segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Entrevista de Fernando Mota ao Record de Hoje

Retirei algumas partes da entrevista:

Acerca do Atletismo e se deverá apoiar FM


A actual Direcção da FPA não tem que se sentir constrangida a apoiar-me a candidato a Presidente do COP só pelo facto de ter sido Presidente da FPA. Se reúno ou não as condições necessárias e suficientes para poder servir com competência, dedicação e espírito de missão o Desporto Nacional e o Movimento Olímpico, essa é outra questão…sendo certo que os representantes das Federações , titulares da Comissão Executiva não foram eleitos para “proteger” a sua modalidade.

Sobre Vicente Moura

Considero que foi um dos mais difíceis, senão mesmo o mais intranquilo dos seus mandatos. As comemorações do Centenário do COP, a realização dos jogos da Lusofonia, a luta pela criação do Tribunal Arbitral do Desporto e sua instalação sob a égide do COP, bem com a participação desportiva em Londres não disfarçaram a imagem de uma perda progressiva de coesão e de participação dos membros da Comissão Executiva, acentuando-se a ideia de um poder não partilhado.

A liderança

Todos os líderes gostariam de poder ter uma governação partilhada, comprometida, responsabilizada. A concretização deste objectivo no COP passará pela forma como a Comissão Executiva seja constituída. Esta terá de integrar pessoas competentes e sobretudo muito disponíveis. Não faz qualquer sentido que os lugares de maior responsabilidade política sejam habitualmente atribuídos a “senadores” representativos das modalidades ditas mais relevantes e que limitem a sua acção a um papel meramente decorativo. Tem de se conseguir alcançar na composição da Comissão Executiva, um bom equilíbrio entre um número (reduzido) de presidentes de federações olímpicas e não olímpicas, dirigentes de federações que não sejam presidentes e personalidades do mundo desportivo com passado e experiência sólidos.

Rio de Janeiro entre 0 e 3 medalhas

Os resultados a alcançar no Rio de Janeiro não serão diferentes do que se tem conseguido desde que Portugal participa nos jogos, ou seja, entre 0 e 3 medalhas. Enquanto não houver ganhos de escala no financiamento para o alto rendimento em particular e para o desporto em geral, enquanto não se aplicarem medidas de fundo na organização, nas estruturas e nas políticas para o desporto dificilmente se poderá pensar noutro tipo de resultados no desporto internacional.

Jorge Vieira e a presidência do Atletismo

Inteligente, culto, beneficiando de uma larga experiência profissional no seio da FPA - mais de duas décadas – o Prof. Jorge Vieira reúne condições muito favoráveis que lhe permitirão poder suplantar o legado do seu antecessor. 

Sobrevivência do Desporto

O grande problema das federações para o próximo ciclo olímpico tem muito mais a ver com a sobrevivência do desporto federado, sobretudo a da sua estrutura fundamental, os clubes, do que com a participação nos Jogos. Com o acentuar da crise as federações foram obrigadas a entrar em dietas forçadas com perdas acentuadas de financiamento público e privado, pelo que este tema tem de deixar de ser um não-assunto para as federações integrando prioritariamente a sua agenda. Como alguma convergência será melhor que nenhuma, ao estado competirá incentivar o sector privado a assumir responsabilidades sociais pelo benefício de retorno económico e de imagem que a lei do mecenato, a Fundação do Desporto e o serviço público de televisão poderão assegurar. Há que estimular o desporto antes que seja tarde.

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