domingo, 25 de novembro de 2012

Uma geração esmagada pelos mais velhos que têm o cartão no partido

A recente nomeação do presidente da Fundação do Desporto é um contrassenso pelo impedimento que constitui a continuada nomeação para cargos públicos de pessoas dos partidos que retiram o lugar a gerações de líderes desportivos mais novos.

Estamos a falar de pessoas que em geral têm cartão partidário efectivo, que terão marcado determinado do passado mas que pela situação de fracasso do desporto português se demonstra que estão desactualizadas porque a crise actual tem a sua origem nos fracassos do passado em que essas pessoas estavam activas e tantas não saíam apesar da clareza das suas limitações.

A escolha destas pessoas deve-se a critérios de interesse partidário não apresentado publicamente, não contestável e contestado pela oposição desportiva, política ou parlamentar.

Em si esta nomeação é mais um elemento a demonstrar a falência do Modelo Português de Desporto que está inalterado e se vão aprofundando as limitações.

Há toda uma geração de líderes entre os cinquenta e tais e os sessenta e tais que poderiam estar em lugares de liderança e que estão afastados por personalidades partidários que actuam com protecção aos actos de ineficiência e ineficácia que impõem ao desporto.

Falta uma melhor definição de funções, de perfis de liderança e de missões públicas e privadas no desporto português.

Depois aparecem os especialistas contratados quer pelo Estado, quer por outras instituições desportivas que são especialistas de coisa pouca no âmbito do desporto e que distorcem no âmbito do seu conhecimento não-desportivo as possibilidades de modernização do modelo.

As universidades e faculdades de desporto aceitam o desiderato e face a esta impossibilidade das universidades e das faculdades afirmam-se quer os especialistas quer a contratação de empresas que podendo acertar pontualmente algumas ideias, no geral dos seus contributos são caras e os resultados são mínimos.

Assisti a inúmeras intervenções ultimamente que contêm erros de teoria económica que necessitam de um diálogo continuado para no médio prazo se resolverem e ir melhorando o conteúdo e a qualidade das intervenções.

Trata-se de um processo complexo e de muito longo prazo que se forma e necessita de condições de funcionamento modernas.

O padrão do actual Governo PSD/CDS é claro e o PS, o PCP e o BE aceita-o com o respectivo silêncio mediático e no Parlamento.

A medalha e prémios a empresários do desporto, assim como, a contratação de empresários para a apresentação de soluções como do olimpismo, para além da nomeação sistemática de pessoas dos partidos com perto de oitenta anos, acompanhados da destruição institucional e dos favores cirurgicamente colocados, é um erro que cava as limitações do desporto português resolver com sucesso as inúmeras crises que defronta.

Não tenho nenhuma posição contra as pessoas mais velhas e com algumas delas desenvolvi projectos. As pessoas que são objecto deste texto não estão na miséria se não forem nomeadas. Muitas falam habitualmente do carinho pelos netos e respectiva família e do sacrifício dos lugares que ocupam e altamente remunerados, nunca a título benévolo. Alguns são embaixadores da ética ou tem afirmações sobre princípios de ética e de comportamento éticos.

Há que definir bem o que se quer deste desporto e mobilizar para ele as forças máximas sob pena de pessoas que estão confundidas manterem a contaminação de todo o modelo.

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