I
O artigo de José Manuel Meirim descreve o impasse jurídico e de decisão política do monopólio dos jogos de fortuna e azar em Portugal. Este impasse tem consequências económicas para o desporto que o direito e a política dos governos ou da Assembleia da República não avaliam em Portugal.
II
O futebol bem se pode queixar agora que perdeu dezenas de milhões mas essa é a herança das lideranças que durante mais de vinte anos, desde as diatribes de Valentim Loureiro, foram incapazes de resolver certa irracionalidade económica e social do mercado do futebol profissional.
III
Tivemos a ditadura durante décadas acompanhando espanhóis e gregos.
O norte da Europa trabalha com maior rapidez.
Logo que se deu a falência dos bancos e nacionais a Islândia e a Irlanda actuaram a fundo e as duas estarão a salvo dos problemas actuais da Europa do sul.
No jogo das apostas acontece o mesmo.
A Europa acabou com monopólios estatais, aceitou que o mercado possuía benefícios superiores e assumiu que o desporto é um sector que faz sentido ser apoiado pelo movimento das apostas.
No sul beneficia-se os carenciados, como em Espanha, e em Portugal aparecem muitos sectores a receberem dinheiro das apostas mesmo que não tenham um vínculo com questões de sorte e azar, de que a Cultura é uma recém-chegada.
Sem princípios ou usando 'princípios outros', que o da utilidade social e maximização do bem-estar nacional, o monopólio da 'Santa Casa' é excelente.
E nesse caso estamos, uma vez mais, orgulhosamente sós sem uma política desportiva alicerçada numa doutrina para promover o desporto nacional, como fazem os outros países da Europa.
O problema não é o dinheiro que vem ou deixa de vir do jogo para o desporto.
O desafio será conceber um desporto económica e socialmente activo para o século XXI.
Sem comentários:
Enviar um comentário