sexta-feira, 29 de junho de 2012

O Presidente da arbitragem da FPF, Vítor Pereira, está de parabéns

I

Artigo do Público refere que Pedro Proença foi nomeado para a final da Liga dos Campeões e para a final do Campeonatop da Europa de selecções.

O sucesso de Pedro Proença não caiu dos céus inesperadamente.

Vítor Pereira, o actual dirigente da arbitragem da federação Portugesa de Futebol, demonstra que não só soube ser o melhor árbitro de futebol da sua geração como também soube formar árbitros do mais alto gaberito enquanto líder da arbitragem da Liga de Clubes e agora da federação.

Quando José Cordovil foi Vice-Presidente de José Constantino, no Centro de Estudos e Formação Desportiva, sedeado no Complexo Desportivo da Lapa, havia debates intensos entre os técnicos e onde trabalhava Vítor Pereira.

Em determinada altura VP foi para a Liga de Clubes e pouco depois soube-se que ia apresentar um modelo para a arbitragem profissional suportado por um estudo económico.

Esse modelo foi apresentado e o poder político da altura preferiu diminuir o projecto que tinha sido proposto por Hermínio Loureiro e coordenado por VP.

Se o modelo era um conjunto de propósitos do melhor árbitro português e profundamente conhecedor da arbitragem europeia e mundial e respeitado pela UEFA, FIFA e pelos melhores companheiros de profissão, a nomeação e reconhecimento da excelência de Pedro Proença é a demonstração do sucesso do modelo e da continuada performance de excelência de Vítor Pereira.

Não será curial separar a nomeação de PP, do momento da selecção, de José Mourinho e de Cristiano Ronaldo. Tudo isto pode estar relacionado e a diminuição de um grau de um deles teria impactos consequentes em todos os outros. Por isso não haja dúvida que todos são importantes e que as performances estão todas ao nível da excelência europeia e mundial.

Sem dúvida que Vítor Pereira levará a arbitragem do futebol aos níveis mais elevados que a sua forma de actuar for capaz e nos habituou.


II
Importa fazer a leitura política do que aconteceu.

Houve um primeiro erro de percepção de política desportiva, o qual contrariou um projecto sério e meritório de HL e VP e que prejudicou o desporto e o futebol.

Houve um segundo precalço relacionado com a formação do Grupo de Trabalho da Arbitragem em 2011. Hoje é possível dizer que houve duas lacunas de política desportiva: quando à definição política do objecto; e quanto à nomeação de algumas pessoas.

Se a liderança do GT foi correcta por parte de Leal Amado negando a tendência jurisdicional do direito e da política desportiva portuguesa, concluindo não haver espaço para desenvolvimentos legislativos, já a definição de política exclusiva para o futebol e a constituição do GT impediu uma avaliação mais profunda dos desafios da arbitragem nacional.

O sucesso da arbitragem funda-se no trabalho com os jovens, com os escalões amadores e com os profissionais não só do futebol mas de todas as modalidades. Esta perspectiva teria permitido criar um GT incluindo árbitros e líderes de inúmeras modalidades individuais e colectivas e agregando os contributos de VP e os de outros árbitros e dirigentes de outras modalidades como, por exemplo, ligando a experiência e o trabalho de VP ao projecto desenvolvido por Jorge Salcedo na Federação Portuguesa de Atletismo e na Federação Mundial de Atletismo, IAAF. Existem outros exemplos como no Ténis.


III
O erro político cometido nos dois momentos relaciona-se com a dificuldade tradicional das equipas políticas conseguirem dialogar e estabelecer equipas plurais com capacidade de distinção do nível técnico, do político.

Ao transformarem toda a realidade desportiva em pseudo políticas servidos por um instrumental jurisdicional, os decisores governamentais abrem fossos abissais de compreensão da produção desportiva mesmo que definidas segundo os interesses e a perspectiva particular dos principais dirigentes desportivos privados e do futebol.

Está por demonstrar que a desmesurada atenção ao futebol e aos principais parceiros desportivos, visando a utilidade política de curto prazo, tenha os melhores resultados de política desportiva.

Aliás, cabe perguntar quanto mais interessantes seriam os resultados desportivos nacionais caso as políticas desportivas beneficiassem de outras formulações distintas das praticadas?

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