sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Os estudos sobre o futebol profissional foram apresentados


A Liga de Clubes produziu um estudo técnico e económico sobre a arbitragem profissional que na sua perspectiva valeu a pena investir e a incentivou a investir em novo estudo agora sobre o mercado do desporto profissional e apresentado em 2011.


Os estudos da Liga terão suscitado o aparecimento dos três estudos seguintes que a Liga ainda liderada por Fernando Gomes suscitou junto do XIX Governo.

O segundo semestre de 2011 foi profícuo em estudos sobre o futebol profissional surgindo o primeiro por iniciativa da Liga de Clubes e depois três por iniciativa do XIX Governo. O primeiro foi um estudo sobre o futebol profissional e surge mais sólido no benefício para o futebol profissional do que os três estudos que se seguiram. Os quatro estudos têm uma preocupação fundamental com o futebol profissional e devem ser vistos nessa perspectiva. Também a União Europeia fez primeiro o Relatório Independente sobre o futebol europeu e só depois fez o Livro Branco que aplica a todo o desporto.

Há três tendências em desenvolvimento, uma preocupação do agora presidente da FPF Fernando Gomes em sustentar as suas políticas em estudos e análises feitas por si ou pelo Estado, uma tendência que vem de trás do lobi jurídico no desporto em realizar apenas estudos jurídicos como fundamento das políticas desportivas e um sentido de política desportiva do PSD que antes fez a Lei de Bases do Desporto e agora encomenda estudos jurídicos face à fragilidade da lei de bases como medida de política e ao seu esgotamento.

O PSD fugirá a fazer estudos com outras áreas não jurídicas preferindo a actuação que o PS fechou no Conselho Nacional do Desporto.

As federações presentes no CND apoiam este comportamento reservado do PS e preocupa-os os três estudos terem sido publicados. Pondo um pouco de pimenta no poste dir-se-ia que há, portanto, uma inovação na acção do PSD que deixa as federações preocupadas por terem visto expostas as suas posições nos relatórios fora do aconchego do CND. Preocupa-as ver as suas preocupações serem envolvidas pelas propostas do futebol profissional sabendo que as suas margens de actuação e benefício são decrescentes face ao parceiro futebol profissional cujos benefícios as ultrapassam e tantas vezes se sobrepõem aos seus interesses.

Recuando um pouco há uma dificuldade na decisão dos três estudos sobre o futebol profissional. Os três estudos foram determinados numa fase inicial da governação quando também Fernando Gomes era presidente da Liga de Clubes e agora é presidente da FPF.

Os estudos logo que anunciados tiveram a crítica de serem para o futebol profissional e foi dito que se destinavam a todo o desporto. No final a situação torna-se difusa quanto aos propósitos de política quando os estudos sendo determinados por via da análise de um estudo económico sobre o desporto profissional passa depois a estudos jurídicos de todo o desporto.



Os três estudos foram feitos, os seus autores fizeram o seu melhor do que lhes foi pedido, do que pensam ser o melhor para o desporto português e a dificuldade mantém-se de conhecer o rumo deste nosso desporto. Os seus autores devem pois ser felicitados. Dito isto, é relevante fazer frontalmente a síntese de política desportiva.

Há que compreender que se chega a um beco que deixa a política desportiva com uma frágil margem de manobra.

Bem vistas as coisas a preocupação central do governo ao fazer os estudos sobre o futebol profissional será garantir margens de rentabilidade na produção profissional, que a actuação do PS não acautelou na perspectiva dos parceiros do futebol profissional. Ora esta forma de actuar tão característica de tratar o desporto como um todo, tem sido excelente para o futebol profissional. Surgem cada vez mais dúvidas se é excelente mesmo para o futebol profissional o sentido da política desportiva tradicional que visa satisfazer os parceiros profissionais do futebol. O jogo de sombras entre acenar com o desporto e servir o futebol profissional existe e é errado. É economicamente errado porque não garante as margens possíveis na actividade profissional dentro das características nacionais e esmaga as restantes actividades para além do futebol profissional. Gilberto Madail nada queria saber do desporto como um todo a quem atribuía as limitações que encontrava nas políticas desportivas que deveriam projectar o seu futebol para margens de lucro superiores. Teria sido coerente o Estado assumir os estudos do futebol profissional e medidas distintas para os restantes parceiros desportivos.

Há outra perspectiva que é o de insistir que os resultados dos estudos são coerentes entre si e objectivos face ao programa do governo às GOP's e à primeira orgânica do IPDJ. O PS teve um comportamento semelhante a este do princípio ao fim da legislatura sem ouvir e sem atender ao que quem quer que fosse sugerisse vias alternativas. O PSD começa a ficar envolvido nas consequências das suas decisões de política desportiva e falta a visão sobre o futuro do desporto e de cada um dos seus parceiros em particular.

O decreto-lei agora publicado sobre a Presidência de Conselho de Ministros e o IPDJ é o exemplo de como o decidido anteriormente pelo Governo faz o seu caminho independentemente de contradições inerentes aos primeiros passos e que têm sido indicadas.

Sem comentários:

Enviar um comentário