sábado, 19 de novembro de 2011

O Museu do Desporto não morreu!


I
Sensacionalismo desportivo?
O COP através do seu Secretário-Geral Marques da Silva terá dito que o Museu do Desporto tinha morrido segundo notícias recentemente publicadas nos jornais.

Era bom que o COP ou Marques da Silva garantissem a veracidade da afirmação.

Ou se foi um lapso dos jornalistas em busca de sensacionalismo.

'Mão amiga' garantiu-me que o Museu do Desporto, dadas as circunstâncias peculiares que tem vivido ao longo das décadas, até está em melhor situação graças ao envolvimento do Secretário de Estado do Desporto e da Juventude Alexandre Mestre.


II
O museu do COP é uma história mal contada.

O desporto português é pequeno, os seus praticantes e os seus consumidores são pouco mais de metade dos consumidores doutros países europeus.

O COP é uma estrutura de topo que não conseguindo promover o alto rendimento produzido pelas federações e pelos clubes se fecha no betão da sua sede e agora da sede do Museu electrónico com as imagens vindas do Museu de Lausane. Sem custos para o Estado garantem e que a Câmara Municipal de Lisboa aprova.

Terá havido estudos de viabilidade económica independentes para um investimento deste tipo, por uma instituição que diz não ter dinheiro para levar os praticantes desportivos a Londres? Qual é a missão COP são as sedes ou os atletas e a produção de medalhas olímpicas? Que números económicos justificam o investimento da PT? Qual a racionalidade deste investimento pela PT? Poderá Zeinal Bava explicar aos seus investidores e aos seus consumidores, nós, devagarinho e pausadamente como faz o Sr. Ministro?

O Museu do COP poderá ser uma perda de dinheiro porque não se alicerça na cultura portuguesa em toda a sua dimensão, deixa de fora o espólio do desporto português, e porque não se compreende que seja um grande incentivo a que os portugueses que possuem uma literacia desportiva baixa se dirijam ao Museu COP para ver a cultura desportiva e olímpica dos outros. Por outro lado, é menos credível ainda que os turistas estrangeiros venham a fazer bicha e gastar euros aquilo que podem ver em casa.


III
O Museu do Desporto é necessário ao desporto português.

O Museu do Desporto beneficiaria da colocação de produtos do Mueseu Olímpico de Lausane e de outros museus do desporto do mundo.

As pessoas que trabalham com o Museu são as mais conhecedoras em Portugal.

Há que lhes garantir condições e estabelecer com clareza objectivos e condições de trabalho.

O pouco que se poderá fazer face às restrições nacionais deve ser garantido para que o pouco que se solidificar bem neste momento de crise despontará mais forte no futuro.


IV
O COP está a necessitar de eleições democráticas e competitivas

O Estado, o associativismo e os patrocinadores devem trabalhar em conjunto para alcançar novas perspectivas e outras condições para Rio de Janeiro 2016.

O COP está a atravessar uma dificuldade grande por não ter conseguido fazer eleições abertas a outros candidatos fora da lista única, em 2008 depois dos Jogos Olímpicos de Pequim.

Perdida essa oportunidade de transformação, incutindo sangue novo e protagonistas com uma vivência desportiva e olímpica inquestionável, o problema agrava-se agora juntando-se outras fragilidades que tornam a bola de neve ainda maior.

Foi pena Laurentino Dias não ter assumido com maior consequência a necessidade de transformação da governance associativa do desporto. Os fracassos históricos tornam-se mais claros com o passar do tempo.

Este é o problema do desporto português de não conseguir fazer bem o que tem de fazer bem em cada momento.

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