Moniz Pereira fez uma intervenção mostrando como havia pessoas que diziam ser impossível ganhar medalhas olímpicas e também medalhas de ouro e, contudo, ele demonstrou que era possível que atletas portugueses as ganhassem e só não ganharam mais porque atletas como o finlandês Lasse Viren estavam drogados.
Noutra sala Francisco Fernandes mostrou como a Madeira conseguiu níveis de participação olímpica superiores aos nacionais, podendo concluir-se que se o grau de realização olímpica nacional fosse superior as hipóteses da Madeira ter conseguido uma medalha seriam maiores.
Juntamente com Abel Santos e João Boaventura fizemos uma intervenção que respondeu ao tema do Congresso da discussão do conceito de olimpismo.
A pergunta que fizemos e procurámos responder foi: Porque é que Portugal tem 24 medalhas olímpicas e o país da nossa dimensão mais próximo tem 90 medalhas, no caso a Suíça.
Concluímos que Portugal perdeu as medalhas e o ideal olímpico não foi hoje ou ontem mas perde-as há cem anos.
A partir desta questão e desta resposta analisámos o passado dos jogos atléticos gregos para concluir que eram tão competitivos e tinham princípios equivalentes aos actuais, caracterizámos sucintamente o desporto de há cem anos e constatando a actual estrutura de produção do desporto sugerimos um novo conceito de olimpismo.
Há várias ciências do desporto que necessitam de mostrar a sua essência sob pena de negarem a sua existência.
A história que encontramos em Moniz Pereira e no trajecto e factos da Madeira dá força àqueles que afirmam que Portugal pode ganhar mais medalhas olímpicas e competir em igualdade com a Europa.
O congresso parece ter tido poucas pessoas mas a análise histórica do desporto português é importante, assim como é relevante fazer as perguntas certas para obter respostas mobilizadoras e convocar o desporto para resultados europeus e mundiais.
Hoje a revista do Expresso faz um trabalho sobre o Euro2012 e a participação de Portugal.
É um bom projecto jornalístico que trabalha a espuma das vitórias e desventuras das selecções do futebol.
O desporto necessita de congresso mobilizadores e de chamar sobre si a atenção da comunicação social e da opinião pública.
Sem receio de fazer perguntas centrais é possível compreender os erros que temos cometido com razoável regularidade desde há cem a nos a esta parte.
Portugal não tem medalhas porque a formação desportiva jovem é feita ao "sabor da pena". É inconcebível que com casos de sucesso gritantes, não se consigam replicar os factores de sucesso e que com casos de insucesso, igualmente gritantes, não se consigam limitar os factores de insucesso.
ResponderEliminarTemos uma capacidade de rastreabilidade do sucesso/insucesso nula, porque não controlamos(clubes e federações), ao pormenor, o treino e a competição.
Obrigado pelo comentário JCN
ResponderEliminarO jogo de sábado da selecção seguindo o anterior da macedónia são um exemplo que as dificuldades são variadas e cumulativas.
Os projectos de política desportiva que portugal tem em curso são tomados do anteriormente feito, sem rasgar com os preconceitos e obrigar a realidade a acompanhar situações novas no mundo.