As instituições públicas como o IPDJ são instrumentos estruturais para conseguir objectivos superiores de política desportiva e devem ser concebidos para decadas.
O debate que se faz sobre o IPDJ tem uma base que convém recordar.
A fusão está a dar-se porque havia um mal-estar sobre as funções dos organismos não servindo objectivos sociais.
Este procedimento é recorrente havendo individuos que já estiveram em vários processos de criação e de renomeação. Estes processos têm sido frágeis porque repetem erros e mudam as pessoas que os concebem à sua imagem sem se conseguirem elevar acima visando o bem-comum.
Os resultados são claros pela continua degradação da imagem da administração central e pela dificuldade em projectar o produto desportivo nacional na Europa.
A orgânica do IPDJ é isso que demonstra, para quem a tenha lido com atenção.
Existem inúmeras funções comuns ao desporto e à juventude, existem 5 funções atribuídas ao desporto e existem 10 funções atribuídas à juventude.
A bondade do legislador, que segundo foi assegurado eram da mais fina estirpe, levou-o a copiar funções do velho IDP e do IPJ.
Qual foi o resultado?
A mesma instituição o IPDJ diz em termos gerais que vai conceber e acompanhar a política de juventude e, essa instituição o IPDJ, não o faz para o desporto.
Isto é uma confusão e um fracasso claro da política desportiva.
Outras críticas têm sido propostas como a de José Manuel Constantino no Colectividade Desportiva, ver aqui.
O que é fundamental é que Portugal precisa de actuar diferentemente do que se fez no passado e no passado recente.
Mudar as chefias e mudar as pessoas que fazem os trabalhos pelos amigos ou pelas pessoas que melhor calam e trabalham as coisas do costume político, dá o resultada de uma orgânica que é um mau documento.
Hostilizar o debate qualificado fragiliza as propostas de política.
Seguiu-se a proposta do Orçamento 2012, não pelo facto de cortar 18,8% tanto quanto se vinha fazendo no passado, mas pela continuação de procedimentos de política.
Há por parte de todos os parceiros do desportoo interesse que o PSD tenha sucesso nas suas políticas, dado que esse resultado irá beneficiar todos os que estão no desporto.
Quando são as próprias pessoas nomeadas pelos partidos que se fecham e conversam parcelarmente e são incapazes de diálogo social aberto e competente como aconteceu no passado em sucessivas legislaturas o resultado é o que acontece em que estamos mal na Europa do desporto.
Há incompetência, desperdício de recursos, destruição de capital humano e capital social, incapacidade óbvia de passar uma mensagem social alavancadoras dos escassos recursos e vontades nacionais.
A saída é a bravata política na comunicação social a procura da destruição do 'inimigo' político como ele fez anteriormente atirando-lhe com as mesmas pedras.
Há uma questão simples que é a grandeza das lideranças.
As grandes lideranças trabalham com as oposições institucionais e os indivíduos reconhecendo a qualificação e a especialização por difíceis que sejam os processos de diálogo e a construção dos consensos de política desportiva.
A mentira e a aldrabice não podem ser moeda de liderança e tem de haver um debate democrático e aberto para que as melhores soluções sejam as encontradas para o desporto português.
Ver os partidos nacionais envolvidos em querelas sobre instrumentos de poder face a um tecido social destruído como se o que importasse fossem os seus interesses particulares e não a população e a sociedade é uma realidade de pessoas sem dimensão nacional por muito que procurem na pose da fotografia e do photoshop a projecção que o fluir do seu discurso e estar desmentem.
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