domingo, 6 de janeiro de 2013

O que é o COP? Para que serve o COP?

Não vou aprofundar esta questão com a ciência do olimpismo e a história.

Candidatos à liderança do COP ao constituírem-se em corporação de eleição, ou igreja dos puros, para a defesa de um ideal imaterial colocam ao colégio eleitoral uma realidade que tem sido perniciosa ao desporto português. 

Não dizem o que é o COP e aquilo para que querem ser eleitos e oferecem-se como vestais e intocáveis.

O COP possui o direito de propriedade de Portugal se candidatar com atletas às competições que são propriedade do Comité Olímpico Internacional.

O direito de propriedade de Portugal, consubstanciado no COP, dá a este o direito de se representar nos órgãos de liderança do COI e simultaneamente gerir a imagem do produto desportivo mais importante desportiva, económica e socialmente a nível mundial.

O COP é uma instituição privada sem finalidade lucrativa que é complexa beneficiando do output de todas as organizações desportivas nacionais e simultaneamente potenciando e estando ao serviço dessas mesmas organizações para projectar ao nível mundial esse labor construído desde uma base, humilde, laboriosa e vital do ser português.

Por esta posição o COP é um interlocutor perante a sociedade e o Estado e a economia do potencial do desporto e das suas necessidades tendo a legitimidade e a missão de gerir princípios e instrumentos contraditórios e de elevado grau de responsabilidade social tanto em Portugal como perante a Europa e o mundo.

O COP pouco tem sido deste ideal de governança (olímpica???).

Olhando para outros países ou os comités olímpicos assumem uma posição relevante ou o Estado assume a função de liderança do respectivo complexo desportivo nacional.

A questão relevante é a existência de estruturas capazes de maximizar o produto desportivo nacional.

Não existe um olimpismo pendurado numa árvore ou ao pescoço de 'O Iluminado' para ser reverenciado e agradecido abundantemente com prebendas douradas.

O Estado português tem lacunas imensas no desporto e o COP tem sido companheiro de viagem e de diabruras e infantilidades para não avançar na negligência e malfeitorias.

O que é o COP? O que é que devia ser o COP?

Uma instituição de vanguarda desportiva e nacional, de excepção e de valores éticos indesmentíveis perante a prática desportiva e o uso do talento desportivo nacional e de cada euro e cada cêntimo que a sociedade portuguesa lhe coloca nas mãos.

Ora, o COP pouco tem sido destas coisas!

É este o problema de se falar na unidade dos puros que defendem o olimpismo.

A realidade é que o COP ou trabalha para dar uma volta de 180 graus ou vai continuar a enganar-se a si próprio e ao desporto português. Para não ir mais longe os atletas são exauridos dos seus benefícios e direito de vida, a juventude do seu potencial através do desporto, as mulheres da sua parte do céuatravés da actividade física, os idosos de um envelhecimento activo e mais prolongado e sustentado, os deficientes limitados por responsabilidades insuportáveis, os carenciados pelos gulags criados por uma sociedade de acolhimento exígua.

Estou convicto pelos elementos que a sociedade portuguesa apresenta com frequência que nem a sociedade nem a economia acreditam actualmente no desporto português, nas suas estruturas de governança e nos seus líderes.

Desta forma a eleição de líderes que mantenham aquilo que a economia e a sociedade não apreciam e tantas vezes sugerem evitar é um erro que queima e destrói o que de bom vai havendo e surgindo no desporto.

O olimpismo dos puros está muito distante do olimpismo europeu que é plural envolvente, fraterno, aberto às diferenças ao diálogo, à palavra e ao pensamento do outro, decidido a investir e a proteger.

Isto são coisas que o COP rejeitou com actos nos últimos 20 anos fechando-se combatendo ideias, congeminando estratégias com o parceiro de hoje e o inimigo de ontem e de amanhã, sem princípios e sem servir aquilo que é a sua missão de servir as organizações desportivas que produzem desporto na base e em toda a estrutura de produção da pirâmide desportiva.

O olimpismo trabalhou para se engalanar e não trabalhou para exigir a quem de direito na estrutura de governança a responsabilidade de potenciar o desporto português e as suas características próprias e únicas.

Este comportamento acompanhado da incapacidade de investigação profunda do ser desportivo português cortou as hipóteses de crescimento e desenvolvimento sustentado.

O COP é uma organização privada portuguesa que deve ser responsabilizada pela produção dos mais altos feitos desportivos nacionais em toda a estrutura piramidal.

O COP é o primeiro dialogador do saber e do sentir e das expectativas do último dos atletas e praticantes desportivos nacionais tenha ou não a possibilidade de voar no topo do mundo.

Estas são algumas das responsabilidades olímpicas do líder desportivo que for eleito em Março.

4 comentários:

  1. Pode-se comentar, sem que haja censura, neste blog?

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  2. Não é o anonimato uma forma de censura?

    Comente e depois logo se vê.

    Arrisque o seu melhor.

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  3. Se há pelo menos uma nesga de chances de ver este comentário publicado, vou mesmo arriscar. Começo por dizer que sou um apoiante do Engº Marques da Silva com direito a voto nas próximas eleições do COP, e obviamente, pelo que tenho lido aqui, devo ter feito a escolha errada.
    Mas como até à hora da eleição tudo pode mudar, gostaria de saber porque é que haveria de mudar o sentido do meu voto. Pelo que sei, dentro de pouco ficaremos todos a saber que as eleições serão disputadas por dois candidatos. O Fernando Mota do G-17, afinal só tem 3 federações olímpicas a apoiá-lo. E daqui não passará, pelo que a sua sorte está lida. Mais uma derrota, a juntar às várias que coleccionou nos últimos anos. Já nem o pessoal da sua federação conseguiu enganar mais uma vez, com o embrulho do Leonel de Carvalho.
    Assim sendo, que terá o JM Constantino de tão diferente e especial que mereça a nossa confiança?
    Foi praticante desportivo ou treinador reconhecido? Foi dirigente de clube? Ou dirigente de associação regional? Ou dirigente de federação (tirando o flop dos halteres)?
    Sim, eu sei que foi dirigente da CDP, uma tramóia montada pelo Fernando Mota quando ainda ia conseguindo ludibriar a rapaziada das federações com o seu discurso mole. Mas parece que agora quer acabar com a própria CDP.
    E foi só. Anos e anos a produzir discurso, mas será que chega? Que experiência de terreno tem? Que know-how foi adquirindo no contexto olímpico?
    Parece que pretende fazer um Congresso de 4 em 4 anos e vestir armadura para assaltar o castelo do Governo. Levando atrás as federações com umas peles de cordeiros e de varapau na mão.
    Estamos todos doidos. Eu gostaria de não estar, mas se calhar estou enganado. Mas quem sabe se não será mesmo melhor endoidecer? Se tal vier a acontecer até Março, o Zé Manel que me forneça uma aramadurazita e um cajado, que também alinharei atrás dele.

    Obrigado pela atenção dispensada. E um bom ano de 2013!

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  4. Obrigado pelo comentário e o que acontece é que a responsabilidade da votação e de votar bem pertence a um colégio eleitoral.

    Tenho a posição relacionada com o suscitar o máximo de questões que pareçam fazer sentido para debater o actual momento do desporto.

    Diria que muitas pessoas pretendem o melhor para o desporto e isso é o que une e põe a discutir uns com os outros.

    A questão do debate e do diálogo para vermos e compreendermos as diferenças e os consensos é um posicionamento que não é claro no actual processo.

    Esse será também um problema que terá levado o desporto português a não produzir como outros desportos europeus produzem.

    Diria aquilo que um amigo de uma federação me disse: Há necessidade de uma transformação.

    Acrescento outra ideia que é não existência de ninguém que tenha as soluções todas e que eventualmente para o sucesso do nosso desporto talvez vejamos pessoas díspares e que já andaram e andam em sítios diferentes a darem algum contributo possível independentemente do vencedor.

    Mas isto depende do vencedor.

    A necessidade de uma volta muito grande poderia ser consensual mas não tenho a certeza que o seja.

    Parece pelas suas palavras que defende uma candidatura olímpica. Veja que as posições olímpicas tiveram com a liderança de Vicente Moura um amplo espaço de intervenção e veja o resultado.

    Quanto às suas dúvidas sobre o José Manuel Constantino e o Fernando Mota não haverá como colocar-lhes essas questões e ouvi-los falar sobre elas.

    Porém, o processo eleitoral está a restringir esse tipo de debate público porque os candidatos só se sentem obrigados pelo seu colégio eleitoral e não pelo resto do desporto que não tendo uma voz olímpica sempre se tem estado a prejudicar continuamente.

    Bom 2013 para si e para o desporto com a eleição do melhor candidato.

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