sexta-feira, 23 de março de 2012

Pacheco Pereira referia a comunidade que existe entre governo e grupos que concentram a informação vital do país

A Quadratura do Círculo de ontem falou-se de promiscuidade, António Costa, de ética, Lobo Xavier, e de comunidade de interesses segundo Pacheco Pereira. Todos concordaram com palavas e pensamentos fundamentais e na crítica a casos de todas as partes.

O esvaziamento de massa crítica técnica e de princípios que se assiste no desporto começou a ser construído há alguns anos e atinge hoje um nível mais acentuado do que no passado.

Enquanto no passado as corporações desportivas do direito e da engenharia e da arquitectura, para falar das mais bem-sucedidas no pior sentido, esvaziaram o desporto das suas dimensões desportivas, hoje são os funcionários de áreas não desportivas que beneficiam da descaracterização da administração e gestão do desporto para impor perfis sem a mínima linha curricular no sector ou capacidade desportiva evidente.

O orgulho no trabalho que se faz é evidente, marcando fronteiras e territórios administrativos e legais, e negligenciando as suas consequências para o produto desportivo nacional.

As soluções encontradas para a política desportiva são pescadas aqui e ali solicitando o contributo de todos para documentos que são produzidos sem estrutura técnica e científica e sem acompanhamento capaz de compreender a realidade e as oportunidades que se oferecem.

A comunidade de interesses de que fala PP está a destruir o desporto e a levá-lo para territórios desconhecidos. Veja-se como a captura do desporto pela juventude está a colocar líderes cuja impreparação foi criada pelo comportamento dos anteriores técnicos de desporto e que agora se queixam da colocação dos campeões da juventude e das finanças.

Esta situação de destruição do tecido técnico e orgânico do desporto deve-se à incapacidade das universidades, das autarquias, dos partidos, dos técnicos e suas corporações e das federações em olharem para o todo desportivo nacional.

Ou seja a comunidade de que fala PP está nos elementos activos que concentram a informação do país e está nos diferentes segmentos fechados sob si mesmos que são parceiros da sua própria destruição.

Não nos deixemos enlevar pelos resultados que se vão conseguindo desligados da realidade europeia porque são vectores distintos, por um lado a realidade profunda que passa e, por outro, a acumulação de saberes e resultados que existindo não geram o potencial materialmente possível e eticamente exigível.

Fiquemo-nos por aqui.

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