terça-feira, 20 de novembro de 2012

Afinal o problema do Desporto português somos nós

Dei com uma pessoa que em termos agrestes e mesmo azedos contestava as estatísticas, a sua aplicação ao desporto, quem tinha feito um estudo, e 'tudo' porque o desporto era 'diferente'.

A crítica era feita sem um conhecimento mínimo do trabalho e baseava-se no ouvir dizer e na comunicação social que aliás estava errada o que eu tentei demonstrar.

Pouco argumentei em contrário porque era interrompido com argumentos metralhados em voz alta e logo outra pessoa reafirmava que as estatísticas eram o diabo e a cruz, pelo que atirei ao primeiro que 'como vês o XPTO concorda contigo', saindo apressadamente de costas pela porta mais baixa e com um sorriso de orelha a orelha.

Num espaço de dias esta argumentação por pessoas por sinal com mais de sessenta anos, a minha idade, mostra o seu envelhecimento precoce e a sua impreparação para o diálogo e o debate das coisas e da utilidade relativa daquilo que surge de bom e de menos bom no desporto português.

Sou levado a sugerir que este posicionamento duro perante o diálogo e a novidade de um estudo feito por terceiros é um dado estrutural do Modelo Português de Desporto.

Aliás estas são as mesmas pessoas que quando há outras pessoas a fazer estudos sobre o desporto, se calam e se lhes perguntam se o leram dão respostas evasivas.

Se não temos paciência para os estudos sobre o desporto português feitos por terceiros, como podemos esperar que outros tenham abertura com os nossos ou que os líderes baseiem as suas decisões de política desportiva em estudos e investigação mesmo que feita por outros.

Este posicionamento agreste tem consequências, por um lado, pode cortar prematuramente soluções úteis e, por outro, impedirão a hipótese de melhoria das propostas realizadas.

Deixo aqui o apelo que se analisem os dados que vão aparecendo mesmo que mal fundamentados procurando compreender a utilidade marginal para resolução das dificuldades que o Modelo Português de Desporto tem há muito.

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