Afigura-se que está tudo claro, porque há o Olimpismo e o Estatismo, e o
Fernando Tenreiro colocou as peças do xadrez no seu lugar.
Quem trabalha sob o chapéu do Olimpismo tem os termos
definidos no seu âmbito, ou seja, o COP terá o seu discurso orientado para o
CIO, e não para o Estado que o acolhe com o seu beneplácito, porque é o correio
do CIO para permitir a entrada dos atletas nos Jogos Olímpicos.
Donde, quem trabalha no COP, fá-lo em respeito ao CIO, e
falará em termos olímpicos, e não em termos de desenvolvimento desportivo
porque não lhe cabe tal tarefa por muito boa vontade que tenha, e porque
ofenderia os órgãos encarregados dessa tarefa. Não passa de uma boa intenção que o Estado olha de soslaio.
Isto para dizer que o COP terá de orientar as suas acções
directamente para o CIO, já que dele depende, no sentido de dialogar para
sugerir alterações que possam melhorar ou ter reflexos no desporto nacional,
que o mesmo é dizer, do desporto mundial que a uma só voz fala - a do desporto.
Posto isto não se viu até hoje, a nenhum dos candidatos, falar
a linguagem olímpica. Que relações entre COP e CIO ? Que orientações necessitam de ser esclarecidas, quais as omissas, quais as contribuições serão necessárias para corrigir e melhorar o Olimpismo ? Quais as sugestões ou propostas a propor ao CIO para alargar as funções COP, e por reflexo, dos Comités Olímpicos Nacionais ?
Falam daquilo que sabem, e daquilo que viveram, em termos
federativos, associativos, confederativos ou INDicos. Todos eles vivem ainda
nessas áreas porque não conhecem o olimpismo, seus trâmites, suas orientações,
seus problemas, suas configurações. Falam do país e seus problemas desportivos como se concorressem a uma Federação, a uma Associação, à Confederação, ao IND, pelo que a linguagem surge distorcida e desfasada do contexto Olímpico. Se é um discurso que foge às dificuldades em falar em termos Olímpicos, tem a inopinada vantagem de ter bom e ilusório acolhimento nas Federações porque, se também é o discurso que entendem, ele configura-se errático.
O COP pode viver e conhecer o desporto nacional, mas não pode ter a ilusão de que vai melhorá-lo. Cabe-lhe contribuir para melhorar o CIO, e que tenha feedback no próprio COP e no desporto nacional.
Não basta pedir o auxílio do Estado. Chegou o momento de o exigir também ao CIO.
Caro João
ResponderEliminarOportuníssimo poste.
Há uma necessidade deste debate que indica tão claramente.
O que demonstra a utilidade do debate e do encontro de ideias que muitas vezes até se desencontram.
Um abraço
Caro Fernando
ResponderEliminarO que se passa é que o diálogo entre o COP e o Estado, está esgotado pela repetiçaõ que o banalizou.
O que falta é o diálogo entre o COP e o CIO de quer ninguém fala configurando um consómino fechado, ou uma sociedade olímpica fechada sobre si mesma.
Deste segundo caso nenhum dos candidatos se atreve a falar porque é mais fácil o apelo aberto entre COP e Estado do que abrir um diálogo entre COP e CIO.
Abraço
Caro João
ResponderEliminarO diálogo com o COI é importante porque pode potenciar alguns nichos do desenvolvimento desportivo nacional.
O desafio que não vemos debater é a existência de um desenvolvimento desportivo nacional para depois se chegar ao COI com propostas concretas.
Se no passado nunca o COP teve a preocupação do desenvolvimento desportivo nacional como é que poderá ter potenciado alguma objectivo do desporto nacional?
Aliás as propostas feitas segundo afirmações de Vicente Moura é que a candidatura aos Jogos olímpicos por parte de Lisboa era bem-vinda para o COI.
Marques da Silva, Manuel Brito e Luís Santos terão tudo combinado?
Fernando Mota e José Manuel Constantino como reagirão perante um projecto como este?
Dizem os jornais que Madrid está na rampa de lançamento para os Jogos Olímpicos de 2020!
Um abraço