quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

QUEM FALA DA CASA DO COP ?



Meras chamadas de atenção para as dificuldades que existem quando as pessoas se centram nas rotinas diárias, quer em pensamentos, quer em escritos, quer em conversas, agarradas a um círculo vicioso de que se não dão conta, porque é o fato que se veste no dia-a-dia e assenta bem ao corpo, donde o sentimento de segurança, comodidade, e adaptação. Seria a estagnação.



O que isto significa ? O Eng.º Nobre Guedes, sócio do CIF e praticante desportivo, escrevia artigos regularmente sobre os problemas olímpicos no "Diário Popular", sob a rubrica A propósito de..., antes de sonhar entrar nos curtos corredores da Braamcamp, resultando da conjugação destes itens que acabou por ser eleito Presidente do COP.



Quem hoje se debruça sobre os problemas olímpicos ? Apenas o Professor Gustavo Pires que, modestamente, e tendo carta de alforria, não se atreveu a pretender o top do COP. Tem de respeitar-se a posição assumida, como se tem de respeitar as tomadas pelos actuais Mota, Constantino, Silva (desculpem a abreviação), que nunca transmitiram ideias, opiniões, críticas, ao papel sobre que velharias haveria no Olimpismo, que tipo de optimização se imporia no CIO, que ideias estimulariam as relações CIO-Comités Olímpicos Nacionais-Associação dos COs europeus-Associação dos COs, suas relações, seus impasses, seus andamentos, suas éticas...



Porque se conjugam aqui dois sistemas em choque, ou em aparente pax romana, o sistema desportivo nacional e o sistema desportivo olímpico, cuja rotina arrastará consigo mais prejuízos aos dois sitemas, em uníssono. Que a rotina é pacífica, cordial, cómoda, pertinente, ajustada ao longo de um século, sem constrangimentos, mas com alguns paradigmas impostos pelas mudanças sociais, económicas, políticas, olímpicas, nacionais ? Sem dúvida. Mas, perante o movimento económico depauperado por um sistema anódino, que alterações se imporiam perante o panorama mundial em permanente e ostensiva transgressão não só contra o desporto mas contra a sociedade civil?

Vamos continuar a viver, como até hoje, com um COP travestido de IDJP ? ou de CDP? Como se entre o COP e o CIO houvesse um compromisso de silêncio? Um COP queixoso, de mão estendida ao Estado?  Bramando sistematicamente contra o Estado que fica eternamente impávido e sereno?


Nem vale a pena, como a experiência tem aconselhado, o COP apresentar ideias a S. Bento ou reclamar em Belém. Bem se entendem as dificuldades de romper com a rotina, com o déjà vu, com o sistema instalado. Ninguém se sente com a audácia de romper o dique e apresentar algo mais do que o debatido slogan de que vamos melhorar todo o sistema desportivo, desenvolvê-lo, dar-lhe crescimento, injectar-lhe novas alavancas, porque essa não é a fala de um COP, sem recursos, mas é-o de um IDJP, com muitos recursos, ou de uma CDP, com alguns recursos.


O COP tem de fazer uma viragem de página, se quiser apresentar uma face nova que a distinga das anteriores. De contrário, continuaremos no mesmo passo, no mesmo palco, com actores diferentes sim, mas papeis idênticos.


Vamos mudar o cenário ? A uma só voz ? Sería e será desejável !



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