sábado, 2 de junho de 2012

Os impossíveis de Moniz Pereira no congresso de História do Desporto da Nova

Moniz Pereira fez uma intervenção mostrando como havia pessoas que diziam ser impossível ganhar medalhas olímpicas e também medalhas de ouro e, contudo, ele demonstrou que era possível que atletas portugueses as ganhassem e só não ganharam mais porque atletas como o finlandês Lasse Viren estavam drogados.

Noutra sala Francisco Fernandes mostrou como a Madeira conseguiu níveis de participação olímpica superiores aos nacionais, podendo concluir-se que se o grau de realização olímpica nacional fosse superior as hipóteses da Madeira ter conseguido uma medalha seriam maiores.

Juntamente com Abel Santos e João Boaventura fizemos uma intervenção que respondeu ao tema do Congresso da discussão do conceito de olimpismo.

A pergunta que fizemos e procurámos responder foi: Porque é que Portugal tem 24 medalhas olímpicas e o país da nossa dimensão mais próximo tem 90 medalhas, no caso a Suíça.

Concluímos que Portugal perdeu as medalhas e o ideal olímpico não foi hoje ou ontem mas perde-as há cem anos.

A partir desta questão e desta resposta analisámos o passado dos jogos atléticos gregos para concluir que eram tão competitivos e tinham princípios equivalentes aos actuais, caracterizámos sucintamente o desporto de há cem anos e constatando a actual estrutura de produção do desporto sugerimos um novo conceito de olimpismo.

Há várias ciências do desporto que necessitam de mostrar a sua essência sob pena de negarem a sua existência.

A história que encontramos em Moniz Pereira e no trajecto e factos da Madeira dá força àqueles que afirmam que Portugal pode ganhar mais medalhas olímpicas e competir em igualdade com a Europa.

O congresso parece ter tido poucas pessoas mas a análise histórica do desporto português é importante, assim como é relevante fazer as perguntas certas para obter respostas mobilizadoras e convocar o desporto para resultados europeus e mundiais.

Hoje a revista do Expresso faz um trabalho sobre o Euro2012 e a participação de Portugal.

É um bom projecto jornalístico que trabalha a espuma das vitórias e desventuras das selecções do futebol.

O desporto necessita de congresso mobilizadores e de chamar sobre si a atenção da comunicação social e da opinião pública.

Sem receio de fazer perguntas centrais é possível compreender os erros que temos cometido com razoável regularidade desde há cem a nos a esta parte.

2 comentários:

  1. Portugal não tem medalhas porque a formação desportiva jovem é feita ao "sabor da pena". É inconcebível que com casos de sucesso gritantes, não se consigam replicar os factores de sucesso e que com casos de insucesso, igualmente gritantes, não se consigam limitar os factores de insucesso.

    Temos uma capacidade de rastreabilidade do sucesso/insucesso nula, porque não controlamos(clubes e federações), ao pormenor, o treino e a competição.

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  2. Obrigado pelo comentário JCN
    O jogo de sábado da selecção seguindo o anterior da macedónia são um exemplo que as dificuldades são variadas e cumulativas.
    Os projectos de política desportiva que portugal tem em curso são tomados do anteriormente feito, sem rasgar com os preconceitos e obrigar a realidade a acompanhar situações novas no mundo.

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