terça-feira, 4 de setembro de 2012

Coisa de menos a relevância do diálogo

Os vários actores do desporto português trabalham sozinhos e pouco ou nada dialogam.

Entretanto a falta de diálogo e de transparência dos conteúdos e dos propósitos faz o seu caminho corroendo por vezes actos que sendo correctos não deixam de ser afectados pelo enclausuramento do modelo de comportamento.

Falo por exemplo da complexificação dos graus profissionais dos técnicos de desporto e da tentativa de acompanhamento dessa realidade europeia pelo IPDJ.

Como e onde há falta de diálogo neste caso?

Este processo de formalização da formação é feito em Portugal por pessoas ligadas à formação de técnicos de desporto os quais trabalham sozinhos e entregam o produto do seu trabalho aos juristas para fazerem as leis.

Os juristas a quem eles entregam o seu trabalho também trabalham sozinhos e as leis e outros desenvolvimentos legislativos aparecem como se feitos pelo espírito santo legislativo e há outros legisladores e juristas que se sentem afectados e protestam na comunicação social a sua indignação por estes processos de trabalho sem sequer compreenderem o que se passou em primeiro lugar.

Tendo-me apercebido como economista de alguns elementos, que seria útil acompanhar com a economia, dei conta dessas minhas preocupações tendo sido tomado como metediço, complicado e enviesado estar a meter a economia e ser pessoalmente inoportuno para uma coisa que estava absolutamente correcta na perspectiva dos deuses.

A ignorância que nos levou a uma medalha em Londres não é de hoje, nem tem um único protagonista e é feita de muitas teimosias individuais e colectivas, profissionais e de cátedra.

Aliás as pinceladas de laranja ou rosa poderão ser justificadas porque o tempo passa e passa.

Passar de 3 medalhas em Atenas para 1 medalha em Londres são 12 anos completos e não nos apercebemos e o tempo corre justificando alguma adequação que a técnica justifica e a realidade obriga.

O problema está para além das pinceladas.

Nós somos uns artistas em justificar o rodriguinho e a finta pequena capaz de sentar o Ronaldo que é o melhor do mundo e somos incapazes, profundamente incapazes de conceber o ouro e marcar o trilho até lá chegar, assumindo a responsabilidade pela sua realização e pelo seu fracasso caso este sobrevenha.

Compreende-se como o poder político no desporto usa o direito do desporto e tem medo das suas consequências.

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