Estando ciente das críticas que se faziam aos meus resultados estatísticos, em que eu afirmava os frágeis resultados olímpicos como equivalentes aos do resto do desporto português, cheguei a propor a um presidente de uma federação um estudo do género da agência Havas o qual agora coloca Portugal na 85ª posição mundial em 115 países.
Como de outras vezes não houve condições de trabalho, o trabalho ainda arrancou mas parou a seguir com uma pequena conclusão.
A agência Havas ao classificar Portugal em 85.º lugar na avaliação de 53 modalidades mostra que não há limites quando se cai desamparado como aqueles velhos que ficam com a cara toda marcada porque não tiveram a mínima capacidade de autoprotecção.
Portugal estava a cair há muito e em 2012 sem nervo e lucidez desce sem travões ao 85.º lugar mundial.
Outra coisa que fiz durante anos foi alertar para o abrandamento da actividade desportiva e de múltiplos indicadores regressivos do desporto nacional.
Este não é o primeiro estudo internacional outros existem, que ao longo dos anos alertaram quem quis ser alertado.
O problema hoje não é subir nos rankings mas ir às causas profundas.
Sem ir às causas profundas e vitais o desporto português até pode subir e sube manco, sem coerência, sem ética.
Há factores profundos que não são referidos e não se pensa, nem se actua, não se propõe.
Não estou a fazer caixinha porque para chegar a consensos sólidos e sérios há necessidade de mais do que uma pessoa falar sozinha no seu blogue.
Há sectores no desporto português que vivem da miséria alheia, dando a importância que não têm e nem a arte para lá chegar conseguem convencer.
Creio que não estou a ofender ninguém, não o quero fazer, mas não posso calar a situação má que afecta o país e a sua população através do desporto.
Há quem a coragem dita para ficar calado ou falar de inverosimilhanças.
Tomo nota dessas posições e tento compreender causas e outras condições de trabalho possíveis.
Como tenho repisado os desafios são tremendos para o desporto português e a notícia da Havas era esperada.
Enquanto se continuar a cometer erros e não ter a coragem para os emendar nem haver capacidade nacional de chamar a atenção para o que vai correndo mal, o desporto português vive uma mentira e não tem como sair da dificuldade em que está metido.
Ninguém acredita no desporto, por isso a mentira não tem eco, nem repúdio e não mobiliza para a correcção porque o ente não existe.
Felicito a Bola pelo trabalho de divulgação do estudo da Havas.
O estudo da Havas é uma pedrada de uma verdade que se escondeu durante décadas retirando ao desporto possíbilidades mínimas de evoluir através das suas estatísticas, através de um espelho para onde olhasse e se reconhecesse ou pretendesse melhorar.
Apesar de tudo, creio que copiar o mau passado vai ser mais difícil de sustentar no futuro do desporto português.
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