O Congresso do Desporto de Laurentino Dias terá procurado seguir um exemplo de vinte anos antes de Melo de Carvalho ao realizar debates ao longo do país e concentrando num nível superior de debate as conclusões produzidas.
Depois as conclusões, das conclusões, subiram à secretaria de Estado ou ao Conselho Nacional do Desporto onde permanecem.
Este Modelo de governo ou da produção de conhecimento para a regulação do desporto não funciona.
Porque é que não funciona? Porque há a necessidade de consequências políticas para os actos de política. Não havendo consequências, ou seja havendo a morte das ideias, não há resultados de política desportiva.
Provavelmente Laurentino Dias vai ser o próximo secretário de Estado, quando e se o XIX Governo cair, e aqui se deixam algumas sugestões para que o PS venha a ter uma maior eficácia na política desportiva:
- O desporto português tem hoje uma maior capacidade de produzir bons e maus documentos de conhecimento desportivo.
- Para evitar os maus há que criar mecanismos que potenciem os melhores e minimizem a possibilidade de existência dos segundos.
- Habitualmente a razão da força é usada pelos Governos para a sua actuação criando situações terminais e inamovíveis, do género de levar a Conselho de Ministros coisas que necessitariam de um maior debate democrático e científico.
- Também a oposição em Portugal prefere que os governos hajam assim, evitando envolver-se em fases anteriores, deixando o Governo a falar sozinho.
- Por um lado, há que usar a maior capacidade de produção de conhecimento e criar condições que incentivem a presença e o contributo tanto do Governo como da oposição.
- Por outro, o conhecimento são as pessoas que o investigam e aprofundam e são os seus documentos e os debates.
- O conhecimento e as suas componentes são um processo contínuo, entre investigadores e não investigadores, públicos e privados, a nível nacional e internacional.
- O respeito pela integridade das pessoas, dos produtos intelectuais e dos debates democráticos é muitas vezes desperdiçado e ultrajado no desporto português.
- A governança deste processo é o elemento relevante de que o desporto português tem dificuldades muito grandes em liderar no encontro de ideias e soluções entre quem está no terreno, nas suas lideranças e quem investiga.
- Um último aspecto relaciona-se com a rapidez do processo.
- Sem uma estrutura de governança do conhecimento consolidada e competente o desporto português passa a vida a deixar escorregar a pedra sem a conseguir levar ao cimo da montanha.
- Com uma estrutura consolidada de apuramento do conhecimento desportivo, por complexos que sejam os projectos desportivos, a rapidez dos processos passa a ser maior e o benefício político e social crescente e mais claro para a população.
Em conclusão
Face à experiência menos boa do Modelo de Desporto Português o sucesso da política desportiva do PS vai estar na sua capacidade de desde uma fase inicial potenciar a sociedade desportiva como um todo e cada parceiro no seu sítio certo.
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