quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Como equacionar o futuro?

É a questão que em Portugal não tem colocado bem.

Talvez a área que melhor expressa as limitações seja a da economia.

Vicente Moura disse recentemente muitas coisas e entre elas que as federações poderiam ser menos.

Ora estas palavras ditas pelo principal líder associativo desportivo dizem aos decisores públicos que as federações concordam e propõem cortar as federações com acesso ao financiamento público.

Esta interpretação pode ser errada e não corresponder às possibilidades reais do associativismo desportivo.

Contudo, as palavras limitativas das federações foram ditas pelo principal líder desportivo.

Há que conceber também que é aceitável que Vicente Moura fale se tiver o apoio das federações, representando as suas palavras, a política desportiva na perspectiva do associativismo desportivo.

O momento actual sendo tão sensível para o futuro do desporto deveria promover a criação de soluções para o futuro  por parte de agentes com uma inequívoca legitimidade de liderança desportiva.

Neste momento por exemplo as palavras ditas por VM parecem corresponder à defesa do seu passado.

O silêncio da massa associativa não quer dizer que a posição do associativismo desportivo seja diminuir o número de federações desportivas.

Como equacionar publicamente o futuro?

Qual é o âmago do futuro português que vai condicionar o novo edifício institucional?

Haverá mais do que uma sugestão e uma estrutura de debate consensual criará uma melhor solução.

Como se viu até hoje, através do indicador sintético de Londres 2012 o preferido por VM que apenas agora fala de obsoletismo, a estrutura de debate do passado e a vigente está como que 'cheia de lacunas'.

As lacunas são a ausência de uma estrutura de resultados desportivos de nível europeu, a ausência de causas aceites por todos sobre o que se está a passar, a ausência de análises independentes e competentes, a ausência de estruturas e órgãos com trabalho reconhecido no desporto, a ausência de um líder ou de um conjunto de líderes conhecidos fora do desporto e capazes de mobilizar a economia e a sociedade para o desenvolvimento em direcção à Europa do desporto português.

A dificuldade maior é a recusa de aceitar e assumir que a resposta para um futuro viável para o desporto português é necessariamente complexa.

Paro por aqui.

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