sábado, 9 de fevereiro de 2013

As medalhas olímpicas são para ser ponderadas, não negadas e não negociadas com ligeireza

Antes de 2004 publiquei artigos na imprensa a referir a hipótese de criar metas de medalhas olímpicas como faziam outros países.

Creio que as cinco medalhas eram o objectivo proposto.

O padrão de competição nos ciclos olímpicos de Portugal são apostar nos primeiros anos do ciclo para depois assegurar o financiamento até ao fim.

Os outros países possuem outra filosofia de actuação estruturando a capacidade de vencer a medalha final depois de uma candidatura limpa e pacífica ao alcance dos seus melhores atletas.

Há razões mais profundas que levam as federações a preferirem o comportamento de 'entradas de leão e saídas de sendeiro'. 

Vamos deixar essas razões profundas para outra ocasião.

No ciclo começado em 2005 havia uma certa euforia com as medalhas e campeões europeus e mundiais criados e avança-se formalmente com as 5 medalhas em contrato-programa.

Dizer nesta altura que não vai haver medalhas é o mesmo que defender a conquista de um determinado número de medalhas.

Mas é à definição de um número que a opinião pública e os líderes federados estão presos.

Há uma questão:
  • O desporto português necessita de uma avaliação profunda e não é o facto de alguns líderes andarem à volta de si mesmos que vai trazer o sossego, o conhecimento e a ponderação necessários para pensar o que vai ser o futuro.

Levantar 'o mal e a caramunha' nesta fase pode ser relevante para quem esteja aflito por alguma coisa que se comprometeu ou da imagem que quer manter, ou desejar apresentar trabalho, ou pretender dizer que o outro é incompetente.

Há dados que estão lançados e outros por lançar e não há que colocar o baraço ao pescoço do desporto português e do olimpismo português tratando com ligeireza uma questão de ética desportiva e olímpica como são as medalhas e as relações com os seus patrocinadores públicos e privados.

Há que saber tratar bem do olimpismo e há a história que nos diz que há pessoas que não o souberam fazer no passado ou não possuem bagagem objectiva para trabalhar essa responsabilidade.

Pode parecer arrogante o que digo, a realidade é que no desporto português nem sempre se conseguiu ser frontal. 

Pintar o futuro de negro é uma defesa individual que tira às federações e aos seus líderes actuais a capacidade de olhar e conceber um futuro alternativo, tornando-o equivalente ao passado e salvando a face que parece que se quer salvar.

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