quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

As exigências da democracia no desporto português

O terreno de debate para a eleição do presidente do COP faz-se no interior do mesmo movimento associativo que gerou a situação desportiva actual.

O presidente em funções parece não ter feito nenhuma intervenção na comunicação social chamando a atenção da sociedade portuguesa para a relevância do momento olímpico, o que corresponde a uma visão do cargo e do desporto.

Também teria sido útil ter convidado a Universidade a apresentar perspectivas sobre a realidade actual do desporto português para alimentar o debate através do conhecimento produzido nas faculdades de desporto e outras e também para ouvir parceiros sociais.

Noutra perspectiva administrativa um dos candidatos enquanto elemento da Direcção actual poderá ter melhores condições de candidatura do que outros candidatos o que deveria ter sido evitado pela criação de uma estrutura de eleições aberta e equitativa a todos os candidatos.

Estas três questões a da abertura à sociedade, à universidade e da equidade do combate dos chefes fariam parte do posicionamento e da mecânica de um acto democrático.

Na eleição do presidente do COP de 2013 há duas perspectivas vitais entre outras alternativas pontuais.

  1. O presidente do COP dedica-se apenas à participação olímpica.
  2. O presidente do COP é o presidente de todas as federações e é a face do desporto português.
A primeira solução é o business as usual e a segunda é o futuro europeu.

A partir do assumir de uma destas opções dependem todas as outras que marcarão estruturalmente e por imenso tempo o desenvolvimento do desporto português.

Esta questão não foi consensual nem assumida pelos poderes vigentes até hoje e pode não ser pacífica no colégio eleitoral de federações desportivas.

A possível não-democracia do debate e do tempo que se perdeu e vai perdendo desde o fim dos Jogos Olímpicos de Londres e se se quiser ir mais longe desde o fim de Pequim e também desde as legislativas de 2011 faz com que aqueles que se deixaram matar num cenário de iniquidade e de ineficiência do Modelo Português de Desporto sejam agora os agentes que irão eleger e determinar uma saída para o futuro do desporto português, caso seja essa a opção de olhar o COP como líder de todo o desporto.

A limitação principal deste colégio eleitoral é o seu encerramento dentro do seu quadro de actuação tradicional sem instrumentos modernos de conhecimento de uma realidade tão competitiva como a do desporto europeu e que não retirando o mérito das decisões de cada um dos eleitores federativos são questões que sempre estiveram e estão para além do quadro de decisões que tradicionalmente lhes são colocadas para decidir e no passado tolheram as melhores decisões coincidentes com um futuro europeu competitivo que lhes fugiu até hoje.

A limitação é o quadro de condições e o usufruto do conhecimento desse quadro em condições que permitam a melhor apropriação para benefício primordial das próprias federações de que se compõe o desporto português.

Duvido que a totalidade dos candidatos se batam por uma perspectiva alargada preferindo a solução minimalista e a manutenção do status quo.

Neste momento existirão três/quatro candidatos Marques da Silva, secretário-geral do COP, e Carlos Cardoso, presidente da Confederação do Desporto de Portugal, Fernando Mota e José Manuel Constantino.

Manuel Brito deu uma grande entrevista ao jornal a Bola e entretanto terá desistido.

A abertura das eleições para presidente do COP à sociedade e ao desporto português alcançando desde o momento actual outro posicionamento distinto do passado será portadora de benefícios que poderão estar melhor direccionados para a população portuguesa.

Não havendo uma atitude competitiva por parte da actual Direcção do COP caberá aos candidatos a líder a dar o passo de por sua iniciativa abrirem-se à sociedade portuguesa sem receio e marcando um novo futuro para o desporto português.

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