terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A revolta na Bounty

A história na Bounty é a de marinheiros que se revoltam contra as regras britânicas e se isolam numa ilha do Pacífico onde definham e desaparecem.

O objectivo de criar um futuro novo e alternativo ao do Império Brtânico foi o apelo que os marinheiros procuraram e que depois acabaram por sucumbir sem o conseguir. 

Hoje observam-se as novas lideranças do desporto e cabe perguntar se não são futuras Bounties.

Não tenho a resposta certa e a ajuda que encontro é a do passado e na compreensão que as lideranças do passado tiveram lacunas que não facultaram a criação sustentada de futuro.

Ontem tive dois acontecimentos: o primeiro foi uma feijoada gorda que me trouxe uma azia que se prolongou durante muito tempo, a segunda foi um toucinho que era do céu e limpou tudo o que de mau tinha acontecido anteriormente e mostrou como o cenário geral tinha aspectos por que valia a pena trabalhar. Não entrarei em pormenores sobre estes acontecimentos.

Há um aspecto pessoal na eleição do COP em que conhecendo o Fernando Mota, o Manuel Brito e o José Manuel Constantino praticamente às mesmas dezenas de anos, ficarei contente com o que ganhar e triste com os outros dois.

A construção de um futuro para o desporto que se espera do COP é uma escolha racional, empenhada com uma dose de risco potente e assumido, só esse objectivo valerá a pena porque é ele que impede as revoltas das Bounties.

O desporto português não pode ficar dependente da eleição de pessoas que vão dar o melhor de si mas que estão desenquadradas das possibilidades de futuro.

Estão a ser eleitos líderes com formação superior e experiência de muitos anos e cujo erro talvez seja a sua componente da equação relacionada com a sua experiência que pesam em comportamentos dentro do figurino tradicional.

Dizia-me um amigo engenheiro com 40 anos de desporto desde os nossos tempos do rugby do técnico que há um problema com os professores de educação física e a sua dificuldade de interagir com as outras áreas do conhecimento e esta afirmação apanhou-me de surpresa porque não estava à espera que uma pessoa como ele tão próxima de múltiplas lideranças tradicionais tivesse esta apreciação.

Para o COP e para as diferentes federações não é inaceitável que aqueles que se sentem com argumentos de afirmação e liderança não dêem o seu passo em frente e assumam em plenitude as tremendas responsabilidades de liderança desportiva no desporto português actual.

A dificuldade está em assumir comportamentos para construir novas estruturas portadoras de futuro.

O desporto não produz resultados desportivos porque as suas estruturas não funcionam e as pessoas e os líderes não terão a intuição de certo equilíbrio, democracia e capacidade de afirmar e promover roturas dentro de um plataformas de consenso e calendários seguros e simultaneamente urgentes.

O COP é hoje a chave para o nosso futuro desportivo e devia tê-lo sido há 4 anos e tudo correu mal, não propriamente Pequim mas o que se passou de errado depois. O Parlamento de então calou-se como o de hoje também faz e a sociedade trata da sua vida e não coloca o desporto como uma das vertentes fundamentais do seu futuro.

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