domingo, 15 de janeiro de 2012

Ajudar Vicente Moura a não prejudicar mais o desporto português

I
VM atravessa a fase física e intelectualmente excruciante de se recandidatar a presidente do COP 'se não o agarrarem'.

Está a querer demonstrar que o seu capital de liderança desportiva é imenso e lança-se em iniciativas nos jornais e rádios, no site do COP e no Conselho Nacional do Desporto.

Outros passos mais simples poderiam ser dados como fez Gilberto Madail que manteve a sua palavra de saída e parece ter permitido a eleição do melhor candidato como se observa pela opinião pública.

GM fez eleições na FPF cujos conteúdos podem ser melhorados no caso do COP a fim de ganhar tempo até ao início de 2013 quando houver eleições no COP.

Há todo um ano de trabalho pela frente que vai ser duro para as federações e exige para além da atenção ao curto prazo um olhar e imenso trabalho visando o futuro.


II
Vejamos que uma hipótese de trabalho, que VM não fez, foi ajudar a resolver os problemas das federações.

Assim a hipótese é que o próximo COP venha a representar mais do que tem sido feito até agora. Seria útil que esse processo tivesse um amplo consenso federativo conjugando o interesse das maiores às últimas das federações.

Para isso acontecer o processo eleitoral pode ser diferente do do futebol criando-se espaços de apresentação de propostas e de debate no seio do COP de sustentação de candidaturas à liderança.

Ter um árbitro imparcial é fulcral e esse deveria ser um desígnio de VM.


III
Esta posição de VM seria relevante porque tem havido por parte dos partidos do 'arco governativo' uma relutância imensa de libertar as forças da iniciativa privada e dar dimensão ao querer desportivo e cultural da população portuguesa.

Não existem documentos doutrinários ou documentos que produzidos de acordo com as obrigações governamentais e públicas assumam princípios e praxis inovadoras.

Os líderes desportivos portugueses actuam como se Portugal estivesse nas décadas finais do século XX e não já entrado na segunda década do século XXI.

O Desporto em Portugal está parado e há quem tenha medo de assumir as suas responsabilidades.


IV
A ajuda que deixo a VM é que foque a sua atenção em duas coisas fulcrais para o desporto português:
  1. Responder por inteiro e sem hesitação às solicitações que as federações lhe coloquem para a prestação olímpica de Portugal em Londres.
  2. Preparar umas eleições capazes de abrir os horizontes do século XXI ao desporto português. 
Se já nada lhe disser a primeira por quaisquer que sejam as razões do alheamento, que se centre na segunda.


V
Há um terceiro objectivo que VM poderia articular com Paula Cardoso.
   
     3.  Criar um processo de junção do COP e da CDP.

Criar uma organização líder COP/CDP e um presidente que seria o melhor entre todos os pares federativos nacionais era um acto de elevadíssimo serviço público.

Este projecto é superior ao segundo e só ele envolveria um 'estado de alma' que tocaria a sociedade portuguesa. Note-se que os governos de Portugal preferem gastar dinheiro escasso em direcções redundantes, perdulárias de competência problemática a gizar instrumentos de futuro.   

Colocar este objectivo 'sem espinhas, nem rodriguinhos' ao Governo e à sociedade portuguesa era um acto que os líderes desportivos de outros países mais desenvolvidos da Europa já fizeram e que só certo atavismo, alguma incompetência e já conhecida desorientação colectiva arrastaram até hoje o desporto de Portugal.


VI
Estes três projectos demonstram como VM tem matéria para ficar na história do desporto pelas boas razões e não para fazer coisas que nunca fez, não sabe fazer e eventualmente não terá pessoas que o saibam fazer ou já o teriam feito. 

Juntar COP e CDP é naturalmente um projecto novo e não haverá pessoas com esse capital.

A questão que se coloca aqui é que a definição de um objectivo correcto e bom deveria levar a procurar soluções diferentes das que rezam a história.

Fazer coisas à pressa poderá não ajudar a decisão pública e social ... mas nunca se sabe.

2 comentários:

  1. Caro Fernando Tenreiro

    Não acha que é pedir de muito? Refiro-me mais à instituição do que à pessoa.

    Abraço

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  2. O meu objectivo é ajudar o desporto português.
    É possível encontrar melhores projectos que se adequam ao perfil de determinadas instituições.
    Não havendo propostas poderá parecer que não existem outras soluções.
    Mas existem soluções que beneficiam mais o desporto.
    Obrigado pelo comentário João Almeida

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