Os factos são correctos a conclusão parece-me insuficiente e tem de ser incisiva sob pena de se tornar errada.
Os valores das medalhas dos pequenos países tem sido por mim apresentado em vários encontros nacionais e os factos são semelhantes aos agora apresentados por Luís Leite no primeiro comentário que aqui apresento.
Diz Luís Leite:
MÉDIA DE MEDALHAS POR PRESENÇA, OBTIDAS EM JOGOS OLÍMPICOS DE VERÃO, POR PAÍSES EUROPEUS COM POPULAÇÃO SEMELHANTE OU INFERIOR À DE PORTUGAL:
- HUNGRIA (10,1 milhões): 19 medalhas
- SUÉCIA (9,2 milhões): 18,6 medalhas
- BIELORRÚSSIA (9,7 milhões): 15,2 medalhas
- FINLÂNDIA (5,3 milhões): 12,6 medalhas
- BULGÁRIA (7,5 milhões): 11,3 medalhas
- REPÚBLICA CHECA (10,3 milhões): 8,6 medalhas
- DINAMARCA (5,5 milhões): 6,9 medalhas
- SUÍÇA (7,8 milhões): 6,9 medalhas
- NORUEGA (4,8 milhões): 6,2 medalhas
- BÉLGICA (10,4 milhões): 5,4 medalhas
- AZERBAIJÃO (8,9 milhões): 5,2 medalhas
- GEÓRGIA: (4,4 milhões): 5 medalhas
- ESLOVÁQUIA (5,4 milhões): 4,8 medalhas
- GRÉCIA (11,2 milhões): 4,1 medalhas
- CROÁCIA: (4,4 milhões): 3,8 medalhas
- ÁUSTRIA: (8,3 milhões): 3,3 medalhas
- ESLOVÉNIA: (2 milhões): 3,2 medalhas
- ESTÓNIA: (1,3 milhões): 3 medalhas
- LITUÂNIA: (3,4 milhões); 2,6 medalhas
- ARMÉNIA (3,2 milhões): 2,4 medalhas
- SÉRVIA: (9,8 milhões): 2,3 medalhas
- SÉRVIA E MONTENEGRO (10,8 milhões): 2 medalhas
- LETÓNIA: (2,2 milhões): 1,9 medalhas
- MOLDOVA (3,5 milhões): 1,4 medalhas
- IRLANDA (4,3 milhões): 1,4 medalhas
- PORTUGAL (10,6 milhões): 1 medalha
Depois Laís Leite acrescenta outro comentário com a tal conclusão que me parece insuficiente e que é:
Luís
Leite disse...
PIB per capita:
HUNGRIA: $20.700 USD (39º mundial);
PORTUGAL: $21.558 USD (32º mundial).
Média de medalhas olímpicas por participação nos Jogos Olímpicos:
HUNGRIA: 19 medalhas em 25 participações;
PORTUGAL: 1 medalha em 23 participações.
Total de medalhas olímpicas:
HUNGRIA: 476;
PORTUGAL: 23.
(coloquei este comentário no Coetividade, mas não sei se aparece...)
ResponderEliminarAqui segue:
Caro dr. Luís Leite,
Não leve a mal, mas não percebe muito de estatística.
1. Ao ver o trabalho internacional da pwc (e o nacional vai no mesmo sentido) o da goldman,os das casas de apostas e tantos e tantos trabalhos académicos é notória uma relação entre as variáveis que menciona.
Ao escrever estas linhas fiz uma correlação de spearman com os dados do The Gaurdian (tem de ser o spearman pois estamos a falar de rankings) e o reslutado é significativo, como não podia deixar de ser. (os dados estão aqui: http://www.guardian.co.uk/sport/datablog/2012/jul/30/olympics-2012-alternative-medal-table#data)
E esse e um resultado que qq um pode avaliar. Não há manipulações (embora tb ache que não nos estudos que mencionei acima).
É directo! Simples! Claro! Evidente!
2. Não pode olhar apenas para uma variável: tem de olhar paa mais do que uma variável se quiseremos apurar mais do que uma tendência.
Temos de olhar para o PIB per capita; População; Idade média, etc.
Quantos mais indicadores, melhor será a nossa capacidade de previsão.
3. Mas o mais extraordinário é que em TODOS os sectores, TODAS as atividades há estatísticas. pq motivo não pode haver no desporto?
Desculpe que lhe diga, mas isso é querer esconder o mau desempenho.
Vimos isso na educação e os testes da OCDE. Como ficavamos mal colocados passamos (o ministério da educação) a dizer mal dos testes e saímos do esquema de avaliação (PISA). (Portugal estava na altura proximo dos EUA. Sabe o que disse um senedor sobre o estado da educação americano? "Se a responsabilidade do nosso modelo de educação fosse uma potência externa, nós declaravamos-lhe guerra!". Este comentário é de quem está habituado a agir (às vezes da pior maneira). Nós estamos habituados a fugir da realidade que não gostamos.
O mesmo aconteceu na saúde (mais no antigo regime) e com os cuidados pre-natais.
Em mbos os casos quando olhamos os diagnósticos a sério, os resultados tornaram-se evidentes.
Temos medo do quê???
4. Claro que relações são... médias. E numa média há quem esteja ACIMA e quem esteja ABAIXO.
Mais, há quem esteja muito afastado dessa média e seja um outlier.
De outra forma, a estatística dá-nos tendências! Não nos dá resultados determinísticos.
Por isso é que é "giro" ver uma competição! Pois há uma certa incerteza.
Mas tb sabemos que em têndÊncia estamos certos.
É a única forma de agir.
Conclusões:
1. Portugal é, aparentemente, um outlier pela negativa!
2. A relação existe entre dimensão existe, mas há sempre incerteza.
Há quem rebente com as amarras da dimensão e seja estupendo. Mas é a excpção, o heroi.
O resto, está nessa relação.
3. Estas relações estatísticas indicam tendências sobre ONDE PODERIAMOS CHEGAR DADA A NOSSA CAPACIDADE/DIMENSÃO.
4. Mas há sempre erro; que no desporto se chama treino e política desportiva. E é aí que nós falhamos.
A sua pergunta é pertinente:
ResponderEliminarPorque é que em Portugal há estatísticas de todos os sectores e num determinado sector é uma dor de cabeça?
Eu dou-lhe várias respostas:
- Cada ditador (benevolente claro está) que chega primeiro destrói ou minimiza qualquer coisa feita anteriormente.
- A seguir mente e diz que com ele vai resolver. Não resolve nada. Nomeia os amigos e enteados, a legislatura passa e nada se vê dessas palavras.
- Os técnicos fazem propostas que não são aceites e há contratações externas a empresas sem concursos públicos de nesta altura ao fim de várias décadas já devem ser milhões de euros perdidos.
- O Parlamento, o Tribunal de Contas e outros organismos aprovam todos os maniqueísmos há décadas.
- Toda a lei e toda a estrutura regulamentar vive completa liberdade sem avaliação mínima dos níveis de eficácia e eficiência.
...
Há mais razões e fico-me por aqui.
Obviamente o nível de à vontade para tratar das estatísticas é baixo no tal sector, não mate o mensageiro.