sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Que fazer deste Desporto?

Deixei esta questão num Workshop organizado pela Universidade Lusíada de Lisboa esperando o lançamento do debate e sugestões e respostas dos companheiros de mesa.

Contudo, as sugestões e as respostas não surgiram. Admito que talvez seja uma perspectiva errada esta minha conclusão.

Falou-se de muita coisa sem a capacidade de focar o ponto principal de uma reflexão sobre o nosso desporto.

Este é um problema central de um desporto que não se dá bem com a modernidade.

As pessoas não estão predispostas a estruturar as situações, perseguir respostas e a debatê-las publicamente e consensual com os parceiros das diferentes áreas.

Quando está em curso o processo de eleição para presidente da principal organização desportiva o COP esta vacuidade é preenchida por egos ofendidos de um debate em decibéis de vozes alteradas na comunicação social.

Se procurarmos contribuir para a elevação do debate com elementos positivos uma pergunta relevante é saber porque é que o COP se tornou importante ao longo dos anos? O sucesso do COP ter-se-á devido às vitórias, sustentadas no tempo, do Atletismo de Fernando Mota, da loucura bem-sucedida mediaticamente do Euro 2004 de José Sócrates, e do acto de governo de desporto de José Manuel Constantino de colocar no início do ciclo olímpico de 2005-2008 o financiamento público para as actividades olímpicas no COP.

Este instrumento foi aceite por Laurentino Dias. Depois substituiu José Manuel Constantino de presidente do ex-IDP e não se apercebeu que o desporto português estava a morrer.

As vitórias de Fernando Mota conseguidas foram capitalizadas no COP o qual conseguiu reunir fundos e assim construir uma sede com dignidade que o poder político acompanhou.

São os actos que fazem a diferença que importa reter e promover como exemplares para conseguir marcar o futuro.

Repetir o passado investindo acriticamente em actos que tiveram sucesso no passado torna-se errado, embora seja relevante compreender o que se fez e as razões do seu sucesso absoluto, relativo ou não-sucesso.

Actualmente há sinais que mostram o aceleramento do processo desportivo em curso em direcção ao abismo. Definitivamente este trajecto foi definido há mais de dez anos. A diferença em cada nova legislatura é o carregar no acelerador.

Parece que as características profundas do Modelo Português de Desporto estão a levar a melhor e tarda a mais vaga luz ao fundo do túnel.

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