quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O ano que agora termina e o novo ano

2012
Na liderança do desporto português a crise do desporto dá sinais frequentes da sua presença como principal acontecimento de 2012.

O COP é o centro do arrastar da crise do desporto por um processo eleitoral anquilosado e pela dificuldade da Direcção actual dar sinais de vitalidade contribuindo para a renovação desse processo eleitoral.

Corporativamente há uma ideologia liberal assumida à direita enquanto a esquerda mantém o silêncio de actos contraditórios com avanços e recuos, afirma-se um novo desejo de poder mais técnico deixando de assumir a liderança dos bastidores e outro mais corporativo da velha guarda dos presidentes das federações.

À luz destas contradições as federações fazem eleições, sem um norte ou sem um poder forte, e os sinais que chegam mantêm-se confusos e receosos do debate democrático.

É nas federações que surge uma nova esperança com inúmeros candidatos novos a darem a volta às eleições que se supunham ganhas por candidatos tradicionais. 

Os novos candidatos são uma vertigem de novas experiências e do legítimo poder no desejo de também eles experimentarem e terem o benefício da dúvida se errarem e poderem emendar os seus erros.

As lideranças da velha guarda não convencem os colégios eleitorais federados defendidos pela iniquidade e ineficácia da lei do desporto, um perfeito sistema de imperfeições acumuladas durante mais de 30 anos e geridos por protagonistas que querem o máximo para si e os seus, actuando sem o exercício de grandes princípios nacionais ou europeus e com muito medo dos poderes instituídos e da própria sombra frustrando as expectativas sociais.

Este é o caldo de cultura da governança do desporto português para 2013.

Do ponto de vista da produção desportiva o Rugby é a modalidade que não surpreende e deve ser apontada como a modalidade de 2012 pela afirmação da selecção nacional de Sevens entre as melhores da Europa e do mundo. São passos que estão a ser dados há décadas que o Rugby começou a crescer primeiro nos 15 e agora aproveitou a brecha de uma nova disciplina técnica na modalidade e faz a sua afirmação entre os melhores destacando o país numa disciplina colectiva, área colectiva onde o país geralmente soçobra. São pois os vários factores que apontam o Rugby como modalidade de 2012 mesmo não tendo ido aos Jogos Olímpicos de Londres. O Rugby português tem estado a tombar gigantes e é esse o exemplo superlativo a reter.

A Canoagem seria a modalidade de 2012 se tivesse ganho mais do que uma medalha olímpica de preferência 3 medalhas ou mais mostrando que a sua afirmação era sustentada e afirmativa. Uma medalha é pouco para a Canoagem que não se distingue suficientemente do país desportivo. Uma medalha é demasiado próximo de zero medalhas como aconteceu com tantas modalidades olímpicas.

2013
A eleição do COP é o acontecimento do ano para 2013.

O colégio eleitoral do COP, mesmo não compreendendo o como e o porquê desta responsabilidade, tem a responsabilidade de eleger o líder desportivo que vai marcar o desporto português para as próximas décadas, mesmo que o processo eleitoral e os candidatos não assumirem ou aprofundarem as dimensões dessa realidade que a todos nos transcende.

2013 vai continuar a ser um ano muito difícil para o desporto português, principalmente pelo deserto de ideias e de coragem para assumir um rumo inovador.


Um bom ano de 2013 para todos.

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