Meras chamadas de atenção para as dificuldades
que existem quando as pessoas se centram nas rotinas diárias, quer em
pensamentos, quer em escritos, quer em conversas, agarradas a um círculo
vicioso de que se não dão conta, porque é o fato que se veste no dia-a-dia e
assenta bem ao corpo, donde o sentimento de segurança, comodidade, e adaptação. Seria a estagnação.
O que isto significa ? O Eng.º Nobre Guedes,
sócio do CIF e praticante desportivo, escrevia artigos regularmente sobre os
problemas olímpicos no "Diário Popular", sob a rubrica A propósito
de..., antes de sonhar entrar nos curtos corredores da Braamcamp,
resultando da conjugação destes itens que acabou por ser eleito Presidente do
COP.
Quem hoje se debruça sobre os problemas olímpicos
? Apenas o Professor Gustavo Pires que, modestamente, e tendo carta de
alforria, não se atreveu a pretender o top do COP. Tem de respeitar-se a
posição assumida, como se tem de respeitar as tomadas pelos actuais Mota,
Constantino, Silva (desculpem a abreviação), que nunca transmitiram ideias,
opiniões, críticas, ao papel sobre que velharias haveria no Olimpismo, que
tipo de optimização se imporia no CIO, que ideias estimulariam as relações
CIO-Comités Olímpicos Nacionais-Associação dos COs europeus-Associação dos COs,
suas relações, seus impasses, seus andamentos, suas éticas...
Porque se conjugam aqui dois sistemas em choque,
ou em aparente pax romana, o sistema desportivo nacional e o sistema desportivo
olímpico, cuja rotina arrastará consigo mais prejuízos aos dois sitemas, em uníssono. Que a rotina é pacífica, cordial, cómoda, pertinente, ajustada ao
longo de um século, sem constrangimentos, mas com alguns paradigmas impostos
pelas mudanças sociais, económicas, políticas, olímpicas, nacionais ? Sem
dúvida. Mas, perante o movimento económico depauperado por um sistema anódino, que
alterações se imporiam perante o panorama mundial em permanente e ostensiva
transgressão não só contra o desporto mas contra a sociedade civil?
Vamos continuar a viver, como até hoje, com um
COP travestido de IDJP ? ou de CDP? Como se entre o COP e o CIO houvesse um
compromisso de silêncio? Um COP queixoso, de mão estendida ao Estado?
Bramando sistematicamente contra o Estado que fica eternamente impávido e sereno?
Nem vale a pena, como a experiência tem
aconselhado, o COP apresentar ideias a S. Bento ou reclamar em Belém. Bem se
entendem as dificuldades de romper com a rotina, com o déjà vu, com o sistema
instalado. Ninguém se sente com a audácia de romper o dique e apresentar algo
mais do que o debatido slogan de que vamos melhorar todo o sistema desportivo,
desenvolvê-lo, dar-lhe crescimento, injectar-lhe novas alavancas, porque essa
não é a fala de um COP, sem recursos, mas é-o de um IDJP, com muitos recursos, ou de uma CDP, com alguns recursos.
O COP tem de fazer uma viragem de página, se
quiser apresentar uma face nova que a distinga das anteriores. De contrário,
continuaremos no mesmo passo, no mesmo palco, com actores diferentes sim, mas
papeis idênticos.
Vamos mudar o cenário ? A uma só voz ? Sería e será desejável !
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