terça-feira, 10 de abril de 2012

A perfeição está no detalhe

Uma das questões que se encontra no sucesso diferenciado dos grupos de trabalho está no detalhe das políticas desportivas.

As leis por tradição são concebidas por juristas e decididas por responsáveis com formação jurídica o que transforma o desporto num paraíso jurídico no mercado do desporto e num inferno para líderes e técnicos que produzem o desporto que a população portuguesa consome.

José Luís Arnaut até se pode queixar que não tinha estudos para suportar as propostas do seu Grupo de Trabalho.

Essa queixa cai direitinha no regaço de Laurentino Dias e dos seus rapazes que são tão garbosos como os actuais e que não suscitam estudos sistemáticos e fracturantes sobre as condições de produção desportiva portuguesa.

A criação de grupos de trabalho, por intelectualmente bem formados que sejam, são um risco para os seus coordenadores devido às condições de trabalho que impedem a circulação de ideias e de democracia fortalecedoras do detalhe e da correcção dos princípios e da justeza da sua aplicação.

O trabalho de José Luís Arnaut peca por cortar epistemologicamente o produto desportivo para responder às necessidades do futebol profissional baseando-se no quadro jurídico tradicional.

Esta é uma área que as universidades não investigam, que a administração pública esmagou internamente no ex-IDP e seus congéneres anteriores e que os parceiros privados do desporto preferem acautelar com caldos jurídicos e retóricos continuando a tradição de política desportiva que não sai da cauda da Europa.

Leal Amado teve mais sorte e contou com o estudo técnico e económico de Hermínio Loureiro e Vítor Pereira o qual contribuiu para uma proposta simplificadora da profissionalização dos árbitros.

Numa palavra, a criação de Grupos de Trabalho no desporto é um risco elevado para os seus coordenadores que são apanhados numa estrutura de conhecimento desportivo ineficiente para a complexidade do mercado do desporto do século XXI.

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