sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O que fazer com o Estado?

A função do Estado no desporto é um conceito que mais confusão suscita no desporto português.

A matéria é ampla e justificaria um trabalho aberto.

Junto algumas ideias, sem preocupação de estar a apresentar uma teoria acabada.

Vejamos:
Caso o mercado privado tenha a capacidade de prover determinado bem desejado pela população não há razão para a intervenção do Estado.

Nestes casos existe muitas vezes uma situação identificada com mercados de concorrência perfeita e que também são eficientes não necessitando da intervenção do Estado. Atenção que estou a simplificar imenso.

Muitos dos bens com que a maior parte da população lida no seu dia-a-dia é de produção e fornecimento privado e o Estado pouco faz ou parece fazer para a sua provisão óptima.

Outros bens económicos são produzidos pelo próprio Estado e o exemplo comum é a defesa nacional e por exemplo o forte que fica junto à praia grande na Nazaré para a segurança marítima.

Muitos bens mesmo que fornecidos pelos agentes privados necessitam de uma garantia de qualidade por parte do Estado como a garantida pela ASAE em relação à segurança alimentar.

No desporto acontece que a produção privada é ineficaz e iniquo e não produz ao nível dos padrões europeus.

Ou seja, o desporto não funciona em nenhum segmento de mercado desportivo, informal, recreativo ou no alto rendimento, como um mercado de concorrência perfeita. Existem várias situações de falência do mercado do desporto.
Note-se que em todos os países europeus o Estado tem uma intervenção razoável no mercado do desporto.

Por isso, o Estado português também deveria actuar com a quantidade e a qualidade que os outros Estados europeus fazem, nem mais, nem menos.

Só muito Estado português será capaz de elevar a qualidade do desporto português ao nível da qualidade do desporto europeu.

Recordo que fui muito sintético.

Em conclusão:

O dirigentes privados associativos e as universidades incorrem em erros vários ao falar da relação entre o Estado português e o nosso desporto.

Os conceitos, quando correctamente expressos, são simples e podem ser assumidos potenciando os desejos e as palavras dos líderes associativos e das universidades.

Mas para isso há que criar plataformas de entendimento consensuais e participadas.

Até 2013 isso ainda não foi criado.

Ainda não existe.

Por isso, tudo é muito difícil e as falhas começam e existem em todo o lado, mesmo dentro de cada um de nós.

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