sábado, 5 de janeiro de 2013

Nos 40 anos do Expresso: futebol, Barcelona e automobilismo

Ao comemorar os seus 40 anos o Expresso fala da esperança de um treinador de futebol novo no campeonato inglês, do glorioso Benfica, do sempiterno Eusébio Ferreira da Silva, do Barcelona e do Dakar.

A imagem para comemorar os 40 anos do Expresso são o Futebol, o futuro com o Barcelona e Messi e o desporto motorizado.

Um comentador da comunicação social desportiva assegurava no Expresso depois do Euro 2012, qualquer coisa do género, 'não mexam no futebol'.

Eis a percepção que a sociedade tem do desporto português de quarenta anos enquanto sector que afinal soçobra e onde não existem líderes com arcaboiço social para o retirar de tal local profundo.

As candidaturas à presidência do COP de Fernando Mota e de José Manuel Constantino são credíveis, na minha percepção, e aquelas que poderão fazer frente à tragédia do lugar em que o desporto se coloca cada vez mais.

Chamei à atenção na comunicação social, no Expresso, Público, Jornal de Negócios, Diário de Notícias e em blogues meus e do Colectividade Desportiva que a situação do desporto era má e piorava.

Cavou-se entre o que escrevo e os líderes desportivos em exercício, uma aversão e um fosso porque identificaram os meus escritos com as suas limitações em garantirem o seu sustento.

Há uma coerência nesse posicionamento dos líderes desportivos que é o de considerarem que estão a fazer o melhor e as minhas afirmações são laterais e tendenciosas.

Eu diria mais do que dirão ou pensarão os líderes desportivos, as minhas posições são marginais e a sociedade e os jornais deixaram de querer perceber o que se passa no desporto e não têm tempo ou dinheiro para colocar no desporto português, tal como ele está.

Os jornais fizeram-no não por causa das minhas afirmações mas porque o desporto deixou de ser notícia que motive e predisponha o mercado do desporto, a economia e a sociedade portuguesa.

Os líderes desportivos portugueses têm um problema de décadas dado que não estudam, não investem no conhecimento, negam as estatísticas e o conhecimento baseado no benchmarking com os outros países europeus, cultivam, mesmo sem saberem o porquê, a subsídio-dependência e face à sua ignorância, no sentido do desconhecimento, são enganados na política porque desconhecem a realidade tanto nacional quanto europeia de que se coartam e distanciam e destroem valores nacionais extraordinários.

A realidade e a decisão do combate nobre entre Fernando Mota e José Manuel Constantino está nas mãos daqueles que antes de todos se fecharam, as federações olímpicas, e se tornaram mais pequeninos por decisão própria e não compreendem a natureza do comportamento social nacional e do Expresso como paradigma.

Quando hoje o Expresso fala dos sectores económicos com futuro, aí o desporto português não marca presença.

Os jornais não são masoquistas, têm a missão de informar mas não lhes cabe como órgãos privados fazer a caridade.

O produto desporto ou vende valor, mesmo que intangível, ou senão passa não vale a pena sugeri-lo ao leitor que consume o jornal.

Ao Comité Olímpico de Portugal caberia elevar as actuais eleições junto da sociedade e mobilizar os órgãos de comunicação social para esse debate, quer dos próprios candidatos, quer de terceiros sobre aspectos relevantes da realidade desportiva nacional.

Como o COP há muito liquidou qualquer elo vital com a sociedade e a comunicação social hoje a candidatura às eleições passam na Bola, não passarão no seu Canal MEO(???), e pontualmente em pequenas notícias no Record, do Diário de Notícias e do Público.

O futuro do desporto vende dificilmente, mesmo nos órgãos desportivos da comunicação social. A sua comunicação social!

O futuro de Portugal através do desporto não vende em nenhum órgão da comunicação social portuguesa, nem na economia, nem na sociedade.

Esta peça não é o fim da linha, porque o trabalho a realizar é imenso e não é missão para um iluminado ou D. Sebastião.

O imenso trabalho para maximizar o potencial desportivo europeu em Portugal tem de ser social, cultural e político.

Vender hoje o desporto português faz-se em qualquer 'feira da ladra'.

Colocar o desporto português nos areópagos europeus é definitivamente distinto da 'feira da ladra'.

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