Para o efeito importa referir que
os alunos da Casa Pia, à data da sua criação, em 1780, pelo corregedor Pina
Manique, ficaram instalados no Castelo de S. Jorge. Com Lisboa ainda em ruínas,
rescaldo ainda do terramoto, com vadios e gatunos, jovens e adolescentes,
muitos deles órfãos, tornou-se obrigatória a recolha de todos, para benefício
da cidade e dos carenciados de atenções em cama, mesa, roupa e educação. Homens
e mulheres que vagueavam pela cidade, desocupados, foram igualmente conduzidos
para o Castelo de S. Jorge, onde se abriu uma loja, e muitas oficinas, com a vinda de mestres do estrangeiro para a
fabricação de lonas, brins e tecidos de malha, fiação, tecelagem de seda e
algodão, cordoaria, serralharia, carpintaria [29]. O ensino não foi descurado: matemática,
química, artilharia e fortificação, óptica, alemão, francês, latim, inglês, anatomia,
cirurgia, obstetrícia, desenho, música. A ginástica ou a educação física não
figuravam no currículo.
Pina Manique queria mais,
desejava actualização, e enviou os melhores alunos para o estrangeiro para
estudarem ciências e artes, Londres, Copenhague, Edimburgo, Roma, e também
Universidade de Coimbra, o que levou Latino Coelho a considerar a Casa Pia como
a Universidade dos Pobres.
Até que as tropas da primeira invasão francesa, em 1807, o ocuparam para
se aquartelarem, o que implicou o descalabro da obra de Pina Manique, e a distribuição
dos casapianos por outros destinos: asilos, paróquias e conventos. Com o fim da
1.ª invasão a Casa Pia reorganizou-se, em Julho de 1811, no Convento dos Bernardos,
mais conhecido como o Convento do Desterro, nele se reagrupando todos os
casapianos distribuídos algures, mas, para o efeito, dada a sua
responsabilidade na matéria, o Desembargador e Intendente Geral da Polícia,
Filipe F. de Araújo e Castro, resolveu, em 31.10.1820 requerer à Academia Real
das Ciências a nomeação de uma comissão para estudar e propor as reformas
necessárias ao engrandecimento e prosperidade da Casa Pia do Desterro [30]. A Academia acedeu logo a este desejo,
tendo a Comissão elaborado a respectiva Memória,
subscrita por três académicos mas, sem data, abordando, na “Secção I – Cap. III (educação física e
moral), a pp 396-399, mas o tema é o recreio e as actividades físicas
associadas aos diferentes ofícios braçais e manuais (funileiro, sapateiro, tecelão,
ferreiro, carpinteiro); na “Secção II – Cap II
(Melhoramentos na educação física, e moral / Quanto à educação física no estado
de saúde)”, a pp 404-408, e mais, considera que, di-lo a pp 404-405:
Convém regular de uma forma sistemática, da qualidade
dos exercícios e recreios em que devam entreter-se os Órfãos, e melhorar suas
disposições físicas, sendo muito para recomendar, que na ordem dos exercícios
se guarde alguma semelhança com os da forma militar; não só porque utilizam ao
vigor da constituição; mas até porque dão mais airosidade ao corpo; além das
vantagens que resultam da formação de uma espécie de Escola Militar, sempre
útil a qualquer Nação, ainda nos empregos civis.
Casa Pia no Castelo de S. Jorge (1780-1807)
Depois da revolução de 1822, a Casa Pia do
Convento do Desterro (1811-1833)
(Actualmente Hospital de Arroios)
chegou a mudar o nome para Colégio Constitucional dos Artistas [31]
(Actualmente Hospital de Arroios)
chegou a mudar o nome para Colégio Constitucional dos Artistas [31]
No Cap IV, da mesma Secção II – Melhoramentos da Administração, expende
as funções adequadas ao Director da
Educação Física e Moral (pp 412-415), considerando que um hábil Médico de probidade e acreditados estudos seria o mais próprio
para o desempenhar, sem dúvida um higienista
assente no aforismo de que a higiene é a
clínica do homem são, posto que
aborda os preceitos da Polícia sanitária,
tanto nos dormitórios como nas enfermarias, além de tratar das moléstias
dos internados. Daqui se deduz que o conceito de educação física igualava ou se assemelhava ao de higiene, e não propriamente ao conceito
de ginástica ou de movimento [32]. Portanto, quando
Morais Rocha e Fernando Barreto aludem que a
parte final apresentada pela Academia foi no sentido de se ensaiar, na Casa Pia
do Desterro, uma Escola Nacional de Educação Física[33], tal sugestão não se define apesar de,
na Síntese Cronológica, os autores reincidirem na referida Escola, com o senão de que a Memória
da Academia não figura na bibliografia, pelo que se fica na incerteza sobre
a fonte que permite a asserção..
A única referência que aparece na
Memória, de 36 páginas, diz respeito
à formação de uma espécie de Escola
Militar, incluída na 20.ª página do relatório, e não no final, e é muito
provável que a sugestão dos académicos se tenha reflectido na orientação futura
dos casapianos, como mais tarde se verificará [34], porque, atingida
a idade de serviço militar, a maioria dos internados preencherá o quadro de recrutas,
dará um bom contingente de cabos e sargentos, e alguns oficiais que frequentaram
a universidade. Mas a Escola Militar
nunca terá a Casa Pia como sede.
D. Pedro IV, pelo decreto de 28 de Dezembro de 1833[35], expedido da Secretaria de Estado dos Negócios Eclesiásticos e
da Justiça, ordenou a transferência da Casa Pia para o Mosteiro dos Jerónimos, o
que poderá denunciar ter visitado a instituição do Desterro, antes de 28 de
Dezembro de 1833, como se deduz nos três primeiros artigos:
Decreto de 28.12.1833
(In Crónica Constitucional de Lisboa, n.º 135, 31.12.1833)
A sede da nova Casa Pia foi instalada
nos claustros do Mosteiro dos Jerónimos por decisão de
D. Pedro IV
Dois dias depois de ter oficializado a transferência da Casa
Pia para o Mosteiro dos Jerónimos, terá visitado algumas instituições de
acolhimento, dando assim uma atenção muito especial aos órfãos e desvalidos, e
motivando a solidariedade, conforme se lê na notícia do Paço das Necessidades,
de 30.12.1833:
(In Crónica Constitucional de Lisboa, n.º 135, 31.12.1833)
Onde se nota o ausentismo pela
questões ginásticas ou da educação física, apesar de referenciais para a tese
de Paris e para o manuscrito oferecido à Sociedade das Ciências Médicas de
Lisboa (SCML), está patente na assunção concordante do Parecer da Comissão de Higiene da SCML, aprovado pela mesma Sociedade,
acerca deste escrito, onde se
conclui que é por conseguinte a Comissão
de parecer, que se deve aprovar o escrito, e intenção do Sr. Centazzi, 1.º por
ser o primeiro escrito que trate especialmente desta matéria em nossa língua,
2.º porque ele preenche o fim a que é destinado, e 3.º por ser de suma
utilidade para o nosso País. (…). Em 17 de Março de 1836.
Parece um pouco tardio o
aparecimento da obra de Centazzi para ser o primeiro escrito sobre a matéria,
se não houvesse outras do mesmo âmbito, antes de 1836. Para não criar
distâncias maiores era do conhecimento geral que a imprensa se debruçava sobre
a matéria. A contribuição dos periódicos da época merece especial destaque,
como se pode verificar, entre outros:
A Gazeta de Lisboa, n.º 136, de 9.6.1827, informava que um periódico
de Bruxelas publicara um longo artigo onde se demonstrava que “uma boa educação
física nas classes inferiores produz em primeiro lugar a importante vantagem de
prevenir muitas enfermidades, dando ao mesmo tempo maior aptidão para o
trabalho”.
O
Interessante, Jornal Instrução e Recreio, n.º IX, de 1835, que, num artigo
intitulado “Da ginástica, ou exercício
das forças do corpo” (pp 898 a 900) louva as vantagens da prática da “ginástica,
da luta, da carreira, do jogar a barra, e a bola”, e faz ainda alusão ao médico
francês Tissot com louvor ao seu trabalho Ginástica
Médica, publicado em 1780. Esta referência permitiu a M.J. Henriques de
Paiva a sua tradução imediata para português, com notas pessoais, com o título Aviso ao povo acerca da sua saúde ou tratado das enfermidades mais frequentes, tanto internas, como externas, de que não tratou Monsieur Tissot no seu Aviso ao Povo o que significa que o título da obra de Tissot era Avis au peuple sur sa santé, e não Ginástica Médica como referiu o jornal
M. J. Henriques de Paiva (1752-1829), entre as
inúmeras obras publicadas, alude igualmente ao exercício físico no Aviso ao Povo ou Sumário dos Preceitos mais importantes, concernentes às diferentes profissões e ofícios, aos alimentos e bebidas, ao ar, ao exercício, ao sono, aos vestidos, às intemperanças, à limpeza, ao contágio, às paixões, (Offic. Morazziana, Lisboa, 1787).
Com o título de Aviso ao povo ou Summario dos preceitos mais
importantes, concernentes á criação das Crianças, estipula, no Artigo V,
dedicado ao exercício, que “os homens não
podem gozar de perfeita saúde sem exercício”; era higienista quando asseverava que “cumpre
que as crianças andem sempre limpas”, porque era voz corrente que a higiene
era a clínica da saúde; também era pedagogo
quando aconselhava que “não se confranjam
as crianças a estarem assentada”, E acrescentava que “o exercício é o primeiro mantimento da saúde, e o bom ar o segundo”, e era normativista quando estabeleceu em seis
parágrafos, como num decreto, os itens necessários para que do exercício se
colham os resultados que a saúde exige. E concluía que“o exercício
é o primeiro mantimento da saúde, e o bom ar o segundo”.
O seu autor é nada mais que o insigne
professor da Casa Pia, Director da
Farmácia da Real Casa Pia do Castelo e seu Professor de Química. Depois da 1.ª
Invasão Francesa, por ser considerado um afrancesado devido às relações
que manteve com os franceses em 1808 ou 1809 (?), foi preso e degredado para a
Baía, naturalizando-se brasileiro em 1822 [36]. O pai, António
Ribeiro Paiva, era sobrinho de António Nunes Ribeiro Sanches (1699-1782).
Martinho de Mendonça de Pina e Proença
(1693-1743), formado na Escola de Artes de Coimbra, redigiu, em 1734, um
volume de 355 páginas com o título de Apontamentos
para a educação de um menino nobre, que para seu uso particular fazia, (Na
Oficina de Joseph António da Sylva, Impressor da Academia Real), que parece
quase cópia da obra de Jokn Locke (1632-1704) publicada em 1693 (ler a este
propósito pé de página 36). Nele se aconselha a dançar, a esgrimir, e montar a cavalo, fazendo gosto de se aplicar a
estes exercícios. E, a páginas 311 e sgts acrescenta:
O gosto de conduzir um principiante para o delicioso campo das
ciências, nos ia fazendo esquecer dos exercícios do corpo, não menos úteis, e
agradáveis, e mais salutíferos, que os do espírito. A arte ginástica foi algum
dia parte da Medicina; e ainda hoje Sydenham, e outros Médicos aconselham a
equitação, como remédio universal de insuperáveis achaques nos primeiros anos:
basta, que aos meninos, se lhe permita liberdade, e alguma largueza,, que a
inclinação natural os encaminhará aos exercícios do corpo, correndo, e
saltando: mas se algum for de génio tão preguiçoso, e pesado, que o não faça;
se deve provocar, e obrigar a que ande, e corra, ou jogue a péla, exercício
cómodo, e que aconselham antigos, e modernos. (…)/ O exercício da espada é
utilíssimo à saúde, e vigor do corpo, costumando a estar de pé, e de passos com
firmeza, e fortificando os braços, de sorte que não é inútil à profissão de Soldado;
(…) nenhum homem sisudo julgará mal empregada uma hora cada dia aplicada ao exercício mais
conveniente, para adquirir uma compleição robusta entre todos os que se podem
executar dentro de casa; (---) A dança, que além de dar vigor ao corpo, lhe
comunica bom ar, e graça, está hoje entre as nações da Europa como divertimento
Ribeiro Sanches (1699-1783), a quem a imperatriz Catarina a
Grande deu um brasão de armas com o mote Acreditava ter nascido para ser
útil, não a si próprio, mas ao Mundo todo, em 1760 escreveu as Cartas sobre a Educação da Mocidade, onde se
aconselha os exercícios e as práticas desportivas da época, e elaborou o Tratado
da Conservação da Saúde dos Povos, explicando a necessidade das actividades
físicas no capítulo XXV - Do ócio e do exercício dos Soldados
considerados para a Conservação da Saúde.
O bacharel Luiz Carlos Moniz
Barreto traduziu a obra francesa de Ambroise Riballier, publicada em 1785, com
o título, fiel ao original, Tratado da
educação física, e moral das crianças de ambos os sexos, com 358 páginas, e
editada dois anos depois, em 1787, pela Oficina. da Academia das Ciências, mas muitas
eram as referências médicas fazendo apelo ao movimento, desde o Antigo Regime.
Almeida Garrett (1797-1867), na sua obra, publicada
em 1829, Da Educação (ed. Em Casa de Sustenance e Stretch, Londres, 1829), aconselhava: “Os dois breves, simples e excelentes
tratados dos D.D. Mello-Franco e F.J. d’Almeida devem andar nas mãos de todos
os pais e educadores” (1829: II, 3.ª). Os volumes em referência tinham o
mesmo título, aprovados e editados pela Academia Real das Ciências de Lisboa, Tratado da Educação Física dos meninos, para
uso da nação portuguesa, o de Francisco de Mello-Franco [37]
(1757-1823), em 1790, e o de Francisco José de Almeida [38]
(1755-1844), em 1791.
Garret, na introdução do seu
trabalho evidenciava que, “exceptuando
algumas memórias sobre educação física, não sei que tenhamos nada escrito nem
de educação pública nem da particular” (ix), acrescentando que “na educação do
corpo ou física, compilei e simplifiquei as regras gerais da boa higiene e da ginástica”
(xiv), para opinar ainda que a dança, a equitação e a esgrima eram artes, não
profissões, considerando-as “como gentil
ornato da educação nobre ou necessário elemento (...) de toda a educação”
(xv), e condenando a profissionalização, nestes termos: “Toda a Europa ri dos gentlemens ingleses que degeneram de cavaleiros
em picadores; e não conheço nada tão ridículo como um cavalheiro n’um salão de
baile fazendo passos e dificuldades de dançarino da ópera” (I, I, 45).
E acrescentava ainda: “não me canso de repetir que a educação
física, a moral e a intelectual são conexas e inseparáveis”, mas “a primeira coisa de que devemos tratar é de
formar um bom corpo robusto e sadio, e firmar n’esta educação a base sólida,
que só ela pode ser, das outras duas” (xvi, xvii). Na educação do corpo ou física, compilei e simplifiquei as regras
gerais da boa higiene e da ginástica. (
I, I, 1.ª, 14).
De Centazzi, que nunca indicou
nenhuma bibliografia, nem na tese, nem no trabalho oferecido à Academia das
Ciências, natural terá sido considerar que o seu trabalho era o primeiro no
género a ser publicado em Portugal. O mais grave é a própria Academia
confirmá-lo, ignorando os trabalhos já existentes sobre a matéria, quando,
muitos deles foram editados pela mesma Academia.
Ainda tentou introduzir em Portugal
a prática da ginástica de medicina preventiva, mas as suas intenções esbarraram
na incompreensão da época dessa actividade física considerada pouco masculina.
Fique ao menos a glória de ter
sido o primeiro escritor português a merecer a primeira tradução para alemão,
em 1840, do seu primeiro romance moderno português “O estudante de Coimbra”. A
Câmara Municipal de Faro, muito justamente, homenageou-o dando a uma das ruas o
seu nome.
O
nome do Dr. Centazzi faz parte da toponímia farense desde fevereiro de 1987
(Fonte: blog
"Marafado")
[29] “Real Casa Pia de
Lisboa” in “Branco e Negro. Semanário
Ilustrado”, n.º 1, 04.04.1897, Lisboa, p. 2
[30] O relatório pode ser lido a pp. 386 a 453 na “Memória
da Comissão encarregada de visitar o Estabelecimento da
Casa Pia”, in História e Memórias da Academia Real das Ciências de Lisboa, (Tomo VII, Na Tipografia da mesma Academia,
Lisboa, 1821). A Memória da Comissão ocupa as pp 386-421, com 29 Documentos apensos
desde a p.423 até à p.504,.
[32] Quando perguntaram a Herman Boerhaave (1668-1738),
famoso médico holandês conhecido mundialmente (um cientista chinês escreveu-lhe uma
carta com este endereço : Ao ilustríssimo Boerhaave, médico na Europa.), e
considerado o fundador da clínica médica. Como se dizia que a ginástica era a
parte da higiene que trata dos efeitos dos diferentes exercícios sobre a
economia animal, perguntaram-lhe o que era, para ele, a ginástica, respondeu
que era gesta, acta, que em latim
significa movimentos, isto é, a ginástica não era mais que movimentos. O médico
português Januário Peres Furtado Galvão, no seu Curso elementar de Higiene, de 278 pp, publicado em 1845, apreendeu
esta interpretação de Boerhaave, porque no índice pode ler-se Título III-Gesta, e no Cap.I –Ginástica – a arte de conservar uma
harmonia salutar entre todas as funções da economia animal e as do sistema
locomotor diz-se ginástica. Deduziu daqui que os gesta=movimentos
equivaleriam aos gesta=sistema locomotor, já que é neste que se geram os
movimentos. Quem estudou com o grande Boerhaave, foi Ribeiro Sanches, chegado à
Holanda, em 1730, para fugir da Inquisição, e que, pelo seu valor, em 1731,
foi recomendado por Boerhaave à
corte imperial da Rússia, onde exerceu durante dezasseis anos altas funções nos
exércitos dos czares. E fê-lo porque Boerhaave
já tinha convites para a montagem de clínicas em Edimburgo, Londres,
Oxford, Cambridge, Dublin, disseminando Institutos Clínicos em toda a Europa.
[33] Opus cit., pp 25-26
[34] Em 1897, a Real Casa Pia já tinha um corpo
militarizado, a imitar o melhor possível o Real Colégio Militar, quer na
organização quer na disciplina, quer na farda. Mais tarde, estes normativos: Decreto de 29.09.1903 - Criando um curso de instrução militar na Real Casa Pia
de Lisboa. (DG n.º 259, 07.09.1903)
(M.Guerra).; e o Decreto de
02.05.1904 - Aprovando o regulamento da Real Casa Pia de Lisboa . (DG n.º100, 06,05,1904) (M.Reino)
haverá ginástica e exercícios militares e “o
curso de instrução militar é regido por dois professores oficiais do exército,
nomeados pelo Ministério da Guerra, sob proposta da provedoria. Além destes
professores haverá um segundo sargento para cada 20 alunos.” (Art.º 95.º)
[35] In .Crónica Constituccional de Lisboa, n.º 135, de 31.12.1833</a>, p. 748.
[36] Apud “Carlos Maria Eugénio de Almeida “Relatório da Administração da Real Casa Pia de Lisboa; relativo ao ano de 1889-1890.
[36] Apud “Carlos Maria Eugénio de Almeida “Relatório da Administração da Real Casa Pia de Lisboa; relativo ao ano de 1889-1890.
[37] Uma nova edição do Tratado seria produzida muitos anos
depois, por José Martinho da Rocha, em Nosso Primeiro Puericultor, Rio
de Janeiro, Livraria Agir Editora (1946). Verifica-se nos escritos de
F.M.Franco alguma influência do trabalho de John Locke, influência já patente
aliás na obra, editada em 1790, com o título de Tratado da educação física dos
meninos, para uso da nação portuguesa. Mas já anteriormente, Martinho de
Mendonça, da Academia Real da História, tinha publicado, em 1734, a Educação
de um menino nobre, que, segundo Gomes (1964: 132), seria um decalque da
obra de de John Locke (1632-1704), publicada em 1693, sobre a educação, o que
reflectia a forte influência do pensador inglês. Ao abrigo da Lei de 02.04.1768
(Por Direito Natural e Divino pertence
aos Soberanos proibir a introdução, venda, e publicação de todos os livros e
papeis, que contém prejuízo da
Monarquia, e dos vassalos dela) a Real Mesa Censória proibiu a circulação
da obra de Locke, quer na língua original quer traduzida.
[38] Doutor em
Medicina pela Universidade de Leyden (Holanda), depois de ter estudado em
Coimbra. Segundo Inocêncio Silva, ln Dicionário Bibliográfico (1859, II, 400-401) “Este medico, conhecido geralmente em
Lisboa pelo diminutivo de Almeidinha, em razão da sua exígua
estatura, pois era tão pequeno em corpo como grande na sciencia, foi durante
muitos annos havido por maçon (...)”
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