sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O direito do desporto e o bem-estar

No Colectividade Desportiva José Manuel Meirim identifica 3 actos legislativos e sugere que o uso político do direito desportivo no caso gerará resultados abaixo do óptimo social e que existirão limites éticos a esta aplicação do direito do desporto pelo poder político no desporto.

As palavras não são estas mas a ideia económica a retirar rondará a interpretação do parágrafo anterior.

Considerando que a interpretação e as sugestões são objectivas o que aqui está em causa é o uso que determinados oficiais fizeram do instrumento que é o direito do desporto.

É pouco provável que quem decide tenha entregue a elaboração de legislação a médicos, engenheiros, gestores ou psicólogos, ou ainda ao motorista do presidente ou à sua secretária.

Há todo o poder de uma classe de profissionais que no caso do desporto é o do direito, ou já terá sido por exemplo, da arquitectura, em projectar níveis de ineficácia e de ineficiência na produção desportiva portuguesa e cujos resultados 3, 2 e 1 medalhas em JJOO é patente.

Quando se valoriza a presença de profissionais do direito para além da racionalidade e do óptimo desportivo e social não é de estranhar que o 3, 2 e 1 se concretize.

Obviamente, que se o caso da sobre-utilização for de gestores de desporto isso também contribuiria para resultados negativos e nesse caso haveria de distinguir o mérito do direito e da gestão nos resultados 3, 2 e 1.

Conviria aprofundar a análise questionando se, por exemplo, o comportamento destas corporações deve-se a que tipo de fracassos de mercado ou do Estado?

A resposta fica para além da fulanização de ciências do desporto e centra-se na racionalidade do modelo do desporto português.

O poste de José Manuel Meirim no Colectividade Desportiva não chegou aqui.

Em tese é possível sustentar que são as falhas do modelo do desporto português que incentiva ao comportamento político tanto o público quanto o privado e que prejudica o bem-estar social nacional criado através do desporto.

Este é o ponto a que o debate das ideias para a modernização do desporto deveria ser colocado e deveria ter como protagonistas tanto a universidade, quanto o parlamento, como o associativismo desportivo, entre outros.

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