2012


FEDERAÇÃO ATLETAS/EQUIPAS
Atletismo Alberto Paulo
Ana Cabecinha
Ana Dulce Félix
Arnaldo Abrantes
Edi Maia
Francis Obikwelu
Inês Henriques
Jessica Augusto
João Vieira
Marco Fortes
Marcos Chuva
Maria Leonor Tavares
Marisa Barros
Naide Gomes
Nelson Évora
Patrícia Mamona
Rui Silva
Sara Moreira
Susana Feitor
Vânia Silva
Vera Barbosa
Vera Santos
Equipa Estafeta Masculina 4x100m (4 Atletas)
Badminton Pedro Martins
Telma Santos
Canoagem Beatriz Gomes
David Fernandes
Emanuel Silva
Fernando Pimenta
Hélder Silva
Helena Rodrigues
Joana Sousa
Joana Vasconcelos
João Ribeiro
Teresa Portela
Ciclismo Manuel Cardoso
Nelson Oliveira
Rui Costa
Equipa Masculina (1 Atleta)
Equestre Luciana Diniz
Ginástica Ana Rente
Diogo Ganchinho
Manuel Campos
Nuno Merino
Zoi Lima
Judo Ana Hormigo
Joana Ramos
João Pina
Leandra Freitas
Telma Monteiro
Yahmina Ramirez
Lutas Amadoras Hugo Passos
Liliana Santos
Natação Carlos Almeida
Diogo Carvalho
Sara Oliveira
Simão Morgado
Remo Equipa Masculina (5 Atletas)
Nuno Mendes
Pedro Fraga
Ténis Rui Machado
Ténis de Mesa Marcos Freitas
Maria Xiao
Equipa Masculina (3 Atletas)
Tiro Joana Castelão
João Costa
Triatlo Bruno Pais
João Pereira
João Silva
Equipa Masculina (1 Atleta)
Vela Afonso Domingos
Álvaro Marinho
Bernardo Freitas
Diana Neves
Francisco Andrade
Frederico Melo
Gustavo Lima
João Rodrigues
Mariana Lobato
Miguel Nunes
Rita Gonçalves

Quem vai ganhar mais medalhas nos Jogos Olímpicos de Londres?

Segundo o blogue Freakonomics serão os Estados Unidos.

De acordo com o blogue:
'Dan Johnson, an economist at Colorado College, has been predicting Olympic medal counts for years with a model that uses metrics like population count, income per capita, and home-country advantage. In the past six Olympics, his model has a correlation of 93 percent between predictions and actual medal counts, and 85 percent for gold medals.'

O blogue afirma que 'The Olympics are a celebration of the exceptional, and the fact that an economic model can predict medal counts so accurately simply points to the fact that there are underlying patterns that favor certain nations over others. I watch for excellence, wherever it occurs, and I cheer most loudly where it is unpredicted.'

Tão simples como apesar do carácter excepcional da conquista de medalhas existem padrões que podem ser analisados e é possível predizer a performance excepcional dos campeões dos diferentes países.

E principalmente a conquista de medalhas não é uma ciência obscura ou que possa ser deixada à sorte e ao azar ou que os países mais pequenos estejam afastados, como se diz vezes e vezes sem conta em Portugal.

Esta matéria merece certamente ser acompanhada.

Mapa das medalhas olímpicas

Eis um mapa iterativo das medalhas olímpicas desde início e publicado em 2008 pelo New York Times.

Ao correr do rato ou arrastando o cursor temporal observa-se a evolução das conquistas de medalhas por país e por continente, como uma súmula do processo de construção dos Jogos Olímpicos de mais de um século.

Duche escocês, primeiro o quente de M. Fortes agora o frio

E agora as palavras sempre inesperadas do Sr. Presidente do COP sobre as medalhas pela milionésima vez em que diz a mesma coisa.

Pena o artigo não ter as palavras e posições dos deputados da audiência tida na Assembleia da República.

Parece que o artigo foi encomendado por alguém e o jornalista faz por respeitar o pedido de se 'portar bem'.

Pacheco Pereira referia a comunidade que existe entre governo e grupos que concentram a informação vital do país

A Quadratura do Círculo de ontem falou-se de promiscuidade, António Costa, de ética, Lobo Xavier, e de comunidade de interesses segundo Pacheco Pereira. Todos concordaram com palavas e pensamentos fundamentais e na crítica a casos de todas as partes.

O esvaziamento de massa crítica técnica e de princípios que se assiste no desporto começou a ser construído há alguns anos e atinge hoje um nível mais acentuado do que no passado.

Enquanto no passado as corporações desportivas do direito e da engenharia e da arquitectura, para falar das mais bem-sucedidas no pior sentido, esvaziaram o desporto das suas dimensões desportivas, hoje são os funcionários de áreas não desportivas que beneficiam da descaracterização da administração e gestão do desporto para impor perfis sem a mínima linha curricular no sector ou capacidade desportiva evidente.

O orgulho no trabalho que se faz é evidente, marcando fronteiras e territórios administrativos e legais, e negligenciando as suas consequências para o produto desportivo nacional.

As soluções encontradas para a política desportiva são pescadas aqui e ali solicitando o contributo de todos para documentos que são produzidos sem estrutura técnica e científica e sem acompanhamento capaz de compreender a realidade e as oportunidades que se oferecem.

A comunidade de interesses de que fala PP está a destruir o desporto e a levá-lo para territórios desconhecidos. Veja-se como a captura do desporto pela juventude está a colocar líderes cuja impreparação foi criada pelo comportamento dos anteriores técnicos de desporto e que agora se queixam da colocação dos campeões da juventude e das finanças.

Esta situação de destruição do tecido técnico e orgânico do desporto deve-se à incapacidade das universidades, das autarquias, dos partidos, dos técnicos e suas corporações e das federações em olharem para o todo desportivo nacional.

Ou seja a comunidade de que fala PP está nos elementos activos que concentram a informação do país e está nos diferentes segmentos fechados sob si mesmos que são parceiros da sua própria destruição.

Não nos deixemos enlevar pelos resultados que se vão conseguindo desligados da realidade europeia porque são vectores distintos, por um lado a realidade profunda que passa e, por outro, a acumulação de saberes e resultados que existindo não geram o potencial materialmente possível e eticamente exigível.

Fiquemo-nos por aqui.

A palavra a Marco Fortes

Falar de medalhas olímpicas para quem ainda agora atingiu 21m é puro disparate

quinta-feira, 22 de março de 2012

'Dejá vu' - Nota do orgulho do trabalho 'bem feito'

As imagens dos governantes são iguais às de todos os tempos quando ao fim de algum tempo conseguiram alinhar um conjunto de acções que a comunicação social assume e transmite acriticamente.

As fotos demonstram-no e o problema de fundo da política desportiva é a dificuldade de mostrar com clareza a qualidade do que se faz e do que se deveria fazer.

Conversando com protagonistas no passado e agora com os actuais em momentos equivalentes há o orgulho do que se faz e das perspectivas parcelares do que se pretende assumir ou projectar como ideal.

São perspectivas unilaterais e disso o futuro deu, dá e dará conta.

terça-feira, 20 de março de 2012

À atenção dos gestores desportivos

"Luís Segadães cria empresa para promover identidade nacional"

Os sectores do marketing, publicidade e comunicação social estão considerados na economia do desporto como sectores a jusante da produção desportiva. Nos sistemas mundiais de maior sucesso a presença dos seus parceiros privados é imprescindível ao potenciar do negócio do desporto.

Sem retirar o mérito da iniciativa ao empreendedor e felicitando-o pela descoberta do 'ovo de Colombo' há aspectos curiosos neste projecto nomeadamente os relacionados com activos que o empresário não apresenta e sugere serem intangíveis: trata-se da despedida de atletas que vão apenas participar nos Jogos Olímpicos. Segundo o empresário o valor de mercado deste serviço variará de 1,5 a 2 milhões de euros. Caso o negócio tenha uma margem de lucro entre 20% a 30% o negócio assume valores interessantes. As notícias não indicam quem são os financiadores do projecto nem os valores de cada patrocinador.

Para as aulas de gestão de desporto esta produção poderia ser reequacionada calculando o valor económico de uma despedida caso houvesse a determinação na conquista de medalhas e apresentasse não apenas os campeões de outrora mas a certeza dos do futuro.

Compreende-se, contudo, que 'não tendo cão se cace com gato'.

Parece com evidência que o que potencia o projecto é a iniciativa privada e que caso o contexto desportivo e olímpico fosse distinto, nomeadamente assegurando a conquista de medalhas, a resposta económica e social seria adequada em mais milhões de euros.

Neste tipo de projectos fica a dúvida porque tem o desporto a tendência para comprar fora quando tantas vezes poderia fazer dentro facultando rendas adicionais aos seus parceiros de base quer clubes quer federações.

“Ambição Olímpica” começa em Rio Maior

Ver a notícia no jornal o Ribatejo

A Direcção de Mário Figueiredo enfrenta primeiras demissões

Ver Expresso

domingo, 18 de março de 2012

O fracasso do Estado no futebol profissional

O artigo de Pedro Santos Guerreiro no Jornal de Negócios peca pelo odioso que destila para o futebol profissional.

Peca também pela leitura marginal dos factos e falta de aceitação de um negócio que sendo peculiar exige uma abordagem para lá das evidências e do diz que disse.

As margens do futebol profissional são mais elevadas do que noutros negócios e de maior risco exigindo princípios de governance a todos os parceiros que outros países como a Alemanha, o Reino Unido e a França  implementam.

Em Portugal há tradicionalmente um fracasso do Estado e um mérito para os parceiros do futebol.

As dívidas foram criadas, as dívidas não se agravaram e as soluções congeminadas pelo Estado falharam.

No período de vigência das velhas dívidas ao fisco há muitos clubes que falirem e isso também se deve ao fracasso do Estado.

Sem considerar estes factos a imagem dos donos do futebol até parece péssima mas Pedro Santos Guerreiro sabe que com um Estado ausente e incompetente por tradição, a eficiência do mercado privado tem valores negativos e tendencialmente agravados com o passar do tempo.

É neste quadro que o pacote de medidas de Mário Figueiredo são uma lufada de ar fresco mas isso não fala Pedro Santos Guerreiro.

sábado, 17 de março de 2012

Mário Figueiredo poderá ficar isolado

Ver artigo do Público onde se conta como MF não consegue unir em consenso os clubes que o apoiam.

Quando der por ela estará isolado.

O caderno reivindicativo é vasto e susceptível de divisões entre os pequenos clubes e que toda a oposição irá explorar.

Seguindo a tradição, há silêncios que se tornarão difíceis de sustentar

À medida que o tempo passar justificar-se-ão palavras e conceitos que não sendo avançados dificultarão o consenso entre as partes.

A corda está tensa e o bom senso, a competência técnica e o seu reconhecimento são valores escassos.

Há perguntas que se colocam como:

  • porquê agora?
  • o que se andou a fazer neste tempo que passou?
  • porquê a Liga e não outras instituições privadas ou públicas a assumirem algumas das medidas de Mário Figueiredo?
  • qual a real situação do futebol profissional português?
  • o estudo da liga, contou a história toda do futebol profissional ou o que é que não contou e agora suscita esta tempestade?
  • o que aconteceu para este levantamento de rancho?
  • para quando e como conhecer a realidade do futebol profissional?
  • há tempo para agir, ou a situação é muito difícil?
Diria em resposta à última pergunta que muito se pode fazer, sabendo-se o que se deve fazer.

Brincando com coisas sérias pode sugerir-se: 
  • sai mais um grupo de trabalho (ou mais do que um) para a mesa do canto? ou 
  • já existe material suficiente para um encontro decisivo entre as partes e uma decisão?

Não concordo com o aumento do número de clubes

É uma solução que pode parecer boa para pessoas insuficientemente informadas sobre a estrutura e os fundamentos da competição profissional no século XXI.

Porém, as restantes medidas de Mário Figueiredo são uma surpresa vindas de dentro do futebol e são matérias que vão mais longe do que o estudo feito recentemente.

O susto que algumas pessoas mostraram com críticas contundentes provém da sua oposição tradicional a tudo o que não é da sua lavra.

Colocar desconhecedores à frente do negócio só pode trazer dores de cabeça

Porém, é o que se faz.

Vêem das grandes empresas, dos grandes gabinetes ministeriais, das finanças, das administrações públicas e, contudo, do negócio, bom, do negócio, não possuem uma linha, não apresentam um conceito escorreito e bem temperado.

As armas estão em boas mãos, dizia-se em 1975.

O timing perdeu-se para as medidas de política novas de um novo governo.

Espera-se (???) que os parceiros privados dêem os primeiros passos, assumam a reforma e a transformação. Ver o entusiasmo de Nicolau Santos no Expresso, pg 5 do caderno Economia, em relação ao site Portugal Economy Probe, à iniciativa Energia de Portugal e à fusão da Universidade Clássica com a Universidade Técnica de Lisboa.

Mas quando surge um levantamento de rancho, cruz credo (!), que isto não se faz.

Ou se a iniciativa privada funciona bem nalguns sectores, talvez outros sectores é que estejam errados!?

Estando iguais a si próprios então já terão perdido outra legislatura?

Porque será que tantas pessoas insuspeitas atacam violentamente Mário Figueiredo?

Ver o caderno de encargos de Mário Figueiredo no Expresso, hoje 17/03/2012, pg 34, artigo de Isabel Paulo:

  • aumento do campeonato de 16 para 18 clubes
  • acabar com o regime de monopólio da Olivedesportos
  • centralizar os contratos de direitos televisivos na liga de clubes a partir de 2013/2014
  • aumentar para mais de 50% o valor comercial dos direitos televisivos destinados aos clubes
  • internacionalizar as transmissões dos jogos de futebol nacionais para países como Angola, Moçambique e Macau
  • triplicar as receitas televisivas em cinco anos
  • eventual queixa para a Direcção-Geral de Concorrência da Comissão Europeia como o sistema de exclusividade existente em Portugal
  • 30 de Junho é a data de envio da queixa para a União Europeia sob pretexto de:
    • abuso de posição dominante pela Olivedesportos
    • contratos cruzados de direitos de televisão e publicidade com duração até 8 anos, quando a UEFA prevê apenas 3 anos
    • clausulas de exclusividade de transmissão para diversas plataformas
    • fecho do mercado do futebol português contrariando as directrizes do Livro Branco do Desporto europeu
    • inexistência de condições de leilão de direitos televisivos aberto
    • participação accionista do operador nas SAD do FC Porto e Sporting CP 

Porque será que tantas pessoas insuspeitas atacaram tão violentamente Mário Figueiredo?

A fuga para a frente do alargamento merece atenção

Mário Figueiredo eleito com os votos dos mais pequenos terá sempre de correr contra o prejuízo de ter sido eleito por eles.

O líder da liga é o elemento novo que se inspira no descontentamento que existe em Espanha nos seus clubes secundários.

A solução do alargamento é uma não-solução porque retoma o passado sem aferir os custos e os benefícios da situação actual.

O futebol colocou os seus desafios na mesa de negociações e viu serem-lhe criados n grupos de trabalho e que todos e cada um não evitam que novo problema apareça ao voltar da esquina.

Todos estes problemas começarão a resolver-se com a atribuição de fundos provenientes eventualmente das apostas online.

A magnífica performance europeia do Sporting, de um Sá Pinto desconhecido, a continuar a marcar pontos na Taça Europa trará a lubrificação que antes as vitórias de Pinto da Costa emprestavam às negociações públicas.

O Benfica pensa em si e é socialmente menos gregário, o que Pinto da Costa aceita exigindo uma percentagem de rendas inferior do que a estrutura dos encarnados exigirá. O estilo de gestão de PC tem uma estrutura de despesa e de formação de rendas mais sustentável do que outros clubes portugueses guardando-se da exposição na frente de negociações e na opinião pública, agora que os resultados desportivos escasseiam.

Acabo sustentando o que tenho referido em três vectores:
  1. os desafios do desporto português devem ser levantados e analisados por inteiro
  2. as soluções devem partir de um quadro de conjunto fora, mas não excluindo, a bitola corporativa e jurídica e política tradicionais do desporto português
  3. para quem tem de negociar reformas, o aparecimento de n protagonistas sem o apuramento dos valores decisivos e alavancadores de sinergias e complementaridades, é uma batalha perdida para os parceiros privados e denota outras dificuldades ainda maiores que o caos das iniciativas frágeis sugere se manterão futuramente

sexta-feira, 16 de março de 2012

"El Poder del Balón"


Excelente trabalho do jornal desportivo espanhol "Marca" sobre a relação entre a política e o futebol.

A não perder. Ver e rever aqui.

Os dinheiros do futebol

O dinheiro acumulado na FPF e ainda não investido deverá ser aplicado no fomento da actividade amadora e não na profissional.

Nos restantes países europeus estes dinheiros acumulados com as transferências das actividades profissionais e com a actividade das selecções e oriundas quer das competições, quer de patrocínios privados destinam-se aos sectores amadores e da base, incluindo os jovens.

É bom referir este aspecto porque dada a confusão que se vive no futebol nacional e tendo já Pinto da Costa mostrado o seu descontentamento, pela federação acumular dinheiros com a sua actividade legítima, um dia destes as pessoas se esqueçam da Missão da FPF e ajudem quem grita mais alto como habitualmente se fez em Portugal no passado e agora sem um rumo e sem líderes desportivos também acontece.

quinta-feira, 15 de março de 2012

A utilidade desportiva do direito no desporto nacional poderia ser melhorada

I
G. Tullock descreve nos anos sessenta do século passado que a transferência de propriedade que se opera entre um ladrão e uma vítima deixa indiferente a riqueza total. Não fazendo a economia juízos de valor sobre a transferência de propriedade entre ladrão e vítima o seu impacto na riqueza total é nula porque o valor do bem se mantém o mesmo qualquer que seja o seu proprietário. Isto não significa que a economia seja indiferente ao desrespeito do direito de propriedade generalizado de uma sociedade. A existência generalizada da apropriação da propriedade é economicamente ineficiente e constrangedora e por tal razão é considerada uma falha de mercado que impede a maximização do bem-estar. Assim, para Tullock, após o roubo o ladrão investirá para continuar a roubar com sucesso enquanto a vítima investirá para evitar ser roubada no futuro. Ora estes dois investimentos terão impactos positivos no aumento do produto económico e conclui que melhor fora para a sociedade que o investimento tivesse sido feito visando o aumento do produto económico do que para o incremento de roubos e do seu combate.

II
O direito do desporto em Portugal tem uma acepção próxima da de G. Tullock como tenho muitas vezes chamado à atenção. O direito do desporto em Portugal faz leis e regulamentos que não têm consequências para o aumento do bem-estar desportivo, económico e social como se demonstra pelo quadro geral de debilidade generalizada das competições, das transacções e das relações sociais nacionais no domínio do desporto. Contudo, os agentes que produzem desporto investem na defesa dos seus direitos jurídicos e legais e o Estado investe quer no desenvolvimento do quadro legal pré-existente quer na sua complexificação e também em actos como a nomeação de juristas, de realização de conferências de juristas e para juristas, de secretários de estado juristas, de assessores e assessores de assessores, de presidentes, de vice-presidentes, de grupos de trabalho, de gabinetes jurídicos, de publicações, e tudo o mais sendo que todo esse investimento do Estado e dos particulares é indiferente para o desenvolvimento da produção desportiva e tem um impacto de delapidação da riqueza escassa que é atribuída ao desporto.

III
A leitura económica tem-me ajudado a definir melhores instrumentos para a compreensão das limitações do desporto português. Este Direito do Desporto Nacional puro e duro que cativa e entorpece o desporto nacional tem os líderes da palavra que se mantêm ao longo das décadas dentro dos gabinetes ministeriais e fora deles, com amplo acesso à comunicação social e às conferências feitas pela mão esquerda e financiadas pela direita e sempre para engrandecimento da Grande Obra do Direito do Desporto Nacional. A leitura económica de G. Tullock deste tipo de transacções é esclarecedor da utilidade de encontrar uma solução para o Direito Desportivo Nacional que não seja trabalhar a apropriação do direito de propriedade dos parceiros privados desportivos.

As facturas perdidas do governo

Vários vices, entraram e saíram, directamente para o Parlamento e para outros sítios.

Como é possível ter um responsável único de uma despesa de milhões de euros segundo se diz à margem das regras públicas durante várias legislaturas?

A responsabilidade é unicamente do responsável da agência ou estende-se aos seus superiores políticos, dizia-se que tinha mais do que um?

O desporto aprende alguma coisa com o que se passa?

O que aprendeu o Desporto desde o caso INDESP? Alguma coisa? Nada?

Noutro sentido: o que acontece é apenas uma responsabilidade pública ou envolve igualmente uma predisposição privada para situações que conduzem volta não volta à catástrofe no desporto português?

Deveria haver ou não um código de ética e de princípios capazes de valorizar os melhores eleitos e repudiar as propostas inferiores que continuam a surgir com indisfarçável indiferença e teimosia como demonstram os factos?

segunda-feira, 12 de março de 2012

IAPS


Chegou ao nosso conhecimento

A 40th Annual IAPS Conference (Congresso da Associação Internacional de Filosofia do Desporto) realizar-se-á no Porto - Portugal, de 12 a 15 de Setembro de 2012.
Tema do congresso - Thinking Sport in a Global Era
A organização está a cargo Faculdade de Desporto da Universidade do Porto  e da Universidade de Évora e o congresso decorrerá na do Porto.
O idioma oficial é o inglês, estando prevista a realização de algumas sessões em português e em castelhano.
Os trabalhos apresentados serão publicados na Revista Portuguesa de Ciências do Desporto.
Deadline para submissão de resumos (em português ou inglês) - 2 de Abril de 2012.


quinta-feira, 8 de março de 2012

Um dos homens mais ricos tem dificuldade em conjugar o verbo 'equidade'


Soares dos Santos, dono do Pingo Doce, diz que "Onde é que uma reforma de 3 mil euros é milionária? Temos de nos deixar desta porcaria de populismos".

Se ele não aprendeu ainda que Portugal tem uma diferença entre ricos e pobres abissal e que na Europa apenas o Reino Unido segue, então não vai ser agora que vai aprender o significado do conceito de equidade.

Ele também ainda não sabe que o sistema de segurança social português tem graves dificuldades porque Portugal nunca o reformou como o fizeram outros países expurgando as reformas milionárias para que estas não capturassem as poupanças dos carenciados.

Com este tipo de mensagens, quaisquer passos dos políticos no sentido da equidade são de difícil aceitação e mesmo serão combatidas  pelo 'clube Soares dos Santos'.

Obviamente as reformas mais elevadas devem ser respeitadas e deve haver o mesmo zelo em relação às mais baixas e às medianas, mas aí já não fala Soares dos Santos, um dos empresários mais ricos de Portugal.

É como o Dr. Cavaco que de vez em quando fala com a alma e depois fica chateado porque as pessoas compreendem mal as suas intenções e descontextualizam-lhes as santas palavras. 

terça-feira, 6 de março de 2012

Titulou o Jornal de Negócios: "António Barreto: Sou desfavorável a um serviço público que dê desporto ou concursos"

Convenhamos que lida a peça, António Barreto explicou que é “desfavorável a um serviço público que dê desporto como o futebol, que dê concursos".

Para as pessoas que labutam no desporto há uma diferença entre as duas frases.

A segunda frase será demasiado grande para o título do Jornal de Negócios...

O “espirro” de Cavaco e a entrada dos 40.000


Publicado no blog “De Rerum Natura”, em 3 de março


Nova crónica recebida de João Boaventura:

*O Carnaval é a segunda vida do povo, baseada no princípio do riso. É a sua vida festiva.*
Mikhail Bakhitin, Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento

*O Carnaval era uma representação do mundo virada de cabeça para baixo.*
Peter Burke, Cultura Popular na Idade Moderna

Lembrança se retoma para testemunhar como, durante o regime socrático, o nosso Presidente da República passou por momentos triplamente tensos: o de ser de todos os portugueses, o de acompanhar e viver a crise, e o de defrontar um primeiro ministro de ideário diferente, transportando consigo algum distanciamento, mas o chamado regime democrático impôs-lhe aparências, exactamente como o “fair play” ou as “good manners” constituíam rituais de boas etiquetas nas cortes monárquicas, e entre os nobres, compaginadas com as marginais e humanas intrigas palacianas.

De formações e origens diferentes, esteve sempre patente o incómodo patenteado pela Presidência durante a longa travessia do regime socrático, cujos sinais se exteriorizavam no retraimento com a comunicação social, a fuga a respostas mais concretas, a evasiva a explorações mediáticas, o ar severo e retraído, o distanciamento, o fechamento como nova figuração de tabu, o quase auto-silêncio, não fossem alguns palavras a mais gerar polémicas desnecessárias, para evitar o confronto de Belém com S. Bento.

Tinha apenas o porte de Hobbes que, no seu “Leviatan”, falava muito na sua timidez e acanhamento, o que não o impediu de lançar uma nova e arrojada interpretação do homem e do Estado, que lhe valeu a perseguição dos presbiterianos ingleses e dos clericais franceses, o que, di-lo ele, o levou a tomar a atitude de “refugiado”. Até aqui fica apenas o esquisso da similitude da primeira parte do retrato entre Hobbes e Cavaco, com a ressalva de que, enquanto Hobbes tem uma concepção mecânica e matemática do mundo, onde tudo se reduz a corpos e movimentos, “onde as paixões e as emoções são movimentos interiores, determinados pelos movimentos exteriores”, resultando em “fantasias”, Cavaco vive apenas no mundo da “fantasia”, no “faz de conta”,

Acontece porém que a segunda parte do retrato se inverte porque, com a eleição de Passos Coelho, do PSD, a transfiguração do tímido e acanhado converte-se no “refugiado do outro regime” que entra no terreno da sua inscrição, no retorno ao ideário de origem. Belém e S. Bento fundem-se numa instituição, graças à colaboração do CDS, o que já lhe permite abrir o jogo político, a discordância aberta e declarada com o jovem primeiro ministro, cuja inexperiência lhe abre completamente as portas para se introduzir na área governativa e económica, sem temor. Novos horizontes se lhe abrem e em tão momentosa crise, pode apresentar-se como a oportuna e atempada salvação do país.

A insistente discordância com as medidas que Passos Coelho vai anunciando, oblitera-lhe a prudência e a contenção, porque no seu currículo constam as duas únicas maiorias nacionais alcançadas para governar, nas eleições de 1987 (50,2 votos, e apenas 28,4 abstenções), e de 1991 (50,6 votos e 32,2 de abstenções), contra a minoria governativa de Passos Coelho, nas eleições de 2011 (38,6 votos, mas 41,97 abstenções), o que, somado à sua inexperiência, à coligação pós-eleições com o CDS, e ter enfrentado uma votação da abstenção superior aos votos obtidos, o coloca em posição fragilizada. Este cenário permite-lhe afrontar o governo com uma impertinência que destoa do homem tímido e acanhado.

Acaba por criar um espectáculo incómodo entre Belém e S. Bento, a que a sociedade vai assistindo, entre o incrédulo e o espanto, que obriga Cavaco, para animar os esfomeados e inanimados portugueses, a justificar-se, por afecto, e em resposta a “milhares de cartas de idosos e pensionistas a queixarem-se de falta de meios de subsistência”, que também se sente frustrado já que “tudo somado, quase de certeza que não vai chegar para pagar as minhas despesas, porque também não recebo vencimento como Presidente da República” (CM, 20.01.2012).

Cavaco passa de “refugiado do outro regime” a “refugiado dentro do próprio regime”.

Chegados a este ponto, assiste-se agora a uma petição de 40.000 assinaturas com o fim de solicitar a demissão do Presidente da República, lembrando de certa forma o episódio da “Anábasis”, onde Xenofonte narra que, havendo uma situação de dúvida, entre o permanecerem os 10.000 homens na luta ou prosseguirem a marcha, ao espirro de um soldado foi decidido prosseguir, porque o espirro era de bom augúrio. Se a comparação é permitida, a infeliz tirada de Cavaco ressoou com um “espirro” de mau augúrio porque 40.000, não prosseguiram na marcha, entraram em combate.

Não imagino se chegados a este Carnaval lusitano se devemos rir ou chorar, mas socorramo-nos do Sermão de António Vieira à Rainha Cristina da Suécia, para nos dar a resposta:

“Demócrito ria, porque todas as coisas humanas lhe pareciam ignorâncias; Heraclito chorava porque todas lhe pareciam misérias; logo maior razão tinha Heraclito de chorar, que Demócrito de rir, porque neste mundo há muitas misérias que não são ignorância, e não há ignorância que não seja miséria”.

O nosso bom Gaspar

Artigo saído hoje no jornal Público:

"A prazo veremos se temos um Rei e uma magnificente comitiva que corrige com elegância e saber-fazer os erros que acumulámos desde os idos de noventa ou uma solução pró-apocaliptica. Espero que com acertos as coisas corram pelo menor dos males e o nosso bom Gaspar seja recordado por coisas boas. Há muito stress. As coisas que os bons barões e boys do nosso bom Gaspar dizem são que a administração pública nacional é incompetente, que as suas boas medidas vão impulsionar a economia num determinado momento para cima não se sabe quando, que neste quadro a juventude deve emigrar, que os funcionários públicos ‘que estejam mal que se mudem’, tiram feriados e o carnaval para a sua coerência ‘durona’, acusam tudo e todos de ‘piegas’, sem demonstração da utilidade económica e sustentação moral esmagam pensões e benefícios sociais dos carenciados, nas múltiplas pensões milionárias que sobrecarregam a segurança social e que, sacrossantas, nenhum bom barão ou boy toca, nem nos ínfimos anos de trabalho dos deputados (a ‘Geração de Ouro’ da política portuguesa poderia explicar muito devagarinho como faz o nosso bom Gaspar o sentido da moral democrática e republicana!).


Vejamos uma história. Depois de duas ocorrências com uma indisposição forte no peito, costas e dois braços, com cinco dias de intervalo, marquei sexta-feira uma consulta de cardiologia para daí a oito dias. Logo no sábado, após o início da terceira ocorrência ligou-se para o 112, cerca das 15 horas. Do 112 mandam sentar-me. Chegam primeiro os bombeiros, às 15,15, confirmam a ocorrência e apressam a equipa médica do INEM. Pouco depois chega a jovem doutora e um enfermeiro. A jovem doutora assume a direcção e pergunta o que tenho, manda ligar-me às máquinas de onde começam a sair listagens e a jovem doutora dispara diagnósticos, ocorrências ao momento, números, siglas, centímetros cúbicos, comprimidos e partes de comprimidos (apenas me lembro dos dois miligramas de morfina) e tanto a sua equipa como a dos bombeiros cumprem tarefas, ela tipifica a ocorrência e o que fazer, corrige, insiste e retoma o telefone acentua a urgência de actuação em Santa Cruz não São Francisco, insiste uma, duas, ene vezes até que, no caminho a ambulância tem autorização para St. Cruz. Resolve uma paragem cardíaca, está atenta à condução da ambulância aconselhando calma e o caminho como avisa o hospital do que se passa e me apoia ‘fique comigo, fique comigo’. Entrei para o bloco operatório de Sta. Cruz iniciando-se a operação. As enfermeiras e os médicos explicaram passo a passo a operação do cateterismo da artéria coronária e quando às 17,30 depois da operação sou levado para o quarto apercebo-me que a equipa da cirurgia tinha trabalhado desde as 8 da manhã e eventualmente não haveria disponibilidade quando foi insistentemente pedida pela jovem doutora. Esse um dos méritos da sua performance. Não fiquei a conhecer a jovem doutora que me assistiu, nem as dezenas de pessoas que trataram de mim, e apenas posso elogiá-la nas palavras do cirurgião que disse que ‘os danos seriam maiores caso todos os procedimentos não tivessem decorrido com correcção desde início’.

Será de repudiar todo o modelo económico e social do ciclo vicioso imposto às famílias portugueses que replicam de geração em geração a miséria e que agora afectam 40% da população com o esboroar das condições básicas de vida e sem usufruir a saúde, educação, cultura e desporto (uma coisa não deveria impedir a outra) benefícios esses que os portugueses fluentes se prazenteiam religiosamente e pagos ‘por todos nós’.

Acredito na jovem doutora e certamente em milhares de outros jovens como uma dádiva vital, silenciosa, presente, amiga, instantânea e sem limites, sem um cêntimo de retribuição mais, que cala bem fundo na alma portuguesa e em todos aqueles que constituem cadeias de informação técnica e especializada correcta do Sistema Nacional de Saúde, do INEM e do Hospital de Sta. Cruz que acompanhou todo um trajecto desde minha casa, à ambulância, ao hospital e dentro do hospital de e para a sala de operações.

Outros sinais já mo tinham demonstrado mas senti na pele que Portugal tem ou pode ter níveis de excelência universais entre os melhores do mundo onde menos se espera ‘cá dentro e lá fora’ e, por isso, em todas as áreas da modernidade através da sua juventude incansável, pujante e exuberante. Exuberante porque é divertida, surpreende, encanta, tem swing, sabe estar, tem ‘chá’ e empatia natas...

Potenciá-la é a tremenda responsabilidade da minha geração, que tanto se tem esforçado para a perder e já teve o mérito de levar o país à falência, sem culpa própria...

sábado, 3 de março de 2012

Fracasso na procura de emprego deixa portugueses a dormir nas ruas de Londres


Partem convencidos que, em pouco tempo, arranjam trabalho, o que não acontece, alerta o consulado e o Centro de Apoio à Comunidade Lusófona, 03/03/2012 | 12:36 | Por obséquio do jornal Dinheiro Vivo

Hilário Graça e a esposa viajaram à procura de trabalho no Reino Unido mas as promessas de emprego não se concretizaram e acabaram a dormir dentro de um carro nas ruas de Londres. Este construtor civil de 54 anos, deixou Tomar em janeiro porque "estava numa situação dramática". 

"Tenho vários dinheiros a receber no Algarve e como realmente não pagavam tentei a busca de melhor", contou à agência Lusa. Porém, as promessas de trabalho que obteve de contactos que fez previamente não se concretizaram. "Agora estou numa situação em que nem dinheiro tenho para ir para Portugal".

Nem em Thetford, no leste de Inglaterra, onde vive uma numerosa comunidade portuguesa e onde já tinha estado no passado, nem em Londres conseguiu trabalhos de construção ou de limpeza para a esposa. Gasto o dinheiro que trouxeram de Portugal e sem alojamento, dormiram vários dias dentro do carro nas ruas de Stockwell, zona onde está concentrada a comunidade portuguesa na capital britânica.

"Estava a cair neve, ficava com as pernas quase congeladas", descreveu, a propósito das temperaturas baixas a que se sujeitou até ser ajudado por Carlos Ribeiro, emigrante há cerca de 40 anos. "Encontrei-os há três semanas atrás, disseram-me que dormiam na estrada, dentro do carro, ao frio e essas coisas todas", recordou o funchalense. Porque tem um "coração mole", ofereceu-se para os receber e desde então dormem no sofá da sala e comem as refeições que cozinha.

A situação não é inédita, garante Hilário, que diz ter conhecido outros portugueses a dormir nas ruas, testemunho que coincide com situações do conhecimento do consulado-geral português em Londres e de outras instituições da comunidade.

Luís Ventura, diretor do Centro Português de Apoio à Comunidade Lusófona, confirmou à Lusa ter recebido pessoas recém-chegadas em estado de desespero. "Vêm com a ideia de que chegam aqui, arranjam trabalho e fica tudo resolvido em um mês ou uma semana, num muito curto espaço de tempo", comentou, algo que, vincou, "precisa de ser desmistificado".

O padre Pedro Rodrigues, da Missão Católica Portuguesa de Londres, admitiu à Lusa ter assistido um homem que estava a viver na rua e uma família com filhos a encontrar alojamento. O consulado também já recebeu vários pedidos de apoio mas, tal como a igreja portuguesa, não possui meios para ajudar estas pessoas. No limite, pode ser feito um pedido de repatriamento para Portugal mas este tem de ser avaliado e autorizado por Lisboa.

Ventura adiantou que, menos de dois meses após a abertura, o centro já pondera criar "um apoio de emergência" para dar "comida ou teto". Hilário Graça, que já trabalhou na Alemanha e na Holanda, garante que nunca lhe aconteceu nada parecido e que agora tem apenas um objetivo. "O meu maior desejo", garante, "é conseguir arranjar dinheiro para ir para Portugal".

Prática Desportiva e Potencial Económico - O Exemplo da Ericeira


Excelente trabalho (multimédia) de Hugo Rocha Pereira relativo ao reconhecimento da Ericeira como Reserva Mundial de Surf.

Ver aqui.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Maestro Abreu o criador de "O Sistema"

Maestro Abreu criou na Venezuela "O Sistema" o qual é um instrumento para levar a música à juventude venezuelana.

A partir daqui criou a orquestra juvenil Simon Boliver que é liderada pelo produto do Sistema que dá pelo nome de maestro Gustavo Dudamel.

Quem ainda não ouviu tocar a orquestra, nem a condução de orquestras de G. Dudamel pode começar pelo Youtube e deliciar-se.


Isto para dizer que mesmo que se tenha um louco à frente das coisas é relevante ter capacidade de reconhecer o mérito onde ele existe e a capacidade de criar condições de trabalho para esse mérito frutificar.