Das novidades olímpicas de que o COP nunca falou festejou-se no corrente
mês o sesquicentenário do nascimento de Pierre de Coubertin, e sobre o qual
ainda não se esgotou o seu pensamento, que acaba por ser o pensamento de cada
intérprete.
Mas, a verdade seja dita, o CIO, tal como o Estado, e tal como Deus,
nunca mostraram a sua face. Isto à lembrança de que, querendo Moisés ver a face
de Deus, quando por Ele convidado a ir ao cimo do Monte Sinai, o convidou a
revelar-se, Deus limitou-se a dizer-lhe que nunca ninguém poderia ver a sua
face. Moisés insistiu porque quando chegasse à planície o povo indagar-lhe-ia
sobre como ou quem seria Ele, ao que Deus o aconselhou: “ Se alguém perguntar
quem sou responderás que te respondi «sou eu».
Assim, o Estado, assim o CIO. Ambos são «sou eu» fechados no seu limbo,
cada um em seu castelo hermético, impenetrável, falando enigmaticamente, mas dando
- tal como Deus deu a Moisés, as Tábuas da Lei com os dez mandamentos – o CIO, a
Carta Olímpica, e o Estado o Programa do Governo. Não sei se se entendem estes pilares
documentos lapidares, incontestados e bem direccionados, para que desportistas
e sociedade civil ficassem a saber como era a casa do Presidente do CIO e a
casa do Primeiro Ministro.
Apesar da impenetrabilidade de comunicação ainda se consegue chegar ao
Primeiro Ministro, raras vezes directamente, mas muitas vezes indirectamente
através de canais intermédios que permitem o jogo do cochicho, onde o primeiro
cochichador cochicha, ao ouvido do segundo, uma determinada frase; depois o
segundo, ao terceiro; o terceiro ao quarto; e quando chega ao último, o teste
indica que a frase inicia era afirmativa, chegou ao último cochichador como
negativa, ou vice-versa.
É assim que temos muitas lojas: a ADF, o COP, a Fundação do Desporto, o
Conselho Nacional do Desporto, o IPDJ, cada uma com a sua semântica, cada uma
congregando aderentes como se cada loja pudesse ser intérprete uníssono dos
seus representantes, entes qualificados, cada um em sua área dominante.
Apesar de tudo é um movimento dinâmico, permissivo ao diálogo, aos
consensos, aos entendimentos, às convenções, ou aos conflitos, desse dinamismo
resultantes.
O que não pode ocorrer no CIO,
fechado e bem guardado pelos CONs, pela ACNO, pelos Comités Continentais Olímpicos,
difundindo as quatro dimensões do CIO, a saber:
Dar vida aos Jogos Olímpicos
Dar vida aos valores olímpicos
Promover o desporto no mundo
Dirigir o Movimento Olímpico
Isto é, esperar que Cada País, interessado nos Jogos ou nas medalhas, dê
vida aos Jogos, realizando-os; dê vida aos valores olímpicos; promova o
desporto no seu país; porque ao CIO cabe a 4.ª dimensão, a melhor, que é
dirigir as três anteriores.
A cada país cabe a responsabilidade de concorrer para organizar os
Jogos Olímpicos, e criar as infra-estruturas e a logística, se um obtiver o
favor de os organizar, ficando o CIO com 10% do lucro dos Jogos, revertendo os
restantes 90% aos:
1. Comités Nacionais Olímpicos para treinarem os seus atletas
2. Comités de Organização dos Jogos Olímpicos (COJO)
3. Federações Internacionais dos Jogos Olímpicos (de Verão e de
Inverno)
Apesar de tudo o CIO faz o favor de, dos seus 10%, contemplar com uma
parte o Comité Internacional Paralímpico, outra parte, os Comités de Organização
dos Jogos Paralímpicos, e outra ainda, a Agência Mundial Antidopagem.
A partir daqui confesso a minha ignorância sobre os destinos dos
dinheiros que o CIO destina às Federações Internacionais Olímpicas, porque se
afiguraria lícita e legitimamente serem as Federações Nacionais Olímpicas,
porque a elas coube todo o trabalho de base para apresentar os atletas aos
Jogos.
E sobre os dinheiros destinados ao COP parece que foram sempre
insuficientes dadas as constantes petições ao Estado.
Sobre esta matéria nunca COP se pronunciou, nem se lastimou sobre o
dividendo, como se tem lastimado do dividendo do Estado.
Importa agora resumidamente falar das parcas funções da ACNO e da EOC,
manifestamente interiorizadas às suas necessidades e às necessidades do CIO,
esquecendo deliberadamente o trabalho maior desenvolvido pelas Federações
Nacionais de todo o mundo para poderem viver e sobreviver, provavelmente a
pensarem que os generosos 90% a esse problema se destinam… mas não destinam
O
que compete à
ASSOCIATION
DES COMITES NATIONAUX OLYMPIQUES (ACNO)
- desenvolver, promover e proteger o
Movimento Olímpico através dos seus membros, e defender a sua plena autonomia
- formular recomendações ao CIO sobre a
utilização dos fundos
provenientes dos direitos de
difusão que se destinam aos CNO para
os programas de Solidariedade Olímpica
A ACNO dispõe de:
- 10 Comissões de Trabalho
- Grupo de Trabalho Técnico
De 2 a 4 de Outubro realizou-se uma
reunião sobre o rescaldo dos Jogos Olímpicos de Londres, e elaboraram-se recomendações
e sugestões para apresentar na próxima reunião a realizar no Rio de Janeiro, de
17 a 20 de Outubro do corrente ano, para melhorar os Jogos Olímpico do Rio
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O que compete ao
THE
EUROPEAN OLYMPIC COMMITTEES (EOC):
- promover e difundir o ideal olímpico
-
“ a educação da juventude
através do desporto num espírito de
melhor compreensão, amizade e respeito pelo
meio ambiente,
contribuindo assim para um melhor e pacífica paz mundial
- desenvolver na Europa os programas do
CIO da Solidariedade
Olímpica
Aí deixo algumas deixas como preocupações futuras, ou não, aos
pretendentes ao COP
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