É a questão que em Portugal não tem colocado bem.
Talvez a área que melhor expressa as limitações seja a da economia.
Vicente Moura disse recentemente muitas coisas e entre elas que as federações poderiam ser menos.
Ora estas palavras ditas pelo principal líder associativo desportivo dizem aos decisores públicos que as federações concordam e propõem cortar as federações com acesso ao financiamento público.
Esta interpretação pode ser errada e não corresponder às possibilidades reais do associativismo desportivo.
Contudo, as palavras limitativas das federações foram ditas pelo principal líder desportivo.
Há que conceber também que é aceitável que Vicente Moura fale se tiver o apoio das federações, representando as suas palavras, a política desportiva na perspectiva do associativismo desportivo.
O momento actual sendo tão sensível para o futuro do desporto deveria promover a criação de soluções para o futuro por parte de agentes com uma inequívoca legitimidade de liderança desportiva.
Neste momento por exemplo as palavras ditas por VM parecem corresponder à defesa do seu passado.
O silêncio da massa associativa não quer dizer que a posição do associativismo desportivo seja diminuir o número de federações desportivas.
Como equacionar publicamente o futuro?
Qual é o âmago do futuro português que vai condicionar o novo edifício institucional?
Haverá mais do que uma sugestão e uma estrutura de debate consensual criará uma melhor solução.
Como se viu até hoje, através do indicador sintético de Londres 2012 o preferido por VM que apenas agora fala de obsoletismo, a estrutura de debate do passado e a vigente está como que 'cheia de lacunas'.
As lacunas são a ausência de uma estrutura de resultados desportivos de nível europeu, a ausência de causas aceites por todos sobre o que se está a passar, a ausência de análises independentes e competentes, a ausência de estruturas e órgãos com trabalho reconhecido no desporto, a ausência de um líder ou de um conjunto de líderes conhecidos fora do desporto e capazes de mobilizar a economia e a sociedade para o desenvolvimento em direcção à Europa do desporto português.
A dificuldade maior é a recusa de aceitar e assumir que a resposta para um futuro viável para o desporto português é necessariamente complexa.
Paro por aqui.
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