sábado, 12 de janeiro de 2013

OLIMPISMO, ESTATISMO, DEISMO, ISOLACIONISMO



Das novidades olímpicas de que o COP nunca falou festejou-se no corrente mês o sesquicentenário do nascimento de Pierre de Coubertin, e sobre o qual ainda não se esgotou o seu pensamento, que acaba por ser o pensamento de cada intérprete.

Mas, a verdade seja dita, o CIO, tal como o Estado, e tal como Deus, nunca mostraram a sua face. Isto à lembrança de que, querendo Moisés ver a face de Deus, quando por Ele convidado a ir ao cimo do Monte Sinai, o convidou a revelar-se, Deus limitou-se a dizer-lhe que nunca ninguém poderia ver a sua face. Moisés insistiu porque quando chegasse à planície o povo indagar-lhe-ia sobre como ou quem seria Ele, ao que Deus o aconselhou: “ Se alguém perguntar quem sou responderás que te respondi «sou eu».

Assim, o Estado, assim o CIO. Ambos são «sou eu» fechados no seu limbo, cada um em seu castelo hermético, impenetrável, falando enigmaticamente, mas dando - tal como Deus deu a Moisés, as Tábuas da Lei com os dez mandamentos – o CIO, a Carta Olímpica, e o Estado o Programa do Governo. Não sei se se entendem estes pilares documentos lapidares, incontestados e bem direccionados, para que desportistas e sociedade civil ficassem a saber como era a casa do Presidente do CIO e a casa do Primeiro Ministro.

Apesar da impenetrabilidade de comunicação ainda se consegue chegar ao Primeiro Ministro, raras vezes directamente, mas muitas vezes indirectamente através de canais intermédios que permitem o jogo do cochicho, onde o primeiro cochichador cochicha, ao ouvido do segundo, uma determinada frase; depois o segundo, ao terceiro; o terceiro ao quarto; e quando chega ao último, o teste indica que a frase inicia era afirmativa, chegou ao último cochichador como negativa, ou vice-versa.

É assim que temos muitas lojas: a ADF, o COP, a Fundação do Desporto, o Conselho Nacional do Desporto, o IPDJ, cada uma com a sua semântica, cada uma congregando aderentes como se cada loja pudesse ser intérprete uníssono dos seus representantes, entes qualificados, cada um em sua área dominante.

Apesar de tudo é um movimento dinâmico, permissivo ao diálogo, aos consensos, aos entendimentos, às convenções, ou aos conflitos, desse dinamismo resultantes.

 O que não pode ocorrer no CIO, fechado e bem guardado pelos CONs, pela ACNO, pelos Comités Continentais Olímpicos, difundindo as quatro dimensões do CIO, a saber:

Dar vida aos Jogos Olímpicos
Dar vida aos valores olímpicos
Promover o desporto no mundo
Dirigir o Movimento Olímpico

Isto é, esperar que Cada País, interessado nos Jogos ou nas medalhas, dê vida aos Jogos, realizando-os; dê vida aos valores olímpicos; promova o desporto no seu país; porque ao CIO cabe a 4.ª dimensão, a melhor, que é dirigir as três anteriores.

A cada país cabe a responsabilidade de concorrer para organizar os Jogos Olímpicos, e criar as infra-estruturas e a logística, se um obtiver o favor de os organizar, ficando o CIO com 10% do lucro dos Jogos, revertendo os restantes 90% aos:
1. Comités Nacionais Olímpicos para treinarem os seus atletas
2. Comités de Organização dos Jogos Olímpicos (COJO)
3. Federações Internacionais dos Jogos Olímpicos (de Verão e de Inverno)

Apesar de tudo o CIO faz o favor de, dos seus 10%, contemplar com uma parte o Comité Internacional Paralímpico, outra parte, os Comités de Organização dos Jogos Paralímpicos, e outra ainda, a Agência Mundial Antidopagem.

A partir daqui confesso a minha ignorância sobre os destinos dos dinheiros que o CIO destina às Federações Internacionais Olímpicas, porque se afiguraria lícita e legitimamente serem as Federações Nacionais Olímpicas, porque a elas coube todo o trabalho de base para apresentar os atletas aos Jogos.

E sobre os dinheiros destinados ao COP parece que foram sempre insuficientes dadas as constantes petições ao Estado.

Sobre esta matéria nunca COP se pronunciou, nem se lastimou sobre o dividendo, como se tem lastimado do dividendo do Estado.

Importa agora resumidamente falar das parcas funções da ACNO e da EOC, manifestamente interiorizadas às suas necessidades e às necessidades do CIO, esquecendo deliberadamente o trabalho maior desenvolvido pelas Federações Nacionais de todo o mundo para poderem viver e sobreviver, provavelmente a pensarem que os generosos 90% a esse problema se destinam… mas não destinam

O que compete à

ASSOCIATION DES COMITES NATIONAUX OLYMPIQUES (ACNO)

- desenvolver, promover e proteger o Movimento Olímpico através dos seus membros, e defender a sua plena autonomia
- formular recomendações ao CIO sobre a utilização dos fundos
      provenientes dos  direitos de difusão que se destinam aos CNO para
      os programas de Solidariedade Olímpica

A ACNO dispõe de:

- 10 Comissões de Trabalho
- Grupo de Trabalho Técnico

De 2 a 4 de Outubro realizou-se uma reunião sobre o rescaldo dos Jogos Olímpicos de Londres, e elaboraram-se recomendações e sugestões para apresentar na próxima reunião a realizar no Rio de Janeiro, de 17 a 20 de Outubro do corrente ano, para melhorar os Jogos Olímpico do Rio
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O que compete ao

THE EUROPEAN OLYMPIC COMMITTEES (EOC):

- promover e difundir o ideal olímpico
-                a educação da juventude através do desporto num espírito de
     melhor compreensão, amizade e respeito pelo meio ambiente, 
     contribuindo assim para um melhor e pacífica paz mundial
- desenvolver na Europa os programas do CIO da Solidariedade  
      Olímpica


Aí deixo algumas deixas como preocupações futuras, ou não, aos pretendentes ao COP

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