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O seu percurso foi muito influenciado pelo seu treinador, o Ron
O’Brien. Em 1988, em Seúl, depois de se ter magoado, ele teve uma forma muito
curiosa de o motivar, não foi?
[Risos.] Sim, ele a brincar disse-me: “Os jogadores de hóquei
magoam-se, levam uns 20 pontos e voltam para o jogo, isto não é nada!” O Ron
O’Brien… [Suspira.] Sou um verdadeiro crente em que não se alcança a grandeza
sozinho e que há sempre alguém connosco. Para mim, nos saltos, foi o Ron
O’Brien.
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O facto de as suas pernas serem ligeiramente afastadas tornou-se
uma vantagem competitiva, certo?
Sim, os chineses agora fazem isto [exemplifica esticando as
pernas e afastando-as ligeiramente]. Juntam os dedos dos pés e afastam as
pernas, para poder ver ao saltar. Parte-me todo! A primeira vez que vi,
fartei-me de rir e disse: “Eles copiaram isso de mim!”. Eu nasci assim, mas
eles copiaram, encontraram o caminho [risos.]
Os chineses admiram muito a forma como Greg se movimenta,
chamam-lhe “felino”. Será por isso que o actor Michael Fassbender diz que se
inspirou nos seus movimentos para o papel no filme “Prometheus”?
Eu sei, adorei isso! Fiquei muito lisonjeado… Pensei logo:
“Michael Fassbender, és gay?” [risos.] É que ele entende-me! É isso que eu
tento transmitir aos miúdos que ensino, a economia da fisicalidade. Não pode
haver desperdício de movimento. É isso que distingue as grandes exibições, o
tudo parecer sem esforço. No talento encontramos o trabalho, mas quando pomos o
trabalho de lado, surge a arte. Era esse o meu objectivo.
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