quarta-feira, 25 de julho de 2012

O Modelo de Desenvolvimento Desportivo elaborado por Pedro Manuel Cardoso

Pedro Manuel Cardoso terá sido o autor do Contributo para o Modelo de Desenvolvimento do Desporto Português que se passa a apresentar.

A apresentação deste documento corresponde à razão deste blogue de apresentar e debater o desporto português.

Segundo afirmações indirectas de Pedro Cardoso este documento foi o elemento fulcral de orientação nas legislaturas de 2007 a 2011.

O documento encontra-se no Museu do Desporto e foi imediatamente enviado ao Professor João Boaventura a seu pedido.

A partir deste momento abre-se a possibilidade de debater este documento e outros que entretanto surjam.

Pode questionar-se se haverá outra informação como o espólio do trabalho da Secretaria de Estado do Desporto, do Conselho Nacional do Desporto e também do Instituto do Desporto de Portugal durante o período de 2007 a 2011.

Noutros países esta informação não se perde, guarda-se para memória e análise futura, caso não tenham sido oportunamente disponibilizados e dando transparência à política desportiva.

Aqui fica o convite para a análise e o debate dos fundamentos das políticas do desenvolvimento do  desporto português, não só neste blogue mas igualmente noutros espaços.

Contributo para o Modelo de Desenvolvimento do Desporto Português de Pedro Manuel Cardoso


 Premissas
·         A intervenção do Estado no Desenvolvimento do Desporto nas últimas décadas (por exemplo, no financiamento das federações desportivas e de outras instituições) não tem provocado a desejada competitividade. As federações e as instituições desportivas habituaram-se a uma excessiva subsidiodependência, perdendo habilidades e capacidades para competirem. E produziram uma oferta desportiva desajustada da procura real. As estruturas administrativas e o peso dessas instituições foi crescendo à sombra desse conforto do dinheiro dos contribuintes.
·         A mudança deveria ser gradual, e deveria congregar uma responsabilidade partilhada de todos os atores e instituições que fazem parte do dito “Sistema Desportivo”.

Objetivo
·         Gradual Des-Estatização do Desporto Português com início num primeiro ciclo de 12 anos (3 olímpiadas).
·         Reduzir a comparticipação do Estado até 60% em doze anos.
·         Substituir a centralidade da ação do Estado no sistema desportivo pela da Agência para o Desenvolvimento do Desporto (ADD).

Conteúdo da Proposta
·         Esboço/Esquema para visualizar o conjunto da reforma proposta.
·         O Esquema utiliza as seguintes seis variáveis:
o    Agência para o Desenvolvimento do Desporto (ADD).
o    Plano Estratégico de Desenvolvimento do Desporto para Portugal (PEDDP).
o    Plano Operacional e de Ação do PEDDP (POA).
o    Responsabilidade do Estado e dos Governos no Desporto (RED).
o    Administração Pública responsável pelo Desporto (APD).
o    Sistema Desportivo (SD).

Algoritmo da Gradual Des-Estatização do Desporto Português


 Agência para o Desenvolvimento do Desporto (ADD)
Composta pelos Acionistas; concebida como a instituição central do sistema desportivo; concebida como um INTERFACE entre o Estado, a Sociedade, e o Associativismo Desportivo. Permitiria explicitar os Objetivos para os „Acionistas‟; Permitiria definir a % do PIB que o Estado afeta ao Desporto; Permitiria congregar mais Parceiros e Parcerias; Permitiria captar melhor os Recursos financeiros e outros; Permitiria adequar melhor a relação oferta/procura.
Plano Estratégico de Desenvolvimento do Desporto para Portugal (PEDDP)
O Plano explicita o “objeto e o conteúdo” onde recaem os esforços de todos os intervenientes no Desenvolvimento do Desporto. Serve, ainda, para tornar consciente e transparente a “Conta do Estado” e o esforço dos contribuintes. O PEDDP permite definir os objetivos prioritários, os programas operacionais e os principais resultados a alcançar. O PEDDP é submetido aos „Acionistas‟ da Agência (ADD).
Plano Operacional e de Ação do PEDDP (POA)
(Não mais do que 12 Programas/ Projetos de Ação)
Responsabilidade do Estado e dos Governos no Desporto (RED)
A orientação “sufragada” pelos eleitores (Programas dos Governos). Tutelas e instituições comparticipadas pelo Estado e Administração Pública (IDJ, Inatel, Militar, Saúde, Inserção Social, Diálogo Intercultural, etc.). Autarquias e Municípios (âmbito local e regional). Desporto sob jurisdição do Sistema Educativo („escolar‟ e superior). Outras instituições financiadas pelo Estado.
Seria útil uma «Comissão Interministerial para o Desporto» como órgão de aconselhamento? Com a tarefa de coordenar e articular globalmente os contributos dos diferentes Ministérios, e a responsabilidade da acção governativa geral? E de definir a “Conta do Desporto” (em % do PIB, e nos Orçamentos de Estado)?
Administração Pública responsável pelo Desporto (APD)
Avaliar e Controlar” / Regular e Fiscalizar.
Sistema Desportivo (SD)
Sistema Desportivo enquanto relação quádrupla entre:
i) Movimento associativo das modalidades, e Federações, incluídas no programa regular dos J.O, (Ex. Jogos Olímpicos. Ênfase no alto-rendimento e nos resultados de nível internacional);
ii) Movimento associativo das modalidades, e ou Federações, não incluídas no programa regular do alto-rendimento e dos J.O. (Ex. Confederação do Desporto de Portugal, Movimento dos Jogos Mundiais. Desporto para Todos, Coletividades de Cultura e Recreio);
iii) Iniciativa Privada que pretende investir no Desporto;
iv) Zona de intersecção e de sobreposição, onde ocorre a dinâmica de mudança no movimento associativo, e as modalidades e realidades desportivas emergentes.






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