"Elísio Estanque[1] e
Cristina Galvão[2] falam respectivamente no
défice de formação cívica das actuais gerações e na educação para a cidadania
mas se nos questionarmos quanto vale a vida de um jovem, concluímos que se justifica
conceber uma nova política de Juventude como forma de resolvermos o
analfabetismo ancestral de que fala Maria Filomena Mónica[3].
No Expresso são revelados dados sobre
o alcoolismo e a violência nas escolas que pela precocidade do consumo e de desregramento
continuado tem impactos confirmados na saúde e na ineficácia educacional das
futuras gerações. Com tantas famílias de baixa educação e rendimento Portugal
nunca teve políticas eficazes de protecção e potenciação da sua Juventude.
Quando tanto se fala em bens transacionáveis a relevância da importância
económica da Juventude é uma matéria ausente das políticas públicas. As
políticas de Juventude são tradicionalmente as ‘coisas das jotas’: geram soberanos,
claques governamentais e parlamentares e passam incólumes pelos seus fracassos.
A morte do jovem, a segunda em
dois anos nas mãos da mesma empresa, não sobressalta. Há gerações de jovens que
suportam soluções corporativas e mercantis facilitadoras de álcool e desbarato para
coroar o secundário e a entrada na universidade. As praxes são o exemplo da
incapacidade em promover conteúdos universais, desportivos e culturais. As
claques do Benfica, Sporting e Porto são a incapacidade das políticas de Educação,
Cultura, Desporto, Juventude, Ética e de cortar o mal pela raiz. Fazem-se
programas de Ética, o PNED, para que altos dignitários da nação coloquem a sua
imagem sem que se lhes conheçam exemplos de ética desportiva no passado e para
o resto dos tempos. É inaceitável que dos milhões de jovens menos de 15%
pratiquem Desporto quando na Europa os países dão Desporto para 80% dos seus jovens.
Saberá Francisco José Viegas quanta Cultura deveriam consumir os jovens? No
Parlamento a discussão do Desporto faz-se sobre o pagamento das facturas do anterior
Governo, as audiências aos clubes de futebol, o desemprego gerado pela fusão e fim
de organismos públicos, o jogo online
e o sempiterno Totonegócio.
Falta ao país saber promover o
bem da sua Juventude. Sem políticas eficazes os acidentes acontecem e o país aconselha
a Juventude a ir para longe (morrer?)."
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